Gutemberg e o apito amigo corintiano

Por Rafael Santos, Blog da Redação

O árbitro Gutemberg de Paula Fonseca concedeu entrevista ao jornalista Fernando Sampaio da rádio Jovem Pan em que revela irregularidades na gestão de Sérgio Corrêa da Silva, presidente da Comissão Nacional de Arbitragem. Fonseca perdeu recentemente seu escudo da Fifa e decidiu questionar publicamente os critérios da escolha dos árbitros que ostentam o brasão da entidade. “Acho que voltamos aos tempos das Capitanias Hereditárias, mas na arbitragem brasileira. Não há critério (…) a não ser político, de interesse pessoal dele”, disse.
Ele também disse não entender porque perdeu seu escudo.”Ele é mentiroso, mariquinha e corrupto”, atacou. Fonseca relatou uma pressão sofrida regularmente pelos árbitros, como a obrigação de manter contato telefônico com o presidente da comissão após a divulgação das escalas “para receber recomendações” sobre os jogos: “Ele me disse antes do jogo em que o Corinthians ganhou por 5 a 1 do Goiás: é jogo do Timão, hein? O que eu posso entender com isso? Que se o Corinthians não ganha, eu posso nunca mais ser escalado”, revelou.
Revoltado, Fonseca afirmou que tem provas e pretende divulgá-las.”Quero contribuir para que essa sujeirada toda seja lavada (…) tenho certeza de que quando o presidente da CBF apurar os fatos, chegará a um denominador comum e aí sim o torcedor brasileiro voltará a ter confiança nos árbitros”, finalizou.

Ingressos a preços irreais

Por Gerson Nogueira

A média de público do Campeonato Paraense, que já não era lá essas coisas, desabou em praticamente 30% no ano passado, por força da má qualidade dos times montados por Remo e Paissandu e também pelos efeitos do televisionamento dos jogos disputados em Belém.
E aí, quando todo mundo esperava que os clubes se preparassem para enfrentar esse êxodo do torcedor montando equipes mais competitivas e buscando maneiras de tornar suas apresentações mais atraentes, eis que o Paissandu anuncia que cobrará R$ 20,00 nas partidas do Campeonato Paraense contra adversários medianos. A partir disso, imagina-se que nos clássicos com o Remo o valor do ingresso pode alcançar absurdos R$ 30,00. 
Como era previsível, a reação da torcida foi a mais negativa possível. O alto preço cobrado soa quase como deboche se for levado em conta o pífio desempenho do Paissandu ao longo da temporada passada, quando estacionou na Série C e deixou escapar o tricampeonato estadual para o Independente Tucuruí. 
Mais modesto nas pretensões de faturamento, o Remo estabeleceu o preço em R$ 15,00. Apesar de menos salgado que os ingressos do rival, o valor continua muito acima da realidade do futebol praticado hoje no Pará e não premia a fidelidade da torcida azulina, que não arredou pé nem mesmo com as seguidas decepções proporcionadas pelo time.
Concretamente, essa súbita inflação nos bilhetes para o certame estadual, aliada à transmissão dos jogos da dupla Re-Pa, vai contribuir para esvaziar ainda mais os estádios da capital. A não ser que as campanhas surpreendam e empolguem – cenário improvável diante dos times desenhados no momento –, este será o campeonato dos estádios vazios.
Custo a crer que a ausência do torcedor interesse a alguém. Dirigentes, patrocinadores, FPF e o próprio governo sabem que o êxito do negócio depende diretamente da participação da torcida. O estranho é que ninguém tenha observado que, com tantos fatores negativos a superar, o melhor caminho era baratear os ingressos. Pela cotação das ruas, R$ 10,00 ficaria de bom tamanho.  
 
 
A possível transferência de Montillo para Corinthians ou São Paulo adquire contornos de principal negociação da temporada. Negócio típico da atual entressafra de craques. Habilidoso, sem ser excepcional, o meia-atacante destacou-se no Cruzeiro em 2010 e fez campanha apenas razoável no ano passado. Ainda assim, o crescente interesse dos clubes paulistas inflacionou o custo do negócio, com cifra bem acima do que o jogador realmente vale. 
Na prolongada crise de qualidade que se abate sobre o futebol disputado no Brasil, a busca por reforços se concentra cada vez mais em jogadores de nível apenas mediano. A baixa safra de craques barateia o produto nacional na mesma proporção em que põe nas alturas a pé-de-obra estrangeira. Fato acentuado pelos valores mais acessíveis cobrados por boleiros sul-americanos. Curiosamente, pelo menos quanto aos argentinos, são jogadores praticamente desconhecidos em seu próprio país.
Desde que o craque Carlito Tévez virou ídolo corintiano em 2005, o Brasil se despiu dos preconceitos e abriu em definitivo os olhos para as vantagens de garimpar reforços na Argentina. Logo em seguida, D’Alessandro caiu nas graças da torcida do Internacional. E, em 2010, Conca foi eleito o melhor jogador do Campeonato Brasileiro e rendeu, em seguida, ao Fluminense um negócio literalmente da China. Montillo confirma a tendência e é a bola da vez. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 06) 

Fávaro cogitado para reforçar a Tuna

Cotado para voltar ao Paissandu para a disputa da Série C 2012, o goleiro Alexandre Fávaro tem seu nome especulado para reforçar a Tuna no Campeonato Paraense. Seria uma das contratações de impacto (junto com Sandro e Landu) que Artur Tourinho pretende fazer para a disputa do certame estadual. (Foto: MÁRIO QUADROS/Arquivo Bola)