Robinho firma pré-contrato para a Série C

O meia Robinho, um dos destaques do Cametá no primeiro turno, assinou na tarde desta terça-feira um pré-contrato com o Paissandu. O jogador será incorporado ao elenco depois do campeonato estadual, a fim de reforçar a equipe na disputa da Série C. No site oficial do clube, foi anunciada também a contratação do zagueiro Diguinho, 29 anos, que estava no São João de Araras (SP), disputando o Campeonato Paulista. Ele será inscrito para o Parazão e a Copa do Brasil. O novo beque do Paissandu já passou por Ituano (SP), Criciúma (SC), São Caetano (SP), Ceará (CE) e Mogi Mirim (SP). Embora ainda sem confirmação oficial, o também zagueiro André Turatto, atualmente no Linense (SP), seria outro reforço já agendado.

Meia argentino é a novidade de Cosme

O meio-campista argentino Martín Cortéz é a grande surpresa da lista de relacionados pelo técnico Sérgio Cosme para o jogo contra o Bahia, nesta quarta-feira (30), às 21h50, no estádio Edgard Proença, o Mangueirão, pela segunda fase da Copa do Brasil. No treino realizado no gramado do Mangueirão, nesta terça, o time titular teve Alexandre Fávaro; Cláudio Allax, Ney Baiano, Hebert e Elton Lira; Alexandre Carioca, Billy, Alisson e Alex Oliveira; Zé Augusto e Mendes. O zagueiro Ari se recupera de lesão, bem como Rafael Oliveira. Sidny também está no departamento médico. Todos, porém, irão atuar contra o tricolor baiano. Cortéz, que começou a treinar na semana passada, deixou boa impressão e pode ser aproveitado por Cosme no decorrer da partida. 

Jogadores relacionados para o jogo com o Bahia:

Goleiros: Alexandre Fávaro e Ney. Zagueiros: Ari, Hebert e Nei Baiano. Laterais: Allax, Sidny, Elton Lira e Brayan. Volantes: Billy, Alexandre Carioca, Alisson, Sandro e Vanderson. Meias: Alex Oliveira, Martín Cortéz e Marquinhos. Atacantes: Rafael Oliveira, Mendes, Zé Augusto e Héliton.

Dorsa na Caras, Bolsonaro no CQC

Por Maurício Stycer

Pouco antes de morrer, ao cair pela janela do sétimo andar do prédio onde morava, a atriz Cibele Dorsa enviou à revista “Caras” um longo bilhete de despedida. No texto, ela pede perdão aos filhos pelo gesto, critica o ex-marido, Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, por ter levado as crianças para o exterior e fala da solidão que sentia desde que perdeu o noivo, Gilberto Scarpa, morto no final de janeiro de forma idêntica a ela.

Horas depois da morte da atriz, no sábado, 26, o site da revista “Caras” começou a publicar o bilhete de despedida que ela enviou. “EXCLUSIVO: Cibele Dorsa deixa carta antes de morrer”, estampou a revista. O texto foi dividido em vários trechos, como se fossem capítulos, publicados de tempos em tempos ao longo da tarde. Na segunda-feira, a Justiça determinou, atendendo a pedido de Doda, que todas as referências a ele fossem retiradas do site e da revista. A mídia brasileira, de um modo geral, noticia com muito comedimento suicídios. O temor de que o suicídio possa ocorrer por imitação, uma tese levantada ainda no século 19, orienta a discrição dos principais veículos de comunicação.

Suicídio só é notícia mesmo quando envolve figuras públicas. Ainda assim, creio, a revista “Caras” agiu de forma sensacionalista, sem nenhum cuidado ao publicar os principais trechos da carta de Cibele Dorsa. Faltou editar, contextualizar a noticia e ouvir as pessoas envolvidas, além de pesar os danos que esta publicação poderia causar aos filhos da atriz.

A entrevista do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) ao “CQC”, da Band, envolve problemas de outra natureza. Num quadro previamente gravado, como todos do programa, o político respondeu a provocações de diferentes espectadores. Foi uma oportunidade para repetir suas notórias posições conservadoras, com traços de homofobia e de nostalgia da ditadura militar que dirigiu o país entre 1964 e 1985.

