Por Gerson Nogueira
Bastaram 15 minutos para perceber que Magnum pode ser a peça que faltava para resolver a equação do setor de meia-cancha do Remo. Ainda visivelmente fora de forma, ele assumiu as ações e coordenou os avanços do time em busca do empate. O passe continua impecável e a falta de ritmo foi compensada pelo bom posicionamento.
Sinomar Naves, que ainda não acertou na formação do setor criativo da equipe, deve ter sua tarefa facilitada a partir de agora. Só precisa não cair na tentação de inventar. Magnum entrou no lugar de Betinho, que se contundiu, mas o ideal é que ambos se complementem na execução das tarefas de ligação com o ataque.
Valorizado pela breve presença de Magnum e a grande movimentação dos times, apesar da falta de energia elétrica no segundo tempo, Cametá e Remo fizeram ontem o melhor jogo do campeonato. O placar espelhou o equilíbrio reinante na maior parte do confronto, embora os azulinos tenham sido superiores ao longo do primeiro tempo.
Depois de abrir o escore quando era dominado, o Cametá mostrou rapidez e objetividade. Cacaio explora três peças fundamentais: Soares arma e Rafael Paty é o homem de referência, tendo Jailson como o atacante que sai da área. Ratinho, ainda está fora de sintonia, pode vir a ter utilidade mais à frente. Com retaguarda forte e bons volantes (Paulo de Tarso e Ricardo Capanema), a equipe torna-se difícil de ser batida.
Quando o assunto é organização tática, aí a coisa muda de figura. O Cametá, como os demais participantes do Parazão, aposta tudo na correria, nas ligações diretas e nas bolas paradas. Por enquanto, está dando certo.
Depois de arrancar o empate (com Marciano) logo no começo do 2º tempo, o Remo fraquejou lá atrás e permitiu a Soares acertar tiro certeiro, no canto direito de Jamilton. A igualdade final só veio depois do apagão. Evandro, que já havia feito muito, saiu em falso e facilitou o cabeceio de Rodrigo Aires, que não havia feito nada em campo. Coisas da vida.
Cassiano, que entrou na etapa final substituindo a Aldivan, vai precisar jogar muito para justificar a condição de reforço. Ontem, seu comportamento foi caótico. Corria sem direção, trombava com os beques e não completava nenhuma jogada. Difícil acreditar que Jaime, que permanece segregado ao banco de reservas, consiga ser pior. (Fotos: THIAGO ARAÚJO/Bola)
Nad tem muitas dúvidas na cabeça para armar o time que encara o Águia hoje, em Marabá. No gol, Ronaldo por ser substituído por Paulo Rafael. As indefinições na defesa referem-se ao sistema a ser utilizado, com boas chances de Vânderson continuar como referência, ao lado de Tiago e Darlan. No ataque, Bartola deve ser lançado desde o começo ao lado de Luan ou Juba. Por mais que não admita, Nad vai usar um esquema cauteloso no Zinho Oliveira.
A ascensão do Águia na competição, com base na qualidade dos laterais Júlio Ferrari e Rayro e na linha ofensiva (Branco e Valdanes), preocupa o comandante bicolor.
Turma do chinelinho não pode se queixar da crise. Adriano ex-Imperador continua na gandaia – e no Corinthians. Valdívia virou titular intocável no Palmeiras de Felipão. Kléber Gladiador já é quase dono do Grêmio. Jóbson ganha nova oportunidade no Botafogo. Wagner Love é repatriado a peso de ouro pelo Flamengo. Só falta mesmo alguém dar uma força para The One Carlos Alberto, que ainda não arranjou um time para enganar.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 25)