Coluna: A Charles o que é de Charles

O Paissandu provou, de uma vez por todas, que é o melhor time do campeonato. Ontem, não tomou conhecimento do líder invicto (campanha 100% até então) do returno. Passou como um trator. Jogou como fazem as grandes equipes. Dominou os espaços, encurtou as distâncias, simplificou as finalizações. No final, o atestado da superioridade: 6 a 1.
O placar foi construído sem grande esforço, veio naturalmente. Pareceu até fácil. Na verdade, o Paissandu tornou tudo mais fácil. Levou um susto logo a um minuto (bola na trave chutada por Wando), mas impôs seu ritmo, acuou o Águia e chegou a três gols antes dos 30 minutos.
Depois disso, tratou de controlar o jogo e dosar energias. Para isso, a regra básica é fazer a bola girar. O time seguiu esse ensinamento e fez mais: pôs o Águia na roda. Por várias vezes, os marabaenses entregavam bolas de graça, tamanha era a presença do Paissandu em campo, dificultando a saída e a transição para Daniel, Tiago Marabá e Rodrigo, que entrou depois.
Os apressados dirão que o Águia esteve irreconhecível. É apenas meia verdade. O Paissandu é que esteve impecável. Tiago Potiguar jogou bem como sempre, Moisés idem, Alexandre também e Zeziel fez sua melhor apresentação no campeonato. Os demais não complicaram.
E, acima de todos, Charles Guerreiro, mentor e organizador dessa equipe. Quase não faz barulho, dispensa marketing, mas é o grande arquiteto desse Paissandu com pinta de campeão. (Foto: MÁRIO QUADROS)
 
 
Giba, bom técnico, de passagem meritória pelo Remo, está diferente. Depois da surpreendente surra sofrida para o Independente no primeiro tempo, sábado à noite, veio com uma desculpa inédita: a trava de plástico das chuteiras azulinas seria a causa do desastre parcial. Engraçado é que o
Independente também usa as tais travas e deu um nó impiedoso no Leão. Tarefa facilitada pela ausência de marcação à frente da zaga. Penso que o esquema 3-5-2 deve ser repensado. Com todo respeito, um time que mal consegue escalar um bom zagueiro não pode se meter a jogar com três.
 
 
A convite de Ronald Jales, estarei, às 20h, na estréia da mais nova atração esportiva da TV paraense: o “Esporte Pará” (esportepara@hotmail.com), na TV Metropolitana, canal 17. Comando de Leandro Santiago e participações de Robgol, Jucélio, Jéssica e do cantor Markinho.
 
 
O Botafogo está tão entranhado na minha vida que, em dia de decisão, o dia parece sempre diferente, especial. Ontem, obviamente, não foi diferente. Tinha um bom pressentimento: de que a vitória seria por 2 a 0, com o segundo gol de Loco Abreu. Errei no escore final. E, além de Joel Santana, dois nomes foram fundamentais neste 19º título botafoguense no Rio: Herrera e Loco Abreu. O estilo sanguíneo dos gringos injetou alma a um time que sempre vence quando se entrega plenamente a uma batalha. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 19)