As setes caras de Suzane

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Por Norma Couri, no Observatório da Imprensa

Suzane Richthofen não para de nos surpreender. Agora vai virar filme dirigido por Fernando Grostein, que gosta de colecionar histórias sobre parricídios e já comprou os direitos do livro O Assassinato dos Pais de Suzane(Planeta), de Roger Franchini, ex-investigador da Polícia Civil. O foco vai ser a noite do crime para o qual Grostein ainda não tem nenhuma hipótese sobre o motivo do assassinato, mas no roteiro que escreve com Franchini será “sanguinário” e nada condescendente. Ao contrário livro de Franchini que capitulou, humanizou e recebeu críticas de não ter tratado Suzane com a devida monstruosidade. Na Folha de S. Paulo (4/11) ele justifica: “Não tenho interesse no psicologismo de um psicopata”. Ao contrário de Grostein, que gosta do suspense psicológico e de explorar o limite das pessoas.

Suzane é um prato cheio para ser engolida das duas maneiras e, dependendo de como a Justiça encara a moça, o filme ainda corre o risco de ser proibido pela justiça paulista como aconteceu com a peça Edifício London,de Lucas Arantes, sobre o assassinato da menina Isabela Nardoni.

A curiosidade para saber que Suzane sairá daí é imensa. Por que aimprensa precisa decidir se Suzane Richthofené deusa ou diaba, se encarna as duas, se uma estimula a outra, e em quem devemos acreditar. A primeira é a Suzane de 19 anos que abriu a porta do belo casarão do bairro paulistano do Campo Belo, em 2002, para o namorado e o irmão dele espancarem com barras de ferro seus pais na cama, sufocar sua mãe com uma toalha úmida e um saco plástico de lixo enquanto ela simulava um roubo antes de ir ao motel com Daniel Cravinhos, assassino de Manfred e Marisia. Doze anos depois surge a Suzane no presídio de Tremembé (SP) casada com “Sandrão” ou “Galega”, que sequestrou e matou o vizinho de 14 anos por R$ 3 mil, ex-mulher de Elise Matsunaga, que esquartejou o marido.

Tentativa de assassinato

No enterro dos pais conhecemos uma Suzane de umbigo de fora e chorosa, para em seguida alegremente comemorar o aniversário com um churrasco no sítio da família, em São Roque (SP), pago com parte dos R$ 8 mil roubados dos pais. Ela teria tentado a cidadania alemã e trazia no carro um documento em que solicitava ser a inventariante do espólio dos pais. Apanhada na mentira, passou a dividir com o ex-namorado e o irmão dele, Cristian, um jogo de empurra-empurra, cada um acusando o outro de ser o mandante do crime. Pegou 38 anos e seis meses de prisão.

824FDS001_2Na entrevista que concedeu ao Fantástico aparecia doce, chorosa e com um pássaro pousado na cabeça, vestida e falando como criança. Na entrevista que concedeu àVeja(12/4/2006), vestindo camiseta com a estampa de Minnie e pantufas de coelhinho, dizia que o pai e a mãe eram lindos – “Olha, eu amo muito meus pais, dói muito falar neles” – e a desculpa era estar muito drogada naquele dia. Quem fornecia a droga? Os irmãos Cravinhos.

“Ela quer nos fazer de idiotas”, disse o promotor Roberto Tardelli. Na reconstituição do crime, outro promotor, Marcelo Milani, também percebeu: Suzane não demonstra remorso; quando chora, chora como uma atriz. O irmão Andreas, de 16 anos, tentou ficar ao lado dela levando, nas visitas à carceragem da 89ª DP, um ursinho de pelúcia que ela pedia. Até ser proibido pelos avós e o tio, Suzane reivindicava parte da herança e Andreas acabou indo para o lado contrário, movendo uma ação de exclusão da irmã e testemunhando no julgamento.

