Remo vence, mas sofre sufoco

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Por Gerson Nogueira

Apesar da postura cautelosa na maior parte do tempo, o Santa Cruz deu muito trabalho ao Remo ontem à tarde, no Mangueirão. Criou mais dificuldades do que se esperava. Charles Guerreiro utilizou a formação titular, com dois volantes (André e Jonathan) no meio, mas o posicionamento dos jogadores deixou a zaga novamente muito vulnerável.

unnamed (100)Contra um adversário que tinha dois atacantes espertos, Rafael Paty e Andrey, o setor defensivo azulino passou maus pedaços. O técnico gritava inutilmente com os volantes. Funções só serão ajustadas com treinamento, para que os laterais não avancem ao mesmo tempo e para que pelo menos um deles volte para ajudar no bloqueio junto à área.

O gol de Leandrão, ainda no primeiro tempo, depois de jogada primorosa de Tiago Potiguar, deu tranquilidade aos remistas quando o Santa Cruz se fazia presente em contra-ataques perigosos. Paty já havia perdido dois bons lances na área, ambos salvos por Fabiano.

Os jogadores de criação do Remo continuavam tímidos, principalmente Eduardo Ramos, bem vigiado por Mael. Athos saía mais, embora sem inspiração. Potiguar era o mais desenvolto e ameaçou diversas vezes, em velocidade pelo lado esquerdo.

No segundo tempo, logo de cara, nova oportunidade desperdiçada pelo artilheiro. Minutos depois, Fabiano rebateu um chute forte e Paty estava lá para finalizar para as redes. A jogada refletiu a desarrumação da defesa e inquietou a torcida. Paty continuou rondando a área e só não foi mais decisivo porque a meia-cancha do Santa Cruz não ajudava, criando pouco.

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O Remo tinha mais posse de bola, mas seus jogadores mais habilidosos eram bem marcados. Leandrão levava perigo sempre que a bola era cruzada, mas às vezes ficava muito isolado na área. Até mesmo o jogo vistoso das duas primeiras partidas não apareceu ontem.

Depois que Zé Soares substituiu a Potiguar, cansado, o Remo voltou a pressionar, mas não retinha a bola na frente e cedia ao Santa Cruz contragolpes sempre agudos. Aos 16 minutos, cruzamento de Eduardo Ramos achou o zagueiro Rogélio na área. 2 a 1.

O gol aliviou o sufoco, mas o Remo continuou dando espaços no meio e a levar pressão sempre que o Santa Cruz acionava Paty na frente. Nos instantes finais, quase o empate saiu, mas Fabiano apareceu bem, afastando até com os pés.

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Sucessão de jogadas criadas pelo retrancado Santa Cruz indica que o Remo precisa se organizar melhor, não apenas nas funções de marcação, mas no posicionamento de laterais e meias. Sobram bons jogadores à disposição de Charles, mas o time ainda é muito instável. (Fotos: ANTONIO CÍCERO/Diário)

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Tropeço bicolor na Arena Verde

Em Paragominas, conforme relato dos companheiros da Rádio Clube, o Paissandu viveu dois momentos na partida. Teve um momento arrasador, surpreendendo o time da casa com jogadas rápidas, através de Héliton e Pikachu. Graças a essa boa produção ofensiva, o time marcou dois gols em apenas 21 minutos de jogo. O primeiro, de João Paulo em cobrança de falta, surgiu aos 5 minutos. Aos 21, Dênis marcou após cruzamento de Héliton.

Ficou a impressão de que o Papão caminhava para uma vitória cômoda, talvez até com goleada. Outras chances apareceram, mas os atacantes não aproveitaram. O PFC pouco ameaçava, encolhido em seu próprio campo. Nos 10 minutos finais, porém, a equipe interiorana acordou e passou a buscar o gol com insistência. Diminuiu, aos 45, com Lourinho e quase empatou na sequência.

