Quando o céu é o limite

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Apaixonada por futebol, a modelo italiana Claudia Romani, 32 anos e capa de revistas como FHM e Maxim, conseguiu nesta semana sua licença de arbitragem, e agora pode apitar partidas até da Série B do Campeonato Italiano.

Segundo a imprensa italiana, no entanto, ela ainda não está satisfeita. O objetivo da bela é chegar à primeira divisão, para trabalhar nos grandes jogos de Juventus, Milan, Roma, Internazionale e Napoli, por exemplo.

Outras experiências de Romani no esporte ocorreram em sua cidade natal, L’Aquila. Ela já foi porta-voz do clube de rugby local, e também desfilou em lançamentos de uniformes e posou para calendários beneficentes do time de futebol do município. (Da ESPN)

Sempre solidário e engajado às boas causas, o blog se une à torcida mundial para que Claudinha concretize seus projetos. Ela merece.

Em torno da causa remista

Por Gerson Nogueira

Zeca Pirão e Pedro Minowa, candidatos à presidência do Remo na eleição do próximo sábado, deveriam dedicar atenção à repercussão junto a torcedores e associados do desabafo do grande benemérito Ronaldo Passarinho, publicado em forma de artigo na edição do Bola do último domingo (02). No texto, Ronaldo lamenta os percalços recentes do clube e anuncia oficialmente seu recolhimento, depois de décadas de dedicação ao Leão de Antonio Baena.

Aliás, a coluna hoje é dedicada quase integralmente a manifestações de azulinos. “Tomo a liberdade de enviar minha posição com relação ao justo desabafo do comprovado remista Ronaldo Passarinho. O desejo de ser ouvido não vem da arrogância, mas do desejo de continuar a contribuir para o bem do clube. Eu creio assim”, afirma o Haroldo Maués, referindo-se ao artigo de Ronaldo.

Haroldo dirige-se inicialmente ao próprio Ronaldo: “Embora contundente tua sábia análise a respeito do nosso Clube do Remo, e o desabafo pela ausência de uma merecida atenção por quem tanto fez pelo nosso Clube, não é possível esconder o teu necessário entusiasmo em ainda desejar contribuir, como sempre, com uma inteligência brilhante, dedicação atuante e credibilidade comprovada, também, no ambiente desportivo, como sempre testemunharam nossos adversários”.

unnamed (69)Em seguida, falando a dirigentes, beneméritos, grandes beneméritos, conselheiros, sócios, torcedores, pede que não permitam o desligamento de Ronaldo Passarinho da vida do clube e das decisões que forem tomadas, “para o bem do nosso Glorioso Clube do Remo”.

“Prescindir da inteligência do Ronaldo, da experiência em encontrar soluções, muitas vezes consideradas impossíveis, da dedicação, muito mais agora que o tempo lhe permite, e o comprovado amor pelo Clube do Remo, não é uma solução inteligente e nem prova de modernidade e de amor pelo clube, ao contrário, penso que é falta de humildade ir ao Ronaldo e dizer: ‘O Clube do Remo ainda precisa de ti, vem somar conosco, é injusto com o nosso amado Clube, prescindir do muito que ainda podes contribuir’. E não pensem que o Ronaldo é apenas um executivo e conselheiro do futebol, nós, do esporte amador, somos testemunha do quanto ele ajudou nas memoráveis conquistas nas piscinas e nas quadras”.

Figura historicamente ligada ao basquetebol, Haroldo lembra que a modalidade deve demais a ele, “tanto que recebeu de nós uma medalha, que dizia assim: ‘Ronaldo, obrigado, só faltou fazeres cesta’. Não me julgo suspeito em materializar minha opinião e gratidão a ti, diante da reconhecida amizade que nos une. Por ter tido a oportunidade de conviver contigo bem de perto e por tanto tempo, me capacitou em atestar o teu amor inegociável pelo Clube do Remo”.

Já o Camilo Ferreira, também se referindo ao artigo de Ronaldo, “digno de aplausos”, dedica-se a questionar as seguidas e desastrosas gestões administrativas do clube.

“Gerson, espero que ainda neste ano o Remo pare com o ‘estágio’ de diretores de futebol e contrate ou efetive um diretor que realmente conheça e entenda de futebol, que vise o progresso do clube e não o progresso pessoal. Foram tantos atos falhos, tantos contratos absurdos com jogadores esquecidos e sem espaço no mercado que vieram apenas ganhar dinheiro do clube e endivida-lo cada vez mais, sem contar o treinador falastrão que muito falava e pouco ou nada fazia. Lembro com muito pesar daquele jogo que o Remo perdeu pro Guarany-CE em Bragança. Colocaram a culpa no gramado (um absurdo!), pobre gramado que só prejudicou o Remo e beneficiou o excelentíssimo time de estrelas do Guarany de Sobral”.