Uma hora Suzane era a filha abusada pelo pai que resolveu se vingar. Outra, era a filha revoltada com os relacionamentos extraconjugais dos pais, o engenheiro Manfred e a psiquiatra Marisia.

De repente ela deixava escapar que o pai de Daniel e Cristian sabia de tudo, estimulava o crime. No quarto de Daniel os pais dos Cravinhos mantinham um travesseiro com a foto de Suzane e o casal de tartarugas, presente de Suzanne, que eles chamam de Dan e Su. As múltiplas imagens não param por aí. Ao perceber entre uma prisão e outra que voltaria para a cela, ela tentava convencer as pessoas de que é uma menina perturbada.

Toda vez que botou a cabeça para fora nas ruas era atacada com gritos de “assassina”, e os moradores do prédio do Morumbi onde ficou a convite do tutor, Denivaldo Barni, alegavam danos morais e materiais, queriam a garota fora. As paredes do prédio foram pichadas. No Centro de Ressocialização de Rio Claro venceu a deusa e a diretora de segurança lhe concedeu regalias: ela podia utilizar a internet. Descoberta a bondade, foi transferida para a Penitenciária Feminina da Capital, em São Paulo, onde sofreu tentativa de assassinato durante uma rebelião; as presas queriam fazer dela refém, mas ela se escondeu debaixo do tanque e uma colega acabou refém em seu lugar, morta em seguida. Ali dividia a cela com duas advogadas do PCC. Antes, havia sofrido processo de triagem para ser aceita pelas outras presas.

Filhos, talvez

Linda, loura, rica num país moreno onde a pobreza predomina, a novela de Suzane não demorou a virar best-seller. O livro O Quinto Mandamento – Bastidor do Crime,de Ilana Casoy, brilhou na lista dos mais vendidos. O caso tinha todos os ingredientes de novela negra. O crime aconteceu no Dia das Bruxas, 31 de outubro de 2002, data em que Suzanne e Daniel comemoravam o início do namoro.

Advogados, juízes, promotores e leitores ficam em dúvida. O delegado Domingos Paulo Neto, que dirigia ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Paulo na época do crime, não tinha dúvida: “Ela é fria, calculista, impetuosa”. Hoje, as muitas Suzanes aparecem como persona vitimizada, carente, digna da pena da sociedade.

Na Marie Clairede novembro, recheada de mulheres fatais, lânguidas, bem vestidas, surge Suzanne sem maquiagem e cabelo escorrido, olhar desassistido, de camiseta branca e calça marrom, uniforme do presídio de Tremembé onde ficam mulheres que correm risco de morte em cadeias comuns. Alegre, até. A entrevista foi marcada durante o concurso anual para Miss Primavera, Suzane representava as presidiárias. Elas dançavam ao som de “Show das Poderosas”, de Anitta, e cantavam “Beijinho no Ombro”, de Valéria Popozuda. Entre as presas, Anna Carolina Jatobá, acusada de matar a enteada Isabella Nardoni.

Suzane não permitiu que a entrevista fosse gravada, nem que se falasse na noite do crime ou no seu casamento com Sandra Regina Ruiz Gomez, de 31 anos. Como disse Rogério Pagnan na Folha de S. Paulo(26/10/2014), Suzane é conhecida como a “Marcola de saias” – alusão ao chefe do PCC, Willians Herbas Camacho, tamanho seu poder de persuasão entre as detentas.

Agora diz ter rompido com o ex-tutor e advogado Denivaldo Barni, segundo ela porque ele não abria mão de lutar pela herança dos pais assassinados. Suzanne declarou que reconhece não ter direito aos bens dos pais, “aquilo não me pertence”. Mas disse à repórter Maria Laura Neves que quer se reconciliar com irmão Andreas – “Dele quero apenas amor e perdão”. Andreas hoje é professor universitário e não vê a irmã há 11 anos.

