Coluna: As boas chances do Águia

Na hora decisiva, o Águia talvez não possa contar com três peças que vinham alavancando a boa campanha na Série C: Diego Biro, cuja presença no meio-campo deu consistência e força ao setor; Daniel, volante de bom passe; e Felipe Mamão, artilheiro do time, vivendo grande fase técnica. Para o duelo com o Fortaleza, o técnico João Galvão deve substituí-los por Jaime, Cleuber e Samuel, mas essas ausências forçam o time a ter postura diferente.
Jaime cadencia o jogo, faz lançamentos e busca aproximação com os atacantes. Diego Biro reforça a marcação e bloqueia melhor. Com ele, o time fica mais rápido. Cleuber tem estilo mais marcador. No ataque, a diferença de estilos é quase imperceptível (Samuel é mais fixo, Felipe sai bastante da área para buscar jogo), mas o entrosamento do titular com Torrô é um dos importantes trunfos do Águia.
Caso seja necessário, em função de alguma necessidade momentânea, Tiago Marabá é alternativa tanto para o meio-campo quanto para entrar no ataque. Por característica, o Águia ataca sempre. Raramente, se acomoda a esperar o adversário. Mas, como o empate lhe convém, Galvão talvez tenha que ceder à cautela como estratégia. De toda sorte, um confronto com alto grau de dificuldade, mas o Águia parece mais preparado. 
 
 
Em Rio Branco, o Paissandu só vai cumprir tabela. Com seus principais jogadores (Tiago Potiguar e Sandro) providencialmente poupados da canícula prevista para o momento do jogo – expectativa de temperatura beirando os 40 graus, com sensação térmica de 14h – Charles tem a chance de observar outros valores do elenco, entre os quais o bom volante Romeu, revelado nas divisões de base do Remo. Para não dizer que o jogo é amistoso, o Papão tem motivação especial: quebrar, finalmente, o incômodo tabu de quatro anos sem vencer fora do Estado. Chance melhor que esta dificilmente vai aparecer ainda em 2010.  
 
 
Diante da demora na definição do terreno da futura Arena do Leão, não acontecerá mais na terça-feira (21) a homologação do acordo de venda do Evandro Almeida, conforme previa o cronograma da negociação mediada pela Justiça do Trabalho. Para tentar recuperar o tempo perdido, na sexta-feira, o presidente Amaro Klautau anunciou às pressas que a área do novo estádio já está praticamente comprada. Depois de um mistério que durou cerca de dois meses, soube-se finalmente que o terreno fica mesmo no bairro Anita Gerosa (ex-Aurá), em Marituba, como a coluna antecipou desde maio, semanas antes da Copa do Mundo.
Fustigado pelas críticas ao negócio, AK garante que a arena ficará longe da rodovia BR-316 e bem distante dos odores do lixão, seu malsinado vizinho. Há controvérsias. Aliás, a opção por local tão ermo pode custar muito caro ao ambicioso projeto imobiliário do dirigente.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 19)

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