Papão contrata artilheiro sul-matogrossense

922952_548197648557046_686286191_n

Como o blog antecipou, na semana passada, Leomir Silva Telles (Careca), artilheiro do Cene de Mato Grosso do Sul é o novo contratado do Paissandu para a disputa da Série B do Campeonato Braisleiro. Careca tem 24 anos, já defendeu o Corinthians (SP), Comercial (MS), Monte Azul (SP) e Cene. Despertou o interesse de vários clubes pelos 19 gols marcados no campeonato sul-matogrossense deste ano.

Boca termina com a independência corintiana

Do Blog do Menon

No mesmo dia em que alguns vereadores paulistanos deram mais um passo perigoso rumo à galhofa e ao desrespeito pela cidadania – criaram o dia da Independência Corintiana – o Boca Jr, ajudado por dois erros de Carlos Amarilla – eliminou o Corinthians da Libertadores.

Um murro na cara do novorriquismo corintiano. Gente que acredita em Luiz Paulo Rosenberg, que acredita na Nike, na República Popular do Corinthians bla bla bla. Gente que acreditou em Andrés Sanches quando ele disse que, após a queda para a segundona, ninguém mais riria do seu time. Gente que, como Fukuyama, decretou o fim da história, foi avisado pelo golaço de Riquelme que nada é definitivo no futebol.

Não adianta ter dinheiro, ter isenção, ter terreno, ter grandes jogadores, ser o melhor time do Brasil. No futebol, é preciso ganhar. E aqueles que vivem dizendo que título não importa, devem comemorar muito o título paulista. Se vier. Afinal, é um título. Afinal, é futebol. E nos últimos tempos, a arrogância alvinegra se comparava à do São Paulo. Paulistão não servia para nada. E a Libertadores era uma certeza. Viria por decreto. Não veio, né. Nunca vem.

Riquelme chutou no gol ou tentou um cruzamento? Eu acho que cruzou, buscando o segundo pau. Cássio estava adiantado, mas o mérito do argentino é grande. Román não é mais o garoto que derrotou o Palmeiras, mas consegue liderar tecnicamente esse time. Ninguém, nem Diego Armando, ganhou tantos títulos com o Boca como ele.

O grande mérito do Boca foi jogar bola. Lembram do que eu falei ontem sobre o Palmeiras? Aquela história de JOGO DE LIBERTADORES, de sangue na veia, de raça? Pois é, o Boca teve raça, determinação, mas está classificado porque mostrou um posicionamento tático admirável. Desde o primeiro minuto apostou no toque de bola, no bom passe e no jogo em ritmo lento. Trocava passes no campo adversário e não se precipitou nunca. Teve o domínio tático do jogo.

As tais duas linhas de quatro funcionaram muito bem e a troca de posição entre Riquelme e Blandi também. A vitória por 1 a 0 no primeiro tempo foi justa. Amarilla errou, mas eu prefiro falar de futebol. Quando o Corinthians eliminou o São Paulo nem toquei no fato concreto que Emerson e Romarinho deveriam (ou poderiam?) ter sido expulsos. Analisar futebol baseado em erros de arbitragem é algo simplório.

Para o segundo tempo, Tite mexeu muito bem. Colocou Edenílson para abrir o jogo pela lateral e Pato para dar mais força ao ataque. Saiu do tal 4-2-3-1 que eu considero muito engessado. Foi para um 4-2-2-2. Precisava de um gol rapidamente e ele veio aos seis minutos. Depois, houve o segundo, mas o juiz anulou bem porque houve falta em Orion.

O Corinthians dominou o jogo, sufocou o Boca e acredito que teria conseguido os três gols se Alexandre Pato não tivesse cometido provavelmente a jogada mais ridícula de sua carreira. Um pé tocou o outro e a bola safou-se da pancada. Acho que esse foi o lance definitivo, foi o que impediu a virada corintiana.

No final do jogo, a torcida corintiana cantou muito. A do Boca também, por outros motivos. Foi muito bonito ver os jogadores se cumprimentando sem baixaria, sem porrada.

O Boca enfrenta o NOB nas quartas. Um dos dois deve pegar o Galo na semi.

E é bom lembrar que a história de Carlos Bianchi continua sendo escrita com mérito e honra. Ele eliminou, no Brasil, Telê Santana, Felipão e Tite. É um grande treinador.

Uma noite negra na Curuzu

Copa Brasil PSCXNaviraiense-Mario Quadros (17)

Por Gerson Nogueira

Roger, goleiro do Naviraiense, andou fazendo pequenos milagres, defendendo bola com os olhos, mas isso não explica tudo o que aconteceu com o Paissandu ontem à noite, na Curuzu. Acima de tudo, o time foi pouco solidário, no sentido de saber passar a bola na hora certa e aproveitar as muitas oportunidades oferecidas. Além disso, os bicolores se precipitaram na maior parte dos lances, ao contrário do visitante, que foi mais audacioso e preciso nas finalizações.

