A frase do dia

“O desgaste é absurdo. Quanto mais falamos no futebol, mas aí vem a CBF e quer colocar os clubes da Libertadores na Copa do Brasil. Ao invés de diminuir [os jogos], quer aumentar. Essa decisão aumenta os gastos do clube por que você precisa qualificar muito o elenco, e [o desgaste] é desumano e insuportável. Além disso, se você perde um jogo, não importa se é titular ou reserva, a cobrança será a mesma”.

De Alex, meia do Corinthians, chiando contra a carga excessiva de jogos em 2012.

Ex-bicolor é reforço do Remo para o Parazão

Magnum, meia revelado pelo Paissandu nos anos 90 e que chegou a atuar pelo Santos, deve ser anunciado pela diretoria do Remo como grande reforço para o Campeonato Estadual. Os acertos foram encaminhados em sigilo, mas o repórter Paulo Caxiado (da Rádio Clube) confirmou no começo da tarde que Magnum chega a Belém na sexta-feira para se integrar ao elenco azulino. Ele atuava nos últimos anos no futebol japonês.

Já o clube teria sido sondado por dirigentes do Fluminense quanto à liberação do jovem atacante Jaime para um período de testes nas Laranjeiras. A boa atuação do jogador contra o Vasco na Copa SP teria despertado o interesse do tricolor carioca. A multa rescisória de Jaime no Remo é de R$ 1,5 milhão.

Sem pompa, Marcão sai de cena

Da Folha SP

“Toma distância Marcelinho para a cobrança. Ele bate muito bem. Autorizado. Foi para a bola, bateu… Defendeu Marcos!”. Assim, com a narração daquela que é a sua maior defesa com a camisa do Palmeiras, na semifinal da Libertadores de 2000, que Marcos, 38, apareceu na sua primeira coletiva para anunciar que estava se despedindo dos gramados. Mas quem falou primeiro foi o presidente do clube, Arnaldo Tirone. “Pego de surpresa” pelo anúncio – já oficializado há uma semana -, ele parecia ainda atordoado, tanto que soltou um “boa noite” na sua primeira intervenção. Depois, mais calmo, o mandatário alviverde disse que não considera que Marcos tenha se aposentado.

“Fico emocionado. Triste, porque não esperava. Ele não vai se aposentar. Ele vai continuar junto conosco, o Palmeiras precisa de ajuda de todos. Imagina abrir mão dessa ajuda. Estamos começando um novo projeto para o Marcos”, afirmou. Entre os projetos estão um hotsite na página do Palmeiras na internet, uma biografia e os dois itens mais esperados: um busto do arqueiro na Nova Arena Palestra Itália e a eternização da camisa 12, número que o atleta utilizava em campo.

O agora ex-jogador se esforçou para não chorar. E quase conseguiu. Só não resistiu quando foi questionado sobre o pai, já falecido. No resto do tempo, brincou com jornalistas, riu do “padre” que estava no local distribuindo santinhos com os “12 mandamentos de São Marcos”, e convocando todos os palmeirenses para a procissão de “canonização do santo”, que vai ocorrer no próximo sábado, às 11h da manhã, e sairá da frente do Palestra Itália. Mas até nessa hora ele fez troça. “Pergunta para minha mulher se eu tenho que ser canonizado para você ver (risos)”, disse, apontando para a mulher, Sônia, que estava ao lado do palco com a filha do casal, Ana Júlia, de oito anos.

Sobre a arte de fingir

Por Gerson Nogueira

A lembrança da frase-sentença cunhada por Vampeta, em 2002, desencadeou nos últimos dias um debate nas redes sociais sobre o ofício de jogar bola. Exemplos de comportamento errático por parte de jogadores muito bem pagos, como os reincidentes Adriano e Valdívia, acentuam a importância e atualidade da discussão. 
Quando disse que fingia jogar porque os clubes fingiam pagar, Vampeta defendia o Flamengo e estava em Belém disputando a Copa dos Campeões. Não sabia, mas estava demarcando precisamente a natureza das relações entre dirigentes e boleiros, desde sempre.
No Brasil pentacampeão do mundo, sempre foi de bom-tom passar ao largo dos calotes e malandragens que fazem parte da rotina dos clubes. Desde os pioneiros, passando depois pela geração de Garrincha, o país do futebol sempre produziu dúzias de Macunaímas em proporção e velocidade só inferiores ao surgimento de cartolas metidos a espertos.    
Como o ex-volante falastrão, cuja verborragia sempre foi superior ao futebol de módicos recursos, craques indiscutíveis também se sobressaíram pelo talento para driblar as regras rígidas que a carreira impõe. Paulo César Lima, Romário, Renato Gaúcho, Edmundo, Éder e Ronaldinho Gaúcho são alguns expoentes desse numeroso elenco.
Quase sempre simpática e popular, a turma do chinelinho foi responsável até por uma inversão de perspectiva em relação a jogadores considerados caretas. Pelé, Zico, Falcão, Bebeto e Kaká integram a confraria dos cumpridores de obrigação. Viraram até, em muitos momentos, CDF’s estigmatizados por se dedicarem de corpo e alma à profissão, como se isso fosse um pecado.      
Nem sempre, porém, as coisas funcionam como na sentença de Vampeta. A imensa maioria dos atletas cumpre dignamente suas obrigações, embora nem sempre receba a devida contrapartida salarial. Há até conhecidas exceções, mesmo no futebol paraense, de malandros que conseguiram fingir jogar e ainda foram muito bem pagos por isso.
 
 
Hamilton Pinheiro, 63 anos, jornalista forjado na dureza das redações, remista, botafoguense, nos deixou ontem. Quando as pessoas morrem, a tradição às vezes força homenagens e falseia verdades. No caso de HP, amigo com quem tive a honra de trabalhar por duas ocasiões (na TV Cultura e na RBA, ali pelos anos 90), os elogios brotam naturalmente.
Além da competência profissional demonstrada em décadas de jornalismo radiofônico, era um boa-praça, com a incrível capacidade de colecionar amizades. Um grande homem bom, essencialmente. Espirituoso, costumava saudar a todos com a frase clássica: “Prossiga, comandante…”. Na verdade, era a senha para engrenar um papo sempre agradável sobre qualquer assunto. HP, craque na arte de viver, deixa incontáveis saudades e amigos.
 
 
Direto do blog

“Fugindo das observações técnicas, mas provocando outras também importantes, pergunto: essa garotada (Remo sub-18) passa por preparação psicológica? Vejo acanhamento no comportamento dos garotos em competições dessa natureza. Isso se faz notar principalmente nos minutos iniciais dos jogos. Quando resolvem ‘acordar’, o jogo já lhes é adverso e aí tudo se complica. Com a palavra, os apedeutas do futebol paraense”.

De Tavernard Neves, opinando ainda sobre a campanha remista na Copa SP.