O adeus de uma grande banda

A banda R.E.M. publicou um comunicado oficial em seu site nesta quarta-feira anunciando que a banda acabou. “Para nossos fãs e amigos: Como R.E.M., e como amigos da vida toda e co-conspiradores, decidimos acabar a banda. Vamos embora com muita gratidão por tudo o que conquistamos. Para quem já se sentiu tocado por nossa música, nosso mais profundo agradecimento pela atenção”, diz o comunicado. O vocalista Stipe, o guitarrista Peter Buck e o baixista Mike Mills aproveitaram para dizer suas últimas palavras sobre o fim da banda, que no início era composta ainda pelo baterista Bill Berry, que se aposentou em 1997 para virar fazendeiro.

“Um homem sábio certa vez disse: a habilidade em ir a uma festa é saber a hora de ir embora. Nós construímos coisas extraordinárias juntos, e agora vamos nos distanciar disso. Espero que nossos fãs percebam que essa não foi uma decisão fácil, mas tudo tem seu fim e nós queríamos fazer isso agora. Nós gostaríamos de agradecer a todos que nos ajudaram a ser o R.E.M. nestes 31 anos. Nossa maior gratidão a quem nos permitiu fazer tudo isso. Tem sido incrível”, disse Stipe.

“Uma das coisas ótimas sobre estar no R.E.M. foi o fato de que essas músicas e discos significavam muito pra gente tanto quanto pros nossos fãs. E ainda são. Ser parte de várias vidas é um dom inacreditável. Obrigado. Nós ainda somos grandes amigos. Eu sei que os verei no futuro, assim como sei que verei cada um que nos apoiou ao longo dos anos. Mesmo se for só alguém na loja de discos, ou em um clube, vendo um grupo de garotos de 19 anos tentando mudar o mundo”, escreveu Buck.

A banda começou sua carreira no início dos anos 1980 e gravou, até hoje, 15 álbuns de estúdio. O último é “Collapse Into Now” e foi lançado em março deste ano. A banda não chegou a fazer turnê para divulgar esse disco. O álbum marcou o fim do contrato da banda com a gravadora Warner.

Os álbuns mais bem sucedidos da banda foram “Out of Time” (1991) e “Automatic for the People” (1992). O primeiro hit da banda foi “The One I Love”, em 1987. Também ficaram famosas músicas como “It’s the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)”, “Losing My Religion”, “Shiny Happy People” e “Everybody Hurts”. Em 2007, a banda ganhou lugar no Hall da Fama do Rock and Roll. Os últimos shows da banda no Brasil aconteceram em novembro de 2008. (Da Folha de SP)

A pior notícia do dia, sem dúvida. Vai fazer falta.

8 comentários em “O adeus de uma grande banda

  1. “Mesmo se for só alguém na loja de discos, ou em um clube, vendo um grupo de garotos de 19 anos tentando mudar o mundo”, escreveu Buck.” É justamente esse espírito que não existe mais entre aqueles que tentam enveredar pelo mundo da música, sobretudo pelo rock. E o resultado disso são as medíocres bandas artificiais, coloridas e com franjas sobre os olhos ou moicanos na cabeça (visual este que é uniforme, diga-se, pois é o mesmo para emos, coloridos e para, vejam só, Luan Santana e outros menos votados). E muito por conta desse espírito, como bem disse Tavernard há alguns meses sobre um postagem sua da banda The Who, os roqueiros eram encarados como verdadeiros heróis pelos apreciadores do gênero nos 50, 60, 70 e 80. E hoje, prevalece a “bundamolice”, os discursos politicamente corretos e evasivos e os coraçõezinhos mostrados para as plateias embasbacadas.
    Notícia triste mesmo Gerson!

