Parecem não ter fim as lambanças envolvendo os preparativos do Amazonas para a Copa do Mundo de 2014. A Procuradoria da República e o Ministério Público Estadual pediram ao governo do Amazonas a anulação do processo de licitação do monotrilho de Manaus, construído para a Copa de 2014, por suspeitas de irregularidades no projeto básico. É a segunda recomendação do tipo feita sobre a obra, que está com o processo de licitação atrasado há 11 meses.
Os dois órgãos recomendaram à Caixa Econômica Federal que não faça o financiamento de R$ 600 milhões ao governo do Amazonas. Deram ainda prazo de 20 dias para o governo e a Caixa cumprirem a determinação, sob pena de ação judicial por ato de improbidade administrativa. O governo estadual, no entanto, ignorou os questionamentos. Ontem, anunciou que na segunda-feira apresentará a proposta de preço do único consórcio que se candidatou à licitação. Participam quatro empresas, entre elas a CR Almeida e a Mendes Jr.
A obra do estádio do Amazonas para a Copa também é questionada. O Tribunal de Contas da União apontou sobrepreço na construção da Arena Amazônia, que tem custo de R$ 500 milhões. O financiamento continua bloqueado no BNDES. Na recomendação do monotrilho, o Ministério Público Estadual e o Federal dizem que o valor da obra, estimada em R$ 1,3 bilhão, está subestimado, o que pode comprometer a conclusão da obra para os jogos da Copa.
“O projeto mostra-se temerário, insustentável economicamente e incapaz de atender a solução de transporte necessária para Manaus”, diz o documento assinado pelos procuradores Athayde Costa e Thales Cardoso e pelos os promotores Neyde Trindade e Edilson Queiroz Martins.
Em nota, a Caixa informou que sua área técnica ainda analisa a solicitação de empréstimo do governo do Amazonas. Só após a conclusão da análise é que o banco se manifestará sobre o caso. Por meio de nota, o coordenador do projeto de Manaus, Miguel Capobiango, disse que o governo do Amazonas responderá os questionamentos. (Com informações da Folha SP)