Coluna: Campeonato sob suspeita

As imagens estão disponíveis na internet para quem quiser ver. Não há muito a discutir. Depoimentos de quem esteve no estádio presidente Vargas confirmam que o jogo entre Fortaleza e CRB terminou em monumental marmelada. No vídeo, os jogadores do time cearense aparecem avisando os adversários que só faltava um gol para salvar o Tricolor do rebaixamento.
Carlinhos Bala foi o mais generoso nos gestos.
Para completar, um beque alagoano recomenda ao seu próprio goleiro que deixasse a bola passar. E o quarto gol, meio chorado, acabou mesmo acontecendo, para festa da torcida e dos jogadores cearenses.
Só para situar o leitor: Fortaleza e Campinense lutavam desesperadamente, em cidades diferentes, para permanecer na Série C. Como a equipe paraibana vencia o Guarani de Sobra por 2 a 1, o Fortaleza só escaparia se conseguisse fazer 4 a 0 sobre o CRB. Tarefa das mais difíceis pelo equilíbrio entre os times e a bola murcha que os cearenses estão jogando.
Ocorre que, no velho PV, empurrado pela torcida, o Fortaleza se encheu de confiança para buscar os gols que precisava. Para isso, contou com ajuda extra. Atrasou em 10 minutos o começo do segundo tempo e, graças ao truque, continuou em campo depois que acabou o jogo do Campinense, sabendo obviamente de quanto precisava para reverter a situação.
Começou, então, a pressão sobre os jogadores do CRB, que se aguentava em campo com menos dois atletas. Os vídeos que circulam na internet exibem justamente dos constrangedores instantes finais da partida.
Não é o tipo de coisa que chega a surpreender. Afinal, até em Copa do Mundo já se registraram bandalheiras desse gênero, como na inesquecível goleada da Argentina sobre o Peru em 1978. A surpresa deste episódio está na maneira quase explícita como o arranjo aconteceu, à vista de todos.
Por razões óbvias, as maracutaias são urdidas nos subterrâneos do futebol e poucos percebem quando acontecem. Desconfianças surgem, mas ninguém consegue provar e acaba ficando tudo por isso mesmo.
Estamos, portanto, diante de evidências claras de armação para garantir um resultado. Cabe à CBF tomar as providências cabíveis. De cara, o senso comum diz que Fortaleza e CRB deveriam ser eliminados da competição e rebaixados à Série D. Duro é esperar ações punitivas e moralizadoras da entidade presidida por Ricardo Teixeira.  
 
 
Ainda sob um clima de total incerteza, o Paissandu ficou sabendo ontem à noite que vai estrear na segunda fase da Série C recebendo o América (RN), domingo, na Curuzu. Depois que o STJD concedeu efeito suspensivo ao Rio Branco, a CBF imediatamente cancelou a rodada, medida mais sensata diante das idas e vindas do imbróglio jurídico. Horas depois, mudou de idéia e comunicou à Federação Paraense de Futebol que os jogos seriam realizados, com a simples substituição do Luverdense pelo Rio Branco. 
Nada garante que hoje, diante das pressões do Luverdense, a entidade modifique novamente sua interpretação. Na verdade, a decisão que excluiu o Rio Branco da competição não podia ter sido entendida como definitiva. O próprio placar na comissão disciplinar do STJD (2 votos a 1) indica que o pleno pode alterar a decisão no julgamento do mérito.
A indefinição só não leva em conta os prejuízos na preparação dos times. O Paissandu, por exemplo, terá que realinhar sua estratégia, pois o adversário mudou. As condições do jogo, também.     
 