Esta Suzane é evangélica e trocou a ala das convertidas para outra melhor. Nas prisões por onde passou cuidava da horta, do jardim, fazia trabalhos menores. Em Tremembé desde 2008, ela começou varrendo o pátio sem remuneração, visando redução da pena. Depois serviu comida, logo se tornou monitora de educação ensinando inglês e hoje recebe R$ 705 mensais do setor de oficina de costura da Funap – Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel, que emprega presos dentro das cadeias paulistas. Guarda a maior parte do salário, o resto gasta no supermercado, compra hidratantes, shampoos, esmaltes vermelhos para unhas.

824FDS001_3A nova Suzane diz que não consegue se perdoar pelo que fez, nem ser totalmente feliz – “não tem como olhar no espelho e não lembrar”, diz. Outro dia a mãe de uma ex-colega da escola alemã Humboldt foi parar em Tremembé e contou sobre os alunos do colégio: um morava em Dubai, outro na Alemanha, como seus pais pretendiam para ela. “Acho que [se não tivesse cometido o crime] estaria morando fora, talvez tivesse filhos.” Na época do crime Suzane cursava o primeiro ano de Direito na PUC-SP. Para a repórter, disse que se emocionou quando soube que a diretora do presídio seria avó. “Imaginei como minha mãe receberia essa notícia.”

Romeu e Julieta

Suzane, a da Marie Claire, sonha com a mãe e diz que ela a protege. “Estou pagando pelo meu erro e quero recomeçar.” Na ala das casadas, que é bem mais espaçosa do que a das evangélicas, ela desbancou Elise Matsunaga e ficou com “Sandrão”. Suzane não será mais fotografada ao lado de um Cristian de peito nu e tatuado, de um Daniel que fabricou em casa a barra de ferro preenchida com madeira usada para espancar os Richthofenenquanto dormiam. Suzane sempre atraiu as mulheres nos presídios – em Rio Claro, duas funcionárias brigaram pelo seu amor. Se até o soldado Bradley Edward Manning, aliás Chelsea Elizabeth, ex-analista de inteligência do Exército americano que vazou informações ao Wikileaks, diz ser mulher, por que Suzane não sairia do armário nessa nova fase?

Aos 31 anos, novamente nas páginas da imprensa, Suzane não quer liberdade. Agora quer curtir o casamento. Como escreveu Elio Gaspari (O Globo, 2/11), “Sandrão e Suzane custam à Viúva investimentos semelhantes ao de seis alunos de universidades públicas”.

Desde que foi anunciada a reportagem da revista Marie Claire Suzane já ganhou manchetes na coluna de Mônica Bergamo (Folha de S.Paulo, 28/10), “Amor e Perdão”, e também na Folha, no mesmo dia e no seguinte, “A companheira de Suzane” e “A nova vida de Suzane”. Na Marie Claireela declarou ser leitora de livros de autoajuda, das histórias de amores trágicos do romancista americano Nicolas Sparks, mas o livro de cabeceira é Quem me Roubou de Mim?, do padre Fábio de Melo.

Na apresentação da matéria, a editora Marina Caruso fala no “furo incontestável” que foi a conversa com uma Suzane “assustada e visivelmente nervosa com a entrevista”. Talvez a leitora de Marie Clareengula tudo, mas quem será que plantou o furo, Suzane ou a repórter Maria Laura? Quem usou quem para forjar qual Suzane? E de que Suzane estamos falando? Talvez o filme de Grostein e Franchini revele uma nova cara.

E para complicar mais o quebra-cabeça, o psicanalista Contardo Calligaris escreveu naFolha (6/11) sobre “Os Amores de Suzane”,onde afirma: “Suzane a Daniel são primos de Romeu e Julieta… eu sei que é difícil de ouvir, mas é provável que Suzane tenha assassinado seus pais… por amor”. Mas, em tempo, conclui com um conselho: “Na hora das grandes decisões de sua vida, tente não se orientar pelo amor”.

