
Por Fábio Sormani
Phil Jackson acabou de escrever “Eleven Rings: The Soul of Success”, um livro de memórias a quatro mãos, onde ele contou com a colaboração do jornalista Hugh Delehanty. O livro será lançado na próxima semana. Como o título diz, P-Jax, nas 339 páginas do tomo, fala de suas onze conquistas como treinador da NBA, onze conquistas que o tornam o maior vencedor entre todos os treinadores na história da liga.
Mike Bresnahan, jornalista do “L.A. Times”, recebeu uma edição especial do livro. E destacou em seu texto no diário angelino, claro, o que P-Jax falou sobre entre Michael Jordan e Kobe Bryant. Bresnahan, aliás, disse que sempre tentou tirar de P-Jax a resposta para a pergunta que os torcedores do Lakers (apenas do Lakers, é claro) insistem em fazer: quem é melhor, Jordan ou Kobe? Mas Phil sempre fugiu à resposta.
No livro, no entanto, o mestre zen responde a questão. E sem surpresa alguma: segundo P-Jax, MJ é melhor; e ponto final.
O mais engraçado dessa história é que o “Times” angelino pergunta aos seus leitores (que imagino serem de Los Angeles em sua maioria) o seguinte: “Qual jogador está mais associado a Phil Jackson, MJ ou Kobe?” Até o momento em que escrevo este texto, o resultado era o seguinte: 65% conectam P-Jax a MJ e os outros 35% a Kobe.
Se você quiser ler o texto de Mike Bresnahan sobre o livro, clique aqui.
Em linhas gerais, P-Jax disse que MJ é melhor que Kobe em tudo: carisma (“MJ adorava passar o tempo com seus seguranças e companheiros jogando cartas, fumando charutos”), liderança (“MJ era mais agregador do que Kobe”), defesa (“MJ era mais duro e intimidador do que Kobe”) e ataque (MJ era jogador para aproveitamento de 50% e Kobe 45%, era mais forte e suas mãos e envergadura eram maiores).
Outra diferença importante salientada por P-Jax: MJ era mais paciente e, por isso mesmo, mais inteligente que Kobe. Segundo o ex-treinador, Kobe, quando estava mal, não tinha calma para esperar que as coisas melhorassem; ao contrário, forçava o jogo e pedia a bola a todo o instante. MJ, diferentemente, se as bolas não caíam, procurava envolver um companheiro e concentrava sua atenção na defesa.
Claro que P-Jax não está jogando Kobe na lata do lixo. Longe disso. O que o mestre zen deixou claro em seu livro é o que todos nós da velha guarda e os que não torcem para o Lakers já estamos carecas de saber: Michael Jordan é incomparável.
E ponto final.