Barbosa: poderoso e cada vez mais isolado

Por Wilson Lima – iG Brasília 

Magistrados e advogados afirmam que diálogo com presidente da Corte é difícil e o acusam de “jogar para a plateia”

Seis meses após tomar posse como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa  colecionou intrigas e momentos desconfortáveis com advogados e juízes de todo o Brasil e isolou a Suprema Corte brasileira do diálogo com os demais membros do Poder Judiciário. A insatisfação de advogados e juízes com Barbosa é tão grande que muitos já esperam ansiosamente que o ministro Ricardo Lewandowski, hoje vice-presidente, assuma o lugar de Barbosa o quanto antes. Detalhe: o presidente do Supremo ficará ainda mais 1 ano e 7 meses no cargo.

a5igxj69h0c6tz207kcfcni45Segundo advogados e juízes consultados pelo iG, o ministro do Supremo tem se negado a conversar com essas categorias para buscar soluções dos problemas do Poder Judiciário brasileiro como a lentidão processual, por exemplo. Além disso, as declarações públicas criticando o Judiciário brasileiro intensificaram um sentimento de mal-estar. Na semana passada, por exemplo, Barbosa disse que “a maioria dos advogados acorda lá pelas 11 horas da manhã” durante uma sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que discutia eventuais mudanças no atendimento aos advogados do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Em março, Barbosa já havia criado uma outra polêmica ao afirmar que há “conluio” entre juízes e advogados. Na ocasião, o presidente do STF afirmou “há muitos (juízes) para colocar para fora. Esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso. Nós sabemos que há decisões graciosas, condescendentes, absolutamente fora das regras”. E em abril, o presidente do Supremo criticou a criação de quatro novos tribunais federais afirmando que entidades de classe estavam agindo de forma “sorrateira”. Como adiantou o iG , a nova estrutura custaria aproximadamente R$ 1 bilhão .

A interlocutores, Barbosa afirma que cada declaração dessa foi “mal interpretada” e que isso reflete um sentimento de perseguição de todo o Poder Judiciário. Advogados e membros de entidades como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), por exemplo, se defendem afirmando que é possível acabar com essa espécie de “guerra fria” da Justiça brasileira. Mas isso depende, fundamentalmente, do temperamento do presidente do Supremo. “Eu estou contando os dias para que o ministro Ricardo Lewandowski assuma a Corte. O presidente do Supremo não recebe mais advogados ou juízes. A relação é tensa”, disse um advogado especializado em Direito Civil que preferiu não se identificar. “Agora, se você olhar o que o presidente do STF fez a favor da magistratura, ele não fez absolutamente nada”, complementou.

Essa falta de comunicação com “a base” é vista como altamente prejudicial. A AMB pediu uma audiência para discutir melhorias na magistratura no ato da posse com o presidente. Só conseguiu uma conversa seis meses depois. Segundo integrantes da entidade, isso não acontecia com outros presidentes, como Gilmar Mendes e Ayres Britto. “A minha relação (com Barbosa) é respeitosa o tempo todo. Agora, não adianta aplauso de multidões se você não consegue dialogar com os colegas juízes. Para nós juízes, o importante é prestar um bom serviço à população”, disse o presidente da AMB, Nelson Calandra.

STJD rejeita pedido e Remo está fora da Série D

A via judicial não funcionou e o STJD rejeitou pedido do Remo para ser incluído no Brasileiro da Série D como representante do Pará. O presidente do tribunal, Flávio Zveiter, indeferiu o pleito remista. O clube alegou ter direito à vaga pelo índice técnico do campeonato estadual. A Federação Paraense de Futebol respondeu, porém, que o regulamento da competição indica que o representante é o Paragominas, vice-campeão da temporada. O Remo argumentava que teve mais pontos, 45, que o PFC, que terminou com apenas 34. Ocorre que o regulamento prevê que ganhadores de turnos têm prevalência sobre times que pontuam mais.
Apesar da derrota no STJD, o Remo ainda mantém remotas esperanças de vir a participar da competição. Para isso, teria que se beneficiar da desistência de Rondônia, cujo campeão ainda não foi indicado pela federação local – decisão do título acontece no próximo sábado. A Federação Roraimense de Futebol não informou à CBF o nome do representante, sendo que o prazo final expirou nesta terça-feira. (Com informações da Rádio Clube) 

