Paissandu se classifica com apagão no final

Depois de uma vitória relativamente tranquila até os 45 minutos do segundo tempo, a defesa do Paissandu voltou a marcar presença negativa e pregou um tremendo susto na torcida presente ao estádio da Curuzu nesta quarta-feira à noite. Permitiu que o Penarol-AM fizesse dois gols em dois minutos e estragasse a festa da classificação alviceleste à próxima fase da Copa do Brasil. O jogo só terminou empatado em 2 a 2 porque o atacante Tiago Verçosa perdeu outra grande oportunidade aos 48 minutos, em novo cochilo da defesa. Depois do jogo, parte dos torcedores protestou atrás do banco de reservas, exibindo notas de dinheiro e cobrando a demissão do técnico Sérgio Cosme.

O jogo foi bastante equilibrado no primeiro tempo. O Penarol surpreendeu saindo bastante para o ataque, aproveitando os espaços deixados no meio-campo do Paissandu. Aos 10 minutos, Marcos Pezão perdeu boa chance de abrir o placar. Aos 21 minutos, o primeiro ataque mais forte do Paissandu, com finalização de Mendes para defesa difícil de Rascifran. A partir dos 25 minutos, Tiago Potiguar começa a aparecer em campo e o Paissandu melhora muito, mas não o suficiente para chegar ao gol.

A rede só balançou no segundo tempo. O Penarol reinicia a partida novamente apertando a defesa do Paissandu. O atacante Charles cai na área, reclama pênalti, mas o árbitro maranhense manda o jogo seguir. Aos 7 minutos, Tiago Potiguar pinga bola na área e Hebert quase marca. Logo em seguida, Rascifran salva milagrosamente uma cabeçada de Alex Oliveira. Aos 13 minutos não teve jeito: Potiguar bate escanteio e Hebert cabeceia para as redes.

Potiguar chama o jogo para si, aplica dribles nos marcadores e levanta a galera. O Paissandu é senhor absoluto das ações, parece tranquilo com a vantagem mínima. Aos 33, Sandro esteve perto de aumentar. Aos 39, o segundo gol: Marquinhos entra na área e passa para Rafael Oliveira, que só toca para o gol. A partir daí, a torcida festeja nas arquibancadas e o time faz o tempo passar, já com a classificação garantida.

Apesar das aparências, defesas instáveis sempre podem causar fortes emoções. E foi o que a zaga do Paissandu fez. Aos 46 minutos, já nos acréscimos, Zezé acertou um disparo de longe e diminuiu. Na saída de bola, a desatenção dos beques permitiu que a bola fosse cruzada para Tiago Verçosa empatar, de cabeça. Não satisfeita, a defesa voltou a vacilar aos 48 minutos, mas Verçosa desperdiçou o lance, para alívio da galera.

O técnico Sérgio Cosme, novamente muito apupado na Curuzu, foi expulso no começo do segundo tempo. Exagerou nas reclamações e o apitador maranhense o excluiu do jogo. Paissandu 2 x 2 Penarol teve renda de R$ 94.160 mil. Público pagante: 4.868 torcedores. Público total: 5.928 expectadores. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

Se Belém, Goiânia e Florianópolis tivessem sido escolhidas para a Copa, a história poderia ser outra

Por Rodrigo Prada*

Nesta quarta-feira (2/3), o Portal 2014 apontou em relatório feito por sua equipe de reportagem que, dos doze estádios escolhidos para a Copa 2014, ao menos cinco devem virar elefantes brancos. Definitivamente, o que mais atrasa o crescimento do Brasil é a falta de planejamento. O que mais ouvimos dizer hoje é que o grande problema da Copa 2014 serão os aeroportos. De fato serão. Mas quem não sabia que esse seria o maior gargalo do país, frente ao enorme desafio de prepará-lo para o maior evento de mídia do planeta?

As obras de que precisávamos não aconteceram. Teremos os puxadinhos… E a escolha das cidades, do ponto de vista de logística, não poderia ser pior. Certamente não escolheram Manaus por conta da sua enorme tradição no futebol. Nem Cuiabá pela sua bem-equipada estrutura hoteleira. Ou Natal, pela força da iniciativa privada, capaz de, sem recursos públicos, erguer uma arena de futebol.

