Coluna: Individualidades em alta

Quando um time não consegue impor-se pela organização e conjunto em campo deve recorrer a seus trunfos individuais. Foi o que aconteceu com o Remo, ontem, no Baenão, diante de um atrevido Santa Rosa. Sufocado nos cinco minutos iniciais, a equipe soube aproveitar as duas oportunidades surgidas em todo o primeiro tempo. E quem se encarregou da execução foi Vélber, bem posicionado e preciso nas finalizações.

No outro extremo, Adriano apareceu decisivamente em pelo menos três ataques agudos, contribuindo para assegurar o triunfo. Na primeira intervenção, defendeu arremate fulminante de Marcelo Dias no instante seguinte ao gol de Vélber abrindo o placar. Depois, no segundo tempo, ao defender dois disparos de Rafael Pimpão.  

Por parte do Santa Rosa faltou justamente essa centelha de inspiração a seus atacantes, que manobraram bem, pressionaram a zaga remista, mas não tiveram a perícia necessária para chegar ao gol. Apesar disso, os 10 mil torcedores presentes presenciaram uma atuação digna dos comandados de Mário Henrique.

A facilidade com que a transição era feita do meio-campo ao ataque desorientou a marcação remista, que só conseguiu combater melhor a partir do instante em que o volante Danilo se plantou à frente da dupla de zagueiros, funcionando quase como um terceiro beque.

Kevson, Marcelinho e Marcelo Dias trocavam passes com desembaraço, sem se intimidar com o barulho da torcida. Tinham a tarefa facilitada pelo auxílio constante dos laterais Eric e Johnny. Coisa que faltava aos dianteiros remistas, dependentes da criatividade de Gian e Vélber. Os laterais Neto e Paulinho pouco contribuíam, limitando-se a guarnecer a posição, o que obrigava Marciano a sair da área para fazer cruzamentos.

Mas, antes que alguém resolva crucificar o trabalho de Sinomar Naves, é justo reconhecer que o Remo não enfrentou um adversário qualquer. O Santa Rosa tem um dos melhores conjuntos do campeonato, até o momento. Joga como se não tivesse preocupações com o amanhã e agride com até quatro jogadores, o que atrapalha qualquer defesa.

No fim das contas, deve-se avaliar que a vitória de 2 a 0 foi preciosa para o Remo, que pecou bastante em termos coletivos, mas, ainda assim, conseguiu transformar seus poucos lampejos em vantagem concreta. Objetividade é isso.

Melhores em campo: Vélber, Adriano, Danilo, Héliton, Marcelo Dias e Kevson.

 

No sábado à tarde, o Paissandu repetiu os erros de sempre, principalmente na criação de jogadas, mas também se salvou do tropeço contra o Ananindeua através de ações individuais: de Moisés, esperto no aproveitamento de um cochilo da zaga, e de Zé Augusto, que participou dos lances capitais, atestando sua utilidade. Para o Re-Pa, Barbieri terá o desafio de arrumar o miolo de zaga e arranjar um meia-armador de verdade, que consiga armar o jogo. (Foto 1: MÁRIO QUADROS; foto 2: NEY MARCONDES)

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 01)

13 comentários em “Coluna: Individualidades em alta

  1. Estava evitando fazer análise do time remista, mas como já vejo alguns azulinos empolgadinhos (continuem assim), vou fazer uma comparação rápida.

    O Remo jogou contra um Ananindeua capenga, sem Max Melo, Ricardo Henrique, Gil Cametá, Cleidir e Joãozinho, jogadores que sem eles o time da RMB vira um sub-20, como aquele que estreiou.

    Pelo que vi ontem o time do Remo também tem com o que se preocupar. No jogo contra o Paysandu, o Santa Rosa não teve tantas oportunidades e facilidade de chegada como teve ontem, é só comparar os melhores momentos das duas partidas. E olha que o Santa não teve seu 2° melhor jogador, Jeferson.

    O Remo sem o Fabrício perde na saída de bola, tem sim uma zaga que não é segura totalmente e uma lateral direita que é nula. Welber e Gian bem marcados inexistem, e o time mais uma vez vai precisar de seu goleiro (maior ídolo dos ultimos anos, imagina pq?).

    Gerson, pra finalizar, que jogador é esse Marcelo Dias rapaz? dribla bem, tem força e arranque. Tomara que alguém do Papão esteja de olho, pois trata-se de um belíssimo jogador.

