Festa tribal e susto na Curuzu

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Por Gerson Nogueira

Não foi a estreia dos sonhos, mas a atuação do Paissandu contra o Gavião não decepcionou. Ficou dentro do esperado. Mesmo que Zé Antonio não tivesse assegurado o desempate já no apagar das luzes, o time de Mazola Junior rendeu razoavelmente, levando em conta as dificuldades normais de um começo de campeonato e a necessidade de ajuste das peças.

É preciso considerar ainda que o Gavião deu mais trabalho que o esperado, impondo ritmo forte no gramado castigado pelas chuvas. O jogo valeu pela correria e entrega do primeiro tempo. Mais técnico, o Papão criou algumas situações perigosas e teve pelo menos quatro bons lances de ataque. Chegou ao gol e podia ter ampliado.

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Na etapa final, o time cansou – principalmente Pikachu e Djalma – e cedeu campo ao Gavião, que se animou e empatou meio por acidente. Depois do susto, veio a reação. Na base da valentia e empurrado pela pequena plateia presente, o Papão ainda teve forças para evitar o prejuízo. Do Gavião, que proporcionou um espetáculo tribal vistoso antes de a bola rolar, ficou a impressão de um conjunto desafinado, carente de um ataque mais forte.

unnamed (81)A avaliação dos estreantes mostra situações desiguais. No ataque, Lima correspondeu à fama de atacante oportunista e rápido. Deixou sua marca na melhor chance que teve pela frente. Deve render mais quando houver um organizador de verdade no time. Ontem, apesar do esforço de Lineker e Djalma, ficou claro que o Papão necessita de um camisa 10.

Até o trabalho dos laterais foi prejudicado pela ausência de vida inteligente no meio. A transição é lenta, o que atrapalha qualquer projeto de contra-ataque. Já o setor defensivo foi bem guarnecido por Charles, seguro e confiante. João Paulo exibiu fragilidades difíceis de aceitar até mesmo num estreante.

Mesmo tendo jogado por poucos minutos, Zé Antonio – que substituiu Vânderson – marcou sua participação, garantindo a vitória. Foi seu segundo gol com a camisa alviceleste e um gol importante, por aliviar a tensão da estreia e permitir mais tempo para Mazola arrumar a casa. E, pelo que foi mostrado, o técnico terá muito trabalho pela frente. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola) 

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Leãozinho erra muito e sai da Copinha

O Remo não reeditou as boas atuações da estreia contra o Corinthians e principalmente da segunda rodada, diante da Inter de Limeira, e caiu frente ao XV de Piracicaba. Falhas individuais comprometeram o projeto de vitória, incluindo a perda de um pênalti no segundo tempo, quando ainda havia tempo para a virada. Logo depois, porém, o XV chegaria ao segundo gol, sepultando qualquer possibilidade de reação azulina.

Apesar da eliminação, fica a certeza de que o time preparado às pressas para a competição tem bons valores e pode servir de base para a Copa SP do próximo ano, visto que a maioria ainda não estourou a idade.

Por outro lado, o técnico Walter Lima sai bastante valorizado da experiência, confirmando o que já havia ficado patente na Copa do Brasil sub-20: é, de fato, um dos melhores profissionais em atividade no país para o trabalho com jovens atletas.

Em depoimento depois da partida (e da confirmação da eliminação), Walter considerou que a arbitragem foi madrasta com o Leãozinho, fato previsível pela concorrência direta com o Corinthians. Com a franqueza habitual, admitiu ter empregado a estratégia errada, ao tentar vencer de qualquer maneira. O empate, no fim das contas, garantiria a classificação.

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Expectativa para a estreia azulina

A mais aguardada apresentação da primeira rodada vai acontecer hoje à noite. O Remo, cujas contratações agitaram o mercado regional, enfrenta o Cametá com a obrigação de vencer e convencer. Afinal, foi o clube que mais investiu e o que tem a dívida mais antiga com o torcedor.

Além das camisas amarelas que a Umbro preparou para homenagear a Seleção do tetra, o Remo apresentará novidades, principalmente na defesa e no meio-de-campo. Max e Rogélio são os zagueiros estreantes e Athos e Eduardo Ramos comandam o setor de criação.