Se em 31 de maio de 2009, data em que a Fifa divulgou nas Bahamas a escolha feita pela CBF e governo brasileiro das cidades escolhidas, Belém, Goiânia e Florianópolis tivessem sido anunciadas, será que o risco de elefantes brancos seria menor? Em 2008, fui assistir a um clássico manauara no Vivaldão, entre Rio Negro e São Raimundo. Sabem qual foi o público pagante? Exatas 198 pessoas. Com uma renda de R$ 4 mil. E isso dificilmente vai mudar…

No entanto, Belém, que disputava com Manaus o direito de sediar a Copa, foi preterida, mesmo tendo Paissandu e Remo como duas das torcidas mais apaixonadas do Brasil. Sem contar o estádio do Mangueirão, que é um dos mais belos e funcionais do país. O grande argumento para a escolha de Manaus foi o marketing da Amazônia. Agora, será que os turistas vão gostar de ver igarapés poluídos, uma bagunça urbana com trânsito caótico e todas as mazelas da cidade?

Florianópolis apresentou como proposta a reforma do estádio do Figueirense, com capital privado, para sediar a Copa.  No entanto, a escolhida Natal patinou até hoje para encontrar um modelo que fosse interessante para as construtoras. Seu grande trunfo foi  proximidade da cidade com a Europa. Ora pois, em altura de cruzeiro, o aeroporto de Recife, por exemplo, está a 15 minutos de vôo amais. Mas o problema maior não é na chegada dos europeus ao país, e sim o transporte entre as cidades, principalmente de aviação executiva. E Florianópolis, com potencial esportivo, estádio privado e entre Porto Alegre e Curitiba, a uma hora de vôo de São Paulo, ficou de fora… Alguém consegue explicar?

Cuiabá ter optado por construir um estádio com arquibancadas removíveis não esconde o fato de que a capital mato-grossense terá um dos maiores elefantes brancos da Copa. Afinal, serão gastos mais de R$ 500 milhões em uma arena que jamais terá um uso proporcional a tanto investimento. Situação oposta é a de Goiânia, que já possui um estádio incrível projetado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e tem torcida para enchê-lo, tanto do Goiás, quanto do Vila Nova e do Atlético-GO.

Em alguma coisa nossos governantes erraram. Ou foi na escolha das cidades, ou na falta de prioridade em melhorar os aeroportos, portos, hotéis e, principalmente, a mobilidade entre as cidades. Para aquelas que foram as escolhidas – ocupando o lugar das preteridas -, não me levem a mal, pois é carnaval.

*Rodrigo Prada é jornalista, autor do estudo sobre Os Estádios Brasileiros e diretor do Portal Copa 2014.

Jogo entre Remo x Cametá será na 2ª feira à noite

Está sacramentado. A pedido da diretoria do Remo, com aval da Seel, o segundo jogo da semifinal contra o Cametá será transferido de domingo (13) à tarde para segunda-feira, 14, à noite, no estádio Evandro Almeida. Haverá transmissão pela TV Cultura para todo o Estado, mas a diretoria azulina acredita que fugirá da concorrência com os jogos dos campeonatos de Rio e São Paulo, também exibidos ao vivo na domingueira.

Na Curuzu, salários atrasados geram proibição

Com a divulgação da notícia de que existem salários em atraso no elenco – alguns jogadores estão sem receber há três meses -, a diretoria do Paissandu baixou uma ordem interna proibindo qualquer manifestação pública dos atletas em relação a isso. A maioria dos jogadores acatou a orientação e evita até dar entrevistas sobre outros temas.

No final da manhã desta quarta-feira, um outro episódio chamou atenção na Curuzu. O volante Sandro, que estava relacionado para o banco de reservas, deixou a concentração sem dar maiores explicações. Segundo o repórter Dinho Menezes, Sandro não teve qualquer problema físico e estava nos planos do técnico Sérgio Cosme para o jogo.

Há minutos, Dinho Menezes informou que Sandro teria sido liberado para ir à audiência trabalhista do processo que move contra o Paissandu na Justiça do Trabalho.