Ressalta que é hora de acabar com as invenções no clube e destaca o trabalho que é feito hoje no maior rival. “A prova de que colocar as peças certas nos lugares certos e trabalhar com seriedade e comprometimento rende os frutos almejados tá do outro lado da Almirante Barroso”.

Historia, ainda, episódios recentes que atestam as mazelas gerenciais azulinas. “Sem contar a desvalorização dos jogadores formados pelo clube, é com muito pesar e lamentação que lembro da saída do jovem Rodrigo, do afastamento de Igor João, da saída de Tsunami, entre outros que só não dão certo no Remo mas que viram estrelas e titulares absolutos em times de Série A (o Remo deve estar certo todo esse tempo, afinal é ele que está na Série A, né?!)”.

Camilo finaliza, considerando como “a piada da semana” a vinda de um consultor para orientar os dirigentes do clube. “Foi preciso trazer um cara lá do Paraná pra falar o que era mais do que evidente e que há anos a imprensa paraense fala a respeito do que o Remo tem que fazer: profissionalizar-se e investir na captação de renda junto à torcida. Parece até que os próprios paraenses não têm conhecimento ou capacidade pra diagnosticar os problemas e encontrar as soluções.”

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Honrar promessas é o primeiro passo

Sobre questões envolvendo a nova gestão do Papão, sob a responsabilidade de Vandick Lima há dois anos, o Hélio Clésio observa o seguinte:

“Leio sua coluna quase que diariamente. Então hoje resolvi manifestar minha opinião sobre o assunto abordado. O Paysandu só chegou a esse número de sócios torcedores porque a atual diretoria honrou os compromissos para entrada do sócio nos jogos do Paysandu. Enquanto nas demais administrações só havia enganação. Obrigado pela atenção”.

Simples assim.

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Noite de desafio para Dewson

Apesar de algumas arestas aqui e ali junto à imprensa de São Paulo, preconceituosa como sempre em relação a nortistas, o paraense Dewson Freitas vai dirigir hoje à noite a segunda partida entre Santos e Cruzeiro, válida pela semifinal da Copa do Brasil.

Chega a essa partida por méritos próprios, a partir da excelente temporada que faz, justificando sua ascensão a árbitro Fifa. Torpedeado pelas críticas sem noção de Vanderlei Luxemburgo após apitar o Fla-Flu, Dewson seguiu, inabalável, colecionando boas atuações na Série A.

Enquanto o futebol do Pará ainda rasteja por divisões menores do futebol brasileiro, o nosso principal árbitro se credencia cada vez mais entre os melhores em atividade no país. E, em função das cobranças a que um árbitro nortista sempre está sujeito, a partida de hoje é talvez o maior desafio de sua carreira.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 05)

Médicos que “ressuscitam mortos” querem agora fazer testes em humanos

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Da BBC Brasil

“Quando seu corpo está com temperatura de 10 graus, sem atividade cerebral, batimento cardíaco e sangue – é um consenso que você está morto”, diz o professor Peter Rhee, da universidade do Arizona. “Mas ainda assim, nós conseguimos trazer você de volta.”

Rhee não está exagerando. Com Samuel Tisherman, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, ele comprovou que é possível manter o corpo em estado “suspenso” por horas.

O procedimento já foi testado com animais e é o mais radical possível. Envolve retirar todo o sangue do corpo e esfriá-lo até 20 graus abaixo da sua temperatura normal. As informações são da BBC Future.

Quando o problema no corpo do paciente é resolvido, o sangue volta a ser bombeado, reaquecendo lentamente o sistema. Quando a temperatura do sangue chega a 30 graus, o coração volta a bater.

Os animais submetidos a esse teste tiveram poucos efeitos colaterais ao despertar. “Eles ficam um pouco grogue por um tempo, mas no dia seguinte já estão bem”, diz Tisherman.

Testes com humanos

Tisherman causou um frisson internacional este ano quando anunciou que está pronto para fazer testes com humanos. As primeiras cobaias seriam vítimas de armas de fogo em Pittsburgh, na Pensilvânia.

Nesse caso, são pacientes cujos corações já pararam de bater e que não teriam mais chances de sobreviver, pelas técnicas convencionais. O médico americano teme que, por conta de manchetes imprecisas na imprensa, tenha-se criado uma ideia equivocada da sua pesquisa.

