Copa é Copa

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Por Roberto Vieira

Mestre Didi estava sério.

Armando Nogueira elogiava Neymar.

Neymar isso, Neymar aquilo.

Até Dunga ganhou um elogio de Zezé Moreira.

Nenhum gol em cinco partidas.

O paraíso brasileiro estava verde amarelo, exceto por Didi.

Bem ao contrário do paraíso turco.

Cimitarras muitas e virgens com mel nenhuma.

Por fim, lá pela sexta ou sétima garrafa de vinho celestial.

Armando não se aguentou e virou pra Didi:

‘Senhor Valdir Pereira, que cara fechada é essa?’

Didi olhou pra Armando e sorriu pela primeira vez.

Gostava muito do Seu Armando.

Gostava também do Nelson e do João Saldanha.

Mas eles estavam assistindo o jogo no purgatório.

Junto do Mané.

Depois de sorrir, Didi chegou perto do Seu Armando.

Assim como quem não queria estragar a festa de ninguém.

Afinal de contas, futebol era das poucas diversões longe do inferninho.

Didi chegou perto e sussurrou.

Pra nem mesmo Deus mesmo ouvir.

‘Seu Armando, treino é treino, jogo é jogo… e Copa é Copa!’

Eurico está de volta. Vasco escolheu o retrocesso

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Do blog Esporte Fino

O risco de colocar um ídolo no comando de um clube de futebol é sempre enorme. Assim que os maus resultados surgem, a idolatria é colocada em segundo plano e as críticas superam as lembranças saudosistas do torcedor. Foi o que aconteceu com Roberto Dinamite, cuja administração resultou em dois rebaixamentos desde que assumiu a presidência do Vasco, em 2008. É verdade que o primeiro descenso não pode ser totalmente atribuído à sua gestão, já que substituiu Eurico Miranda no cargo no meio do ano, pegando o clube afundado em dívidas e rachado politicamente.

Nem mesmo o retorno praticamente garantido à Série A em 2015 ajuda a amenizar a pressão que vem das arquibancadas. O Vasco, atualmente na 3ª posição da Série B, tem a pior campanha entre os grandes que já disputaram a Segundona de pontos corridos, modelo vigente desde 2006. O título, enxergado por muitos como obrigação, virou uma ilusão. E a falta de brilho na campanha acende um novo sinal de alerta em relação a uma possível evolução no retorno à elite.

As finanças também derraparam nesse período. Dinamite recorreu por diversas vezes à CBF para pagar salários atrasados de jogadores e ainda busca novos empréstimos bancários para acertar dívidas com funcionários, quitar impostos atrasados e regularizar a situação fiscal e tributária com o governo para conseguir certidões e renovar o patrocínio com a Caixa Econômica Federal. A situação é tão desesperadora que um grupo de mais de 15 mil vascaínos de todo o Brasil criaram a campanha Vasco Dívida Zero e contribuem há quase dois anos com doações para ajudar o clube a pagar a dívida com a Receita Federal, que atingiu a marca de R$ 93 milhões em 2013.

O fracasso de Roberto Dinamite trouxe um efeito colateral tão preocupante quanto os cofres vazios e os medíocres resultados nos gramados: a ressurreição de Eurico Miranda, eleito na madrugada de hoje para reassumir a presidência do clube, após a dinastia de 1997 a 2008 (primeiro como vice de futebol e depois como presidente) ser interrompida.

Resgatar o respeito e as tradições do Cruzmaltino. Essa era a bandeira principal da chapa “Volta, Vasco! Volta, Eurico!”, regida pelo cartola, acusado por opositores de pagar a mensalidade de 3 mil novos sócios, em troca de votos na eleição. O Mensalão Vascaíno, como foi batizada a denúncia, já provocou diversos rounds na Justiça e até mesmo o adiamento da eleição, anteriormente marcada para ao mês de agosto.

