O impacto da camisa 33

Por Gerson Nogueira

Júlio Batista, Nilmar, Leandrão, Herrera ou Eduardo Ramos. Um deles poderá ser o esperado dono da camisa 33 do Remo, com direito a ser apresentado à torcida azulina no dia 15 de dezembro, em programação festiva no Mangueirão. Por ora, conforme informações de fontes ligadas à diretoria, dificuldades de negociação com os jogadores que estão no exterior podem acabar encaminhando a escolha para Ramos.

unnamed (24)O ex-bicolor não é o preferido da cúpula para vestir a 33. Preocupa o fato de Ramos já ser um “nome manjado”, na expressão de um diretor. E, ao mesmo tempo, a diretoria teme que um nome importado não preencha inteiramente as expectativas, que cresceram muito depois de alavancadas pelas especulações. Todo mundo sabe que a frustração do torcedor não respeita limites quanto à reação, o que poderia ser fatal para o até agora bem recebido projeto executado pelo Zeca Pirão.

Para que o nome possa ser testado junto à torcida, conselheiros e dirigentes sugerem ao presidente não retardar mais a divulgação. A ideia é fazer com que o anúncio imediato contribua aqueça as vendas das camisas promocionais. O acordo com a Umbro prevê a cessão de 11 mil camisas (a R$ 150,00) para que o clube possa investir pelo menos R$ 1,5 milhão no futebol profissional.

Como é próprio de clubes de massa, onde a política interna é sempre efervescente e a vaidade floresce em proporções tsunâmicos, a boataria campeia nos ambientes remistas, envolvendo conselheiros, beneméritos, ex-presidentes e atuais diretores. Todos querem palpitar e influir, para depois sair apregoando a paternidade das escolhas.

Pirão, ao contrário de outros gestores, delega tarefas e mostra agilidade nas decisões, mas tem mostrado um talento especial para guardar segredo. Até figuras bem próximas a ele não sabem afirmar, com certeza, qual o nome já definido (se é que já foi fechado contrato) para estrelar a camisa especial.

Nas últimas horas, além de contratações dadas como certas (Rodrigo Fernandes, Max, Rafael Andrade, Mael, Tiago Potiguar e Romão), surgiram com muita insistência comentários sobre Nilmar e Júlio Batista, que defendeu o Cruzeiro no Brasileiro da Série A. Pirão não confirma, nem desmente, mas continua prevalecendo a tese de que será um jogador com passagem pela Seleção. Verdade ou não, o certo é que o marketing da camisa 33 vem se mostrando extremamente certeiro e eficiente.

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Adeus a um de meus heróis

Para Nelson Rodrigues, toda unanimidade era burra, mas quando se trata de Nilton Santos é forçoso abrir uma exceção. Botafoguenses empedernidos ou não, todo e qualquer torcedor bem informado respeita e cultua a história de uma das maiores legendas do futebol mundial.

A morte do velho ídolo, ontem, aos 88 anos, ao cabo de longa enfermidade, fez com que por alguns minutos brasileiros de todas as torcidas se unissem na reverência a um nome acima das picuinhas e desencontros.

Além da elegância boleira que encantou o mundo em duas Copas (58 e 62) e das jornadas gloriosas com a camisa alvinegra, a única que honrou ao longo da longeva carreira, Nilton tem no currículo o mérito de haver cuidado de Mané Garrincha no Botafogo.

Nilton recomendou sua contratação pelo clube e depois assumiu a missão de guardião, mistura de pai e irmão mais velho, do irrequieto ponteiro de pernas tortas. O Brasil deve à Enciclopédia o fato de Mané ter se tornado um jogador profissional.

De minha parte, aprendi a amar o Botafogo a partir de Nilton, Mané, Quarentinha e Didi, embora o fantástico lateral esquerdo já estivesse na fase declinante da carreira quando comecei a acompanhar futebol mais a sério.

É de Nilton a frase que resume meu amor pela Estrela Solitária: “Se for para falar mal do Botafogo, por favor nem entre”, avisava aos visitantes a placa na entrada de seu sítio no interior do Rio.

Por isso tudo, só posso dizer: obrigado, mestre Nilton!

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Enfim, a Copa Verde sai do papel

A CBF anuncia hoje ao meio-dia a realização da Copa Verde, reedição ampliada da finada Copa Norte, agora com a participação de clubes do Nordeste e do Centro-Oeste. Paissandu, Remo e Paragominas representarão o Pará. O torneio deve começar em fevereiro e terá disputa em mata-mata. A maior expectativa é pela confirmação da vaga à Copa Sul-Americana 2015.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 28)

A sentença eterna

“Tu, em campo, parecias tantos, e, no entanto, que encanto… Eras um só, NILTON SANTOS!”

De Armando Nogueira, cronista esportivo.

