Por Gerson Nogueira
Será mais encrespada do que se imaginava a batalha de domingo, na Arena Verde, pela decisão do returno do Campeonato Paraense. Paragominas e Remo decidem o título em confronto sem favoritos, levando em conta o equilíbrio na primeira partida. Mesmo a vantagem de jogar pelo empate não é condição suficiente para tranquilizar o time de Flávio Araújo.
Além da disputa em campo, o jogo tem muitos componentes de risco fora dele, em função dos interesses que envolvem o resultado. A torcida remista prepara caravanas, bem como existem torcedores de cidades próximas se organizando para invadir Paragominas. Reforço do esquema de segurança é item fundamental para que se evitem conflitos em torno do estádio.
As provocações, visíveis nas redes sociais da internet e até mesmo em declarações inoportunas de dirigentes dos dois lados, ganham a cada momento ingredientes inflamáveis, com ameaças e bravatas que só acirram os ânimos e brincam perigosamente com questões bairristas.
A pequena quantidade de ingressos (1.000) destinada à torcida remista é outra fonte de preocupação da própria Federação Paraense de Futebol, pois pode ser o estopim de tumultos no acesso ao estádio. Indiferente a isso, a diretoria do Remo parece não ter qualquer preocupação com a situação, o que é revelador do grau de amadorismo da cúpula dirigente do clube.
Com a experiência de outros carnavais, afinal passou por sérios apuros no ano passado em disputa de turno no estádio Zinho Oliveira, resultando em briga generalizada – tendo o saudoso lateral Aldivan como principal vítima da refrega –, o clube deveria orientar seus torcedores, a fim de evitar desordens e brigas.
Exemplos recentes e trágicos de desordens de torcidas em estádios do Brasil e do exterior (como o caso Kevin, na Bolívia) forçam as autoridades responsáveis pela organização da partida a adotarem medidas preventivas rigorosas. Além de Polícia Militar, cabe à diretoria do PFC, mandante do jogo, providências no sentido de fazer com que tenhamos apenas futebol domingo à tarde na Arena Verde.
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Lição que Araújo não esquece
As escalações do Remo, que variam de acordo com a direção do vento, voltam a centralizar os debates às vésperas do embate decisivo em Paragominas. Flávio Araújo já deixou claro que mexe no time dependendo do adversário que tem pela frente. Depois de mandar a campo anteontem uma formação em moldes conservadores, no 4-4-2, provavelmente vai fechar o meio-de-campo no confronto de domingo.
Deve, porém, levar em conta a experiência negativa do último jogo contra o PFC em Paragominas, quando saiu derrotado por usar um esquema excessivamente defensivo. Na ocasião, as precárias condições do campo contribuíram ainda mais para a debacle remista. Araújo saiu tão atordoado daquela partida que chegou a pedir demissão, sendo posteriormente demovido por jogadores e dirigentes.
Quem acompanha de perto a movimentação dos jogadores no Baenão crê na volta do sistema 3-6-1, bem sucedido no primeiro clássico das semifinais contra o Paissandu. Congestionando o meio, Araújo conseguiu extrair pela primeira vez uma grande atuação do time, que trocou passes, defendeu e atacou com eficiência. Com um atacante, Val Barreto, teve presença ofensiva e confundiu a marcação adversária. No segundo clássico, variou para o 4-5-1, também com sucesso.
Sem Nata, seu volante preferido, é provável que lance mão de Tony, Endy e Jonathan para o trabalho de proteção ao trio de beques. Os dois primeiros são essencialmente marcadores, mas Jonathan é hoje o elo de ligação entre meio e ataque, tendo sido decisivo nas semifinais. Com ele, o time ganha a mobilidade que Ramon e Capela não conseguem dar. Sua volta, por sinal, é o grande reforço que o Remo terá para o jogo mais importante do ano.
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Direto do blog
“Isso é uma vergonha. Como é que pode? Apenas 1 mil ingressos para a torcida do Remo, a maior do Estado? Engraçado, eu queria saber qual a diferença entre a torcida do Remo e a do Flamengo em relação a jogos no Pará. Sendo que aqui o Flamengo chega e dão metade do Mangueirão para os torcedores mistos. Aí vem um time do interior, que disputa pela primeira vez o Campeonato Paraense, impõe suas vontades e ninguém faz nada! É por isso que eu fico indignado com essa diretoria do Remo. Até nisso, eles são omissos”.
De Adriano Zell, torcedor azulino, cobrando mais atitude da cartolagem.
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Falha nossa
A lamentável troca de escudos na chamada de da vitória do Remo por 1 a 0 sobre o Paragominas, na edição de ontem do DIÁRIO, provocou uma justificada enxurrada de reclamações de leitores e da apaixonada torcida azulina, chateada com a inversão involuntária do placar. Compreendemos a insatisfação e pedimos desculpas. O maior e mais premiado jornal do Norte não pode cometer tais falhas.
O lado positivo da história é a confirmação do imenso sucesso do DIÁRIO, líder absoluto em nível de leitura e circulação no Estado. A repercussão do episódio atesta o tamanho dessa liderança.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 03)
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