O retorno de Eurico é um retrocesso para o Vasco da Gama. É o aceite de que não importam os meios para se formar um time vencedor. Ignora-se que a “Era Eurico”, marcada por títulos importantes, representou também problemas para a sucessão presidencial. Um exemplo disso são as quantias milionárias devidas a Edmundo e Romário, até hoje não quitadas. Em 2007, o estádio de São Januário chegou a ser penhorado para garantir o pagamento de dívidas fiscais, mas Eurico conseguiu interromper o processo, que ainda corre na Justiça. O dirigente que acumula processos judiciais, brigas com veículos de comunicação, invasões a campo para intimidar árbitros e que se gaba de ter usado suas articulações políticas para ajudar o Fluminense, em 2000, a saltar da Série B (estava na Série C, mas havia garantido o acesso) para a primeira divisão nacional, em uma das “viradas de mesa” mais constrangedoras da história do futebol brasileiro.

A volta de Eurico também nos remete àquela melancólica final da própria Copa João Havelange, quando 160 vascaínos se feriram na queda de um alambrado em São Januário. Choro, histeria, ambulâncias no gramado. Eurico Miranda estava lá, dando ordens a todos que passavam a sua frente. Não estava preocupado com as vítimas. Queria apenas que o jogo fosse reiniciado. Em meio à tragédia, exigiu que os jogadores levantassem a taça e dessem a volta olímpica. Coroava ali toda a arbitrariedade e a falta de senso humano, características tão comuns durante toda a sua vida dentro do clube. “Vamos, levanta, que o jogo vai continuar. Vamos, levanta rápido”, bradava em direção aos torcedores ensanguentados. É esse Eurico Miranda que está de volta. Ele e o seu inseparável charuto. É esse o caminho que o Vasco decidiu abraçar novamente.

Gre-Nal eleito o 7º maior clássico do mundo

A revista inglesa Four Four Two fez um levantamento sobre os maiores clássicos do mundo. Na lista, o único jogo brasileiro é o clássico gaúcho, entre Grêmio e Internacional. O clássico brasilerio ficou em sétimo. O maior do mundo, de acordo com a revista, é o jogo entre River e Boca, da Argentina.

Veja a lista completa:

1° – Boca Juniors x River Plate (Argentina) (65)

Boca Juniors x River Plate é o maior clássico do mundo
Boca Juniors x River Plate é o maior clássico do mundo | Crédito: Reprodução

2° – Barcelona x Real Madrid (Espanha) (62)

Barcelona x Real Madrid é o segundo maior clássico do mundo
Barcelona x Real Madrid é o segundo maior clássico do mundo | Crédito: Gonzalo Arroyo Moreno/Getty Images

3° – Nacional x Peñarol (Uruguai) (59)

Nacional x Peñarol é o terceiro maior clássico do mundo
Nacional x Peñarol é o terceiro maior clássico do mundo | Crédito: Reprodução

4° – Liverpool x Manchester United (Inglaterra) (58)

Liverpool x Manchester United é o quarto maior clássico do mundo
Liverpool x Manchester United é o quarto maior clássico do mundo | Crédito: Alex Livesey/Getty Images

5° – Celtic x Rangers (Escócia) (56)

Celtic x Rangers é o quinto maior clássico do mundo
Celtic x Rangers é o quinto maior clássico do mundo | Crédito: Clive Brunskill/Getty Images

6° – Fenerbahçe x Galatasaray (Turquia) (56)

Fenerbahçe x Galatasaray é o sexto maior clássico do mundo
Fenerbahçe x Galatasaray é o sexto maior clássico do mundo | Crédito: Reprodução

7° – Grêmio x Internacional (Brasil) (56)

Grêmio x Internacional é o sétimo maior clássico do mundo
Grêmio x Internacional é o sétimo maior clássico do mundo | Crédito: Vinicius Costa/Getty Images

8° – Lazio x Roma (Itália) (54)

Lazio x Roma é o oitavo maior clássico do mundo
Lazio x Roma é o oitavo maior clássico do mundo | Crédito: Paolo Bruno/Getty Images

9° – Borussia Dortmund x Schalke 04 (Alemanha) (51)

Borussia Dortmund x Schalke 04, é o nono maior clássico do mundo
Borussia Dortmund x Schalke 04, é o nono maior clássico do mundo | Crédito: Stuart Franklin/Getty Images

