Hamilton conquista bicampeonato da F1

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Sem erros ou hesitações, Lewis Hamilton se tornou o mais novo bicampeão da Fórmula 1 neste domingo ao vencer o GP de Abu Dabi. O piloto inglês deixou para trás o companheiro de Mercedes, o alemão Nico Rosberg, ainda na largada e praticamente não foi ameaçado na busca pelo triunfo nos Emirados Árabes Unidos.

Felipe Massa foi o segundo colocado, em sua melhor corrida do ano, e Rosberg quase não completou a prova em razão de problemas no carro. Com a posição do brasileiro e o terceiro lugar do finlandês Valtteri Bottas, a Williams obteve a dobradinha no pódio, confirmando a grande reação da equipe britânica na Fórmula 1.

A corrida deste domingo foi marcada pela ultrapassagem de Hamilton sobre Rosberg logo na largada e pelas falhas apresentadas pela Mercedes do alemão, que quase não conseguiu completar a prova. Já Massa só teve motivos para comemorar em Abu Dabi. Obteve seu melhor resultado na temporada e esteve perto de ameaçar o triunfo de Hamilton.

Com sua 11ª vitória na temporada, o inglês encerrou o campeonato com boa vantagem sobre Rosberg, com 384 pontos, contra 317 do alemão. Para ficar com o título, Rosberg precisava não apenas vencer mas torcer para que o companheiro não passasse do terceiro lugar. Sem fazer a sua parte, a pontuação dobrada de Abu Dabi – exceção à regra no campeonato – não fez qualquer diferença para alterar o rumo do campeonato.

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O resultado de Abu Dabi coroou a grande campanha de Hamilton na temporada. O campeão de 2008 fez duelo acirrado e polêmico com Rosberg desde a primeira prova do ano e amargou a segunda colocação durante boa parte do campeonato. Mas buscou a virada na segunda metade do ano, quando emplacou cinco vitórias consecutivas.

O GP de Abu Dabi confirmou a boa reação imposta por Massa neste segundo semestre. Superado pelo companheiro Valtteri Bottas na maior parte do campeonato, ele faturou seu segundo pódio seguido – o terceiro na temporada – e foi o melhor piloto, depois dos representantes da Mercedes, nas últimas duas corridas do ano.

A reação no fim minimiza os resultados do início de 2014 e faz o brasileiro terminar o Mundial de Pilotos na 7ª colocação, com 134 pontos. Bottas, seu companheiro de Williams, ficou em 4º, com 186. Surpresa do campeonato, o australiano Daniel Ricciardo foi o terceiro melhor do ano, com 238 pontos.

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Pequeno grande herói paraense

Por Gerson Nogueira

Sou do tempo em que jogadores de futebol ainda tinham aura de heróis. Principalmente entre nós, moleques pobres, que admiravam os boleiros que davam o salto em direção à glória do reconhecimento e da popularidade. Não tinha esse papo de jogador disputando espaço a tapa com subcelebridades nos sites e colunas de fofocas.

Nos roqueiros anos 60, acompanhava com meu pai pelas ondas possantes do rádio as façanhas de Garrincha, Pelé, Amarildo, Nilton Santos, Zito, Gerson. O futebol era romântico, às vezes épico. Contribuía para isso o fato de que nenhum jogador (nem o Rei) ficava milionário. A maioria apenas fintava a realidade pobre, passando a uma vida mais confortável.

unnamedEm paralelo, vivia ligado na PRC-5 ouvindo a história viva do nosso futebol. Ainda não sabia, mas a época era pródiga. Estava em atividade naquele momento a melhor geração de boleiros que o Pará produziu. E Quarentinha se destacava pelo futebol irrepreensível e pela dedicação exclusiva às cores do Papão.

Dono de futebol elegante e objetivo, Quarentinha chegou a ser sondado pelo Santa Cruz (PE) para deixar a Curuzu em 1960. Ofereceram um bom dinheiro – CR$ 120 mil –, que o clube recusou de pronto.

