Zico deu, há duas semanas, uma interessante entrevista à “Folha de S. Paulo”, na qual questiona o alegado favoritismo do Brasil para a disputa da Copa de 2010 na África do Sul. O técnico do Olympiakos prevê sérias dificuldades para a Seleção no torneio. Para arrematar, fez uma observação curiosa (e pertinente) sobre o time de Dunga.
Para o Galinho, parece no mínimo preocupante que a Seleção seja tão dependente de um goleiro. Segundo ele, a excepcional fase de Júlio César, que vem se prolongando desde 2008, não só ajudou o Brasil a superar inúmeros obstáculos durante as eliminatórias sul-americanas como também a mascarar imperfeições de ordem tática e de posicionamento em campo.
Apesar dos elogios ao goleiro da Inter de Milão, cria do Flamengo, Zico enxerga na fragilidade do sistema de marcação um dos pontos cegos que podem comprometer os sonhos brasileiros na Copa sul-africana. Não disse, mas deixou no ar que os adversários certamente estão atentos a esses detalhes – como estavam em 2006, quando o mundo inteiro dava o Brasil como pule de dez para a conquista do hexa.
Lembra, ainda, que goleiros da Seleção costumam fazer por jogo uma ou duas grandes defesas, pois os adversários pouco ameaçam. Na era Dunga, não tem sido assim. Virou rotina ver Júlio César se desdobrando, tendo que fazer até cinco intervenções de extrema dificuldade (algumas milagrosas) contra times medianos, como Equador, Colômbia, Chile e até a Bolívia (como foi visto no empate em 0 a 0, no Engenhão).
Descontada a conhecida rusga entre Dunga e Zico, que cultivam visões antagônicas sobre a importância do chamado futebol-espetáculo, com ênfase na comparação entre as seleções de 82 e 94, a análise do Galinho é digna de respeito e deve ser recebida como contribuição valiosa. Até porque talvez ainda dê tempo de corrigir as vulnerabilidades do escrete.
A Tuna, que já amargou a ausência na fase principal do campeonato estadual deste ano, está em vias de ficar novamente de fora em 2001. Precisa vencer o Independente, uma das melhores equipes do torneio e ainda torcer por tropeços de Ananindeua ou Santa Rosa. De repente, é até mais provável acontecer a combinação favorável de resultados do que a Tuna passar pelo time de Tucuruí.
O renascimento de jogadores veteranos, encabeçado por Petkovic no Flamento, criou um fenômeno curioso no mercado da bola. Encheu de entusiasmo muita gente que já andava de pijamas e pantufas. Roberto Carlos está voltando ao futebol brasileiro, Marcelinho exige espaço no Corinthians, Marcelinho Paraíba é anunciado como grande reforço no São Paulo e até Cafu já se assanha para voltar aos gramados.
Diante disso, o Remo demonstra estar rigorosamente na moda ao dar chances aos rodados meias Gian e Vélber.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 20)
Sobre a exaltação dos “velhinhos” como Gian e Vélber, lembro que o time do Paysandu que perdeu para o Icasa estava cheio desses “velhinhos”. A média de idade ficava acima dos 30 anos e deu no que deu: 6 x 1 pro Icasa. A coisa era tão feia que todos passaram a pregar a renovação do time, e o aproveitamento de jogadores mais novos.
As últimas passagens de Gian e Vélber pelo futebol do Pará foram deploráveis, sem contar que Vélber enfrenta um grave problema de coluna. Petkovic e exceção, não regra, e não tem histórico de sérios problemas clínicos.
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A polêmica é pertinente e o “Galinho” tem razão: o Júlio César vem sendo muito exigido, atestando que o ataque tem chegado com frequência na área brasileira.
Talvez, se deixassem de lado a fora de época discussão sobre 82 e 94, Dunga e Zico conseguissem trocar uma conversa, mediada por Jorginho, achando a melhor forma de fazer nossa defesa fazer menos propaganda do goleiro Júlio César.
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Estou preocupado com a Tuna, sobretudo com a falta de responsabilidades , que ano após ano os dirigentes vao deixando de ter, para com o futebol.
Desde que me entendo como adepto da Aguia do souza, nunca o clube passou por momentos assim. sempre houveram gente com vontade de por fim ao futebol luso, mas agora sinto que ha’ gente mal intencionadas que querem dar fim as chuteiras da malta.
Mas vida de adepto tem disso, ver o time mais uma vez longe do estadual e’ doido, Mas sentir que o time pode desaparecer e’ um sentimento que nao desejaria a nenhum desafeto.
Enfim dentro de algumas horas estarei de ouvido colado na Dna. net, torcendo como doido para a Aguia guerreira, e chutando para todos os lados os malditos numeros e prognosticos.
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Quando o Zico esteve a fente do selecionado niponico, ele nao conseguia enxergar, nem com lupa os defeitos seus e do time.
Ao que parece o galinho de Quintino , aprendeu, a pelo menos a dar tecos.
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O problema do selecionado niponico era elenco, mas realmente o Galo evoluiu. Apesar da temporada ruim no CSKA, o que nao significa muito porque o outro tecnico nao superou o Rubim Kazan. Hoje, esta bem no fraco futebol grego, no Olympiakos e foi bem no Fenerbahce. So falta pegar um tim de ponta na Europa, pra melhor avaliacao. Quanto ao time do Dunga, disse tudo e a Espanha e mais time atualmente.
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Dunga tem que rever seus conceitos urgentemente pra não ser “surpreendido” na Copa da África do Sul. É o que eu sempre digo, jogar no contra-ataque é muito fácil, e se vc tem ótimos jogadores à disposição é melhor ainda. Jogar na base de contra-golpes (e não estou discutindo o mérito da Seleção ou de outras equipes que sabem usar muito bem esse artifício) a tarefa é mais fácil ainda. Contudo, exeige pouco esforço criativo, basta ocupar bem os espaços e aproveitar os vacilos do oponente. Essa Seleção que venceu com autoridade a Argentina por 3×1 no Gigante de Arroyto em Rosário é a mesma que não conseguiu criara nada contra a prórpria Argentina no Mineirão em BH, mostrando, em termos criativos, uma dificuldade homérica pra fazer seu jogo fluir, pois jogava em casa, e não jogava no contra-golpe, pois a iniciativa partia dela, como mandante. Abre o olho Dunga, na Copa, ningu´me vai se expor contra o Brasil e, diferentemente da Eliminatórias, na África o campo será “neutro”. Logo…
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Zico tem toda a razão, essa seleção não joga nada, só foi a primeira nas eliminatórias porque a Argentina está em crise no futebol.
Se Dunga não tiver cuidado, não passa nem da primera fase, seleção que joga só na base dos contra-golpes, corre sério risco de voltar pra casa mais cedo.
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Só quem não observa atentamente o futebol poderia achar que aquela seleção de 2006 era favorita. Nunca na história do Brasil tinha visto um selecionado tão pedante! Ainda foram longe…
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