“Quando as pessoas pensam no assunto, elas pensam em viajantes espaciais sendo congelados e acordados em Júpiter, ou no [personagem] Han Solo, de Guerra nas Estrelas”, diz Tisherman.

“Isso não ajuda, porque é importante que as pessoas saibam que não se trata de ficção científica.”

Os esforços para trazer as pessoas de volta do que se acredita ser a morte já existem há décadas. Tisherman começou seus estudos com Peter Safar, que nos anos 1960 criou a técnica pioneira de reanimação cardiorrespiratória. Com uma massagem cardíaca, é possível manter o coração artificialmente ativo por um tempo.

“Sempre fomos criados para acreditar que a morte é um momento absoluto, e que quando morremos não tem mais volta”, diz Sam Parnia, da Universidade Estadual de Nova York.

“Com a descoberta básica da reanimação cardiorrespiratória nós passamos a entender que as células do corpo demoram horas para atingir uma morte irreversível. Mesmo depois que você já virou um cadáver, ainda existe como resgatá-lo.”

Recentemente, um homem de 40 anos no Texas sobreviveu por três horas e meia com a reanimação cardiorrespiratória.

Segundo os médicos de plantão, “todo mundo com dois braços foi chamado para se revezar fazendo as compressões no peito do paciente”.

Durante a massagem, ele continuava consciente e conversando com os médicos, mas caso o procedimento fosse interrompido, ele morreria. Eventualmente ele se recuperou e acabou sobrevivendo.

Esse caso de ressuscitação ao longo de um grande período só funcionou porque não havia uma grande lesão no corpo do paciente. Mas isso é raro.

‘Limbo’

A técnica desenvolvida agora por Tisherman é baseada na ideia de que baixas temperaturas mantêm o corpo vivo por mais tempo – cerca de uma ou duas horas.

O sangue é retirado e no seu lugar é colocada uma solução salina que ajuda a rebaixar a temperatura do corpo para algo como 10 a 15 graus Celsius.

Em experiência com porcos, cerca de 90% deles se recuperaram quando o sangue foi bombeado de volta. Cada animal passou mais de uma hora no “limbo”.

“É uma das coisas mais incríveis de se observar: quando o coração começa a bater de novo”, diz Rhee.

Após a operação, foram realizados vários testes para avaliar se houve dano cerebral. Aparentemente nenhum porco apresentou problemas.

O desafio de obter permissão para testar em humanos tem sido enorme até agora. Tisherman e Rhee finalmente receberam permissão para testar sua técnica com vítimas de tiros em Pittsburgh.

Um dos problemas a ser contornado é ver como os pacientes se adaptam com o sangue de outra pessoa. Os porcos receberam o próprio sangue congelado, mas no caso dos humanos será necessário usar o estoque do banco de sangues.

Se der certo, os médicos acreditam que a técnica poderia ser aplicada não só vítimas de lesões, como tiros e facadas, mas em pessoas com ataque cardíaco.

A pesquisa também está levando a outros estudos sobre qual seria a melhor solução química para reduzir o metabolismo do corpo humano.

Para voltarmos ao pré-64 só faltam os militares

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Por Ricardo Kotscho

Está feia a coisa. Para onde olharmos, só vemos problemas, tanto na política como na economia. Podemos resumir a origem destes nossos desafios do momento a apenas dois: o governo, que acaba de ser reeleito, e a oposição, que não se conforma com a derrota. Após passar três belos dias no Fórum das Letras de Ouro Preto, em Minas Gerais, volto à vida real mais preocupado do que quando saí de São Paulo. O que aconteceu, apenas uma semana após a reeleição da presidente Dilma Rousseff?

Há um clima pesado de conspiração, tanto no Congresso Nacional como nas ruas. Sabemos que muitos eleitores votaram em Dilma, menos pelas qualidades da presidente e de seu governo, e mais contra Aécio, para evitar a volta dos tucanos de FHC ao poder. Outros tantos votaram em Aécio contra Dilma, para tirar o PT de Lula do poder. Me arrisco até a dizer que estes eleitores foram a maioria. Talvez esteja aí a raiz das más notícias que assolam o país, mesmo depois de encerrada a guerra eleitoral.

Nas ruas, já se pede abertamente o impeachment da presidente e a volta dos militares – ou seja, prega-se o golpe. No Congresso, com a faca nos dentes, parlamentares derrotados nas urnas formam frente suprapartidária para impor derrotas ao governo, comandada estranhamente por um deputado do principal partido da base aliada, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já em campanha para ser presidente da Câmara.