 
Em atenção aos pedidos feitos pelo técnico, o Paissandu apresentou ontem duas novas contratações. Rodrigo, lateral esquerdo, ex-Itumbiara, e Nenê Apeú, atacante, ex-São Raimundo. Não se discute a necessidade de reposição depois das recentes dispensas, a dúvida é se são jogadores à altura das carências do time. Como na sexta-feira, 23, termina o prazo para inscrições, o clube ainda deve anunciar mais três reforços até lá. Haja caixa para tanta despesa.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 21) 

25 comentários em “Coluna: Campeonato sob suspeita

  1. Esse Leãozinho do Ceará é da espécie dando é que se recebe, difere do Leãozinho sem série paraense que não dá por falta de recursos e incompetência.

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  2. Ontem expressei minha opinião sobre esses atrasos marotos que sempre ocorrem nas rodadas em que se tem os jogos no mesmo horário.A CBF tivesse interesse em acabar com esse tipo de procedimento,com atrasos propositais devidamente constatados, bastaria utilizar a tecnologia de comunicação disponível hoje em dia.São baratas e de fácil uso( celular, rádio,etc). Os árbritos envolvidos só dariam início após o ok de que todas as equipes nos diferentes estádios estivessem a postos para o início das partidas. É simples, é fácil, basta querer. O que não é justo é jogo programado para iniciar no mesmo horário, começar propositadamente com 10 minotos de atraso. Como aconteceu domingo em Lucas do Rio Verde e no sábado em Fortaleza. E nesse último, o atraso foi no intervalo devido a troca de uniforme pelo fortaleza para ficar com as mesmas cores do CRB. No mundo jurídico, diz-se que ficou configurado a má fé. Se o STJD quiser é só punir. Quanto ao desfecho, foi tudo decorrente do atraso proposital, levando o jogo entre Campinense e Guarany de Sobral a ser encerrado antes do outro jogo. O CRB a esta altura, não perderia mais a sua vaga e o fortaleza sabia exatamente quantos goals precisaria marcar para escapar do rebaixamento. O CRB facilitou? é difícil de provar mesmo com as imagens. Essas partidas deveriam estar no mínimo sincronizadas e juntamente com a arbitragem, o Delegado da CBF em cada jogo serem responsáveis em não permitir tais ocorrências.
    Ainda na mesma linha, a CBF jamais deveria marcar jogos que precisam ser realizados simultaneamente,a noite, para não ocorrer apagões.
    Chamo aqui atenção, caso o Rio Branco permaneça, de que na última rodada desse grupo E, onde está o Paysandu, os jogos não sejam realizados a noite,com a desculpa de que às 16:00 h de Brasília, seria difícil para as equipes. Tem que ser a tarde mesmo, senão veremos a presepada da falta de luz e ligação do sistema de irrigação. Os acreanos sempre gostaram de jogo após a rodada do brasileiro da 1ª divisão, lá não é como aqui, onde torcemos somente pelos nossos clubes, pois são nossa 1ª opção. Lá todo acreano torce primeiramente por um clube de fora. Falo com propriedade, pois morei e trabalhei por lá durante 25 anos. Nos jogos regionais as torcidas torcem misturadas, exceto a do Juventus.
    Outro detalhe, quem é responsável por não permitir esses atrasos é a arbitragem do jogo.

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  3. Se na sexta passada o STJD tivesse dado ganho ao RB, essa maracutaia poderia ocorrer em Lucas do Rio Verde? Possivelmente sim, aliás, já estava até anunciada, o Claudio Guimarães lançouu essa hipótese, se assim fosse, será que o alarde seria tanto? Certamente haveria cronista da terra que iria dizer que era chororô. Nada como um dia atrás do outro e a imprensa pra analisar os fatos depois de acontecido. .

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  4. Gerson,

    Estava presente no jogo, as 02 expulsões do CRB foram corretas, o goleiro do CRB Crisitiano (Doido aquele mesmo que eliminou o Remo contra Figueirense) que salvou o rebaixamento do Fortaleza, concerteza se o mesmo não fosse expulso, o fortaleza não conseguiria ampliar o Placar. Agora em relação ao atraso ocorreu, na partida do Campinense x Guarani Sobral (Corrigindo sua coluna , eles iniciaram o partida 10 minutos depois do início do jogo do Fortaleza e o placar foi de 1 x 0) , na volta do segundo o Fortaleza atrasou a entrada em campo usando (malandragem) o segundo uniforme com as mesmas cores da camisa do CRB, tendo que voltar para o vestiário novamente.

