Rock do dia – R.E.M., She Just Wants To Be

Lado B poderoso da banda que nunca erra. Atenção para o solo do craque Peter Buck.

Milan e Juve aproximam-se da líder Inter

A Juventus voltou à briga pelo topo do Campeonato Italiano neste sábado. Atuando em Turim, a “Velha Senhora” levou a melhor no clássico sobre a Internazionale e bateu o adversário por 2 a 1. O resultado deixa a Juve com 30 pontos, em terceiro lugar, um a menos que o Milan (31) e cinco de desvantagem em relação à própria Inter (35).

O primeiro gol da partida saiu aos 20 minutos da etapa inicial: em bela cobrança de falta do brasileiro Diego, a bola desviou em Del Piero à queima-roupa, matando o goleiro Júlio César e colocando a Juve em vantagem. Felipe Melo chegou a comemorar o gol, mas a arbitragem validou o tento para Del Piero. Cinco minutos depois, aos 26, o camaronês Samuel Eto’o deixou tudo igual: 1 a 1. No segundo tempo, a Juventus chegou ao gol da vitória aos 13 minutos, com Marchisio. Nos instantes finais do jogo, houve uma briga generalizada entre jogadores das duas equipes em campo, e o brasileiro Felipe Mello foi expulso.

Já o Milan, jogando em Milão, bateu a Sampdoria por 3 a 0, com grande atuação de Ronaldinho Gaúcho e Pato. O resultado põe o time de Leonardo em segundo lugar na classificação do campeonato italiano. 

Vi o jogo do Milan e é impressionante a recuperação de Ronaldinho. Com ele, aliás, o time todo cresce e mostra-se capaz de brigar pelo título. Seedorf também apareceu muito bem – marcou um golaço aproveitando passe açucarado do Gaúcho – e, no ataque, Pato fez um gol e esteve a pique de fazer outros dois em lances individuais.

Coluna: Das panacéias azulinas

Clubes de futebol não têm proprietários particulares. Pertencem a seus sócios e torcedores. Por isso, devem ser geridos como entidades de interesse público, cujos destinos interessam a milhares de pessoas. É justamente o caso dos dois rivais paraenses, Remo e Paissandu, assolados por dívidas de difícil comprovação – e compreensão. Talvez por isso, os dirigentes se apeguem a qualquer fuga de idéia para operar o milagre do saneamento das contas. 
No cenário mais desesperador, como se não houvesse amanhã, o Remo ensaia há três anos a venda de parte de seu patrimônio, construído ao longo de um século. No ano passado, tentou retalhar a sede social de Nazaré e aceitou até o estranho leilão da sede campestre, obtendo pífios resultados com o dinheiro auferido.
Nem essa má experiência arrefeceu a compulsão vendedora dos atuais dirigentes – que, aliás, somente depois de eleitos anunciaram a intenção de vender o estádio Evandro Almeida, tradicional praça de esportes localizada no coração da cidade. Hoje, sem qualquer constrangimento, a iniciativa é alardeada como panacéia para todos os males. Nenhuma menção, mesmo superficial, ao valor afetivo que a praça de esportes tem para a torcida.
A diretoria trombeteia que vender o estádio vai transformar, da noite para o dia, o Remo em nova potência nortista. Menos, menos. Com sorte, as dívidas possivelmente serão quitadas, mas o clube vai continuar sua marcha inglória em meio aos desmandos e à falta de juízo no gerenciamento de suas contas – já sem seu mais valioso patrimônio físico.
O dinheiro obtido deve prover dois ou três anos de bonança, talvez nem isso, mas logo novos débitos brotarão como erva daninha. O novo estádio – a “moderníssima Arena do Leão” – deverá ser erguido fora da área urbana de Belém, talvez em Marituba ou Icoaraci, num espantoso esforço de favelização de patrimônio aplaudida pelos conselheiros.
Até o leãozinho de pedra de Antônio Baena sabe que não há chance de happy-end. Quem vê futebol com olhos atentos sabe que o torcedor, refratário a estádios distantes (o Mangueirão é bom exemplo disso), vai abandonar o clube. Não por desamor, mas por conveniência e conforto. Sem torcida a apoiar, logo o clube também desistirá da tal arena.
Alguém precisa explicar claramente o que será feito para destrinchar esse nó, caso o propósito de vender o Baenão à Igreja Universal do Reino de Deus se concretize. Talvez invocar a providência divina seja um bom caminho, visto que a transação envolve singular grupo religioso. Afinal, como se sabe, só Jesus salva. 
 
 
De Júlio “Uri Gheller” César, preciso e definitivo, sobre Andrade (que será campeão daqui a pouco): “Era um craque no meio-campo, roubava bola com pinça. E é bom que ganhe o título porque estamos cheios de técnicos falastrões e que se acham melhores que todo mundo”. Na mosca.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 6)