Para técnico, faltou “sangue nos olhos” ao Macaé

Da Agência Futebol Interior

0002050043707_imgO gol sofrido para o Paysandu, em casa, não agradou em nada ao técnico do Macaé, Josué Teixeira. O Alvianil Praiano vencia a final da Série C até os minutos finais, quando deixou o Papão igualar o marcador em 1 a 1. O resultado deixou o comandante insatisfeito, principalmente pela falta de vontade da equipe. Para Josué, o time se acomodou após abrir o placar com João Carlos e não manteve a proposta definida nos vestiários. O treinador disse que faltou “sangue nos olhosos” aos jogadores para uma partida tão importante como foi a do último sábado.

“Faltou sangue nos olhos e eu cobrei isso deles (jogadores) quando acabou a partida. Hoje não teve a vontade que tivemos em algumas partidas anteriores, e quando não se tem isso, acaba-se pagando um preço alto”, afirmou o treinador.

Apesar do empate que dá ao Paysandu a vantagem do empate sem gols em Belém para ficar com o título da Série C, Josué Teixeira acredita que nada está definido. O que motiva o treinador ainda mais para esse jogo é saber que o Macaé já conseguiu calar um estádio lotado – contra o Fortaleza, nas quartas de final.

“O campeão não está definido. Sabemos que eles possuem um resultado melhor que a gente, que é o empate sem gols. Então vamos para Belém pensando somente na vitória. Já conseguimos o feito de se classificar fora de casa nas quartas de final, agora vamos nos preparar para buscar o resultado na final”, finalizou o comandante.

Para ficar com a taça inédita, o Macaé precisa vencer o Paysandu, que precisa somente de um empate sem gols para tornar-se campeão da Série C. Caso o jogo termine empatado pelo mesmo resultado do confronto de ida, a decisão será nos pênaltis. O jogo será neste sábado, às 17 horas, no Mangueirão.

Janot: advogado de doleiro operava para o PSDB

Do jornal GGN

A Folha de S. Paulo manchetou na capa da edição desta segunda-feira (17) a seguinte notícia: “Executivos presos tentarão delação premiada, prevê procurador”. A entrevista com Rodrigo Janot, procurador-geral da República, possui outras informações contundentes, mas que não foram frisadas pelo jornal da família Frias. A começar pelo alerta que Janot deu à defesa de Alberto Youssef, quando, em meio ao segundo turno da eleição presidencial, um suposto depoimento do doleiro foi divulgado pela revista Veja, apontando que a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor no Planalto, Lula, “sabiam de tudo” no caso Petrobras.

“Estava visível que queriam interferir no processo eleitoral”, disse Janot. “O advogado do Alberto Youssef operava para o PSDB do Paraná, foi indicado pelo [governador tucano] Beto Richa para a coisa de saneamento [Conselho de administração da Sanepar], tinha vinculação com partido.”

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Leia mais: A razão do mal estar de Youssef

A dois dias da eleição, a Veja antecipou uma edição bombástica. Era para ser a bala de prata contra a reeleição de Dilma, a reportagem que afirmava, sem provas, apenas com base em um suposto depoimento de Youssef à Polícia Federal, que a presidente e Lula tinham ciência dos esquemas de corrupção na Petrobras – alvos de investigação na Operação Lava Jato.

“O advogado começou a vazar coisa seletivamente. Eu alertei que isso deveria parar, porque a cláusula contratual diz que nem o Youssef nem o advogado podem falar. Se isso seguisse, eu não teria compromisso de homologar a delação”, acrescentou Janot.

O PT, naquela mesma semana, apresentou uma petição ao Supremo Tribunal Federal, solicitando a instauração de um inquérito para investigar o vazamento seletivo de informações à grande mídia. A legenda também pediu acesso ao depoimento de Youssef, na tentativa de elaborar uma defesa pública. O ministro Teori Zavascki remeteu o pedido, em 28 de outubro, para o Ministério Público, para avaliação de Janot. Contatados pela reportagem do GGN, a Procuradoria e o PT ainda não informaram em que pé está esse pedido.