Brasileiro da Série B – Classificação geral

PG J V E D GP GC SD
Palmeiras-SP 6 2 2 0 0 4 0 4 100.0
Figueirense-SC 6 2 2 0 0 7 4 3 100.0
Chapecoense-SC 4 2 1 1 0 5 2 3 66.7
Paraná-PR 4 2 1 1 0 2 0 2 66.7
Avaí-SC 4 2 1 1 0 3 2 1 66.7
Icasa-CE 4 2 1 1 0 3 2 1 66.7
Ceará-CE 4 2 1 1 0 1 0 1 66.7
Joinville-SC 3 2 1 0 1 4 2 2 50.0
Atlético-GO 3 2 1 0 1 2 2 0 50.0
10º Guaratinguetá-SP 3 2 1 0 1 2 2 0 50.0
11º Sport-PE 3 2 1 0 1 2 2 0 50.0
12º Boa Esporte-MG 3 2 1 0 1 2 4 -2 50.0
13º Oeste-SP 2 2 0 2 0 2 2 0 33.3
14º São Caetano-SP 2 2 0 2 0 0 0 0 33.3
15º América-RN 1 2 0 1 1 3 4 -1 16.7
16º Paissandu 1 2 0 1 1 1 2 -1 16.7
17º ASA-AL 1 2 0 1 1 1 4 -3 16.7
18º América-MG 0 2 0 0 2 2 5 -3 0.0
19º ABC-RN 0 2 0 0 2 0 3 -3 0.0
20º Bragantino-SP 0 2 0 0 2 0 4 -4 0.0

Tribuna do torcedor

Por Jorge Cardoso (jbicolor@gmail.com) 
Caro Gerson. Uma coisa que não é tão contumaz assim no futebol mas no Paysandu tem sido corriqueiro e me pergunto. Quantas vezes o Paysandu ainda vai continuar perdendo partidas pra goleiro?? No Paraense (apesar de sermos campeões), aconteceu a mesma coisa. Perdemos ou deixamos de ganhar partidas importantes por falhas de TODOS os goleiros que o clube colocou em jogo.

Enquanto isso, goleiro como o do Naviraiense, que mostrou que tem potencial (nas quatro partidas contra Portuguesa e Paysandu) e poderia ser contratado por um preço até abaixo da realidade financeira do clube, está dando sopa.
Como diz o seu colega de emissora: “É duro”. 

Papão perde para juiz e defesa

Por Gerson Nogueira

bol_qua_290513_15.psMais grave que o mau resultado foi o comentário do técnico Lecheva, ao final da partida de ontem à noite em Fortaleza. Para o comandante bicolor, o Paissandu teve uma excelente atuação. Ora, ora. A não ser que tenha visto outra partida, o treinador se equivocou inteiramente na avaliação do desempenho de seu time.

Contra um adversário pouco mais que esforçado, mas extremamente atrapalhado, o Paissandu entrou em campo com a proposta clara do empate. Ficou rebatendo bolas na defesa e antes dos 30 minutos o goleiro Zé Carlos já fazia cera, satisfeito com o 0 a 0.

O Ceará tinha posse de bola, marcava a saída de bola do Paissandu e atacava o tempo todo, só não conseguia dar um chute certo. Por esse motivo simplório, o placar permaneceu em branco nos 45 minutos iniciais. É verdade que no último minuto, em sua primeira jogada na partida, Alex Gaibu teve a chance de marcar, chutando duas vezes, mas o goleiro Fernando Henrique apareceu bem no lance.

No segundo tempo, quando se esperava que Lecheva arranjasse uma solução para o imobilismo de Eduardo Ramos e Gaibu no meio-de-campo, eis que o Paissandu começou no ataque. Depois de um cruzamento pelo alto, a zaga abafou e o estreante Careca desviou para as redes. O árbitro potiguar fez sinal de toque de mão e anulou erradamente o gol. Uma tremenda lambança.

Seis minutos depois, anulou também um gol do Ceará, apontando uma falta do atacante Macena. Os donos da casa erravam muitos passes, mas continuavam a encurralar o Paissandu no campo de defesa. Mota e Ricardinho desperdiçaram chances seguidas.

O jogo era fraco tecnicamente, duro de assistir, mas rico em polêmica. Aos 19 minutos, após escanteio batido por Eduardo Ramos, outro cabeceio para as redes do Ceará e nova frustração bicolor. O árbitro apontou empurrão (que houve) de Raul sobre um zagueiro adversário.

Depois de três gols de cabeça invalidados, surgiu o único gol da partida. Com grande contribuição do goleiro e da zaga do Papão. Ricardinho mandou da intermediária um chute forte, que Paulo Rafael (substituto de Zé Carlos) rebateu bem nos pés de Mota. O atacante nem teve trabalho para marcar, sob o olhar de zagueiros e volantes bicolores.

Como sempre ocorre, o gol do Ceará fez com que Lecheva resolvesse partir para o ataque, abandonando o projeto cauteloso. Héliton substituiu Vânderson, deu mais velocidade ao ataque, mas não conseguiu superar o crônico problema do meio-campo. Eduardo Ramos e Gaibu, em noite discretíssima, nada criaram e o ataque ficou à míngua.

A pressão final, no desespero e aproveitando o recuo do Ceará, deu a falsa ideia de um time dedicado a atacar. Ao longo de quase 80 minutos o Paissandu se esmerou em defender, esquecendo-se de ir à frente. Podia ter melhor sorte caso o árbitro não tivesse errado no lance de Careca, mas a atuação foi muito fraca.