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O gol fez com que o PFC entrasse confiante na etapa final, fazendo ataques seguidos e botando a defesa do Papão em xeque. Logo aos 3 minutos, Aleílson bateu forte da entrada da área, empatando a partida. Um minuto depois, o próprio Aleílson quase desempatou, chutando à direita do gol alviceleste.

Com o passar do tempo, o PFC diminuiu o ritmo e o Paissandu voltou a mandar em campo. Pikachu, novamente em destaque, criava sempre situações de risco para a zaga inimiga. A melhor delas aos 45 minutos, em cruzamento para Charles, que chutou longe do gol. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola) 

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Turno é dominado pelos grandes

A classificação depois da terceira rodada expõe a ampla superioridade dos grandes da capital no campeonato. O Remo lidera, com 9 pontos, e o Paissandu é o vice, com 7, acumulando 16 pontos. Os demais seis clubes somam apenas 12, sendo que o Cametá, com 4, e São Francisco, 3, são os melhores do bloco interiorano. Ainda faltam quatro rodadas na fase de classificação, mas o cenário é inteiramente confortável para a dupla Re-Pa.    

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 20)

16 comentários em “Remo vence, mas sofre sufoco

  1. Gerson, sei que a coluna já deve estar saindo em versão impressa, mas só pra informar: o Zé Soares substituiu o André, e não o Potiguar. Potiguar foi substituído por Rodrigo Fernandes.

    Grande abraço e parabéns pelo texto.

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  2. O que vale caro Gerson, de verdade mesmo, é ganhar o 1° turno, o 2° e o campeonato inteiro.

    Pra isso que este campeonato foi feito.

    É claro que tem que se classificar pra chegar lá.

    Por isso não adianta ser grande agora, dominar a fase classificatoria e depois perder pro Cametá, Paragominas, São Francisco etc…quando se faz necessário triunfar.

    Depois esses pequenos times conquistam a vaga da quartona e o chorão fica dizendo que teve a maior pontuação do campeonato.

    E haja choro e tentaiva de compra de vaga.

    É só um lembrete!

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  3. Não vi o jogo ontem, mas pelos comentários o preparo físico do Remo e dos principais articuladores está crítico.

    Essa pré-temporada em Salinas foi pra quê, então?

    Essa de subir um lateral por vez é básica, esse nosso técnico precisa começar a trabalhar direito, porque pegar sufoco assim desse jeito é complicado.

    Seja onde seja, o Remo sempre é campeão de audiência, tanto que a tv cultura passou o jogo do Remo ao invés do PSC.

    E até aqui, no blog do Gérson, a quantidade de comentários do jogo do mais querido é mais do que o dobro do listrado

    É por isso que é o mais querido!

    Não percam as estribeiras!

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  4. Rodrigo, o amigo Cláudio diz desde dezembro que tem um novo técnico pintando no Remo rsrs

    A verdade é que a trajetória de Charles Regueiro e seu auxiliar lembram muito aquela música da nem tão apreciada dupla, Gino e Geno: Nois enverga, mais não quebra, nois chacoalha e não derrama, nois balança mais não cai…

    Valtinho que prepare a prancheta!

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  5. Bom dia Gerson Nogueira & Amigos do Blog;
    O jogo de ontem em Paragominas, foi mais um alerta prá essa diretoria, que errôneamente, apostou no Dennis, que ora vivas há quase um ano no Bicolor Amazônico, só AGORA marcou seu primeiro golzinho, envergando o manto Celeste, no entanto, DESPERDIÇOU outra carrada dêles, permitindo a reação do adversário que quase vira o jogo, Jogadores Regionais, NÃO recebem esse beneplácito, ou chega e arrebenta, e ou, tá fora, vide o Aleílson, que foi dispensado sem receber a oportunidade devida e não vale dizer que foi escalado em DOIS jogos como titular e não rendeu o esperado, isso é piada e subserviência; o time cria as oportunidades de gol e o ataque, sistematicamente, as desperdiça, aí, o adversário reage e dá no que dá, mas, a culpa sempre é dos volantes, da zaga,e ou, dos Regionais, nunca dos atacantes, que ENERVAM o time, com o elevado desperdício de oportunidades de gol.
    A tíbia diretoria do Grande Bicolor Celeste Amazônico, continua pecando em não contratar o Jaime, que encaixaria como uma luva nesse time, de meio campo leve, ágil e veloz, imaginem se no jogo de ontem o ataque fosse Hélinton e Jaime, substituindo o Dênnis, após a feitura do golzinho dele, Djalma, Picachú, Lineker, Hélinton, Airton que jogando na dele, apoia muito, é hábil e veloz.
    A desculpa do técnico Mazolla, que não recomenda a contratação do Jaime, por não conhecer o atleta, não se sustenta, pois a Diretoria e demais integrantes da Comissão técnica o conhecem e sabem da potencialidade do jovem atleta, está faltando sim atritude dessa diretoria, que CONTINUA PECANDO, em OUTORGAR a EXCLUSIVA PRERROGATIVA de indicar/barrar contratações ao Comandante Técnico.

