Divisão do Pará – Qual o diferencial do mercado do voto entre Tapajós e Carajás?

Por Dornélio Silva (*)
 
Num município do nordeste paraense, um cantor da noite -, ao redor de uma mesa recheada de caranguejos, peixes assados, várias “geladas” e um grupo de amigos – antes de pegar na viola saiu com essa: “que tal, nesse ambiente todo mundo aqui está  “muuuuito” preocupado com a divisão do estado, sei lá e nem quero saber quem vai votar contra ou a favor, dividindo ou não, o que vai mudar na minha vida? – só sei que vou continuar tocando minha viola”. Essa declaração espontânea demonstra muito bem o grau de apatia, até então, da população em relação à campanha empreendida pelo SIM e pelo NÃO. Ninguém mobiliza ninguém! Ninguém motiva ninguém! Nem a causa motiva ou mobiliza alguém! Ninguém se motiva a sair de casa para abraçar a causa. A não ser alguns poucos militantes com certa consciência induzida pela emoção. A “espetacularização” dos programas de TV e rádio era a grande expectativa dos “donos” do processo para que esse ente inerte chamado povo-eleitor pudesse espreguiçar-se e, quem sabe, começar a ter forças para levantar-se e começar a comentar – pelo menos – em bares, no trabalho, em casa.
Será que isso está acontecendo? Será que a força da TV e Rádio está conseguindo acordar este eleitor do “berço esplêndido” ao som dos bregas, dos carimbós, dos sertanejos e das vozes apelativas e chorosas nos palcos televisivos? Pela declaração de nosso cantor da noite, a apatia e o desinteresse continuam a abraçar nosso Grande Eleitor! Historicamente e culturalmente não votamos em ideias, infelizmente! Os partidos existem para viabilizar candidaturas. As regras do sistema eleitoral determinam a forma que influencia na decisão do voto. As campanhas são personalizadas. Votamos em pessoas. Não há abstração. Existe o João, a Maria, o Antonio, o Manoel que receberá meu voto para me representar. Essa eleição plebiscitária é atípica: vou votar numa ideia, numa abstração. O que move a consciência do eleitor para a decisão do voto?
Em eleições personalizadas como é a nossa, muitos são os motivos, passando do psicológico/emocional, dos interesses de grupos sociais onde a conversação social pode formar opiniões individuais, e dos interesses utilitaristas; dos que  votam se esse ato for visto como potencialmente capaz de trazer-lhes algum benefício social ou econômico, e tem aqueles que votam por seus bolsos. Em todo o processo de campanha política há os ingredientes intrínsecos ao eleitor de paixão e de interesse. O ato de votar implica em escolher a alternativa que produza o melhor resultado ou escolher entre as alternativas disponíveis que garanta minimamente a satisfação de seus interesses. Então, quando o custo de votar não for compensado pelos benefícios derivados de determinadas  ações por quem se propugna a ser governo ou legislativo, o eleitor não vota. Agora imagine numa eleição – o plebiscito – onde não existem candidatos? A vacância na mente do eleitor seja ele médio ou comum é enorme.
Os defensores do SIM e do NÃO ensaiaram timidamente na região do Pará remanescente alguns momentos de campanhas. A maioria desses ensaios foi localizado através de eventos de debates. O povão, a grande maioria, aquele que decide a eleição passou ao largo. Os defensores do SIM e do NÃO apostaram tudo na TV e Rádio. O palco televisivo seria o instrumento para esclarecer, informar, mobilizar e convencer os eleitores para votar nesta ou naquela proposta.
Depois de mais de uma semana de horário eleitoral, o que se vê do lado do NÃO é uma densa dose de paixão/emoção, de sentimento de perda e de vitimização; do lado do SIM intensa manifestação de racionalidade propositiva. Por outro lado, ao invés de informar, estão desinformando a população. Os dois, tanto SIM quanto NÃO, fazem os programas como se fossem apenas UM voto (SIM ou NÃO e estará tudo resolvido). Não apresentam informações precisas do porque EU tenho que votar SIM no Tapajós ou Carajás; mesma situação do NÃO, não apresentam também informações do porque que eu tenho que votar Não no Tapajós e Carajás.
Os marqueteiros tanto do SIM quanto do NÃO colocaram tudo dentro da mesma panela, temperaram com os mais variados ingredientes a gosto e, agora, oferecem a sopa aos eleitores, afirmando que “a minha sopa é a mais gostosa e suculenta do que a sua”. Será que o povo está conseguindo tomar essa sopa? Não percebem que dentro desta panela existem ingredientes completamente diferentes que tem dificuldade de se misturar. O que se tem em comum é que Tapajós e Carajás querem se emancipar.
Para tornar realidade e tentar convencer o eleitor – primeiro pra ir no dia 11/12 votar, segundo pra votar na minha proposta -, cada região emancipacionista deveria falar com sua linguagem própria. Tapajós tem características culturais, econômicas, sociais, históricas completamente diferentes do Carajás; que também tem características completamente díspares do Tapajós. Por que não mostrar isso à população? Qual o diferencial do mercado do voto que a TV e Rádio estão me apresentando para EU, eleitor, poder escolher se quero ou não o Tapajós emancipado; se quero ou não o Carajás emancipado? – infelizmente, até o momento, nenhum. Tapajós está perdendo a grande oportunidade de sua luta histórica de 154 anos. O tempo de campanha é exíguo, não há prorrogação.
 