10° – Al-Ahly x Zamalek (Egito) (49)

Al-Ahly x Zamalek é o décimo maior clássico do mundo
Al-Ahly x Zamalek é o décimo maior clássico do mundo | Crédito: Reprodução

Copa Verde: Papão pede e STJD adia julgamento

Ainda não será desta vez que se conhecerá o campeão da Copa Verde 2014. A pedido do departamento jurídico do Paissandu, o STJD adiou o julgamento do caso Brasília para data a ser confirmada. O clube não conseguiu agendar a participação de seus advogados na data prevista – quinta-feira – e, com isso, resolveu solicitar o adiamento. É a segunda vez que isso ocorre. No julgamento anteriormente marcado para o começo de outubro, o Papão também pediu para o caso ser retirado de pauta devido à proximidade do Círio de Nazaré. Até o momento, o resultado da votação no julgamento interrompido é de 1 a 1, mas um outro voto foi anunciado como favorável ao Papão depois de encerrada a sessão.

Lusa pode ter recebido R$ 20 milhões

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O Ministério Público concluiu que o meia Héverton foi escalado irregularmente de maneira premeditada pela Portuguesa no Campeonato Brasileiro de 2013 em troca de vantagens financeiras para alguns funcionários. Os valores podem variar de R$ 4 milhões a R$ 20 milhões. Todas as informações são do jornal ‘O Estado de S.Paulo‘.

Em outras palavras, segundo o inquérito que ainda está andamento, a Lusa vendeu sua vaga na Série A. O MP, agora, quer descobrir quem comprou. De acordo com as informações do periódico, as principais suspeitas recaem sobre o Flamengo, que se salvou do rebaixamento com a punição da Lusa, e o Fluminense, também ameaçado.

O órgão se ampara em três provas para chegar à conclusão. Primeiro: a CBF enviou um email, via Federação Paulista de Futebol, que foi aberto pela Lusa, com seis funcionários cientes da informação. Segundo: a partir de conversas telefônicas, o MP concluiu que o clube sabia do julgamento do jogador.

Por último, uma pasta com informações sobre jogadores suspensos e pendurados foi entregue para a comissão técnica. A punição de Hevérton não constava nos documentos.

De acordo com o Estadão, a investigação agora se encaminha para descobrir a movimentação financeira que concretize a fraude. Para tal, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) quebrou o sigilo bancário de funcionários da Portuguesa.

No ano passado, após a escalação irregular ter sido revelada, a Portuguesa foi punida pelo STJD. Com a perda dos pontos, o clube foi para a zona de rebaixamento e caiu para a Série B. Nesta temporada, com campanha sofrível, a Lusa caiu para a Série C após disputar 33 rodadas na segunda divisão. (Da ESPN)

Quem tem medo de Minowa?

Por Gerson Nogueira

De cara, para não gerar dúvidas, aviso logo que como desportista aprendi a valorizar sempre o resultado de campo. Abomino manobras de tapetão e assemelhados. Dito isto, entendo que o Remo dá um tiro no pé ao não oficializar a vitória de Pedro Minowa na primeira eleição direta da história do clube. Veterano de outras eleições, Minowa paga o preço de não pertencer à elite que domina o Remo há décadas.

unnamed (1)É fato que se registraram falhas na condução do processo eleitoral. Assinaturas deixaram de ser colhidas, teve eleitor votando na urna errada. Nada flagrantemente desonesto ou premeditado. Na verdade, problemas gerados pela má preparação do ritual de votação.

No fim das contas, porém, a vitória do oposicionista Minowa – um candidato conhecida pela persistência – expressou o sentimento de protesto da maioria dos votantes, não diretamente contra o presidente Zeca Pirão, mas contra a longa crise do clube. Com o colégio eleitoral enriquecido pela inédita participação de grande contingente de sócios remidos, a insatisfação das ruas se refletiu diretamente nas urnas.

Ao contrário de outras eleições, cujos votantes eram as figuras de sempre, desta vez os rumos do pleito azulino foram definidos (em pelo menos 40% dos votos) por um contingente expressivo de eleitores que não participam diretamente da vida política do clube.