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  6. Empate frustrante, ja que o Paissandu “voava” em Campo no primeiro tempo. Mas, considerando que o Paissandu jogou sem o seu principal jogador forasteiro, até o momento, o resultado não foi tão ruim. Penso que Mazola deva ter ficado preocupado com os gols sofridos no jogo de ontem. O que é ruim para montagem de um esquema ofensivo. Ainda mais contra o rival. Mazola, que aparenta ser esperto, sabe que o resultado de domingo é importantíssimo para continuidade do trabalho.

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  7. A julgar pelos dois a zero no começo parecia que as favas estavam contadas, ledo engano!
    O placar perigoso (2×0), assemelha-se muito com o tie break no vôlei, em geral quem sai de trás e leva para o set decisivo ganha pois chega com mais vontade e moral que o adversário.
    Como o Paysandú foi incompetente para matar a partida tomou o segundo gol logo aos 3 do segundo tempo e demonstrou, ou melhor, apenas confirmou a fragilidade conhecida por todos desta equipe.
    É fato de que urgentemente os reforços têm que estrear e mostrar a que vieram, além disso, precisamos de mais contratações, achando eu, que em todos os setores da equipe dada as proporções dos campeonatos que virão por ai, quem não tiver banco, quebra!
    Quanto ao Dênis, só gostaria de saber quem é o padrinho deste atleta pois o mesmo não inspira confiança em ninguém! Sinto saudades do Rhafael “Pop Som” Oliveira, porque, meus amigos, perder carradas de gols para fazer um, é melhor pagar mais barato pelo regional do que este importado!

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  8. celira, apesar de muitos integrantes da Nação Celeste Amazônico, minimizarem a importância do Parazão, Eu, penso exatamente o contrário, estou valorizando muito o Parazão/2014, onde temos a possibilidade de conquistar o 46º Título Regional, lembro que só temos o ABC de Natal, à nossa frente, como em sendo a equipe com maior número de títulos conquistados, isso é muuuuuita coisa camarada, concordas?

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  9. Heleno, ando batendo nessa tecla, há muito tempo, agora mesmo, ouço o Dinho Menezes anunciar o interesse do Grande Bicolor, em um jogador chamado Siloé, do Santa Cruz, se não me engano, pô, se não temos regionais à altura, e não o temos, Lincoln, atacante do Bragantino, que já é consagrado e reconhecido artilheiro, está disponível, porquê apostar nas “promessas” alheias?

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  10. E não é, Silas ?! Desde a queda à série-C,, fiquei pessimista quanto a uma boa gestão de Vandick e diretores. Se eles vacilarem, como estão continuando a fazer, o PSC permanecerá na Série-C.

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  11. O problema do Remo não está nas quatro linhas, mas no banco. O time é um bando ousado com grande qualidade técnica dos jogadores, mas sem qualquer organização tática. Isso pode dar certo, mas é um grande risco. Dessa forma, arrisca-se o Remo a burocratizar seu futebol e até levar goleadas históricas.

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Deixar mensagem para Édson tem time q tá 33 meses sem divisão, quem? kkkk Cancelar resposta