No momento mais forte, foi questionado pela cantora Preta Gil sobre qual seria a sua reação se um filho seu namorasse uma mulher negra. “Ô Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu”, respondeu. Antes de exibir a entrevista, Marcelo Tas apresentou Bolsonaro como “o deputado mais polêmico do Brasil”. Ao final, disse: “Eu prefiro acreditar que o Bolsonaro não entendeu a pergunta da nossa querida Preta Gil”.

O “CQC” tem o direito de entrevistar quem quiser e o deputado pode falar o que bem entender. A Justiça está aí para avaliar se ele cometeu algum crime, ou não. O que me espanta é o programa ter levado ao ar uma resposta tão grosseira havendo dúvidas, como manifestou Tas, que Bolsonaro pode ter entendido errado a pergunta. Se é verdade isso, o trecho da entrevista não deveria ter sido exibido sem que o deputado fosse consultado antes. Também caracteriza sensacionalismo.

Pará tem 4 dos maiores artilheiros do país

O Pará está mais ofensivo do que nunca. Dos 10 principais goleadores do país até o momento, quatro são papachibés: Rafael Oliveira (17 gols), Leandro Cearense (15), e Cléo (Treze-PB) e Paulo Rangel (Lajeadense), ambos com 11 gols. (Com informações do repórter Michel Anderson/foto: MÁRIO QUADROS/Bola).

Águia bate Gavião e anuncia mais dois reforços

Depois de passar pelo Gavião Krikatejê, por 3 a 2, em amistoso realizado nesta terça-feira, o Águia anunciou as contratações de mais dois reforços para o segundo turno do Parazão: Danilo Goiano (volante, ex-Uberlândia) e Alan (atacante, ex-Vila Nova-MG). O atacante Wando, que chegou a ser cogitado para retornar a Marabá, firmou contrato com o Vila Nova goiano e se apresentou nesta terça. O amistoso com o Gavião serviu para movimentar a equipe antes da estreia no returno contra a Tuna, domingo, às 9h30, no estádio do Souza.

Barata ganha apoio de amigo distante

Por Sandro Galtran

O meia André Barata, que segue internado no Hospital Barros Barreto, com meningite bacteriana, ganhou homenagem especial de um amigo distante. Beto Belém (foto ao lado), atacante campeão em 2005 pelo Clube do Remo, atualmente no Persijap, da Indonésia, jogou com Barata no Leão e ficou preocupado com o estado de saúde do meio-campista tunante. Da Ásia, Beto acompanha pela internet a situação do amigo. No último domingo, o atacante paraense marcou dois gols na vitória do Persijap pela terceira rodada da ISL (Indonésia Super Liga). Aproveitou para homenagear o amigo na comemoração, mostrando a frase estampada na camisa: “André Barata: força, Deus está com você” . Por telefone, Beto mandou também uma mensagem ao amigo e seus familiares: “Tenha fé em Deus. Ele está sempre do nosso lado, e com o André não vai ser diferente, ele vai sair dessa porque é uma ótima pessoa e um grande amigo. Força aos familiares do André. O que eu posso fazer por aqui é orar pelo meu amigo”. Beto Belém ou Beto Gonçalves foi revelado pelo Sport Belém e defendeu o Vila Rica em 2001, a Tuna em 2003, Ananindeua em 2004 e foi campeão brasileiro da Série C pelo Clube do Remo em 2005. Está desde 2007 na Indonésia onde foi campeão da  ISL (Indonésia Super Liga), jogando pelo  Persipura.

