Parazão 2013 – Classificação geral

POS TIMES PG J V E D GP GC SG AP
Remo 45 22 14 3 5 37 28 9 68.2
Paissandu 44 21 13 5 3 52 24 28 69.8
Paragominas 34 21 10 4 7 33 32 1 54.0
Santa Cruz 17 14 5 2 7 15 21 -6 40.5
São Francisco 15 16 4 3 9 24 34 -10 31.3
Cametá 14 14 3 5 6 16 20 -4 33.3
Tuna Luso 12 16 3 3 10 15 23 -8 25.0
Águia 11 14 2 5 7 17 27 -10 26.2

Série D: só desistência pode dar vaga ao Remo

Jogo Remo X Payssandu

O Remo alimenta ainda remotas esperanças de disputar a Série D deste ano. Mas, apesar dos boatos e especulações, a única possibilidade é se houver desistência de uma das federações que estão representadas no grupo A1 da competição. Por enquanto, as federações do Acre e Roraima ainda não definiram (ou informaram) seus respectivos representantes para o campeonato. Terão até o dia 25 deste mês para fazer o comunicado oficial à CBF. Mais estruturado, o Acre deve confirmar participação. O torneio local será encerrado no dia 26 de maio. Atualmente, o campeonato está na fase semifinal, com os confrontos entre Galvez x Rio Branco e Plácido de Castro x Atlético Acreano. Em Roraima, ainda não há definição, embora o Náutico seja o candidato natural à vaga. Pelos critérios da CBF, quando um Estado desiste de participar do campeonato, a vaga automaticamente é repassada à federação melhor ranqueada no grupo. No caso do grupo A1, a vaga seria dada à Federação Paraense de Futebol (FPF).

A diretoria do clube não se manifesta oficialmente, mas, por via das dúvidas, não desmanchou o elenco que disputou o Parazão. Jogadores como Fabiano, Dida, Carlinho Rech, Mauro, Yan, Henrique, Alex Ruan, Capela, Clébson, Nata, Gerônimo, Rodrigo, Jonathan, Biro, Branco, Leandro Cearense e Fábio Paulista continuam sob contrato. Somente Ramon, Tiago Galhardo e Val Barreto foram liberados até o momento. (Com informações de Ronald Sales, do DOL/Foto: MÁRIO QUADROS/Arquivo Bola) 

Cem anos de uma eterna rivalidade

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Por Rodrigo Sttaford e Hugo Perruso, de O DIA

Cada um em sua época, Botafogo e Flamengo dominaram o futebol brasileiro. Se na década de 60 o Alvinegro tinha o Santos de Pelé para rivalizar as conquistas, nos anos 80 o Flamengo foi soberano e conseguiu boa parte dos seus títulos. No entanto, dois jogos marcaram a rivalidade entre as duas equipes. Nesta segunda faz 100 anos do primeiro clássico disputado entre Bota e Fla.

Na década de 60, a superioridade alvinegra era tanta que o goleiro Manga brincava ao dizer que gastava o dinheiro do bicho na feira antes mesmo de enfrentar o Flamengo. Mas foi em 1972 que a supremacia alvinegra tomou o formato do número seis. O Botafogo aplicou uma sonora goleada por 6 a 0, em dia que Jairzinho, o Furacão da Copa de 70, estava inspirado e marcou três vezes contra um Rubro-Negro sem forças.

280aatbnt19v5a6csb9imfsvo“Acho que tudo é uma questão de momento. Em 1972, nós tínhamos um time bem mais forte, assim como em 81 eles tinham um time melhor. Quando ganhamos éramos a base da seleção tricampeão mundial no Mexico”, comentou Jairzinho, único jogador que estava em campo nas duas goleadas. Durante nove anos, a goleada doeu no coração dos flamenguistas que em todos os jogos entre as duas equipes viam um cartaz com o placar do jogo da humilhação.

“Tinha aquela faixa que todo jogo estava lá. Na década de 80, sempre ganhávamos de dois, três e até quatro, mas era uma vitória amarga. Sempre tinha aquela faixa na arquibancada deles”, lembra-se Andrade, camisa seis do Flamengo, que foi o responsável pelo sexto gol em 1981, que fez sumir a faixa: “Não vai acontecer outro jogo como aquele. Nós sabíamos da angústia dos torcedores com aquele resultado. O Zico subiu com o zagueiro, a bola sobrou e peguei bem. O Paulo Sergio só sentiu quando a bola passou”, contou Andrade, que até os 12 anos era torcedor do Botafogo, em Juiz de Fora onde morava.

Recentemente, a rivalidade entre as duas equipes voltou às alturas quando decidiram quatro estaduais seguidos. O Rubro-Negro conseguiu um tricampeonato com decisões polêmicas e disputas de pênalti, enquanto Loco Abreu e sua cavadinha em cima de Bruno deram a revanche esperada pelos alvinegros. Duelos que só serviram para reforçar ainda mais a força do clássico de 100 anos.

