Adeus a um “blogueiro sujo”

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Willians Miguel (Sr. Cloaca) morreu neste domingo, eem São Paulo. Foi um dos primeiros blogueiros de esquerda no Brasil, com um texto ácido e bem humorado. Influenciou e virou referência para centenas de outros blogs engajados. Ganhou prêmios importantes e se orgulhava de sua condição de “blogueiro sujo”.

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Willians Miguel presente!

“Que cresçam suas glórias e as minhas lágrimas contentes…”

Com apito amigo, S. Paulo vence Fogão e se aproxima do G4

https://www.youtube.com/watch?v=XGEpcjLhIrI

Não é “bala perdida”, é bala achada

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Por Kiko Nogueira, no DCM

Um eufemismo idiota precisa ser retirado de circulação no Brasil. A menina Ágatha Félix teria sido morta por “bala perdida”, assegura a mídia. Nada mais falso. Nada mais canalha, eventualmente.

Ágatha foi alvejada nas costas numa Kombi, ao lado do avô, por um policial que disparou contra o veículo. Não foi um tiro de advertência para cima. Não estava ocorrendo um tiroteio, de acordo com as testemunhas.

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Ela é a 16ª criança assassinada por arma de fogo no Rio apenas neste ano, segundo levantamento da organização Fogo Cruzado.

Essas foram as vítimas reconhecidas, veja bem. É muita gente pobre morrendo, basicamente, da mesma maneira.

Jenifer Silene Gomes, de 11 anos, estava na porta de um bar, descascando cebolas, na favela de Jacarezinho, quando foi atingida. 

Kauã Vítor Nunes Rozário andava de bicicleta, no Bangu, quando a bala de um fuzil perfurou-lhe as costas.

Estatisticamente, não faz sentido atribuir esses óbitos ao acaso. É política de estado. É algo intencional, articulado, pensado pelo governador Wilson Witzel e levado a cabo pela PM.

Não é bala perdida. É bala achada.

Bala com alvos evidentes numa parte da cidade sobre a qual Wilson Witzel já quis jogar uma bomba. 

A ingenuidade da esquerda sobre a guerra híbrida

Por Luiz Müller

A Esquerda tem uma dificuldade enorme de compreender que a Comunicação é a principal arma das guerras modernas. As Redes Sociais, capazes de universalizar o individual e individualizar o universal de acordo com o perfil de que cada individuo, são o instrumento a municiar diuturnamente nossas mentes com balas que em não sendo compreendidas, podem nos destruir por dentro. As Revoluções Coloridas no mundo árabe, que destruíram nações inteiras, transformando-as em amontoados de gangs, tribos e milícias são demonstração disto. A descrição do horror das Guerras Hibridas esta muito bem descrito no documentário “Privacidade Hackeada” no Netflix. “Nada é o que Parece”, diz uma das protagonistas do documentário a certo ponto. Não me alongarei sobre o tema geral, mas falo aqui do tema específico. Felipe Neto é um dos Youtubers mais seguidos do Brasil. Ele granjeou boa parte de seus seguidores entre crianças e adolescentes, vendendo produtos e pautas neo liberais inalcançáveis aos pobres, mas formadoras de uma cultura e um caldo super individualista, da meritocracia de classe dos que tem, etc…. Politicamente sempre foi um feroz opositor ao PT, que não escondia seu ódio ao PT. Ódio de Classe, aquele ódio empedernido da Classe Média, que criticava Lula por ter transformado”aeroportos em rodoviárias cheias de pobres”. Felipe Neto era isto antes da eleição de 2018 e nunca escondeu. No 1º turno da eleição fez campanha para o PSDB, é claro. No 2º turno, há quem diga, ele teria dito que votaria em Haddad, mas tapando o nariz.

Depois seguiram os ataques ao PT. Pra ele, “Bolsonaro, Olavo de Carvalho e o PT tem total simetria.”

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Notem que o tuite é de agosto de 2019. Diferente do período de disseminação de ódio ao PT do qual participou, Felipe Neto agora propaga a mesma posição divisionista propalada por tucanos: a polarização que supostamente o PT também promoveria, não seria o caminho, e sim um outro, de rejeitar o bolsonarismo e o PT como dois lados de uma mesma moeda. E posições como estas vem no entremeio de outras, recheados de identitarismo que parece soar como luta por direitos, mas que tem por único objetivo a divisão dos que precisariam estar mais unidos do que nunca pra combater a Classe Dominante.