    R.E.M, muito obrigado…

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    1. Concordo com ambos, amigos Eriko e Daniel. Que bom que pegamos ainda uma era de bandas verdadeiramente comprometidas em produzir um som de qualidade. O R.E.M., como diz um grande amigo meu, Ismael Machado, é daquelas bandas que praticamente não erram. Não fez um disco ruim. Todos são muito bons mesmo. Uma pena que a viagem deles tenha se encerrado, mas fica o consolo pelo muito que fizeram ao longo desses anos. Só temos a agradecer, por tudo.

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      1. Concordo Gerson, mais vale ressaltar também amigo! Que muitas bandas conseguem maior estrelato ou sucesso, ou quando encerram. Creio, que nos que somos fãns do estilo do Pop Rock oitentista, jamais vamos esquecer de uma das melhores bandas que surgiram na minha opnião, como a melhor decada musical, apesar de muitos amigos meus salientar que os anos 70 foram os melhores.
        Porém, eu vivi os anos 80 e 90, é para mim como fanático que sou por músicas, conheço também muitas bandas e muitas cançõies dos anos 60 e 70, mais prefiro à minha decada! Anos 80 na veia.
        Outra banda oitentista, que deixou muitas saudades foi o THE SMITHS, para quem conhece sabe de quem estou falando. Era uma banda inglesa de altissima qualidade, que surgiu bem no ínicio da decada no ano de 1982, com o vocal meio rouco de Morrissey, com os acordes de guitarra de Jhony Marr, o baixista chama-se Andy Rourke, e por fim o baterista chamava-se Mike Joyce. Juntos formaram uma excelente banda de pop rock, com um estilo alternativo ou indie pop, a banda nasceu na cidade de Manchester após a era pós-punk…

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  2. Antes de ser pastor eu ouvia a banda .Assim como outros.De vez em quando ainda ouço algumas músicas boas e de qualidade de algumas bandas,MPB ,alémde gospell.Como afirmei aqui não sou ortdoxo e não acho que alguém precise se anular como pessoa para ser cristão.Infelizmente meus colegas apstores pensam o contrário e preferem apontar o ddo ,acusar ,julgar e condenar.Enquanto Jesus perdoava a ladrões e prostitutas,como sempre afirmo em meu blog http://escadaprofuturo.blogpsot.com E quanto á banda posso dizer categoricamente ,uma pena.

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  3. A banda que marcou a transição de minha fase adolescente para a idade adulta. Me acompanhou em todas as etapas de minha vida nos últimos 21 anos. Fica o privilégio de ter assistido a dois shows dessa que é a banda mais significativa das últimas duas décadas. E a frase de Peter Buck resume o sentido de tudo isso. Como diria Nick Hornby, sinto-me feliz por gostar de determinados tipos de música e livros e filmes…

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    1. Camarada Ismael, ao ouvir a notícia da separação ontem à tarde pela Diário FM, lembrei de você na hora. Neste momento, resta-nos o consolo da obra que permanece. Quando John Lennon morreu, senti como se um irmão mais velho estivesse partindo. Ficaram, porém, suas canções geniais. Em proporção menor, o fim do R.E.M. também me pegou de surpresa, embora seja absolutamente natural que a relação tenha sido desgastado entre os caras após 31 anos de estrada. Ao contrário dos Stones, que só se reúnem às vésperas das turnês, o R.E.M. sempre foi um grupo criativo, que se recusava a reciclar material antigo e buscava sempre o novo. Dos três, sempre gostei muito de Buck, guitarrista excelente, comedido nos acordes. Não por acaso, sua frase resume melhor o que sempre pensei desta banda sensacional. Infelizmente, não vi nenhum show ao vivo deles, mas tenho toda a discografia e vários DVDs, e sinto-me recompensado a cada nova audição. É como ocorre em shows de grandes músicos, como o de Paul McCartney. Quando ele diz “obrigado” ao fim de cada música, sentimos que o agradecimento deveria partir de nós, os da plateia. A parada do R.E.M. faz com que eu me sinta mais motivado ainda a ver de perto Eric Clapton e Pearl Jam, nos dois próximos meses. Não se sabe, afinal, quando esses caras podem pendurar as chuteiras ou aposentar o velho Colt na parede.

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