Objetividade premiada

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Por Gerson Nogueira

Foi a vitória do time melhor arrumado defensivamente e mais aplicado no ataque. Se há uma palavra que resume o que foi a atuação do Paissandu, ontem à tarde, esta é objetividade. Com funções bem definidas e concentração total, a equipe pouquíssimas vezes se afastou do roteiro previamente desenhado. Marcava com até seis jogadores no meio-de-campo, levando em conta que Aírton e Djalma se juntavam ao esforço para bloquear os avanços dos meias e laterais remistas.

No futebol, muitas jornadas são vencidas nos vestiários – perdidas também. Desta vez, Mazola Junior e seus comandados trilharam o caminho vitorioso porque sabiam que o Paissandu precisava enfrentar jogadores habilidosos no meio-de-campo e se prepararam adequadamente, montando um planejamento preciso e simples.

Seus três volantes começaram a partida sem passar da linha divisória. Cada um, Vanderson à frente, combatia um adversário. O entrega era tão intensa que nos primeiros minutos foram cometidas oito faltas seguidas, levando a um cartão amarelo para Charles logo aos 5 minutos.

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Depois de enganoso domínio territorial do Remo, o gol contra de Rogélio aos 16 minutos desnudou a realidade do jogo. No lance fatal, Vânderson chegou à intermediária, lançou para Djalma, que cruzou à meia altura em direção à área. Simples e certeiro. A bola resvalou no zagueiro e entrou.

O Remo entregou-se então a uma combinação de apatia com desarrumação, receita infalível para o insucesso. Ainda esboçou uma reação, deslocando Eduardo Ramos para o lado direito do ataque, mas sem resultado prático. Potiguar, inicialmente explorando a faixa esquerda, era cercado por Djalma e Zé Antonio, sendo obrigado a investir pelo meio, onde embolava com Leandrão e Athos.

No segundo gol, um contra-ataque perfeito, com nova participação de Djalma, que acionou Héliton mais à frente. Dele partiu um lançamento alto para o centro do ataque, onde Lima recebeu à frente de Rogélio e seguiu livre para o arremate à direita de Fabiano.

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Enquanto o Paissandu impunha dois gols de diferença, tocando menos na bola, mas com muito mais rapidez e eficácia, o Remo teve somente duas boas oportunidades. Na primeira, cruzamento de Ramos, que Matheus desviou com dificuldades. Logo em seguida, Rogélio cabeceou com perigo, mas o goleiro estava bem colocado. Não por acaso, Potiguar e Ramos deixaram o campo no fim do primeiro tempo clamando por aproximação e entusiasmo dos colegas.

Veio a etapa final e, logo de cara, o Remo mostrou que também podia ser ágil e objetivo. Potiguar foi lançado na área, atraiu a atenção dos zagueiros e chutou forte. Mateus rebateu e Zé Soares (que havia substituído Athos) botou para dentro.

Por cerca de 10 minutos, o Remo esteve muito perto do empate. Perdeu chances seguidas com Leandrão, Potiguar e Zé Soares. Seguro, Mateus já se estabelecia como o grande nome da tarde. A agressividade azulina empolgou a torcida e a pressão foi muito forte sobre a defesa do Paissandu, que se postou com correção e não se abalou com a situação.

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Aos poucos, o jogo se reequilibrou, embora o Remo continuasse sempre presente no ataque, ameaçando com Potiguar e Zé Soares. Val Barreto substituiu Leandrão a dez minutos do fim e empreendeu a jogada mais emocionante do segundo tempo. Driblou dois marcadores junto à pequena área e bateu no canto. A bola caprichosamente resvalou em João Paulo e saiu a escanteio. Na sequência, Jonathan chutou na gaveta, mas o goleiro evitou o gol.

Resumo da ópera: Paissandu se fez merecedor da vitória por ter consciência de suas limitações. O Remo jogou como se as coisas se resolvessem naturalmente em campo. Ambos precisam melhorar muito, mas do ponto de vista anímico a vantagem hoje é alviceleste.

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Lembranças fortes do passado

A maneira como o Paissandu se estruturou em campo, priorizando a defesa, como no basquete, remeteu diretamente ao primeiro clássico do Parazão 2013. Na ocasião, Flávio Araújo fechou o Remo e dedicou-se aos contra-ataques. Ganhou por 2 a 1, como fez Mazola ontem. Para reforçar as coincidências, o jogo ocorreu na mesma data, 26 de janeiro.