A Série B exige disciplina para ocupar espaços, marcar e controlar adversários. Não se pode descuidar, porém, de buscar a vitória sempre, mesmo fora de casa. Depois de um tropeço na estreia, esperava-se um Paissandu menos medroso e recuado. Certo filósofo contemporâneo já disse que o medo de perder tira a vontade de vencer. A frase, mesmo batida, cabe como luva neste caso.

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Laterais e meias em descompasso

Careca, escalado de última hora no lugar de Rafael Oliveira, apareceu apenas uma vez no jogo. O gol não valeu, mas seu bote rápido e oportunista deixou boa impressão. Pode ser uma boa alternativa para variações no ataque.

Mas, sem produção no setor de criação, Careca e qualquer outro atacante terá muitas dificuldades. Lecheva precisa fazer com que seus homens de criação – Eduardo Ramos, principalmente – participem mais do jogo. Contra o ASA, o problema foi responsável pelo empate. Ontem, atrapalhou de novo a atuação do time, pelo ritmo excessivamente lento e burocrático.

Para piorar, os laterais têm comportamento errático. Pikachu não fez nenhuma jogada ao longo dos 90 minutos. Todas as suas tentativas pararam na marcação ou terminavam em simulações que não deram certo. Quieto no primeiro tempo, Janílson se soltou mais na etapa final e chegou a dar um belo chute a gol. Muito pouco para um time que precisa povoar mais o setor ofensivo.

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CBF premia jogada do Treze

A gambiarra foi sacramentada em audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal e serviu para botar uma pedra na longa briga jurídica envolvendo Treze (PB), Rio Branco e CBF. Dezenas de várias liminares concedidas pela Justiça paraibana bancaram a participação do Treze na Série C do ano passado, mesmo afrontando o direito de outros clubes.

Diante do ministro Luiz Fux, do STF, o Treze concordou em retirar as ações, depois de assegurar que não sofrerá represálias por parte da CBF. Com isso, Rio Branco e Treze serão incluídos no campeonato deste ano, elevando o número de participantes para 21.

Para normalizar a situação a partir de 2014, a competição terá cinco rebaixados no torneio deste ano. Apesar do arranjo, o armistício firmado no STF abre precedente perigoso. A partir de agora, qualquer clube se sentirá seguro para recorrer à Justiça Comum quando se sentir lesado.

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Dia D novamente adiado

A torcida do Remo passou a terça-feira em estado de expectativa e angústia pela definição da vaga à Série D. O dia terminou e não houve mudança no cenário. Roraima não deve desistir e Rondônia sinaliza na mesma direção. Em silêncio, o que é bom sinal para quem nunca primou pela discrição, a diretoria ainda se mobiliza para tentar um lugar na disputa.

As complicações aumentam na medida em que os prazos para oficialização dos participantes estão terminando. A CBF, que deveria (pelo regulamento) ter definido os 40 clubes há 30 dias, parece disposta a esticar a corda até não poder mais, o que é bom sinal para o Remo.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 29)

Treze, Rio Branco e CBF celebram a paz

Um acordo firmado entre a CBF, o Treze e o Rio Branco na noite desta terça-feira, durante uma audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal, deve por fim à briga jurídica que envolvia a Série C do Campeonato Brasileiro e que se arrastava há mais de um ano. Dono várias liminares que o colocavam na competição nacional e excluíam o clube acreano da competição nacional, o clube paraibano aceitou retirar todas as ações na justiça. A medida permitiu que o Rio Branco fosse incluído na Série C, mas o Treze só fez isto depois de receber garantias judiciais de que o Alvinegro não vai ser excluído do campeonato. CBF e Rio Branco também aceitaram encerrar suas respectivas ações e com a conciliação o caso é arquivado. As informações foram repassadas pela assessoria de imprensa do STF.

O acordo teve a mediação do ministro Luiz Fux, do STF, que é o relator da Reclamação 14.247, que tratava justamente sobre o caso no Supremo. Assim, a Série C de 2013, segundo o acordo, vai ser jogada com a participação de 21 clubes, sendo incluído o Rio Branco no Grupo A, ao lado de Treze e de mais nove clubes anteriormente confirmados.

Este aumento no número de vagas, contudo, só vai acontecer neste ano. Isto porque, ainda segundo o acordo, a Série C de 2013 vai rebaixar cinco clubes, e não quatro como era anteriormente previsto. Assim, a competição voltará a ter apenas 20 clubes em 2014. A única questão ainda não fechada é sobre o quinto rebaixado. O Treze quer que seja o pior antepenúltimo colocado por índice técnico, independente de que grupo ele está. A CBF, contudo, argumentou que não sabe se o regulamento da competição permite este expediente. Ela ficou de analisar melhor o caso, mas defendeu que o quinto rebaixado saia necessariamente do Grupo A, onde estão Treze e Rio Branco. Se esta tese prevalecer, seriam três rebaixados no Grupo A e dois rebaixados no Grupo B. (Do Globo Esporte)