Por Heraldo Campos (*)
Outro dia, meio que por acaso, dando uma zapeada na televisão, me deparei com um documentário sobre a Inezita Barroso, na TV Cultura de São Paulo.O documentário “Inezita” mostrou várias facetas da cantora que foi também uma folclorista, professora, apresentadora e atriz.Lá pelas tantas, um trecho dessa bela memória televisiva mostrou a paixão da artista pelo Corinthians, seu time do coração.
Pelo que pude entender, ela tem uma música “Corinthians Meu Amor” dedicada a esse time que é minha paixão também.Pesquisei na internet para ver se achava a letra dessa música e não encontrei, mas acabei topando com a pérola dessa letra “Corintia (Meu amor é o Timão)” de outro corintiano, o Adoniran Barbosa. Aqui está:
Como é bom ser alvinegro
Ontem, hoje e amanhã
Respirar no ar a mistura
Do Tietê e Tatuapé
Lá no alto a velha Penha
De Anchieta e Bandeirantes
Ver São Jorge lá na Lua
Abençoando a fazendinha
Onde mora um gigante
Tem igreja e tem biquinha
Corintia, Corintia
Meu amor é o timão
Corintia a cada minuto
Dentro do meu coração
Corintia, Corintia
Meu amor é o timão
Corintia a cada minuto
Dentro do meu coração
Belém, Vila Maria e Mooca
E São Paulo extensão
Mogi, Guarulhos, Itaquera
Tudo vibra Coringão
É o Corintia de nóis tudo
É paulista é campeão
Corintia, Corintia
Meu amor é o timão
Corintia a cada minuto
Dentro do meu coração
Corintia, Corintia
Meu amor é o timão
Corintia a cada minuto
Dentro do meu coração
Dentro do meu coração
Dentro do meu coração
Apesar dele não citar o Brás nessa letra, bairro onde nasci na cidade de São Paulo, puxado pela memória, me senti totalmente dentro do cenário dos bairros que ele fala (Tatuapé, Penha, Belém, Vila Maria, Mooca e Itaquera), pois a Zona Leste paulistana era a região que mais frequentava, quando estudei no Colégio Nossa Senhora do Carmo que funcionava no centro velho de São Paulo.
Nessa escola marista, a maioria dos meus amigos do ginásio e do colégio morava na Zona Leste, para onde tinha a linha de ônibus “Parque São Jorge” da extinta CMTC – Companhia Municipal de Transporte Coletivo.
Essas cenas todas me fez lembrar a primeira vez, com oito anos de idade, que embarquei junto com meu pai nesse ônibus para assistir um Corinthians 1 x Guarani 0 no Parque São Jorge, salvo engano, com um gol de falta do Luizinho, o “Pequeno Polegar”. Nessa partida, o goleiro alvinegro era o Heitor e o lateral direito o Oreco.
Assistimos ao jogo do alambrado, em pé, porque as arquibancadas de madeira da Fazendinha estavam lotadas.O ano deveria ser 1962 e estava no segundo ano primário do Grupo Escolar Romão Puiggari, que ficava na Avenida Rangel Pestana, no bairro do Brás.
Depois desse dia marcante, virei um frequentador assíduo dos estádios em que o Timão jogava, principalmente os jogos na capital paulista, numa época que se comprava o bilhete de entrada poucas horas antes do jogo e se comia um suculento sanduba de pernil, alternado com uns bons goles de cachaça, para não passar fome dentro do estádio.
Passados muitos anos e depois das perdas que estamos passando nesses tempos de hoje, parece que o que ainda restou foi um grito que nos faz lembrar o que já diziam, com muita energia, os ilustres corintianos, Inezita Barroso e Adoniran Barbosa: “Vai, Corintia!”.
(*) Heraldo Campos é Graduado em geologia (1976) pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista – UNESP, Mestre em Geologia Geral e de Aplicação (1987) e Doutor em Ciências (1993) pelo Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo – USP. Pós-doutor (2000) pelo Departamento de Ingeniería del Terreno y Cartográfica, Universidad Politécnica de Cataluña – UPC e pós-doutorado (2010) pelo Departamento de Hidráulica e Saneamento, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo – USP.
Prezado Gerson
Bom dia e muito obrigado pela publicação da pequena crônica, no dia em que o Timão comemora seus 110 anos de existência, com as fotos que você pesquisou e acrescentou, do time perfilado com a faixa de Campeão do IV Centenário, com o técnico Oswaldo Brandão ao fundo, além, é claro, de uma simpática foto do Adoniran Barbosa.
Grande abraço,
Heraldo
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Eu curti!!!. Sou da Zona Leste, mais para o fundão, alí depois da penha, na antiga estrada de São Miguel, hoje Avenida São Miguel.
Comecei a entender melho o timão porque minha mãe Nair de Campos era corintiana, havia sido sócia, segundo ela. Pai e um irmão são paulinos. Além da mãe eu, um irmão e uma irmã corintianos (a irmã sem entusiasmo, fazer o que!?!).
Valeu a crônica. Oreco, lembro desse nome….
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