Cabe a Mazola e ao Papão mudarem o rumo da prosa na sequência do torneio, pois Flávio Araújo se perdeu nas retrancas e levou junto o Remo, que acabou derrotado na decisão dos dois turnos. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola) 

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(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 27) 

21 comentários em “Objetividade premiada

  1. Analise perfeita!

    Mateus, Djalma, Charles,Capanema, Recife e Lima, Ótimas atuações.

    O Djalma foi crucial pra essa vitória bicolor, participou ativamente das duas jogadas.

    No 2° gol, foi buscar uma bola perdida, dominou e deu pro Helinton colocar o Limatador na cara do gol.

    Como eu disse o Paysandu contratou pouco, e isso deu a impressão que investiu menos que o Remo, e por isso deram ao rival por ter contratado ex jogadores do Paysandu e outros reforços de fora a condição de um super time, que pra mim não é, e nem vai ser.

    Charles, o prórpio Ailton, Recife e Heverton estiveram bem hoje e o Limatador que foi a principal contratação do parazão está fazendo o que se espera dele, gols.

    Do outro lado, cabe ao Charles controlar o barril de frescurite que eu já tinha falado que ia ter.

    papão só gahou de um time sem divisão, mas precisava dessa vitória pra calar boca desses iludidos.

    Com os novos reforços que ainda poderão vim, não tenho duvidas que o papão, vai no caminho certo, o caminho do Bi campeonato.

    Papãoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

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  2. Mano, o Lima não recebeu na cara do gol, recebeu sim uma bola rifada pelo Helinton e com uma matada no peito que só craque sabe fazer desvencilhou-se do zagueiro e com um toque de classe tirou do goleiro, golaço!!!!!

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  3. A apatia (remista) e a entrega (listrada) explicam o resultado.

    Tudo o que foi observado e reclamado pela maioria do azulinos aqui no blog se repetiu no clássico.

    Volantes sobrecarregados, alas sem cobertura, zaga no mano a mano, zagueiros sem muito recursos, criação inviabilizada, ataque com extremas dificuldades.

    Rivais individualmente muito aplicados, com destaque máximo para o goleiro, que fez duas ou três aparadas decisivas, uma, inclusive, em perigosíssima bola desviada pelo próprio zagueiro listrado.

    Como tem sido de costume, péssima atuação do Athos. Mas, ontem, relativamente a ele, Athos, pior, ainda, foi o comportamento do Charles Guerreiro ao substituí-lo da maneira substituiu. Jogou o cara às feras.

    Escondido no jogo, e quando aparecia, apenas fazia passes nada mais que burocráticos, e, mesmo assim, errando a maioria, o Athos merecia ter sido substituído, portanto.

    Todavia, merecia também um pouco mais de respeito e consideração do treinador, que não poderia tê-lo exposto do jeito que expôs, ao substituí-lo a um minuto do final do primeiro tempo, e deixá-lo receber sozinho os previsíveis apupos da torcida por um comportamento apático que era coletivo.

    Quanto à semelhança com o re/pa de abertura do campeonato de 2013,só é preciso lembrar que o Flávio tinha melhores opções de que tinha ontem o Mazola Jr. Noutras palavras, em Belém, o então treinador azulino fez mesmo opção pela retranca como estratégia de jogo.

    Bom, vida que segue. Na quarta tem mais.

    as, pior, ainda, foi a atuação do Charles Guerreiro,

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  4. Se fosse para escolher um técnico caseiro, que coloque o Walter Lima.

    Aliás pode ser a saída de curto prazo para o Pirão. Em vez de pagar multa os valores de multa rescisória, porque só o Pirão para estabelecer multa para treinador, deixa o Charles encostado e chama o Walter Lima para dirigir o time.

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  5. O legal nessa estoria é que ela vai ser a mesma do ano passado. O Charles não presta, vão mandar ele pegar o beco e trazer a salvação da lavoura lá do sul e sudeste. Aí o Charles pega um time do interior, tipo paragominas, dá umas lapadas no 100 divisão e a vaga da serie D vai para o interior. E os criticos especialistas como seu Claudio comem abiu! E eu choooooooooooooooro!