* Especialista em pesquisa de opinião; mestrando em Ciência Política – PPGCP/UFPA
(Texto transcrito do blog do jornalista Manuel Dutra)

Ex-assessora do Remo esclarece sobre saída

Reproduzo aqui, na íntegra, a nota divulgada pela jornalista Michelle Muniz sobre sua curta passagem pela assessoria de imprensa do Clube do Remo. Os problemas enfrentados por ela e sua equipe confirmam, infelizmente, o ambiente quase amador na estrutura dos clubes:

“Prezados colegas da imprensa esportiva, venho por meio deste ralatar os acontecimentos que levaram ao impasse entre parte das pessoas que são responsáveis pelo futebol profissional do Clube do Remo e a assessoria de comunicação deste, esclarecendo os fatos já noticiados. Fui convidada a assumir a assessoria de comunicação do Clube do Remo pelo presidente Sérgio Cabeça, que me pediu que apresentasse um projeto para que a relação com a imprensa e as ações internas fossem melhor organizadas.

E assim iniciamos o trabalho, chamei para trabalhar comigo a jornalista Aline Saavedra, que trabalhou como estagiária minha na época em que coordenei a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, nas gestões de Jorge Panzera e Leandro Shilipake, além do estudante de comunicação Felipe Saraiva, que somou-se ao trabalho durante o início de seu percurso já em processo. Assumimos a assessoria de comunicação sem memória física das ações desenvolvidas pelo Clube, sem um arquivo de imagens ou mesmo clippings organizados, muito menos equipamentos e infra-estrutura para o desenvolvimento de um trabalho regular.

Nossa primeira ação foi criar uma rotina na relação com a imprensa, tentando profissionalizar o contato do Clube com a mesma através de um centro de difusão da informação, que é seria ASCOM, criamos o RESUMO DIÁRIO DE NOTÍCIAS que traz todas as novidades sobre todas as áreas do Remo. Esta iniciativa foi exitosa e, até agora, bastante elogiada pela grande maioria da crônica esportiva. Desde o início de nossa entrada no futebol profissional foi muito difícil; o fato de ser mulher a pessoa central no trato com imprensa, sem sombra de dúvida, trouxe estranhamento por parte da diretoria, que ainda não sabe lidar com o novo papel que nós ocupamos em todos os setores, inclusive no futebol. Portanto, desde o início, fomos tratadas como ignorantes, como incapazes. Nosso primeiro contato com os responsáveis pelo futebol, foi dentro destas características, uma reunião em que só falaram, nos explicando os fundamentos da imprensa esportiva.

Mesmo assim continuamos tentando, mas começaram as maiores agressões: por mais de uma vez, quando falávamos com as pessoas responsáveis pelo futebol profissional, as pessoas não viravam-se para falar, quando muito respondiam; consideravam suas as atribuições, na frente da crônica fomos desautorizadas e hostilizadas; iniciaram a comentar sobre a nossa vida privada; as últimas foram afirmações sobre como minha boa aparência atraia olhares mal intencionados e da dificuldade dos homens em conviver com tamanha tentação, verdadeiro desrespeito, não só a mim, mas a todas as mulheres que lutam para serem vistas como profissionais e não como objeto de desejo de hipócritas machistas; além disso, por mais de uma vez fomos os últimos a saber de notícias, algumas relevantes, pela disputa entre aqueles que querem aparecer primeiro com a informação junto à imprensa, na minha opinião uma atitude infantil.

Por duas vezes procurei a presidência reclamando dos fatos e dizer não ter ânimo para continuar, inclusive abrindo mão dos direitos contratuais firmados entre mim e o Clube, recebendo a recusa do mesmo sobre o pedido, reiterando a confiança que depositava em nosso trabalho. Conversei com meu marido sobre os acontecimentos e disse ser a favor de que persistisse, que não me deixasse abater, apesar do claro desconforto que tais situações lhe causaram.  A minha decisão era influência para o restante da equipe continuar, sobretudo pela relação de confiança comigo, pois a insatisfação dos dois já estava no limite.

