Dados para uma futura biografia de José Serra

Por Luiz Cezar (*)

Lembro quando vi Serra pela primeira vez. Sempre sisudo junto à portinhola da cozinha em que a simpática Dona Raimunda fazia passar seu café logo depois do almoço no segundo andar da faculdade de economia, portava-se como personalidade a espera de um pedido de autógrafo. Usava uma invariável jaqueta marrom com detalhes em couro e os poucos cabelos puxados a brilhantina. A expressão de permanente descontentamento a quem tudo parecia desagradar, vez ou outra se desfazia em reação receptiva a eventuais festejos de bajuladores que já naquele tempo acompanhavam-no.

Visto à distância não transparecia estar agradecido pelo emprego que João Sayad e Montoro Filho arrumaram-lhe na FIPE quando desembarcou com uma mão atrás e outra na frente vindo do exílio auto-imposto no Chile. Aparecia pouco na Universidade e naqueles inícios dos anos 80 de empregos escassos víamos com certa estranheza o modo fácil como ganhava seu dinheiro. Deu um curso sobre economia da América latina a que poucos se interessaram, exceto os marxistas ligados ao partidão (partido comunista brasileiro) e alguns poucos ingênuos que se encantavam com as críticas que o professor fazia publicar na revista de economia política contra as medidas cambiais adotadas à época pelos ministros Reis Velloso e Delfim Neto.

Houve alguma surpresa quando o anódino Serra surgiu como secretário do planejamento do governo Montoro. Foi trazido pelas mãos de Montoro Filho, que não podendo ser ele mesmo secretário devido à condição de descendente direto do governador, que já tinha dois outros filhos no gabinete, decidiu conferir um ar de esquerda ao governo do pai enquanto ele mesmo permaneceria nos bastidores. No governo, o primeiro ato de Serra foi avocar a si a nomeação de todos os diretores financeiros de estatais paulistas, todas: do Banespa à Comgás. Nessas circunstâncias foi que chocou os ovos que viram a conferir-lhe força tremenda, primeiro dentro do PMDB e depois dentro do novo partido cuja fundação seria um dos responsáveis devido à ruptura irreconciliável com Quércia.

Confinado à Secretaria da Administração e contemplado com não mais que duas diretorias regionais do Banespa, uma na capital e outra no interior, Quércia manteve-se crítico a Serra até a aliança em 2010 que pensou lhe renderia uma cadeira no Senado. Com as chaves dos cofres das estatais nas mãos e a responsabilidade de alimentar o caixa que financiaria a primeira campanha presidencial pela via direta – a de Montoro, conforme acordo firmado com Tancredo Neves que depois de eleito pelo colégio eleitoral com apoio do governador paulista apoiá-lo-ia nas primeiras eleições diretas no país – ficou fácil para Serra tornar-se czar da economia no estado e, depois de malogrado o plano urdido entre mineiros e paulistas com a morte inesperada de Tancredo, sagrar-se deputado constituinte por São Paulo.

Nas movimentações destinadas a articular sua candidatura, Serra atropelou um punhado de amigos que, desconhecendo o caráter daquele que haviam conduzido a uma posição de força no governo, preparavam suas candidaturas há mais tempo. Dentre eles o ex-secretário das finanças de Covas na Prefeitura Denisard Alves e o próprio Montoro Filho. Depois de traído, Montoro Filho, a quem Serra tudo devia de sua carreira política, foi solenemente esquecido pelo amigo em todos os postos que este ocupou. Inclusive o de governador. Montorinho, como era conhecido, só voltou a posições de mando no governo do estado pelas mãos de Covas em gratidão ao fato de seu pai tê-lo nomeado prefeito de São Paulo 10 anos antes.

Engana-se por essa razão o PSDB em tomar a defesa de Serra no episódio dos recursos ilícitos trazidos por ele e sua família desde paraísos fiscais, como notícia o livro Privataria Tucana.  Primeiro porque o dinheiro internalizado não foi proveniente apenas das privatizações realizadas durante o governo FHC, mas também de sua passagem pela secretaria do Planejamento de São Paulo quando era peemedebista e não tucano. Ademais, Serra nunca deu nada ao PSDB senão que dele se alimentou o tempo inteiro. Como hospedeiro de um corpo que haverá de abandonar depois que mais nada puder oferecer.

(*) Luiz Cezar é Economista, Linguista, Mestre em Cultura, Mestre em Tecnologia (todos pela USP) e Master em Gestão Econômica de Projetos pela GV – http://brasilquevai.blogspot.com/2011/12/defender-serra-nao-vale-pena.html?spref=fb

Só 12 brasileiros entre os 100 melhores do planeta

Eleito “Rei das Américas” pelo jornal uruguaio “El País” neste sábado, Neymar é “apenas” o 23º melhor jogador do mundo para a revista inglesa “Four Four Two”. A publicação divulgou sua tradicional lista dos 100 atletas que mais se destacaram em 2011 com a presença de 12 brasileiros e Lionel Messi, do Barcelona, na liderança. Neymar é o brasileiro mais bem colocado, seguido de perto por Daniel Alves, em 24º. Os outros na lista são Thiago Silva (32º), Marcelo (59º), Alexandre Pato (69º), Kaká (71º), Hulk (74º), Robinho (75º), Pepe (naturalizado português, em 79º), Lúcio (85º), Maicon (96º) e Leandro Damião (100º).

O Barcelona, como tem sido comum nas eleições de melhores do mundo recentemente, domina o “top 10”, que é formado na ordem por Messi, Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Xavi, Iniesta, David Vila, Wayne Rooney (Manchester United), David Silva (Manchester City), Piqué, Van Persie (Arsenal) e Özil (Real). Estreante na lista, Leandro Damião ganhou destaque e é considerado um “alvo de transferência” pela revista.

Neymar também ganhou destaque com uma foto grande fazendo careta e a legenda: “Neymar, prodígio do Santos: ele come câmeras”. O nome do craque, outro estreante na relação, também vem acompanhado do selo “alvo de transferência”. No texto sobre o atacante, a revista cita o interesse de Chelsea e Real Madrid – esquece o do Barcelona – diz que o ‘adolescente’ de 19 anos é a maior promessa do futebol mundial. (Transcrito do Globoesporte.com)

Pepe, Robinho, Hulk, Lúcio… te contar, nossa safra é mesmo uma das piores de todos os tempos.

Pará começa o ano com um novo milionário

Cinco ganhadores vão dividir o prêmio de R$ 177,6 milhões da Mega da Virada. Eles são dos Estados do Ceará, São Paulo, Pará, Minas Gerais e do Distrito Federal. Cada um ganhará R$ 35.523.497,52. Os números sorteados no concurso 1.350 foram: 04 – 36 – 29 – 55 – 45 – 03. As apostas, que começaram no dia 28 de novembro, foram encerradas às 14h de hoje. O prêmio ficou acima do valor esperado pela Caixa – de R$ 170 milhões. No total, foram arrecadados R$ 549,3 milhões com os 88 milhões de bilhetes vendidos. O valor do prêmio deste ano é um dos maiores da América Latina, de acordo com a Caixa. A Mega da Virada de 2010 bateu recorde e pagou um prêmio de R$ 194 milhões, dividido por quatro apostas – cada um levou pra casa mais de R$ 48,5 milhões. (Da Folhapress)

Não adianta pedir grana por empréstimo – nem apostei na Mega.