Uncle Jimmy: o tempo não pára

A prova de que o rock também envelhece. James Patrick (Jimmy) Page, aos 67 anos, em foto tirada na semana passada. Guitarrista britânico do primeiríssimo time e um dos fundadores do Led Zeppelin, banda fundamental na história do pop-rock, Page foi eleito o sexto maior guitarrista pela revista Time, o segundo na Gibson e é o nono colocado na célebre lista da “Rolling Stone” sobre os 100 grandes guitarristas de todos os tempos. Page, que tocou nos Yardbirds, juntamente com Jeff Beck e Eric Clapton, foi um dos primeiros guitarristas a popularizar o uso da distorção e ‘feedback’ eletrônicos. Depois do fim do Led, Page se recolheu por um tempo, mas de vez em quando volta à superfície. Tem aparecido em filmes, faz parceria com amigos como Jeff Beck e aparições inesperadas em shows beneficentes. Discreto, mantém uma fundação beneficente no Rio de Janeiro e, de vez em quando, pode ser visto circulando pelas ruas da Maravilhosa.   

Dona Globo e o país dos brothers

Por Brizola Neto, publicado no blog Tijolaço:

Mais cedo postei artigo (insuspeito, de um dirigente de bancomultinacional) falando do peso da educação no desenvolvimento chinês. Agora, antes de almoçar, leio uma matéria que seria irônica, se não fosse trágica. E, também, no insuspeitíssimo O Globo. É que o blog do Big Brother, certamente por distração de seus mentores, publica a seguinte informação:
“Na quarta-feira, 30 de março, existirão 169 ex-integrantes do “Big Brother Brasil”. Um número que chama atenção ao ser posto, lado a lado, ao de profissionais com carteira assinada em algumas atividades regulamentadas pelo Ministério do Trabalho: hoje, no Brasil, existem 18 geoquímicos, 34 oceanógrafos, 77 médicos homeopatas e 147 arqueólogos, entre outros ofícios. No entanto, na mesma quarta, alguém estará R$ 1,5 milhão mais rico (ou menos pobre, dependendo do ponto de vista), e não será um desses trabalhadores.”
Pois é. Mas o que o “brother” vai ganhar é nada, perto do que a Globo fatura. Ano passado foram R$ 300 milhões; em 2011, estima-se, R$ 400 milhões. E fatura porque as grandes empresas pagam para patrocinar. Não tenho notícia de uma grande empresa patrocinando uma universidade. Não tenho notícia de uma multinacional investindo na formação de oceanógrafos, ou de arqueólogos, ou de homeopatas, ou geoquímicos. Nem vejo os nossos gloriosos colunistas dizendo que as empresas devem ter uma função social, como prevê, desde 1946, a nossa Constituição.
Nada contra as moças e rapazes que estão ali tentando um lugar ao sol que, em nosso país, durante décadas, nos acostumamos a não merecer pelo estudo, pelo trabalho, pela austeridade. “Faz parte”, como dizia o bordão de um ex-”brother”. Mas tudo contra o império do interesse comercial moldando, a seu bel-prazer, um comportamento social marcado pela competição a qualquer preço, pelo exibicionismo, pelo vazio, para embolsar milhões. Sempre é bom repetir o que diz o artigo 221 de nossa Constituição:

A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

É por isso que quando a Globo fala em princípios, em educação, em trabalho honesto, em respeito ao ser humano, o cheiro da hipocrisia se espalha no ar.

Vem aí o livro secreto do Exército

Por Lucas Figueiredo

Depois de 23 anos, será finalmente publicado o Orvil, o livro produzido no Exército entre 1985 e 1988 para contar a versão da força terrestre sobre a luta armada. A publicação do livro foi vetada na época pelo então presidente José Sarney. A edição do Orvil é uma resposta do CD-ROM Direito à Memória e à Verdade, produzido pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República e distribuído em escolas públicas. “Considerando provocação e uma verdadeira agressão aos militares brasileiros, os autores tomaram a iniciativa de publicá-la [a obra o Orvil]”, anunciou, na sua última edição, o Jornal Inconfidência, importante canal de expressão dos militares de extrema direita.

