Em jogo-treino, Leão vence o Tigre

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Em jogo-treino dissputado na manhã deste sábado, no estádio Baenão, o Remo derrotou o Tiradentes por 2 a 0. Os gols foram marcados pelo atacante Higor (foto), ambos no segundo tempo da partida. Na primeira etapa, o Remo jogou com Vinícius; Cesinha, Mimica, Fredson e Ronaell; Yuri, Ramires, Eduardo Ramos e Guilherme Garré; Wesley e Neto Baiano.

Na segunda etapa, o time foi modificado pelo técnico Eudes Pedro, com a entrada de reservas e jogadores vindos das divisões de base. O time formou então com Evandro Gigante; Rony, Anderson, Cris e Felipe; Pingo, Rafael Tufa e Zotti; Gustavo Ramos, Hélio e Higor. Depois, Vitor (goleiro da base) entrou no lugar de Evandro Gigante e Wallace substituiu a Gustavo Ramos.

Patriotismo à brasileira

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Por Tiago Santos

Existe um tipo de patriotismo bem atípico no mundo: o patriotismo brasileiro. De um modo geral, o patriota é aquele que sente orgulho da sua pátria, amor pela sua cultura e apreço pelos seus símbolos e riquezas nacionais. É assim no mundo todo, exceto no Brasil.

O perfil do patriota brasileiro se desenha de outro forma: é aquele que odeia carnaval e samba, abomina o cinema nacional, prefere tudo o que é produzido no exterior e rechaça a produção local, detesta a cultura brasileira e despreza as riquezas nacionais como as estatais e a floresta. O patriota brasileiro acha que o Brasil é um “lixo” e que qualquer país é melhor do que o nosso. O nosso patriota sente-se orgulhoso de defender que estrangeiros explorem nossas terras, nosso patrimônio e nossa força de trabalho. O patriota brasileiro é patriota às avessas… ele orgulhosamente odeia seu país.

Brasil significa “vermelho como a brasa” e é o nome de uma árvore vermelha de madeira caríssima. Brasileiro era o nome do sujeito que cortava essa árvore e a vendia por uma valor ínfimo para os gringos que nos exploravam. Talvez, ao ver o brasileiro por este ângulo, faça sentido nossa forma patriótica de ser um bom anti-patriota.

Bolsonaro e seus eleitores são o símbolo maior desses típicos patriotas que amam mais os EUA do que o Brasil e odeiam o carnaval, a bossa-nova, o cinema nacional, nossos intelectuais e o que mais for ‘Made in Brazil’.

Aqueles que verdadeiramente amam este país e lutam por ele costumam ser desfiliados pelos tais patriotas. São chamados de comunistas e, não raramente, mandados para Cuba (é uma forma de dizer que não pertencem a este modus operandi nacionalista). Talvez estes não odeiem o Brasil o suficiente para serem chamados brasileiros.

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Tiago Santos é teólogo.

Com marchas em 135 cidades, Grito dos Excluídos marca presença da esquerda no ‘Dia da Dependência’

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Vestidos de preto, manifestantes de esquerda criticaram medidas do governo Jair Bolsonaro, pediram a liberdade do ex-presidente Lula e a defesa da Amazônia na marcha do Grito dos Excluídos neste sábado (7), em São Paulo. A cor é um contraponto ao pedido do presidente Jair Bolsonaro para que a população saísse às ruas de verde e amarelo no dia da Independência. O ato acontece tradicionalmente em paralelo aos desfiles cívico-militares do feriado. Esta é a 25ª edição.

Parte dos manifestantes pintou o rosto de verde e amarelo, como fizeram estudantes contrários ao então presidente Fernando Collor, que renunciou em 1992. Membros de movimentos estudantis, como a UNE, gritavam na marcha que “cara-pintada voltou”.

Em duas faixas da Paulista, foi colocada uma faixa preta com a frase “Luto pelo Brasil”.

Em São Paulo, os participantes se reuniram na praça Oswaldo Cruz, ao lado da avenida Paulista, e caminham até o Monumento às Bandeiras, próximo ao parque Ibirapuera.

Até as 11h, quando a marcha começou a se movimentar, a Polícia Militar contabilizava cerca de 2.000 participantes. Os organizadores estimaram 30.000.

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Este ano, além de preto, predominava o tradicional vermelho de centrais como a CUT, sindical, e a CMP, de movimentos da esquerda.

Ao contrário do ano passado, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), principal nome da oposição a Bolsonaro, não participou do ato.