O ataque repete a dupla mais utilizada no ano passado, Val Barreto e Leandro Cearense, visto que Leandrão, Tiago Potiguar e Zé Soares ainda não foram legalizados.

Sobre o Cametá existem poucas expectativas, pois o time não fez grandes contratações e se mantém fora do noticiário já há algum tempo. Não precisa ser muito cismado para saber que esse silêncio quase sempre pode esconder surpresas. O Leão que se cuide.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 13)

63 comentários em “Festa tribal e susto na Curuzu

  1. A estréia deu pro gasto. Os três pontos vieram e enquanto o time teve fôlego mandou no jogo.
    Acabou que o “superleazinho” foi eliminado na primeira fase. Agora só resta dar risadas do leao velho e sem divisao.

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  2. Em tempo, alguém me explica como o “super leãozinho” se classificaria com o empate. Se o Corinthians venceu e foi a sete pontos, mesmo que o timinho empatasse iria a 5 pontos. E todos os segundos colocados classificados fizeram também 7 pontos.

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  3. É de estranhar a dificuldade que o listrado teve no jogo, a lama estava dando na canela, normal isso no chiqueirão e o time ja esta ambientado com essa realidade.

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  4. – Verdade, amigo Filipe.. Penso que o Valtinho se equivocou… Quem se classificava com um simples empate, era o Corinthians..

    – No jogo do Papão, ontem, gostei da zaga, principalmente do Charles. Gostei do ala Airton(bem fisicamente, Pablo será banco..) e também, do atacante Lima… Me refiro aos estreantes…

    – Pior do jogo, foi o Líneker..

    – Remo, mesmo sem 3 das novas contratações, mostra um time forte… Vamos ver, no conjunto..

    Parabéns ao competente técnico Valtinho… Mostrou que poderá ser muito útil à base azulina… Mas que fique, só na base…

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  5. Geovany, por isso que ele é indio.

    Todos sabemos que não apenas a Curuzú, o prórpio Baenão, o mangueirão, e nem vai precisar chover hoje, pra vermos que o nosso solo é elameádo.

    Sem gozação e falando sério, faltou educação pra esse indio, que deveria se sentir realizado por disputar uma competição oficial da FPF-CBF-FIFA e enfrentar o melhor time da região Norte, jogando no CONSAGRADO Estádio da Curuzú.

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  6. Adoram falar do Remo, vou fazer minhas anotações para saber quantas vezes os listrados escrevem a palavra Remo rrsrsr. enquanto isso em Votuporanga, a Locomotiva passou por cima do Papãzinho e goleou por 6 a 2, se classificando para a segunda fase da competição.

    O papaozinho imitando sua mãe que é segundo estátisticas mundo afora como o clube mais goleado do Brasil.Que base medonha esta heim amigos!!!!

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  7. Amigos, vamos para de chamar o atacante do Paysandu de Limatador, pois ele ja responde por crime semelhante em SC. Mais adequado é chamá-lo de Limabortador! O juri popular está perto!

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  8. O Pikachu jogou evitando as loucuras do Misturado com os seus carrinhos voadores, e deu assistência pro segundo gol, isso se chama eficiência, característica de craque, mané!

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  9. Eu leio alguns comentários e penso que o futebol realmente tem sido nivelado por baixo.
    Há alguns dias (quero dizer anos) um jogo entre Payssandu e um time estreante como gavião seria uma goleada na certa. E aí, o papão piorou ou o time indígena começou muito bem?

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  10. Klésio os times menores evoluíram, hoje até concentram, antes enchiam a cara no dia anterior e iam pro jogo ainda tontos. Agora quem enche a cara são 33’s da vida.

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  11. Dois aspectos a seren considerados no jogo de ontem entre PSC e Gaviões.

    1. Foi intressante a participação da torcida indígena nas arquibancadas, dando um colorido inédito ao jogo. Lamentável foi a hostilização que essa torcida sofreu ao l0ongo do jogo pela diminuta, mas irritante torcida bicolor com gritos e palavras de ordem preconceituosas contra os indígenas e descendentes. Ao final do jogo, mesmo diante de uma suada vitória, as hostilizações continuaram, com direito aos gritos de guerra de escárnio contra os indígenas. Diga-se de passagem, se comprotaram de forma bastante civilizada, aceitando as provocações e ignorando as barbáries assacadas. Aliás, o comentário de de um dos bicolores postados já revela o caráter preconceituoso em relação ao índio. Depois se reclama por aqui quando o Centro-Sul nos chama de índios e selvagens.