Segundo Janot, “são muitos fatos e muitas pessoas” envolvidos na Operação Lava Jato. Há uma gama inteira de políticos com mandatos que serão investigados pelo Supremo, mas “Há também muita gente que não tem foro, mas tem relação com o fato.” Ele citou os corruptores das empreiteiras, e adiantou que uma parte deles já está de olho na delação premiada com vistas à redução da pena.

Legado da Lava Jato

Na visão do procurador-geral, o legado da Operação Lava Jato vai ser justamente uma discussão inadiável sobre o financiamento das campanhas. Para as autoridades, o esquema de fundos privados para a corrida eleitoral também pode ser uma forma de lavagem de dinheiro. Além disso, Janot destacou que a Operação está mudando os paradigmas do “sistema republicano e da Justiça”, no sentido de que, agora, há um esforço maior para punir os crimes de “colarinho branco”.

“A Justiça de três, quatro anos para cá, não é mais uma justiça dos três Ps, de puta, de preto, de pobre. Ela está indo em cima de agente político e de corruptor. Acho que [essas novas operações e prisões] serão o grande propulsor da reforma política. E esse sistema é corruptor mesmo, se continuar esse sistema não vai mudar nada, pois vamos derrubar essas pessoas e outros virão ocupar esses espaços. O efeito que estou apostando é a reforma política.”

A entrevista completa pode ser lida aqui.

Thiago Silva: um capitão sem personalidade

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Por Cosme Rímoli

Thiago Silva fez um papel pior do que na disputa por pênaltis contra o Chile na Copa do Mundo. Nas oitavas de final, no Mineirão, o capitão do time se afastou de todos os jogadores. E do então técnico Felipão. Se sentou em cima de uma bola e acompanhou a disputa de longe, tomando água. No seu lugar, o reserva Paulinho animava os jogadores que iriam para a cobrança. Enquanto isso, ele chorava. De medo da eliminação, de um vexame.

Dunga acompanhou tudo o que aconteceu durante o Mundial. E já chegou na Seleção decidido que seu capitão seria Neymar. Seguiria o exemplo da Argentina com Messi. O principal jogador, o mais talentoso teria a honraria. Dunga conversou com o atacante e explicou que desejava dele uma atitude firme, equilibrada, sem os vexames da Copa.

Thiago Silva estava contundido nas primeiras convocações. David Luiz formou excelente dupla de zaga com Miranda. Foram cinco partidas no retorno de Dunga. Eram até então quatro partidas, oito gols marcados e nenhum sofrido. O zagueiro que o Paris Saint Germain comprou por R$ 109,5 milhões tinha uma certeza. Recuperaria sua posição de titular ao lado de David Luiz e a faixa de capitão. Já na partida contra a Turquia. Ledo engano.

Ficou sentado no banco de reservas. Não entrou sequer um minuto. Permaneceu calado. Até que ontem não teve como escapar da janela de entrevistas. Ele ficou à disposição dos jornalistas brasileiros e não escondeu sua insatisfação, sua mágoa.

Perguntado sobre a titularidade e a faixa de capitão, ele não se omitiu.

“Parece que perdi espaço, que me tiraram alguma coisa. Estou triste. E isso nota-se. Parece que me tiraram algo que me pertencia. Se eu disser que estou feliz, não é verdade.”

Sim, ele respondeu ‘algo que me pertencia’. Ele considerava que tanto a faixa com a posição de titular da Seleção Brasileira eram de sua propriedade. Falou mais. Desta vez respondendo se havia conversado com Dunga, o novo técnico, ou ao menos com Neymar, o novo capitão.

“Não tem que partir de mim (falar com Dunga). Não veio falar comigo (Neymar). Não falei com ninguém, foi sem conversa. E é isso que deixa chateado. Nesse momento, falar para vocês que estou feliz, eu não estou. Momento triste, mas faz parte dofutebol. Vou procurar fazer o meu trabalho para ajudar o grupo da melhor maneira.”