Subiram ao carro de som outros petistas de São Paulo, como o vereador Eduardo Suplicy, o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho e o deputado Paulo Teixeira.

“Esse não é o dia da Independência, mas da maior dependência do Brasil ao capital estrangeiro”, disse, acrescentando que estava de preto não só pelo luto, mas para “lutar para tirar o Bolsonaro”, disse Teixeira.

Já Marinho, além de pedir liberdade de Lula, preso desde abril de 2018 sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, criticou a Lava Jato. “Fora Bolsonaro e (Sergio) Moro e (Deltan) Dallagnol na cadeia”, disse o ex-prefeito.

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Antes de sair, os organizadores do ato fizeram uma intervenção artística com uma maquete com plantas que representava a amazônia queimando -saía fumaça verde da maquete.

“Realizamos esse grito num momento muito dificil da conjuntura brasileira”, disse o coordenador da CMP, Raimundo Bonfim, citando a situação da educação, emprego e o “desmonte generalizado das políticas públicas”.

René Vicente, presidente da CTB em SP, criticou o “ecocídio patrocinado pelo presidente Jair Bolsonaro” e pediu vaias ao ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente).

Um levantamento da CMP aponta que o Grito dos Excluídos ocorrerá, neste ano, em 132 cidades, de todas as regiões do país, um recorde, segundo a entidade.

Uma análise da lista tríplice para a PGR

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Por Luis Nassif

Já discuti muito em casa sobre a lista tríplice para a escolha do Procurador Geral da República. O Procurador Geral da República é o único cargo com poderes para processar o presidente da República. Por isso mesmo, não pode ser um poder à parte, respondendo somente a quem o elegeu: a própria corporação.

Já a companheira Eugenia Gonzaga acha que a lista tríplice é essencial para impedir o desvirtuamento do MPF pelo Executivo.

Até agora, os fatos sempre me deram razão. Os únicos presidentes que aceitaram a lista tríplice, mais que isso, indicaram o primeiro colocado na lista tríplice, foram alvos de ataques sem quartel dos procuradores.

No mensalão, o PGR Antonio Fernando de Souza, e o sucessor Roberto Gurgel, fabricaram a história do desvio de recursos da Visanet, e dos pagamentos mensais, em conluio com o ex-procurador e Ministro do STF Joaquim Barbosa, exclusivamente para experimentar o poder que foi conferido ao MPF, com essa excrescência não prevista na Constituição. Para os filhos de Januário o exemplo veio daí.

Com Dilma, manteve-se essa distorção de indicar o primeiro da lista. Deu no que deu.

Por outro lado, sem lista tríplice, vai se cair em um Geraldo Brindeiro, o “engavetador geral da República”, ou, agora, em um recém paginado Augusto Aras. Acabamos chegando a um meio termo.

O presidente da República tem dois poderes para exercer, caso se mantenha a lista tríplice. O primeiro, relativo, o de poder escolher qualquer um dos três eleitos – na verdade, a Constituição permite escolher qualquer subprocurador.  Com a lista tríplice, o poder do Presidente deixa de ser discricionário, ainda mais em um país sem critério, que elege um Bolsonaro. O poder maior do Presidente, no entanto, é o de poder demitir o PGR a qualquer momento.

Na verdade, o MPF derrubou Dilma porque faltou a ela e, especialmente, ao seu Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, noções básicas de exercício de poder.

Dilma escudou-se no álibi de Cardozo, de que a Lava Jato era isenta e só pegaria os culpados. Achou que a Lava Jato a ajudaria a se livrar de Eduardo Cunha, Michel Temer, Eliseu Padilha, poupando ela, a virtuosa. Na recondução de Janot, teve uma oportunidade de ouro de indicar uma pessoa íntegra para a PGR, sem atropelar a lista: Ela Wiecko, a segunda colocada, mas persistiu no erro.

No auge da campanha de imprensa, que precedeu a Lava Jato, entrevistei o ex-primeiro ministro espanhol Felipe Gonzales, que me deu uma explicação absolutamente objetiva sobre o poder presidencial:

– Não existe nada mais poderoso, em uma democracia, que a caneta do presidente. Tem apenas que saber usá-la.

O insignificante Michel Temer mostrou como exercer o poder, resistindo à delação da JBS. Provou que, com todos os problemas, o Poder Executivo não é indefeso. Apenas exige que seja bem exercido. Infelizmente, Dilma e o próprio PT não tiveram a menor visão e pulso para reprimir a rebelião dos concursados.