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  6. O que está acontecendo com o time azulino é o que aconteceu com o time bicolor na série B apatia no meio campo onde a batuta do maestro cai por terra quando se vê marcado, e contagia os demais.
    Sinceramente, foi o melhor presente que o Pirão poderia dar ao Paysandú, a retirada da maçã podre do meio bicolor!
    Por outro lado entre retirar o Athos e o 33 vocês acham que o Guerreiro vai ter culhão para tirar a maior contratação remista?

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  7. Há Técnicos limitados, mas que conseguem escalar os “melhores” para compor o time titular. Lecheva, na campanha do acesso, fazia isso direitinho…E por isso enganou muita raposa velha por aqui.
    No caso de Charles, nem isso ele consegue e agora está sendo engolido pelos seus comandados. Primeiro foi Ratinho insatisfeito. Depois Val, Henrique e agora Athos…
    Um jogador tolera bem a reserva quando nota que seu concorrente, o titular, tem jogado bem. Mas isso não ocorre no Remo…Notem que, exceto Athos, todos os jogadores insatisfeitos estão como reserva de jogadores que ainda não mostraram serviço: Athos, Leandrão, Rogélio…

    Creio que se o time titular fosse Fabiano, Diogo, Max, Henrique, Alex; Dadá, Jonathan, Potyguar, Ramos, Val e Zé Soares, a equipe jogaria com mais vibração. Acho que é disso que o Remo precisa.

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  8. fui ao estádio ontem e vi um Paysandu mais disposto e com mais vontade de vencer, ontem o Paysandu venceu mais pela vontade do que pela qualidade, o Paysandu jogava em cima dos erros do remo que não eram poucos, se o Paysandu fosse um time de qualidade que nem era o do parazao do ano passado tinha aplicado uma goleada no remo, e foda um time cheio de estrelas por causa disso, eles entram em campo achando que vão fazer o gol a hora que quiser no rival inferior, já o time teoricamente mais fraco joga com mais vontade e com mais raça justamente pra compensar inferioridade que tem em relação ao rival, mais futebol e isso, agora a diretoria tem que reunir com o Charles e o elenco “estrelado” do remo e da um sacode neles, uma esculhambação mesmo daquelas, não adianta se desesperar e trocar o técnico estamos em 2º com o mesmo numero do rival, ontem o remo errou tudo que tinha pra errar (assim eu espero)…..

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  9. Prezado Gerson, diferentemente do torcedor do remorto, os bicolores entendem que essa vitória não quer dizer nada. É importante destacar que o Paysandu utiliza o campeonato paraense para acertar o time para o brasileiro, assim, as aspirações de remorto e paysandu são completamente diferentes. Com esse time o papão certamente seria rebaixado para a série D. Não podedmos nos iludir e perder o rumo no campeonato. O problema do Yago precisa ser resolvido e esclarecido.

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  10. Meus sofredores azulinos se for por falta de “uma chamada daquelas” estes estrelados estão nem ai para o time pois todos devem receber seus salários sem se importar com suas carreiras pois o tribunal de justiça do trabalho esta ai para defendê-los.
    Hoje vejo que vocês estão passando pelo mesmo mal que afligiu a torcida bicolor durante a temporada na série B com jogadores descompromissados que entravam em campo com a menor vontade de jogar e com alguns lampejos para bobos enganar!
    É aquele velho ditado: “Pimenta no dos outros é refresco!”

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  11. Como já comentei ontem, logo após o jogo, Paysandú, de acordo com o sistema de jogo a que se propôs, mereceu o resultado.
    Aliás, 2 a 1, para Remo ou para Paysandú, vem sendo um resultado normal.
    Na qualidade de azulino, fiquei triste pela atuação do Remo, ainda ciente da pouca qualidade do elenco rival, mas as dificuldades do Leão ficaram bem claras já no jogo do meio-de-semana contra o São Francisco.
    Ainda bem que foi um Re-Pa que não decidiu nada, restando tempo para quem de direito (direção, técnico…) corrigir os rumos ainda neste primeiro turno. Se deixar para o segundo, creio que será demasiado tarde.

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  12. Djalma, Charles e Limagouo nota dez. Vanderson e Zé Antônio essa dupla não dá! Seu Mazola não nos faça sofrer mais peça pra esses dois aposentarem o futebol.

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