Diante da enorme repercussão de suas palavras, Thiago Silva tomou uma atitude que mostra que não merece mesmo ser capitão da Seleção Brasileira. Ele agiu como um menino. Fez questão de procurar Neymar. E publicar uma foto ao lado do atacante. Os dois com linguinhas de fora, em pose que remete aos deploráveis selfies durante a Copa do Mundo. Não assumiu o que falou.

1instagramA legenda da foto foi de uma infelicidade a toda prova. Mostra o quanto o zagueiro está perturbado. “A humildade é algo que faz você um cara diferente e que a cada dia só tem mostrado quem você verdadeiramente é! Continue assim, porque esse é o caminho de vitórias e conquistas! @neymarjr #amamosaseleção. Estamos brigados haha.” Sim, haha, como se fosse um garoto de 12 anos dizendo que não estava ‘de mal’ do amigo.

Mas tudo ficaria pior ainda, Thiago Silva, em Viena procurar os jornalistas. E dar outras declarações. “Fica chato, por causa das notícias mal intencionadas, mas procurei ele e passei o que eu realmente disse.” E o zagueiro alegava que estava tudo gravado. Como se alguém desde a Áustria tivesse distorcido o que ele falou. O que não aconteceu.

 

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Se o código de conduta de Dunga for para valer, não há lugar para Thiago Silva no grupo. Alguém que considera que lhe tomaram ‘sua’ vaga de titular e ‘sua’ braçadeira é porque não respeita nem Miranda, Neymar e o treinador da Seleção. Por que manter alguém que está ‘triste’ na Seleção?

Dunga precisa ser tão severo com Thiago Silva quanto foi com Maicon. Ou ele estabelecerá privilégios. Se fosse, por exemplo, Talisca quem reclamasse. Quem quisesse ser titular ou dissesse estar triste na Áustria, continuaria com o grupo? O Brasil está se reciclando, formando um grupo com a missão de buscar a Copa do Mundo, perdida aqui.

Thiago Silva mostrou tudo o que Dunga não quer como capitão da Seleção. Fora fugir da disputa por pênaltis contra o Chile, o zagueiro chorou inúmeras vezes. Na hora do hino, na concentração, nas preleções antes dos jogos. Mostrou não ter personalidade firme para suportar tanta pressão.

Sem saída pelo desabafo de domingo, procurou amparo no ombro de Neymar. Justo o jogador que tirou a ‘sua’ braçadeira. E falou ainda com Dunga, o treinador responsável não só pela troca de capitão do Brasil. Mas por priorizar Miranda no time titular. E lhe oferecer o banco de reservas.

Thiago Silva provocou um clima ruim em um elenco que começa um novo trabalho de forma vitoriosa. Suas palavras, sem a mudança de uma letra, provocaram manchetes que só atrapalham a Seleção Brasileira. Ele não foi fiel ao grupo. Tivesse todas essas mágoas falasse com Dunga e Neymar. Mas quis mandar recado aos dois. O tiro saiu pela culatra. Ele só se expôs como um garoto.

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Por mais que tire selfies com Neymar e coloque a linguinha de fora, Thiago Silva que se prepare. Não será surpresa alguma se for esquecido nas próximas convocações. Já está isolado na Áustria. Sua postura foi péssima. Os atletas não suportam alguém use a imprensa para fazer reivindicações. Principalmente o novo técnico da Seleão. Eles têm razão. Não é esse tipo de jogador que fará o Brasil reconquistar uma Copa do Mundo. Além de não se portar como capitão, parece não ter personalidade para pertencer a Seleção Brasileira…

Histórias do mundo da bola

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Artur Oliveira, o Rei Artur, pontificando no ataque do FC Porto de 1997. O zagueiro Jorge Costa (segundo em pé à dir.) era o capitão do Dragão. O brasileiro (e ídolo remista) antes de defender o Porto esteve muito perto de fechar com o Benfica, mas teve sua rota desviada pela interferência direta do então presidente portista, Pinto da Costa.