Há sempre muita gente disposta a descobrir a pólvora quando o assunto é futebol. Como este é o país da bola, todos se acham em condições de dar um palpite. Na hora de escalar a Seleção aparece uma infinidade de técnicos. O mesmo ocorre quando se discute arbitragem e marcações polêmicas. Todos têm aquela velha opinião formada, embora a maioria não tenha qualquer expertise ou conhecimento de causa.
Entre nós, floresce o debate sobre um novo tema, em voga desde que se começou a falar da atribulada negociação do estádio Evandro Almeida pela atual diretoria do Clube do Remo: o rombo financeiro dos clubes. Como de praxe, muitos se arvoram a formular diagnósticos e até mesmo a receitar o remédio supostamente mais adequado.
Caso fosse equação simples de resolver, os principais clubes brasileiros não viveriam a situação aflitiva de sempre. Sim, porque as dívidas existem há décadas, acumulando-se a cada nova gestão. Como não há milagre possível, os prejuízos crescem e todos preferem fingir não ver o grande monstro instalado na sala.
Sem exceção, todos os integrantes do Clube dos 13 – que congrega a fina flor do futebol profissional no país – convivem com orçamentos estourados e contas em total descontrole. Pode-se afirmar, sem susto, que o futebol brasileiro faliu há muito tempo, vítima de desmandos e roubalheiras. Para sobreviver, vale-se hoje do jeitinho e das gambiarras, que permitem ir enrolando os credores e driblando as cobranças judiciais.
Os grandes do Rio de Janeiro lideram o ranking do calote. Respondem por mais de R$ 1,8 bilhão em dívidas. Os paulistas vêm logo atrás, com mais de R$ 1,4 bilhão. Gaúchos, mineiros e paranaenses complementam a nau dos endividados. Inter, Cruzeiro, S. Paulo e Corinthians, os mais prósperos, conseguem respirar porque estabilizaram suas contas. Fazem negócios de vulto, negociam jogadores, arranjam patrocínios. Mas, apesar disso, o débito principal continua intocado.
Em qualquer outro ramo, todos seriam empresas em extinção. A diferença é que o futebol, apesar de movimentar rios de dinheiro, não é um negócio qualquer – é uma manifestação cultural. Seu valor real não pode ser aferido exclusivamente na moeda vigente. Que ninguém duvide: a situação dos clubes permanecerá assim por muito tempo ainda, até que a conta fique insuportavelmente alta ou que, de repente, ocorra um milagre capaz de içar todos ao paraíso. Como nas fábulas do reino da carochinha.
Desgraçadamente (para os remistas), o Remo é um caso único de clube nacional disposto a liquidar todas as suas pendências de uma tacada só, desfazendo-se do próprio patrimônio sob condições aviltantes. Nenhuma outra agremiação topou pagar fatura tão draconiana, até por entender que o poço não tem fundo. Todos os demais clubes, a maioria devendo até mais que o Leão Azul paraense, sabem que conviver com as dívidas faz parte das regras do jogo. O resto é lorota de vendedor – ou corretor.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 26)
Na parte em que o amigo Gerson se refere ao Remo, sinceramente, mas gostaria de ver o meu time comparado aos bons exemplos do futebol brasileiro, como o São Paulo, Goiás, Internacional, Cruzeiro, Corinthians(hoje),….. Vale ressaltar, que por causa desses jeitinhos, é que clubes como: Atlético Mineiro, Palmeiras, todos os grandes do Rio, a exeção do Flamengo(até esse ano), Grêmio e outros, já foram rebaixados ou vivem todo ano, lutando com dificuldades para se manterem na série A do brasileiro. Uma boa administração, aliada a um bom planejamento para o Futebol, sempre serão os pontos de partida, para engrandecer um clube e, isso passa, primeiramente por vc sanear o clube que dirige, coisa, até hoje dentro do Remo, após 106 anos, só foi feita por Amaro Klautau. É a minha opinião.
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Com o Amaro amigo Cláudio? Aquele presidente que “saneou” o Remo não pagando os passivos que foram negociados com a Justiça do Trabalho e que quer tirar “unzinho” com a venda do Baenão? Sei não meu amigo, acho que todos foram perdulários em suas administrações à frente do clube de Periçá! O Raimundão fez do clube uma “terra arrasada” e o Amaro a “loteou” e a grilou…
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CLAUDIO: Cuidado, quando precisarem no céu de um anjo ingênuo como você, chegou a sua vez. Você chega a ser tolo, que não conhece as tramóias desses picaretas e, enquanto não exigirem tranasparência, tenha certeza que você vai colocar anúncio no jornal pedindo candidato à presidência desse nosso clube.
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