Quanto mais eleitores, mais democracia. Este é um princípio universal, consagrado em todos os regimes democráticos do mundo. Ocorre que a euforia gerada pela participação maior de votantes corre agora o sério risco de um recuo.

Os torcedores se manifestam nas redes sociais decepcionados com a anulação do pleito, conscientes de que contrariar a vontade das urnas é sempre um retrocesso. A comissão eleitoral da eleição teve seus motivos para optar pela decisão traumática, mas ficou a impressão de que faltou investir numa solução política negociada.

A conciliação de interesses, através da pacificação das correntes internas, seria o melhor caminho. Afinal, o futebol do Remo depende da definição eleitoral para ser estruturado com vistas à próxima temporada. Alguém deveria ter levantado a voz para mostrar com clareza e realismo o cenário que está se desenhando.

Quem garante, por exemplo, que o resultado da próxima eleição será respeitado pelos derrotados? Maus exemplos têm o condão de criar raízes. Como a virada de mesa do pleito de sábado foi bem sucedida, nada impede que nova manobra seja levado a cabo no dia 13 de dezembro.

Ainda existe o perigo de uma batalha judicial em torno da eleição anulada, o que pode fazer o clube mergulhar de vez na indefinição. Caso isso ocorra, ficará provado que o interesse pessoal se sobrepõe ao sentimento de respeito e dedicação à instituição. Uma pena.

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A alternativa da terceira via

Anunciada há duas semanas, a candidatura do empresário Marcelo Carneiro – se aceita pela Comissão Eleitoral – pode vir a ser a terceira via no Remo. Com bom trânsito nos dois lados, Carneiro pode unificar situação e oposição, tirando o clube do impasse atual. Trabalhou diretamente no futebol azulino como integrante da equipe de Raphael Levy, em 2005.

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Cartola da picareta ensaia retorno

A situação no Remo anda tão caótica que permite até que um ex-presidente responsável pelo maior dos crimes contra o clube ressurge todo lampeiro, ungido como integrante da nova Comissão Eleitoral, formada para o pleito de 13 de dezembro. Foi o autor da ordem para destruir a golpes de picareta, na calada da noite, a parte frontal do Evandro Almeida para impedir o tombamento do estádio.

Foi ele também o genial responsável pela proposta de venda (a preço vil, segundo cálculos da época) do próprio Baenão, desatino sustado a tempo pela ação heroica de alguns poucos abnegados e pela firmeza da juíza Ida Selene Duarte Sirotheau Correa Braga, do TRT.

Em um clube sério, com instâncias que funcionassem de verdade, teria sido afastado sumariamente e responsabilizado pelos sérios prejuízos causados à instituição. Sua inesperada reabilitação diz muito do atual momento de balbúrdia vivido pelo Remo.

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Todos os titulares à disposição de Mazola

Sábia iniciativa do técnico Mazola e dos dirigentes do Papão antecipando a viagem para o Rio, a fim de ganhar tempo de adaptação ao gramado e ao clima de Macaé. Todo detalhe a essa altura do campeonato se reveste de grande importância para o resultado final.

A viagem na manhã de quinta-feira, apesar de representar um dia a mais de despesas para o clube, vai permitir que os jogadores treinem no estádio Cláudio Moacir, evitando surpresas desagradáveis de última hora. A má qualidade dos gramados quase sempre afeta mais a atuação de visitantes.

Depois de várias rodadas, o Papão terá todos os titulares aptos a serem aproveitados. Zé Antonio e Aírton devem voltar ao time, cuja estrutura no 3-5-2 será mantida, conforme indicam as palavras do treinador.

Com ambos em campo, Mazola volta a contar com a equipe considerada ideal, a depender apenas do rendimento individual de suas peças. Nesse quesito, Pikachu e Héverton são os que mais preocupam, visto que ambos têm destoado tecnicamente do restante do time.

Como os dois são bons jogadores, há a justificada esperança de que se recuperem justamente no momento culminante da competição.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 12)