Coluna: A melhor Seleção possível

Jefferson; Danilo, Dedé, Réver e Cortês; Ralf, Rômulo, Lucas e Ronaldinho Gaúcho; Neymar e Borges. Assim deve jogar o Brasil contra a Argentina, hoje, no Mangueirão. A formação, de pegada fortemente ofensiva, ficou mais ou menos definida no treino “secreto” que Mano Menezes comandou ontem à noite.
Poupado que foi da obrigatória escalação do corintiano Paulinho no quarteto de meio-campo, o Brasil deve exibir mais desembaraço e velocidade do que no primeiro jogo, em Córdoba. Aliás, seria praticamente impossível repetir atuação tão desplugada como aquela. 
Por força das limitações do time argentino, cheguei a pensar que o embate de hoje poderia ser um passeio canarinho. Além de um time tecnicamente mais leve, a Seleção terá o calor e o incentivo da torcida paraense. Quem já jogou contra o Mangueirão lotado sabe o que isso significa, mesmo levando em conta a expertise dos argentinos em superar ambientes hostis.
Ocorre que a impressão inicial de facilidades se desfez com a chamada dos “brasileiros” pelo comando técnico da Argentina. Com Montillo, Bollatti e Guiñazu, as coisas ficam mais parelhas e o clássico ganha em qualidade. O meia-armador é craque, conhece bem a manha brasileira. O volante do Inter é um leão-de-chácara dos mais ferozes. Se forem escalados, mudam por completo as características da insossa equipe de Alejandro Sabella. Certeza de um grande duelo na meia-cancha.
Na configuração esboçada por Mano, Ronaldinho e Lucas terão imensas responsabilidades na criação. O pior da história é que Gaúcho pouco tem atuado naquela faixa. Ressurgiu das cinzas no Flamengo posicionado mais à frente. Em Córdoba, mais recuado, foi apenas discreto.
Lucas ainda não se encaixou, por excesso de timidez para se impor como solista. Como tem por hábito conduzir muito a bola, facilita a marcação e trava a armação. Ganha de Mano neste clássico sua maior chance na Seleção. É provável que, pelo que tem jogado no Botafogo, Elkeson mereça alguns minutos para mostrar a que veio.
Em relação à escalação do primeiro confronto, a Seleção fica mais sólida com Cortês, Rômulo e Lucas substituindo a Kleber, Paulinho e Renato Abreu, respectivamente. Perde, porém, lá na frente com a troca (por contusão) de Leandro Damião por Borges. De toda forma, como diria o filósofo Josiel, isto é o melhor que temos, fazer o quê?       
De Neymar, o grande astro da companhia, espera-se tudo. O torcedor que lotará as arquibancadas do Mangueirão vai, em sua grande maioria, para vê-lo. A boa notícia é que, além dos dribles de sempre, ele tem se doado bravamente ao escrete. Mesmo quando não brilha, exibe a transpiração de quem ainda cava seu lugar no time. O torcedor quer ver exatamente isso: talento e raça. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)      
 
 
 
Apesar das desconfianças justificadas quanto à seriedade desse torneio de encomenda, denominado Super Clássico das Américas para homenagear (logo quem) Nicolas Leoz, eterno cartola paraguaio, boto fé que veremos um duelo interessante. Até mesmo pelo ambiente que cerca o amistoso. Estádios apinhados, com torcedores gritando o tempo todo, quase sempre proporcionam grandes jogos de futebol. 
Além do que, sempre é bom ver em ação esses dois gigantes continentais, mesmo sem grandes astros internacionais – ausências sentidas, por justiça, apenas do lado deles, com Lionel Messi e Carlitos Tévez.
 
 
 
Direto do blog
 
“É aquele velho ditado que para alguns é de extrema importância e que implica a ausência de um naco sequer de dignidade: o que vale é ser sempre amigo do rei, por mais tirano que seja vossa majestade. É de dar vergonha.”
 
Por Daniel Malcher, sobre a prometida homenagem do Remo ao presidente da CBF.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 28)

7 comentários em “Coluna: A melhor Seleção possível

  1. Atribuir a crítica somente ao Clube do Remo é coisa de torcedor imbecil. Diretorias de Remo, Paysandu, Federação, Governo, parte da Imprensa e etc não perdem oportunidade de bajular o Teixeirão.

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    1. Perfeito Vitor,já estou saindo de Barcarena para ver o jogo no Mangueirão,e sei que encontrarei lá muitos marias vai com as outras bajulando todo mundo,inclusive aqueles jornalistas despreparados que sempre me refiro aqui neste blog.Hoje tudo o que passou será esquecido para o bem do futebol paraense.PRA FRENTE PARÁ !

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  2. PRESENTE Y FUTURO
    É assim que um jornal argentino (clartin) se refere ao jogo de hoje em Belém. Aliás, a prensa argentina não poupa elgios à torcida paraense pela importancia que dispensa ao jogo e pelo carinho com que está recebendo a todos.
    Enquanto alguns (aqui no Brasil) desdenham, os argentinos dizem que comn isso Belém se credencia para a Copa América de 2015.
    Sepultemos definitivamente sentimentos que já morreram. Dentro de casa o Brasil perdeu um título e nem por isso deixou de ganhar outros cinco.
    Mostremos a alguns calhordas da imprensa nacional que com certeza aqui, proximo a linha do equador, há uma civilização que prefere ser olhada por quem é civilizado.
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