A corda arrebentou, como de hábito, do lado mais fraco. E a decisão de demitir o técnico Dorival Junior e prestigiar o jovem Neymar tisnou aquela imagem de um novo Santos, dirigido por gente de cabeça mais arejada. Nenhuma novidade no front. O velho receituário do futebol prevaleceu novamente: quando surge um problema disciplinar, pesa mais a popularidade do jogador, mesmo quando sua postura não condiz com as regras de boa convivência. Tomara que se arrume jeito de reeducar Neymar, para que seu comportamento pessoal seja compatível com o futebol que, indiscutivelmente, tem a mostrar. Bons psicólogos costumam resolver problemas de deslumbramento, causados pela fama repentina.
Quanto à saída do técnico, porém, só o tempo irá dizer se acarretará prejuízos graves ao Peixe, que, pelas mãos de Dorival, conquistou todos os títulos disputados no ano e já tem vaga garantida na próxima Taça Libertadores e ainda sonha em fazer grande papel no Brasileiro. Pelo que se viu no clássico de ontem, contra o Corinthians, a equipe parece ter sentido a ausência do treinador, mas Neymar demonstrou mais comprometimento, assumindo responsabilidades em campo e tomando a iniciativa pelas principais jogadas ofensivas, como de fato cabe à estrela da companhia. Talvez aprenda, de uma vez por todas, que a fama costuma cobrar um preço muito alto.
Confirmação do segundo jogo do Paissandu contra o Salgueiro para 10h, na Curuzu, é mais uma boa notícia para os bicolores. Primeiro, por significar dinheiro em caixa para o clube pela transmissão. E, depois, porque se sabe que não afetará a arrecadação. Empolgada como está, a torcida não deixará de prestigiar a partida nem que fosse marcada para a madrugada.
“Sem a prévia autorização não há ato do presidente do Clube do Remo, há ato de pessoa que usurpa poder de outro órgão societário, há abuso de poder por transbordamento da competência estabelecida para agir conforme Estatuto Social, há conduta não compatível com o dever de preservação do Patrimônio Societário, há despotismo não autorizado e não tolerado! (…) Ao martelar o escudo remista quase centenário, o qual decorava um pilar do estádio Evandro Almeida, o infrator agiu desconforme ao papel que ocupa e ao dever de zelar pelo patrimônio societário. Agiu sem poderes para tanto, sem a autorização desta egrégia Casa de Deliberação, desrespeitando os seus membros eleitos e natos, bem como a todos os torcedores de nosso Clube do Remo”.
Trecho do alentado documento encaminhado ao presidente do Conselho Deliberativo do Remo, pedindo a expulsão sumária do presidente Amaro Klautau. Condel deve dar 10 dias para que o acusado se defenda e, em seguida, se reunirá para tomar uma decisão. As picaretadas ainda devem custar muito caro a AK.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 23)