Não vou citar nomes, meu objetivo não é criminalizar ninguém, apesar de alguns merecerem, viso com isto atingir um nó, um gargalo do pleno desenvolvimento da socidade humana, que é a conquista da igualdade de direitos e obrigações, quando as pessoas estão prestando atenção, ou não. Acabar com a covardia dos pequenos grupos sociais que ainda sentem-se capazes de profeirir preconceitos arcaicos protegidos pela hipocrisia que alguns idiotas ainda honram-se em chafurdar.

Desta forma termino, afirmando que saí do Remo mais remista que entrei, que respeito e confio no presidente Sérgio Cabeça, mas acho que sua atitude neste episódio deve ser exemplar, comprando este debate, que sabemos não ser fácil, mas fundamental para que fiquem claras sobre quais bases morais e ideológicas o clube com a maior torcida do norte e nordeste de nosso país está erguendo sua história.”

Minowa negocia com Marciano e Cearense

O diretor de futebol Pedro Minowa anunciou nesta quinta-feira que negocia a contratação dos atacantes Marciano e Leandro Cearense para a disputa do Parazão 2012, que começa em 18 de janeiro. O Anjo do Oriente admitiu algumas dificuldades para fechar logo a vinda dos dois, mas garante que o Remo terá pelo menos um dos artilheiros na próxima temporada. O dirigente confirmou também a realização de amistoso com o Nacional (AM) no dia 21 de dezembro, às 20h30, no Baenão.

Perguntinha do dia

A diretoria do Paissandu tomou a decisão certa optando por um volante mais experiente (e mais caro), Vânderson, e descartando Daniel, mais jovem e menos identificado com o clube?

GP terá justa homenagem ao grande Piquet

A exemplo do que aconteceu no ano passado, a organização da F-1 decidiu homenagear um ídolo brasileiro da categoria na corrida de 2011. E, se na última temporada coube a Emerson Fittipaldi dar uma volta na pista a bordo da famosa Lotus preta e dourada de 1972, agora será a vez de Nelson Piquet ‘abrir’ a etapa com a sua Brabham-Ford BT-49C. O modelo chegou no início da tarde desta quarta-feira ao autódromo de Interlagos, em perfeito estado, e servirá para marcar a edição de número 40 do GP Brasil. Com ele, Piquet, 59, conquistou o seu primeiro título no Mundial, há 30 anos. O ex-piloto também dará a bandeirada da corrida, a última da temporada. (Do Folhaonline)

Fenômeno pega corda fácil na internet

 
Por Ricardo Feltrin
 
Ronaldo Fenômeno precisa aprender a ter um pouco mais de fairplay nas redes sociais. O jogador postou uma foto sua de bigode e depois não aguentou as brincadeiras. Ontem, um empresário brasileiro sediado nos EUA retuitou a foto do ex-jogador e brincou que Ronaldo estava tão feio “que estava a cara do Corinthians”. Depois, o empresário brincou que, assim, de novo visual, com bigode, “nem os travecos” iriam pegar mais o Ronaldo – uma ironia e uma referência ao escândalo em que o jogador se meteu em 2008. Qual não foi a surpresa do empresário, Marcus Panthera, dono da Mega Model em Miami, e que é flamenguista fanático, ao receber uma mensagem privada do próprio Ronaldo, horas após postar. O craque o ameaçou de retaliação: “Nós não nos conhecemos pessoalmente, mas infelizmente vc me marcou numa brincadeira de mau gosto no facebook. Espero q vc nao precise de mim e nem dos meus amigos pra qq coisa. O mundo da voltas e as vezes voltinhas…”

A princípio, o empresário não acreditou que era o próprio Ronalducho quem lhe estava aporrinhando e então respondeu: “Não tenho a menor ideia de quem é você e não me meto na vida de ninguém. Não tenho nenhum interesse em te conhecer ou a qualquer um dos seus amigos. Mas, mesmo sem saber o porquê disso, você ou qualquer um dos seus que quiser me encontrar, e com um papinho desse, só posso te dizer pra tomar cuidado. Não costumo ter muita paciência pra babaquice, não.” Ronaldo retrucou: “No caso sou o cara q vc ta fazendo piadinha de mau gosto! mas ta tranquilo. estamos entendido! (sic)”