Ele continua atacando ideologicamente o PT. Por que ideologicamente ele e quem o paga, são neo liberais do capital financeiro internacional. Mas por que até hoje o PT não constituiu um Grupo de Inteligência para lidar com o tema das Redes Sociais, até poderosas lideranças do PT e da esquerda abrem caminho para que gente como Felipe Neto seja introduzido em nossa bolha, para no momento conveniente, a eles é claro, explodi-la. A “Revolução Colorida” calçada no identitarismo, usada como instrumento de divisão da classes sob os auspícios da ingenuidade militante de uma esquerda que anda apartada da classe que deveria não só representar, mas servir de luzeiro para a permanente luta de classes.

Witzel e Bolsonaro podem ser apontados como mandantes do assassinato de Ágatha

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Por Ariel de Castro Alves (*) 

Wilson Witzel, Jair Bolsonaro e Sérgio Moro são os nomes dos principais mandantes do assassinato da menina Ágatha Felix, de 8 anos, e dos demais assassinatos em série promovidos por policiais no Rio de Janeiro.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, por mandar a polícia promover ações sangrentas nas comunidades periféricas cariocas. O Presidente Jair Bolsonaro por apoiar explicitamente a violência policial e incentivar um verdadeiro faroeste na sociedade brasileira.

Já o ministro da Justiça, Sérgio Moro, com apoio de alguns veículos de comunicação, pretende que os policiais, como os envolvidos na morte da menina Ágatha, justifiquem que agiram em legítima defesa, com “violenta emoção”, com “surpresa” ou com “medo”, para que fiquem impunes.

Somam-se a eles, alguns setores das classes média e alta do Rio de Janeiro, que são co-responsáveis pelos assassinatos cometidos por agentes do estado, porque entendem que essas mortes são meros “efeitos colaterais” do enfrentamento contra a criminalidade.

Certamente não pensariam a mesma coisa se seus familiares fossem vítimas dos assassinos que representam o Estado. Há 11 anos, em 2008, no mesmo Rio de Janeiro, o menino João Roberto, de 3 anos, foi assassinado por policiais militares que diziam estar perseguindo criminosos, quando o carro da família foi alvejado.

Na época, os acusados só faltaram colocar uma arma na mão do infante para simular um confronto, como de costume.

Porém, a criança era de uma família de classe média, e o caso gerou ampla consternação e repúdio geral da sociedade carioca. Já a menina Ágatha, pobre e negra, infelizmente, será tratada apenas como mais um número do tal “efeito colateral”, principalmente em tempos de barbárie, incivilidade e guerra aos pobres, impulsionadas pelas principais autoridades do País, sob aplausos e comemorações de parcela considerável da hipócrita sociedade brasileira.

Alguns desses “Cidadãos de Bem” defendem, inclusive, que as comunidades pobres sejam bombardeadas por policiais em aeronaves, igual nos filmes de guerra, como já está acontecendo no Rio de Janeiro.

(*) advogado, especialista em Direitos Humanos e Segurança Pública, membro do Grupo Tortura Nunca Mais e do Movimento Nacional de Direitos Humanos

Direto do Twitter

“Quando morre uma criança preta da esquecida periferia (por bala encontrada, pois de nada foi perdida) não há discurso nesta mídia. Há silêncio. Silêncio da corja. Desta corja podre e moralista.”

Prof. Viaro

NYT aponta atos de Bolsonaro como exemplo para criminalizar ecocídio

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Às vésperas de Jair Bolsonaro discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o jornal norte-americano The New York Times publicou reportagem informando que “um grupo de ativistas usa o caso do Brasil sob seu governo como um exemplo perfeito para mudar leis internacionais e criminalizar o que acontece no país”, segundo o UOL deste domingo (22).

“Um grupo de advogados e ativistas que têm promovido uma ideia radical viu um lado positivo na tragédia que se desenrola na Amazônia: um dia, daqui a alguns anos, eles imaginaram o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sendo levado a Haia para ser julgado por ecocídio, um termo amplamente entendido como a destruição voluntária e generalizada do meio ambiente, e que, eles esperam, acabará sendo comparável a outros crimes contra a humanidade”, explica o NYT.

Segundo a reportagem, Bolsonaro se consolidou como o “vilão ideal”, feito sob medida para ativistas que querem criminalizar o ecocídio, transformando a destruição do ambiente em um crime contra a humanidade.

“A reportagem explica que não existe uma legislação atualmente que possa responsabilizar governantes dessa forma, mas que é crescente o movimento a favor de aproximar a destruição do ambiente do genocídio. E é aí que Bolsonaro é visto como o ‘vilão’, o símbolo da luta contra o ecocídio – mesmo que ele não seja o único alvo de críticas dos ambientalistas”.