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  2. Marcelo, o problem do REPA, é o Paysandu. Porque o remo realmente nao é esse TERREMOTO q andam dizendo. Tanto q o Marciano ontem nao fez nada. Mas o papão tem duas deficiencias enormes. Um meio campo q nao cria, q fica dependendo do velho Sandro, q é volante. O remo pelo menos tem Gian e Velber q sabem tocar a bola. Alem disso, o bicolor tem um ataque meia-boca. Nao tem um atacante de área q coloque medo na zada adversaria. Ou seja, sem um “Enilton” da vida, fica dificil. A gente fica dependendo da estrela do zé algusto.
    Sinceramente, não tô com fé. Tenho receio inclusive de uma goleada (historica).

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  3. Ainda não entendi por que tanta insistência em diminuir os méritos do Remo. Gerson, não foram apenas duas oportunidades, foram pelo menos quatro.
    Se prestou bem atenção no jogo, viu o Welber chutando uma bola que só não entrou pq o zagueiro consegui desviar,mesmo assim ela passou muito perto,e o Pedro Paulo cabeceando uma bola de escanteio para fora, sem goleiro, e na pequena área.
    Aos outros, continuem falando das deficiências do Remo, nos ajuda a melhoras. Esqueçam das suas vitórias suadas, a última com ajuda da arbitragem, e do empate com esses mesmo Santa Rosa.
    Já morro de rir dos comentários agora, depois do rexpa a coisa tende a ser mais engraçada ainda.

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    1. Em nenhum momento tento diminuir os méritos do Remo, Deuzinei. Leia com mais atenção (e um pouco de isenção) a coluna. Concordo que o Vélber quase marcou o terceiro, mas o beque estava lá justamente para impedir que a bola entrasse, concorda? Se você viu o jogo, o Santa Rosa teve tantas ou mais chances claras de gol. Isto não é desmerecer a vitória azulina, pelo contrário. Só valoriza a objetividade da equipe, que não fez uma grande exibição ontem. E isso está dito no texto, claramente.

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      1. “A equipe soube aproveitar as duas oportunidades surgidas em todo o primeiro tempo”. Só isso?

        “No outro extremo, Adriano apareceu decisivamente em pelo menos três ataques agudos, contribuindo para assegurar o triunfo”. Não é essa a função do goleiro?

        “Apesar disso, os 10 mil torcedores presentes presenciaram uma atuação digna dos comandados de Mário Henrique.” Um milagre não saírem com a vitória?

        Gerson, camarada. Eu mesmo estou me achando mais implicante do que o normal. Mas, talvez pela inquietação que os últimos anos do Remo me trouxeram, gostaria de ver mais elogios aos trabalhos desse ano, mesmo sabendo que falta muito para o ideal.
        Quanto a isenção, é justamente o que estou tentando balancear contra os outros comentaristas do blog. Ou a falta dela. 🙂

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  4. Didi nao foi regularizado e Enilton nao esta em forma. Acho melhor os bicolores comecarem a pensar na serie C, porque o Parazao ja era, pois nao ha tempo para engrenar o time. Ser vice ja seria lucro.

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  5. tem o parazão inteiro para testar jogador, esquema tático e aprimorar condicionamento físico. quem precisa ganhar alguma coisa é o rEmo se não vai ficar de férias mais cedo de novo.

    Amigo, Denis o Luciano Dias mostrou no sábado que pode ser esse atacante que o Bruno Rangel nem tentou ser, acho que o meio campo que jogou contra o ananindeua ainda pode render bons frutos, vamo dar mais uma chance ao garoto Jênison. O problema é que o paysandú não tem lateral.

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  6. Se o Barbieri cair, a torcida bicolor tem que ficar receosa, porque sera mais um tempo perdido para a serie C. E dependendo de quem seja o tecnico, a emenda pode sair pior.

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  7. GOSTARIA MUITO QUE O MEU CLUBE USASSE O SERVIÇO DE OLHEIRO, POIS ASSIM, QUE SABE NÃO TERÍAMOS CONTRATADO O MARCELO DIAS. ALIÁS, NEM PRECISA SER OLHEIRO, ATÉ CEGO VÊ QUE ESSE JOGADOR JOGA PRA CARAMBA.
    INFELIZMENTE FOI PARA O LADO DE LÁ.

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