Logo depois, um homem que se identificou como “sócio” de Ronaldo telefonou para a casa do empresário em Miami (!), mas em tom bem mais apaziguador. Não chegou a pedir desculpas, mas disse que o jogador ficara realmente chateado com a brincadeira, e que a sua mulher (do Ronaldo) havia até chorado (com a história do traveco?), e que mimimi, mimimi, vamos deixar pra lá, que que é isso, esquece a história e coisa e tal. Assim como ameaçou Rafinha Bastos, por causa da brincadeira que este fez com Wanessa Camargo (para apoiar o sócio Marcos Buaiz, marido de Wanessa), Ronaldo mais uma vez apela para essa história de “meus amigos”, “não conte com a gente” etc e tal. Não deixa de ser patético, pois ninguém ou nenhuma empresa vai morrer porque Ronaldo ou sua operadora de telefonia não vão ajudar.

Paissandu começa a liberar jogadores

O Paissandu acertou as contas e liberou nesta quarta-feira os jogadores Vagner, Márcio Santos, Juliano e Vizotto. Nesta quinta-feira, devem ser despachados Luciano Henrique, Salomón, Alexandre Carioca e Nenê Apeú. Vânderson, que ainda não confirmou se aceita reduzir o salário (R$ 15 mil), pode ficar ou não. O mesmo ocorre em relação a Tiago Potiguar, que também recebe (apesar dos atrasos) salário acima de R$ 20 mil. O técnico Andrade, caso concorde em reduzir seus ganhos, pode voltar para a temporada 2012. Ainda é o preferido da diretoria, apesar de sondagens feitas a Samuel Cândido. (Com informações da Rádio Clube e Bola/DIÁRIO)

Corinthians já definiu a entrega das faixas

Do Blog do Perrone

A cúpula do Corinthians já sabe como comemorar o penta Brasileiro antes mesmo de conquistá-lo. Mas, ao mesmo tempo, ainda não definiu o futuro do técnico Tite, fundamental para o planejamento da próxima temporada. A diretoria resolveu que, se o time for campeão, as faixas serão entregues num amistoso, provavelmente internacional. Enquanto isso, Tite ainda não está garantido como treinador do clube no próximo ano. As conversas nem começaram, segundo pessoas próximas do técnico. Porém, elas garantem que o treinador acha bom não conversar agora para se concentrar na equipe. E que ele prevê uma negociação fácil se a decisão for por sua permanência

Músicos elegem os 100 maiores guitarristas

Eleições de melhores guitarristas costumam ser meio tediosas, pois os primeiros lugares são inquestionáveis. Para renovar o tema, a Rolling Stone apostou não nos eleitos, mas sim nos eleitores. A revista americana chamou mais de 50 guitarristas para escolher os melhores de todos os tempos – e muitos dos jurados acabaram também indicados no novo Top 100 da guitarra. O Top 5 traz os ícones de sempre: Jimi Hendrix, Eric Clapton, Jimmy Page, Keith Richards e Jeff Beck (nesta ordem). Mas a cereja do bolo está nos textos descrevendo cada um deles, escritos por outros guitarristas. Tom Morello, por exemplo, ficou responsável por explicar ao mundo porque Jimi Hendrix é uma unanimidade e primeiro lugar em qualquer votação sobre o assunto.

“Jimi Hendrix explodiu a ideia do que a música rock podia ser: ele manipulou a guitarra, a alavanca, o estúdio e o palco”, resume Morello, “Em músicas como ‘Machine Gun’ ou ‘Voodoo Chile’, seu instrumento era como uma vara de condão dos turbulentos anos 60 – você pode ouvir os tumultos nas ruas e as bombas de napalm caindo em ‘Star-Spangled Banner’.” Enfatizando que Hendrix tocava divinamente sem fazer esforço, o guitarrista do Rage Against the Machine, ele próprio em 40º na lista, afirma que não é possível saber o que o ídolo estaria fazendo se fosse vivo hoje.

“Ele seria uma velho estadista do rock? Seria sir Jimi Hendrix? Ou estaria fazendo algum show permanente em Vegas? A boa notícia é que seu legado está garantido como o maior guitarrista de todos os tempos”. O texto de Clapton foi escrito por Eddie Van Halen, enquanto Joe Perry, do Aerosmith, falou sobre Jimmy Page; Nils Lofgren, da E Street Band, sobre Keith Richards; e Mike Campbell, dos Heartbreakers, sobre Jeff Beck. Fechando o top 10, a lista traz B.B. King, Chuck Berry, Eddie Van Halen, Duane allman e Pete Townshend. Clique aqui para ver a lista completa e veja os jurados abaixo. (Do Globo On Line)