Coluna: Uma noite de boas notícias

Era tudo o que as duas grandes torcidas queriam. Vitórias para ganhar fôlego e pegar embalo neste começo de Copa do Brasil. No caso do Paissandu, na Curuzu, o triunfo apresentou as dificuldades de sempre, causadas pela indefinição tática e a falta de criatividade no meio-de-campo. Depois de chegar ao gol, em belo lance de Moisés, o time não teve tranqüilidade para se assentar em campo e controlar a partida.

Acabou cedendo o empate dez minutos depois, assustando o torcedor, pois o empate com gols beneficiava o azarão Potiguar. Por sorte, foi no final do primeiro tempo, sem tempo para mais atribulações. Depois do intervalo, visivelmente mais concentrado e ciente das cobranças do torcedor, o time teve outra postura. Sem inventividade, mas com disposição de sobra.

Andorinha solitária, Sandro se encarregou de dar o costumeiro toque de qualidade no passe. Mesmo aos trancos e barrancos, desperdiçando boas chances por pura afobação, o Paissandu ganhou forças para estabelecer o cerco em busca do desempate.

Produto dessa pressão desordenada e nervosa, a vitória começou a se esboçar num lance inesperado. Brida, em gol olímpico (vacilo do goleiro Jader), fez o segundo gol. Um minuto depois, Didi ampliou, assegurando a classificação à próxima fase, quando o Papão cruzará provavelmente com o Palmeiras (que está em vantagem na disputa com o Flamengo-PI).

O bom resultado também deve injetar novo ânimo para a disputa do campeonato, ajudando a desfazer as turbulências que rondam o ambiente do clube. A começar pela situação do próprio técnico Luiz Carlos Barbieri, cuja permanência já começava a ser questionada. 

 

No interior do Espírito Santo, o Remo confirmou a boa fase e arrancou vitória importante sobre o São Mateus, no jogo de ida de seu grupo na Copa do Brasil. Como aconteceu em 80% de suas partidas no Campeonato Paraense, o time permitiu que o adversário inaugurasse o placar. E exatamente como tem ocorrido no certame estadual, conseguiu reverter a desvantagem.

O gol do São Mateus logo de cara, aos 5 minutos, em falha da defensiva, deu a impressão de que o Remo podia ter muitos problemas no desenrolar da partida. Até teve, mas conseguiu se desembaraçar com organização e alguma sorte. Três minutos depois, Fabrício Carvalho igualou o marcador, cobrando falta.

Depois disso, o Remo passou a dominar as ações e conseguiu o desempate ainda no primeiro tempo, depois que o artilheiro Marciano recebeu bom passe de Vélber e mandou no canto. No segundo tempo, veio a natural investida dos donos da casa, buscando o gol, na base da raça.

O meia Marcelo Pelé até balançou as redes, aos 20, em lance invalidado pela arbitragem. No final, o volante Marlon quase despachou o São Mateus com um arremate forte, que explodiu na trave do goleiro Róbson. Sob um certo ponto de vista, a vitória simples (25ª partida invicta do time de Sinomar) é bom negócio, pois abre a perspectiva de uma grande arrecadação em Belém, no dia 10 de março, no confronto de volta. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira)

Ficha técnica de São Mateus x Remo

SÃO MATEUS (ES) x REMO

Local: estádio Conillon, em Jaguaré (ES), às 21h

São Mateus – Robson; Ronnis, Danilo, Jeferson e Pedrinho; Marcelo, Juarez, Marcelo Pelé e Clélio (Bombom); Moisés (Tijolinho) e Ítalo. Técnico: Célio Silva.

Remo – Adriano; Levy, Pedro Paulo, Raul e Paulinho; Danilo, Fabrício, Vélber (Samir) e Gian; Marciano e Héliton. Técnico: Sinomar Naves.

Árbitro – Wagner dos Santos Rosa (RJ); assistentes – Luiz Muniz de Oliveira (RJ) e Wendel de Paiva Gouveia (RJ).

Ficha técnica de Paissandu x Potiguar

PAISSANDU x POTIGUAR

Local: estádio da Curuzu, às 21h

Paissandu – Fávaro; Parral, Paulão, Leandro e Brida; Muçamba, Tácio, Sandro e Eanes (Fabrício); Didi e Enilton (Moisés). Técnico: Barbieri

Potiguar – Jader; Leandro Macaxeira, Joatan, Junior Maceió e Álvaro (Roquete); Leandro Carioca, Barata, Vaninho e Tércio; Quirino e Tiago Potiguar (Didi). Técnico: Neto Matias

Árbitro – Elivaldo Cássio Ribeiro (AP). Ingressos – R$ 20,00 (arquibancada), R$ 30,00 (cadeira lateral) e R$ 40,00 (cadeira central).