Quarentinha teve um começo de carreira moldado pelas mãos do acaso. Batalhou por uma chance no Remo, mas foi deixado de lado pelo treinador de plantão, Orlando Bendelack. Desiludido, cruzou com um amigo na calçada do estádio Evandro Almeida. Puro destino. Foi levado até a Curuzu, onde recebeu carinho e atenção. Amor à primeira vista.

O resto da saga de Paulo Benedito dos Santos Braga quase todo fã de futebol conhece. Um prodígio. Franzino, mas incansável em campo, suportou dores e driblou lesões para honrar a camisa alviceleste. Na brilhante carreira, cravou seu nome na história com 86 gols – é o 11º goleador do clube.

Como todos os boleiros daqueles tempos difíceis, ganhou pouco dinheiro com a profissão, mas foi presenteado com a admiração e o amor de uma grande torcida. A homenagem que o clube lhe prestou, inaugurando uma estátua na Curuzu, é daqueles momentos raros em que o futebol se encontra com a decência, premiando o mérito.

Parabéns a todos os envolvidos.

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Remo sacrifica o planejamento

Sem técnico, sem time, o Remo se prepara para um final de ano repleto de incertezas. Os mandachuvas do clube dedicam-se a uma espécie de aposta insana. É como se tentassem testar até onde vai a paciência e a capacidade de tolerância do torcedor.

Durante a semana, o craque Mesquita disse que estão acabando com o Remo. Como ele, uma legião de torcedores se manifesta via redes sociais e nas ruas deplorando a inércia dos últimos nove anos. A empolgação da conquista do título estadual foi abafada pelo fiasco na Série D.

Para agravar o que já era ruim, a perspectiva de mudança pela via institucional sofreu um duro golpe com a anulação da primeira eleição direta da história azulina. A comédia de erros no processo de votação serviu apenas para emoldurar a realidade tumultuada e sombria do clube.

O novo pleito, marcado para o dia 13 de dezembro, já não vem cercado do mesmo entusiasmo da torcida. Mesmo que desta vez as coisas cheguem a bom termo, não haverá como compensar o tempo desperdiçado.

A velha sina se repete. O planejamento do futebol foi sacrificado pelas escaramuças políticas. E o Remo vai de novo fechar o ano curando as feridas abertas na eleição e na busca desesperada por um novo técnico, ainda sem ter um elenco para a disputa do Parazão.

Tudo às avessas, como se a ideia seja de fato contrariar a lógica.

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Dona Fifa e suas hesitações

O bombardeio de críticas em relação ao processo de escolha das sedes das Copas de 2018 (Rússia) e 2022 (Catar) surtiu efeito. Mesmo relutante, a Fifa anunciou que vai reavaliar as investigações conduzidas pelo norte-americano Michael García.

O jurista conduziu os 18 meses de investigações e o relatório produzido (com mais de 200 mil páginas) será enviado ao presidente do Comitê de Auditoria da Fifa, Domenico Scala. Evidências de subornos e favorecimentos pontificam nos autos, obrigando a uma tomada de posição nas próximas semanas.

Segundo fontes da Uefa, é improvável que a Copa de 2018 sofra algum tipo de mudança. A Rússia entregou os 12 estádios da competição e a maioria dos contratos de patrocínio já foram firmados. O Catar, porém, dificilmente será mantido como mandante do mundial de 2022. Nova votação para escolha de país-sede deve ser orientada pelos auditores da Fifa.

O fato é que, apesar da proverbial hesitação da entidade frente à corrupção, a apuração conduzida por Michael Garcia levou à abertura de processos contra vários dirigentes e operadores denunciados no inquérito. Por sinal, a fraude com ingressos na Copa do Mundo no Brasil só foi descoberta por força do trabalho do americano.

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Bola na Torre

O técnico Mazola Junior (PSC) é o convidado do Bola na Torre na RBATV, que começa por volta de 00h15. Guilherme Guerreiro apresenta, com a participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 23)