Um dos editores do Orvil será o coronel Lício Maciel, veterano dos combates à Guerrilha do Araguaia. De 1988 a 2007, o Orvil (a palavra “livro” escrita de trás para frente) circulou apenas entre militares e civis de extrema direita em 15 cópias que passavam de mão em mão. Em 2007, eu obtive uma das cópias do Orvil e publiquei uma séria de reportagens sobre ele no Estado de Minas que ganhou o Prêmio Esso de Reportagem. Em 2009, publiquei Olho por Olho – Os livros secretos da ditadura, contando como o Exército relatava no Orvil os últimos momentos de 24 desaparecidos políticos, o que confirmava que a força terrestre escondera os casos durante décadas. Hoje, já é possível acessar as quase mil páginas do Orvil na internet, por meio do site A verdade sufocada, controlado pelo ex-torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. O anúncio da publicação do Orvil coincide com os preparativos da Comissão de Direitos Humanos do Senado para a reunião em que irá avaliar justamente o relatório da Procuradoria Geral da República sobre o Orvil.

Coluna: O boicote ao Mangueirão

Quase ninguém, tirando os dirigentes de Remo e Paissandu, entende a razão do sistemático desprezo que os dois grandes rivais devotam ao estádio Edgar Proença, o Mangueirão. Por incrível que pareça, um dos melhores estádios do país é, há anos, boicotado pelos principais clubes de Belém, que fogem dele como o capeta da cruz.
Há algum tempo, a justificativa eram os custos de aluguel e iluminação. Juntava-se a isso a distância do centro, que inibiria a presença do torcedor, principalmente em jogos noturnos. Hoje, esses aspectos foram superados, pois os clubes já dispõem de isenção da taxa de aluguel e o custo da iluminação é baixíssimo. Quanto a atrair o torcedor, depende de bons espetáculos e de criatividade para badalar jogos menos importantes.
É a respeito dessa doença crônica que versa o comparativo feito pelo consultor Christian Costa, comparando dados do borderô do clássico Re-Pa de 13 de fevereiro com o da partida entre Paissandu x Cametá, que decidiu o primeiro turno do campeonato, na Curuzu. “Por que os dirigentes diziam que o aluguel do Mangueirão era muito elevado (R$ 8.000,00), e por isto preferiam jogar na Curuzu e Baenão, se no borderô do jogo de 24 de março, no Leônidas Castro, há o registro de R$ 38.000,00 como ‘aluguel de campo’ (R$ 30.000,00 a mais do que o valor considerado caro para o estádio olímpico)?”, questiona.
Christian observa que o Re-Pa foi a única partida do Parazão realizada no Mangueirão, com renda de R$ 701.160,00, e sem taxa de aluguel.
Ele aponta ainda outra incongruência: os dirigentes alegavam que a cobrança pela iluminação do Mangueirão era muito cara (R$ 2.000,00), mas na Curuzu registrou-se um desconto de R$ 12.000,00 a título de “iluminação” – R$ 10.000,00 a mais do que a taxa do Mangueirão. Mais: a renda líquida da final do turno consistiu em somente 30% da receita bruta, com 70% de despesas. No Re-Pa, “onde o torcedor teve mais conforto, mais segurança, mais higiene, mais tudo”, ocorreu exatamente o inverso: o líquido correspondeu a 70% da renda total, com 30% de despesas.
Christian não entende como no Mangueirão, com 36 mil pagantes, gastou-se R$ 11.687,00 em “despesas de segurança”, enquanto na partida da Curuzu, com 12 mil ingressos vendidos, tais despesas totalizaram R$ 22.705,00! Observa, por fim, que essa circunstância não é prejudicial apenas aos clubes (atletas, técnicos e gestores), “mas também à cadeia produtiva do mercado futebolístico em geral, com prejuízos consideráveis que atingem todos os agentes envolvidos no processo”.  
 
 
Enquanto isso, o Internacional (RS) vai lançar no dia 8 de abril o site Rede Colorada de compras coletivas. De cara, espera cadastrar 1 milhão de fãs. Serão disponibilizados 5 mil itens licenciados para venda. Sócios terão prioridade na aquisição de produtos. A ideia resulta de parceria com a empresa Winehouse e já está disponível no endereço: www.redecolorada.com.br. Vivendo e aprendendo. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 29)