Um passeio em Paragominas

PFCXPSC final do Parazao2013-Mario Quadros (42)

Por Gerson Nogueira

bol_seg_130513_23.psNão foi necessário um grande plano estratégico. Ao Paissandu bastou adiantar um pouco a marcação sobre o meia-armador e o principal volante do Paragominas. Com esse expediente, desarrumou por completo a transição do time de Charles Guerreiro. Depois de uma sucessão de bolas roubadas no campo de defesa do PFC, os gols começaram a brotar naturalmente. A surpresa ficou por conta apenas da quantidade, mas as chances surgiram e os atacantes não desperdiçaram.

Objetivo, o Paissandu conseguiu criar três oportunidades no primeiro tempo. Encaçapou todas. Cem por cento de aproveitamento. O jogo foi decidido em 45 minutos, antes que o PFC tivesse tempo de se estabilizar em campo.

Lecheva foi cirúrgico. Postou Djalma e Eduardo Ramos adiantados no campo de defesa do Paragominas, marcando a saída de bola. Rafael Oliveira também participava do cerco. Paulo de Tárcio e Marquinhos eram os mais visados. Com isso, sobrava para os zagueiros ou Dudu, o menos hábil dos volantes, a tarefa de conduzir a bola. A ligação era prejudicada e o Paissandu começou a ganhar bolas importantes.

PFCXPSC final do Parazao2013-Mario Quadros (8)

A primeira delas, logo aos 23 minutos, caiu nos pés de Eduardo Ramos. Como se fosse um ponta-esquerda, levou a bola até a linha de fundo e cruzou rasteiro, com endereço certo. Rafael Oliveira ainda amaciou a bola para o chute seco e rasteiro de Djalma, no canto direito do goleiro Michael Douglas.

O triunfo foi sacramentado aos 39, com Eduardo Ramos em cobrança de falta, e aos 42, com Rafael Oliveira (escorando rebote do goleiro na cobrança de pênalti por Pikachu). Quando o primeiro tempo terminou, o placar era matematicamente reversível, mas emocionalmente o time do PFC estava derrotado.

Além de não ter visto a cor da bola, errando até passes curtos, não deu um chute perigoso em direção ao goleiro Zé Carlos e esfriou a euforia dos 5 mil torcedores presentes. No intervalo, Charles viu-se obrigado a lançar mão de quatro atacantes para uma desesperada tentativa de reação. Contra o atrapalhado Remo de Flávio Araújo, no domingo anterior, deu certo. Diante do tranquilo e organizado Paissandu de Lecheva, ficou apenas na vontade.

Até que no reinício da partida o PFC ensaiou um sufoco e andou rondando o gol. Adriano Miranda, Weller e Eduardo (que substituiu a Dudu) obrigaram Zé Carlos a fazer defesas importantes. Miranda ainda sofreria um penal do goleiro, não assinalado pelo árbitro Andrey da Silva e Silva.

Aos poucos, porém, o Paissandu foi retomando as rédeas da partida e o time ganhou ainda mais equilíbrio quando Vânderson entrou no lugar de Esdras e Iarley substituiu um improdutivo João Neto – que desperdiçara excelente oportunidade minutos antes. Absoluto, Ramos continuava a liderar as ações no meio-de-campo.

Depois de nova recuperação de bola na defesa, um contragolpe fulminante levou ao quarto e último gol da partida. A bola foi lançada até Iarley, que entrou na área e bateu cruzado, sem defesa para o goleiro. O placar, dilatado e um tanto exagerado, premiou a objetividade e o plano tático do Paissandu. Castigou duramente a falta de iniciativa e o baixo rendimento de alguns jogadores do PFC.

O segundo jogo, marcado para domingo, no estádio Jornalista Edgar Proença virou mera formalidade. O campeonato está decidido.

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Time grande se impõe em qualquer lugar

Alguém deveria mostrar, caso ele não tenha visto, ao técnico Flávio Araújo como se faz para vencer um time atrevido e rápido dentro de seus domínios. O primeiro passo é interromper seus canais de saída para o jogo. O segundo é jamais se apequenar.

Ao contrário de Araújo, Lecheva fez com que o Paissandu atuasse na condição de time grande, jamais abdicando das iniciativas e atacando sempre que possível. Pela distribuição de seus jogadores de meio, o PFC não tinha como utilizar seus atacantes. Além disso, contava com Eduardo Ramos novamente em jornada inspirada, trabalhando como um verdadeiro maestro.

O PFC não conseguiu jogar na primeira metade. Aleilson – que ainda não marcou contra o Paissandu neste campeonato – só foi notado em campo no segundo tempo. Weller não teve nenhuma oportunidade. Adriano Miranda, o mais efetivo, acabou prejudicado pela missão de recuar para ajudar na marcação. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

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(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 13)