“Impeachment Já!”. “SOS Forças Armadas”. “Impugnação ou intervenção militar”. “Fora ladrão do PT. Fora Dilma e Lula”. “Vai para Cuba!”. Em faixas, camisetas e gritos, estas foram as palavras de ordem que mobilizaram cerca de duas mil pessoas no “desfile cívico” do último sábado, na avenida Paulista, apenas seis dias depois do segundo turno e na véspera do dia de Finados.

Não é assustador? Marchas contra a corrupção e o comunismo (outras menores foram promovidas em mais 20 cidades brasileiras no mesmo dia) para pedir o impeachment da presidente recém reeleita: o que falta ainda neste roteiro macabro para voltarmos ao clima de pré-64, o golpe cívico-midiático-militar que derrubou João Goulart e afundou o país na sua mais longa e tenebrosa ditadura? A grande diferença entre o que muitos de nós vivemos há 50 anos, quando a maioria dos manifestantes não havia nascido, e o que está acontecendo agora, é que os militares continuam recolhidos aos seus quarteis, em obsequioso silêncio, dedicados às suas tarefas constitucionais, sem dar ouvidos às vivandeiras udenistas redivivas.

Em compensação, temos agora o inacreditável ministro Gilmar Mendes, indicado por Fernando Henrique Cardoso, uma espécie de líder da oposição no Supremo Tribunal Federal, acenando com os perigos de uma “Corte Bolivariana”, expressão que cunhou (sem trocadilho) para atacar o governo do PT, que poderá ter nomeado 10 dos 11 componentes do tribunal até o final do novo mandato, em 2016.

É tudo tão esquisito que, na ausência de Marina Silva, que sumiu, sua fiel escudeira Neca Setubal, pedagoga e uma das donas do Itaú, assumiu o papel de líder da oposição da terceira via: “E ainda falam no Luiz Carlos Trabuco para ministro da Fazenda!”, queixou-se ela, ao falar do seu principal concorrente, o presidente do Bradesco.

Como já disse no Jornal da Record News, na quarta-feira passada, a derrota imposta ao governo pela Câmara, ao derrubar a proposta de criação dos conselhos populares, pode ter sido apenas a primeira de um movimento muito maior, que vem ganhando corpo no Congresso Nacional, para isolar o PT, e impedir a presidente de governar.

Este mesmo Eduardo Cunha citado acima, um remanescente da tropa de choque de Fernando Collor e principal desafeto de Dilma no primeiro mandato, já convocou para esta terça-feira uma reunião do seu “blocão”, formado, além do PMDB, por parlamentares do PTB, PR, PSC, Solidariedade e de partidos nanicos, que ele ajudou a eleger, para consolidar sua candidatura e acertar os próximos passos com o único objetivo de infernizar a vida do governo neste pouco tempo que resta da atual legislatura.

“Espera só para ver o próximo…”, costumava brincar meu amigo Ulysses Guimarães, o “Sr. Diretas”, principal líder da oposição à ditadura, quando lhe perguntavam se ele não achava o Congresso daquela época o pior que já tivemos. A profecia pode se repetir agora, ao analisarmos o novo Congresso que assume em fevereiro de 2015, com 28 partidos representados na Câmara, o que torna o país simplesmente ingovernável.

Enquanto isso, Dilma se retirava de cena para tirar alguns dias de folga numa praia da Bahia, o que é muito justo, mas deixa o país em suspense e só serve para alimentar o chamado “terceiro turno”, com boatos e ameaças catastrofistas, para alegria das patéticas contrafações de Carlos Lacerda assumidas pelos veteranos da tropa de Blogs & Colunas, e dos jovens aloprados das redes sociais, que não aprenderam nada, na escola nem na vida, sobre o que foi 1964.

“Os brasileiros que viveram o período de 1964 têm o dever de alertar a sociedade para o lugar aonde querem nos levar, e que a triste experiência da ditadura militar não se repita nunca mais”, escreve Celso Gualtieri, de Belo Horizonte, Minas Gerais, em carta publicada nesta segunda-feira no “Painel do Leitor” da Folha. Tem toda razão o leitor. É o que penso também.

Dilma Rousseff não pode alegar que foi reeleita há apenas uma semana para retardar indefinidamente o anúncio de nomes e medidas do novo governo, já que está no poder há quase 12 anos (oito como ministra e quatro como presidente da República). Não tem nada que esperar até a nova posse, em 1º de janeiro, para tranquilizar e devolver confiança e esperança ao país que lhe deu a vitória nas urnas.

Será que Dilma não pensou nisso antes, ou seja, no que deveria fazer imediatamente após a apuração dos votos, já que corria o sério risco de ser reeleita?