    2. A arbitragem não foi capital na vitória, mas a omissão do juizão em relação às botinadas do Vânderson em campo, não pôde passar despercebido. Vânderson começou o jogo e, de hábito, levou cartão amarelo por falta desclassificatótia. Dez minutos depois, se envolve em confusão com outro jogador do Gaviões. O juizão chega a separar os dois, mas amarela na hora de punir novamente o Vânderson, o que lhe causaria o vermelho. Ao longo do jogo, Vânderson distribuiu suas botin adas tradicionais em campo, sem sequer ser advertido pela arbitragem. O treinador, se deu ao luxo de o substituir no segundo tempo, temendo talvez o vermelho que pelo jeito jamais viria. Futebol, também se ganha nos detalhes.

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  12. Cássio,não sei quanto aos xingamentos proferidos por parte da torcida bicolor em relação à torcida visitante e,se por ventura aconteceram ,também reprovo,mas ,na realidade,você não perde a mania de falar mal do Paysandu,camarada.

    Em síntese,uma vitória justa,e pronto.

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  13. Vou fazer um breve comentário sobre arbitragem, ja que Cassio trouxe a discussão.

    De fato Vanderson poderia (e deveria) ter sido expulso no lance com Ednaldo Gazela.

    A arbitragem deixou de marcar um penal para o PSC. Prestem atenção no lance do Charles quando este chuta em direção ao gol. O zagueiro do Gavião estava se braços abertos (não foi proposital) o que caracterizaria o penal, ja que os braços estavam longe do corpo. O jogo, aqui, ai da estava 0 x 0.

    Mas a arbitragem não comprometeu no resultado final. A vitória foi justa, pois a equipe indígena (tb gostei muito da presença deles nk estádio) fez muito pouco para quem vinha jogando.

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  14. Em resposta ao comentário de Cássio de Andrade, gostaria de dizer o seguinte: O time do Gaviões, deve ser considerado como qualquer outro pois eles são indios lá em suas aldeias,

    Dentro de campo e nas arquibancadas, devem ser tratados como jogadores e torcedores normais.

    Portanto, o fato da torcida do Paysandu ter proferido algumas palavras de ofensas aos torcedores do time indígena não deve ser levado muito em consideração pois quando for jogar contra o Remo, tenho certeza que a torcida azulina, não vai tratá-los com amor e carinho.

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  15. O que foi que aconteceu? O Simba Junior perdeu! kkkkkkk.
    Negada, copinha fica para os times mais estruturados do sul e sudeste do país pois lá a moçada tem até nutrólogo para que os “deficientes” em massa muscular ganhem este tônus para se tornarem grandes atletas.
    Como é de praxe a inexistente base nortista quando colocada em xeque não tem o mesmo desempenho em terras alheias!
    A chave bicolor possuía adversários mais fortes e que chegaram as finais enquanto que a do outro lado os concorrentes só têm nome, apesar de uma melhor condição de treino e preparo destes!

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  16. Sinceramente não ouvi em nenhum momento palavras que desrespeitasse a torcida indígena, acho que fica mais para torcedores do time cor de luto que até em apresentação do Rama 33 brigam entre si, imagine contra os outros. Lembro, inclusive, o que foi destacado pela imprensa foi a confraternização dos torcedores do Paysandú no meio dos visitantes batendo fotos e filmando-se entre eles!

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  17. Com a ausência das organizadas era de se esperar uma queda acentuado em público. De graça? até injeção na testa, já diziam os antigos!
    Boa atitude de não fornecer mais ingressos a estes marginais que iam a campo para fazer bagunça e não para torcer como os demais verdadeiros amantes do futebol!
    O preço, Sr. Vandique, está fora da realidade do futebol paraense, 30 reais por um jogo sem estrelas só estando muito desinformado a respeito do que o torcedor quer.