Na Rádio Clube – Cláudio Guimarães narra, Rui Guimarães comenta. Reportagens: Dinho Menezes

Pescando na grande rede…

Por José Roberto Malia

SUS. A gratidão gremista é cantada em prosa e verso pelo meia Souza. Ao apresentar a conta da cirurgia no joelho esquerdo, o jogador soube que o time gaúcho pagaria apenas 50%, porque a operação foi realizada em São Paulo. O plano de saúde do clube cobre apenas o Sul. O apoio explícito do Grêmio solidificou uma convicção em Souza: jogador é como empresa – enquanto dá retorno, é o melhor do mundo; quando não dá, que vá procurar sua turma.

Bota apresenta novos jogadores

Apesar de já estarem treinando no clube há dez dias, o zagueiro Danny Morais (ex-Inter) e o volante Sandro Silva foram apresentados de maneira oficial pelo Botafogo na manhã desta quarta-feira (24), em General Severiano. Os dois já estão com a documentação regularizada e se juntam ao lateral-direito Jancarlos (ex-Cruzeiro), apresentado há duas semanas, na lista de novas opções para o técnico Joel Santana escalar na Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca, e na Copa do Brasil. Sandro Silva veio do Palmeiras e teve uma passagem pelo Remo, em 2007, quando o Leão caiu para a Série C.

Tribuna do torcedor

Por Eduardo Almeida (educreedence@oi.com.br)

Não serei hipócrita e falar que não fui a favor da venda. Sim, eu fui, porém comecei a pensar na minha infância e relembrei que vi muitos ídolos no Baenão não só isso vi que aquele lugar  é como se fosse uma espécie de consultório de terapia onde todos entram e relaxam esquecendo seus problemas mesmo que momentaneamente. Fico triste em ver que o clube que aprendi a amar como um ente querido esteja acabando, não sou fanático mas sinto vontade  de chorar só em pensar que meu querido e amado CLUBE DO REMO pode estar próximo do seu fim. Como ainda vi que existe tempo para que não haja a venda, espero que não ocorra pois nunca vi alguém vender a sua casa para pagar dívidas e ir morar em um lugar melhor e com dinheiro no bolso. Não sou saudosista, pois tenho apenas 27 anos. Sou um dos milhões de torcedores que amam esse clube, Filho da Glória e do Triunfo, que com administrações de homens sérios sempre soube mostrar o que ele representa para a população do Norte – e, por que não, brasileira. Espero que a decisão tomada não afunde o meu amado e querido Clube do Remo.

Por uma torcida desorganizada

Por José Roberto Torero (da Folha SP)

Que tal formamos a Torcida Desorganizada, uma torcida que brigará com quem nos quer transformar em trouxas? Na semana passada, escrevi sobre o trouxedor, uma mistura de trouxa e torcedor. O trouxedor é o sujeito que, como eu, gosta de ir aos estádios, mas é maltratado por flanelinhas, cambistas, bilheteiros, policiais e até pela falta de banheiros e comida.

O texto teve repercussão inesperada. Aqui na Folha já escrevi umas 800 colunas, e essa foi uma das dez que mais tiveram resposta dos leitores. Muitos disseram que o mais certo era deixar os estádios, como protesto. Outros escreveram que é possível ir aos jogos e, ao mesmo tempo, lutar para não ser um trouxedor. Como prefiro a batalha à retirada estratégica, estes últimos acabaram me convencendo. E com bons argumentos.

Quanto aos flanelinhas, há a sugestão de deixar o carro um pouco mais longe e andar. O Pacaembu, por exemplo, possui um shopping próximo e vários estacionamentos na avenida Paulista, numa distância perfeitamente percorrível em meia hora de caminhada tranquila.

Em relação aos cambistas, a ideia é matá-los de inanição. Ou seja, jamais comprar um ingresso deles. Há que controlar o nosso vício. Se não deu para adquirir o ingresso antes, e se no dia da partida não há como comprar na bilheteria, paciência… O jeito é não ver o jogo. Comprar de cambista, jamais! Quem faz isso quer bancar o esperto, quer pular na frente da fila pagando uma propina.

Contra os bilheteiros desonestos, o jeito é botar a boca no trombone. Desde já ofereço meu blog (http://blogdotorero.blog.uol.com.br/) como espaço de reclamação e conversa. Ali, nós podemos compartilhar problemas e soluções, e até decidir fazer algumas ações. De minha parte, posso usar este meu emprego de jornalista para entrevistar administradores, vereadores, cobrar informações etc…

Na verdade, acho que nós, os trouxedores, devemos formar a nossa Torcida Desorganizada, uma torcida que não brigará com outras, mas com aqueles que nos querem transformar em trouxas. Uma torcida que abrigará torcedores de todos os times. Nossa proposta é apenas ver nosso joguinho em paz no estádio. É pouco e é muito.

Nossa Torcida Desorganizada não terá sede, reuniões chatas ou mensalidade. Mas pode ter um bom site. Podemos não conseguir mudar o mundo, mas talvez consigamos um banheiro decente para mulheres, demitir algum bilheteiro corrupto ou até, quem sabe, um espaço para assistir aos jogos ao lado do nosso amigo do outro time. Eu sei que é pouco, que é quase nada. Mas conquistar alguma coisa já seria como um time pequeno vencer uma equipe poderosa.

Trouxedores do mundo, uni-vos. Ou melhor, unamo-nos.