Nota oficial do Botafogo pela morte de Nilton

O Botafogo manifestou através de seu site oficial uma nota de lamento pela morte do ídolo Nilton Santos, confirmada na tarde desta quarta-feira. Aos 88 anos, o ex-jogador, que lutava contra uma infecção pulmonar e o mal de Alzheimer, estava internado desde sábado à noite na Fundação Bela Lopes, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, com complicações respiratórias. Na página inicial do site alvinegro, a frase do jornalista Armando Nogueira, imortalizada para descrever o estilo do lateral: “Tu, em campo, parecia tantos, e, no entanto, que encanto! Eras um só…”. Em homenagem pelo falecimento, a bandeira alvinegra será hasteada a meio mastro na sede de General Severiano, onde também será colocada uma bandeira com o rosto do ídolo. Nilton Santos deve ser velado no salão nobre da sede, na Zona Sul do Rio.

Íntegra da nota do Botafogo:

O Botafogo de Futebol e Regatas lamenta o falecimento do eterno ídolo Nilton Santos, o maior lateral-esquerdo de todos os tempos. Aos 88 anos, Nilton Santos, sofria com o Mal de Alzheimer. Em breve, informações sobre velório e enterro.

Tão adorado quanto Garrincha. Tão respeitado quanto Pelé. Com sua habilidade e categoria, Nilton Santos ultrapassou o conceito de maior lateral-esquerdo da história do futebol mundial. Ao ser chamado de “A Enciclopédia do Futebol”, teve de forma definitiva o merecido reconhecimento de sua incrível capacidade de encantar o torcedor. Em toda sua carreira jogou apenas no Botafogo e, além do Glorioso, a única camisa que usou foi a da Seleção Brasileira. No Botafogo, disputou 723 partidas, e marcando 11 gols. Na Seleção, fez 84 jogos, marcando 3 gols.

Segurança na marcação era uma de suas virtudes. Com sua dinâmica de jogo, tornou-se o precursor dos laterais que buscavam o ataque, tendo marcado um gol na Copa de 1958, contra a Áustria, fato raro na época em que lateral era apenas marcador de ponta. Se taticamente tinha sua importância para o esquema do Botafogo e da Seleção, foi fora de campo que marcou um de seus mais belos gols: quando, após enfrentar Mané Garrincha num treino, Nilton praticamente forçou o Botafogo a contratar o então desconhecido ponta-direita.

Outra jogada de gênio sempre lembrada aconteceu contra a Espanha, na Copa de 1962, no Chile. Nilton derrubou o atacante espanhol muito perto da linha lateral da grande área, cometendo pênalti. Quando o juiz se aproximava, ele deu um passo à frente, saindo mansamente da grande área, sem estardalhaço. Para sorte do Brasil, enganado, o árbitro não percebeu e acabou marcando falta fora da área.

No alvinegro, Nilton Santos foi campeão carioca quatro vezes (1948, 1957, 1961 e 1962) e conquistou dois Torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964). Foi bicampeão mundial pela Seleção Brasileira, em 1958 e 1962, e esteve também nas Copas de 50 e 54. Nunca perdeu uma decisão e, assim como Garrincha, foi eleito, em pesquisa feita pela Fifa em 1998, para a seleção de todos os tempos. Após encerrar a carreira, Nilton chegou a fazer parte da cúpula do futebol do Botafogo, mas sua carreira como dirigente deixou de existir quando mandou, com um direto, o então árbitro Armando Marques escada abaixo no Maracanã.

Nilton dos Santos nasceu no dia 16 de maio de 1925, na Ilha do Governador.

“Quanta majestade no trato de uma bola! O moço jamais fez um truque com a bola. Só fazia arte. Nilton não era um jogador de futebol, era uma exclamação. Tu em campo parecia tantos /E, no entanto – que encanto – eras um só: Nilton Santos” (Armando Nogueira)

Futebol perde a Enciclopédia

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O blogueiro está de luto pela perda de um grande ídolo. Nilton Santos, Enciclopédia do Futebol e maior lateral esquerdo de todos os tempos, morreu na tarde desta quarta-feira, no Rio. Ele era o próprio Botafogo, clube que amou desde a infância e honrou ao longo da vida. Acima, de pé (ao lado de Manga), no timaço do Glorioso de 1962/1963. 

TV Brasil transmite a final da Série C

A TV Brasil vai transmitir neste domingo, dia 1º, a decisão do Campeonato Brasileiro da Série C, entre Santa Cruz e Sampaio Corrêa. O jogo será realizado no estádio do Arruda, no Recife, a partir das 16h30 (HBV). Na primeira partida, em São Luís, o placar foi de 0 a 0. A TV Brasil exibiu mais de 40 partidas da competição, devendo manter essa programação para 2014.