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  18. Na parte administrativa do Papão penso que falta uma cabeça que coloque em prática o proatividade administrativa. Primeiro saber o que o meu cliente(o torcedor) quer, segundo, o quanto vai custar, terceiro, a minha clientela tem condições de pagar?.
    Não adianta impor preços em função dos investimentos sem antes realizar um estudo sério na capacidade financeira da minha clientela, isto é essencial para o sucesso de qualquer projeto!
    Quanto ao lançamento da camisa com o nome dos torcedores do Paysandú, mesmo que não seja algo inédito no futebol, se é bom?, tem que ser copiado.
    O preço é mais que justo, pois a mesma será utilizada em jogos oficiais e nela não aparecerá nenhuma logomarca dos patrocinadores do clube.
    Então gente, é comprar o seu espaço no manto sagrado alvi-celeste e se eternizar com o clube neste ano de centenário que é oportunidade ÚNICA na vida dos apaixonados torcedores do Maior e Melhor Clube da Região Norte do Brasil, sem contestação é só ler as atuais relações dos ranking existentes!

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  19. Antonio, casos isolados, mas não aprovo o que o amigo do comentário 9 fez! Sinto muito!
    Tanto bicolores quanto azulinos têm é que aplaudir uma equipe indígena que com bravura conseguiu este fato histórico e inédito no futebol mundial.
    Queria eu estar em Belém para poder tirar umas fotos junto dos irmãos silvícolas e poder guardar de recordação para minhas gerações futuras!

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  20. Em todo o lugar em todos os times tem idiotas preconceituosos. Mas realmente o que apareceu na imprenssa foi a confraternização dos torcedores de ambos os times.
    Agora é muito clubismo achar que algum gramado de futebol do mundo iria sobreviver a chuva que tem caído em Belém nos últimos dias, ou os ignorantes acham que o chiqueiro da Antônio Baena estaria um tapete?

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  21. Edson, vou transcrever tuas palavras:
    “É por isso que ele é índio”.

    Importante registrar que o comentário transcrito veio em atenção ao comentário 4 que alude à reclamação do ARU quanto ao estado do gramado.

    Respondi?

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  22. Mas, Edson, utilizando sua própria lógica: se a Curuzú como qualquer outro estádio, nesta época, estava enlameado, ele tem todo o direito de dizer que estava enlameado e que esta situação atrapalhou. Ou não tem? Ou ele só disse isso por que é índio? Ou se ele não fosse índio ele não diria isso?

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  23. Um remista encontrou uma lâmpada entre as escavações da nova arena do leão e a esfregou, apareceu um gênio que disse:
    – meu jovem eu sou um gênio muito velho então só posso lhe conceder um único pedido.
    O remista disse:
    – eu quero que minha mãe volte a viver, sinto muita saudade dela.
    O gênio respondeu:
    – pedido de reencarnação é muito difícil, por favor peça outro!
    O Remista disse:
    – está bem, quero que o meu remo participe da Libertadores da America!
    Ai o gênio disse:
    – qual é o nome da sua mãe mesmo?

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  24. Do Blog Toque de Letra – Joinville _SC:
    Augusto Recife não é mais jogador do Joinville. O volante assinou a rescisão amigável com o Tricolor na tarde desta segunda-feira. Segundo o superintendente de futebol, Cesar Sampaio, o jogador não estava dentro dos planos da comissão técnica e, por este motivo, deixou o clube..

    O provável destino do volante é o Paysandu. Em entrevista coletiva, o ex-capitão tricolor confirmou que está a caminho de Belém (PA), onde também estão os zagueiros Charles e João Paulo e o atacante Lima, todos ex-atletas do JEC.

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  25. Quando Valter Lima declarou que o empate poderia classificar o Remo, CorinthiansxInter de Limeira ainda não havia inciado e caso terminasse empatado o Remo, por ter melhor saldo que o Timão, seria o primeiro da chave.
    Quanto ao comportamento do torcedor nas arquibancadas, espero que os trocadilhos(infames) associando as toras carregadas às preferências sexuais de quem as carregava, espero que não sejam tomadas(uihhh!) como homofobia, pois, nessa toada daqui a pouco o politicamente correto nos obrigará a xingar o árbitro por suas preferências gastronômicas, convenhamos, muito chato. Enfim ,nada de repressão, apenas cobrança de limites.

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