Por Camilo Ferreira – cfsantos07@hotmail.com
Gerson, me perguntaram se eu ia votar hoje pra presidente do Clube do Remo, respondi educadamente que não sou sócio e portanto não posso participar da votação. A pessoa, remista, ficou indignada comigo, chegou a me chamar até de bicolor (o maior insulto que um azulino pode receber), e então depois de sua descarga emocional me perguntou o porque de eu não ser sócio do clube, tive que me explicar em curtas e grossas linhas com o seguinte dizer “Não trabalho profissionalmente de segunda a sexta pra fomentar o amadorismo de ninguém”.
Sabe Gerson, é triste, é pesado ver o remo marcando passo (e errado por sinal), tropeçando nas próprias pernas, deixando de fazer o simples e básico que dá certo pra fazer um laboratório de invencionices que as vezes, por sorte (e não por racionalidade) acaba dando certo mas que na esmagadora maioria das vezes dá errado. Deves lembrar que já faz mais de 10 anos que acompanho a sua coluna no Bola e certa vez escrevi sobre uma derrota acachapante sofrida na última rodada da série B de 2004 quando o Remo então caiu pela primeira vez para a série C além de mencionar erro por erro que teve início em uma tomada de decisão errada pelos dirigentes ainda em dezembro de 2003, de lá pra cá o Remo vem colecionando incontáveis insucessos, tendo ainda alguns bons momentos quando ganhou uma série C, e alguns campeonatos paraense (salvo engano 3) mas no pesar da balança vemos que a situação tá muito feia.
Lembro que desde a época do saudoso Paulo Cecim naquele programa que ele apresentava na “Mais TV” a imprensa já falava que os clubes paraenses deveriam se profissionalizar e isso vem se repetindo ano após ano porém nada é feito pelo meu amado e flagelado Clube do Remo, o Deus dará e o Samba do crioulo doido continuam fazendo a maior festa sem hora e data pra acabar, o mal do Remo mora aí, em fomentar algo que tende a dar errado. Eu seria sócio com todo bom gosto do mundo (vontade não falta) se o Clube do Remo não me desse somente a esperança de que um dia sairia do limbo e voltaria pelo menos à mesma posição de 10/11 anos atrás, se me mostrasse profissionalismo, profissionais experientes e gabaritados que ocupassem os devidos lugares para os quais de fato foram preparados, fazendo então com que as coisas fluíssem dentro do Clube, (a César o que lhe é devido, é claro que existem profissionais dentro do Clube que empenham brilhantemente seus papéis e funções) mas a realidade não é essa e enquanto persistirem as políticas do laboratório e da sorte infelizmente apenas assistirei o náufrago e a utopia do meu devido lugar e com muito pesar, o momento é de racionalidade e não de paixão, espero que Pirão ou Minowa me convençam do contrário.