Apesar de bastante modificado em relação ao time que perdeu para o Paissandu em Naviraí, a equipe sul-matogrossense se posicionou muito bem no jogo da volta, com disposição impressionante para sair da defesa para o ataque.

Ousado e preocupado em atacar, o Naviraí permitiu várias chances ao Paissandu, mas é inegável que construiu muitas situações de perigo no começo da partida. Em poucos minutos, desfez a imagem de time fraco pintada por aqui depois da vitória bicolor no jogo de ida. Voltou a ser a intrépida equipe que arrancou a classificação diante da Portuguesa de Desportos, em São Paulo.

Copa Brasil PSCXNaviraiense-Mario Quadros (9)

Como resultado dessas forças expostas em campo, a partida foi movimentada e rica em oportunidades, com aproximadamente cinco chances claras de gol para cada lado.

Depois do intervalo, o Paissandu voltou com toda força, pronto a liquidar a fatura e afastar a ameaça de zebra. Foi ao ataque, imprensou o adversário e continuou perdendo gols. A torcida empurrava o time, como é próprio de jogos no caldeirão da Curuzu, fazendo com que alguns cuidados fossem abandonados.

Por volta dos 30 minutos, faltou maturidade e frieza ao Paissandu. Ao invés de buscar controlar o jogo e segurar o placar de 0 a 0, continuava desesperado em busca do gol. A partida entrou então naquela faixa perigosa, onde o gol podia sair para qualquer um dos times. E saiu. Para o Naviraiense, aos 37 minutos, através de Pequi.

Copa Brasil PSCXNaviraiense-Mario Quadros (15)

Atordoado, Lecheva botou o time para perseguir o empate e fugir da decisão por pênaltis. Não aconteceu nem uma coisa, nem outra. Com o setor defensivo desarvorado e os homens de meio lançando-se no apoio ao ataque, o Paissandu acabou surpreendido no minuto final, levando o segundo gol, com Adriano Chuva. Prêmio para a humildade e o arrojo do Naviraiense. Duro castigo para a auto-suficiência dos donos da casa.

Quando acontecem resultados surpreendentes como o de ontem surgem as lembranças de decepções recentes. Desta vez, mesmo tendo um time tecnicamente superior, faltou ao Paissandu a noção exata de entrega a uma decisão. A Copa do Brasil tem por característica permitir resultados surpreendentes, às vezes sem lógica ou explicação. Aconteceu de novo. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola) 

Copa Brasil PSCXNaviraiense-Mario Quadros (6)

———————————————————-

Final com preços rebaixados

Depois da frustrante eliminação na Copa do Brasil, que custou ao Paissandu cerca de R$ 1 milhão (R$ 400 mil pela gratificação na próxima fase da competição e R$ 600 mil no confronto com o Atlético-PR), a diretoria agiu rápido e baixou o preço do ingresso (arquibancada a R$ 10,00) para a decisão do campeonato, domingo, no estádio Jornalista Edgar Proença.

Foi a solução mais sensata, levando em conta o abatimento natural que a queda diante do Naviraiense vai provocar sobre a torcida bicolor, afastando-a da partida final do campeonato. Até mesmo a grande vantagem estabelecida pelo Paissandu no primeiro jogo contribui para deixar o torcedor longe do Mangueirão.

———————————————————-

Boca grande atrapalha o Leão

Um dos técnicos disputantes das finais do Campeonato Paraense está apalavrado com o Remo para assumir o projeto de reconstrução do time. Caso a sonhada vaga à Série D seja obtida, o que é cada vez mais improvável, o treinador já assumirá a nau azulina na segunda-feira, a tempo de preparar o time para a competição e para o torneio Pará-Rio.

Depois da reação dos clubes e da federação de Rondônia, garantindo que a vaga à Série D não será concedida ao Remo, gente da alta cúpula avalia que a língua solta de certo dirigente pode ter sido o estopim do posicionamento dos rondonienses.

O fato é que o cartola que não resistiu à tentação de aparecer e concedeu entrevista garantindo que a vaga estava 90% assegurada. Tal incontinência verbal pode vir a custar também a vaga roraimense.

———————————————————-

Data propícia para vexames

A data de 15 de maio está definitivamente incorporada à história do futebol paraense. Foi neste dia, há 10 anos, que o Paissandu perdeu para o Boca Juniors no Mangueirão, por 4 a 2, sendo eliminado da Taça Libertadores. Coincidência ou não, também em partida de volta, o Papão voltou a ser eliminado ontem, desta vez para o modesto Naviraiense, na Copa do Brasil. De quebra, o velho Boca também aprontou das suas, empatando (1 a 1) e alijando o Corinthians da Libertadores.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 16)