Adeus de Ronaldo será contra time de segunda

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, através da Rede Globo, revelou a data do jogo de despedida de Ronaldo pela seleção brasileira: será no dia 7 de junho contra a Romênia, no Pacaembu. A partida de despedida será disputada três dias depois do amistoso diante da Holanda, no Serra Dourada, em Goiânia. Ronaldo se despedirá do torcedor brasileiro no mesmo palco do adeus de Romário, tetracampeão do mundo em 94.

Ficha técnica: Paissandu x Penarol

PAISSANDU x PENAROL (AM)

Local: estádio da Curuzu, 21h
Árbitro: Mayron Frederico dos Reis-MA; assistentes: Sérgio Henrique Campelo-MA e Antonio Fernando dos Santos-MA.

Paissandu – Ney; Hallyson, Ari, Hebert e Brayan; Billy, Alexandre Carioca, Alex Oliveira (Sandro) e Tiago Potiguar; Héliton (Mendes) e Rafael Oliveira (foto). Técnico: Sergio Cosme.

Penarol – Rascifran; Flávio, Junior Bahia e Adriano; Siboy, Lidio (Thiago Mariano), Rondinelli, Marcos Pezão (Felipe) e Kitó; Thiago Verçosa e Marinho (Charles). Técnico: Adinamar Abib.

Ingressos a R$ 20,00 (arquibancada) e R$ 40 (cadeira).

Coluna: Sobre respeito e civilidade

Protesto de um grupo de torcedores dito “organizados” interrompeu na manhã de ontem o treino final do Paissandu para o jogo desta noite contra o Penarol, pela Copa do Brasil. Por inusitado, o incidente acabou ganhando mais relevância do que as tradicionais notícias sobre escalação da equipe e esquema tático. Além de inadequada e inoportuna, a agitação serviu para escancarar a instabilidade interna do clube.
Sob forte pressão, o Paissandu luta pela classificação à fase seguinte da Copa do Brasil e pela preservação da paz interna, seriamente abalada após a derrota frente ao São Raimundo, no último domingo em Santarém.
Aqui cabe uma reflexão importante: a quem interessa conturbar ainda mais o ambiente do clube na véspera de jogo tão importante? Impressiona a facilidade de acesso da facção “organizada” (declarada ilegal pela Justiça) ao local do treino, como se houvesse passe livre. O protesto dos invasores sem-camisa lembrou até aqueles factóides tão comuns a clubes como Corinthians, Palmeiras e Flamengo, quase sempre fomentados pelos próprios cartolas para fritar técnicos (ou boleiros) indesejáveis.
Ironicamente, o grupo foi exigir dos jogadores a promessa de vencer, como se alguém entrasse em campo para perder. Óbvio que o alvo preferencial era o técnico Sérgio Cosme, desgastado pelas críticas e apontado como principal responsável pelos problemas do time.
Neste ponto, os invasores do treino falam a mesma língua do torcedor de verdade, aquele que paga ingressos para incentivar o time nos estádios. É quase unânime a rejeição ao treinador, o que não significa que ele deva ser insultado enquanto exerce seu ofício.
As imagens da manifestação indicam que a atitude não é representativa dos anseios da parte normal e ordeira da torcida – que, felizmente, é sua esmagadora maioria. Ninguém questiona o legítimo direito de crítica e esperneio do torcedor, desde que isso seja exercido no local e oportunidade adequados: nos estádios durante os jogos.
Interromper treinamento é atitude anti-social e grosseira. Hostilizar não é a maneira mais inteligente de sair em defesa do clube. Nenhum profissional merece ser insultado e ofendido em seu local de trabalho e, no futebol, isso se estende ao campo de treinos. Existem leis que resguardam a integridade do trabalhador, seja ele gari, comerciário, professor ou jogador de futebol. E o empregador é o principal responsável pela segurança dos empregados.
Por outro lado, caso o técnico não seja mais do agrado e da conveniência dos dirigentes, existem meios civilizados de resolver o problema. Basta rescindir contrato e liberar o profissional. É legal e mais digno.  
 
 
Sobre o jogo, apesar das circunstâncias negativas, é improvável que o Paissandu não consiga superar o campeão amazonense. Creio até que a vitória será bem mais serena que os treinos no campo do Kaza.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 2)