    Na hora não percebi facilidade, visto que o Fortaleza estava fazendo sua melhor partida dos 08 jogos da série C e no minuto final o CRB quase faz um gol no contra ataque.

    Se o campinense ganhasse de 2 x 0, e o Fortaleza de 5 x 0, quem desceria era o Guarani de Sobral. Detalhe o Fortaleza perdeu um penalti.

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    1. Olha, Rodrigo, você é a primeira pessoa que vejo defender o descalabro ocorrido no jogo de Fortaleza. Mas, como é questão de opinião, respeito.

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  5. Vale só ressaltar, amigo Gerson que Nenê Apeú não foi indicação do Edson Gaúcho, agora é uma chance para ele, Helinton, Billy,… ter o Edson como técnico, pois a partir de agora, apesar de terem passado por vários técnicos regionais, mas sem ensinamentos algum, eles terão a chance de crescerem profissionalmente. Vale lembrar que o mesmo aconteceu com o Moisés, ex- Paysandu, que passou pelas mãos de vários deles e, veio aparecer nas mãos do bom técnico Barbieri. É como fala o amigo Otávio: Com técnicos regionais, não dá.
    – Aliás, o Edson Gaúcho disse, em uma entrevista, ao Dinho, que o Helinton precisa ainda de muita base, pois corre com a cabeça baixa, não sabe bater na bola com a direita,… . Aí pergunto, amigos: Ele não passou nas mãos do Sinomar, mais de um ano? Porque não aprendeu? Te dizer…
    É a minha opinião.

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    1. Alguns ensinamentos de técnicos regionais aos jogadores de base:

      1- Ei, batestes o Escanteio muito baixo. Vai lá e coloca na cabeça do fulano. Nãooo, assim não bate de novo(só que ele não ensina como e, nem detecta o porque do garoto não estar conseguindo),…
      2- Olha, não joguem em linha, toda hora vcs estão em linha, se referindo a zaga, mostrando que não foi determinado quem joga na sobra…
      3,4,5, e outras bobagens que aprendemos com esses treinadores de base, daqui.
      – Esses, relatos, são de experiência própria, de quando jogava na base do Paysandu, e de relatos de alguns jogadores, mas acontecem em todos os clubes.
      – Por isso falo que esse trabalho que está sendo feito no Remo, era pra ser feito por um bom técnico. Um Roberval Davino, por exemplo.
      É a minha opinião.

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      1. Menos Cláudio, Charles é a contra prova ser um bom técnico regional e vai seguindo em frente, lado a lado com o Independente.

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    2. Pelas suas generosas palavras, amigo Cláudio, todos os que têm a honra suprema de trabalhar com o gênio Maçaranduba estão automaticamente com o pé no paraíso. Há controvérsias. Rsss…

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      1. Depois vêm afirmar que não existe má vontade da imprensa para com o técnico do Paysandu.

        No tópico 7, o Cláudio Santos não nomeou, em momento algum, técnico de futebol.

        Desculpe senhor Gerson, mas quem escreveu isso (a ironia respondendo ao Claudio) pisou na bola feio.

        O senhor tem razão quando diz que o blog é livre para quem quizer se expressar, mas eu acho que o blog deve permancer isento.

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  6. Amigo Cláudio, só por justiça, a entrevista não foi dada exclusivamente ao Dinho Menezes. Foi dada após o jogo em coletiva para todas as rádios.

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  7. Na balada que vai, deve rodar o Diogo Galvão, sem ter tido alguma chance de mostrar o seu futebol, se isso acontecer, é dinheiro jogado pelo ralo; aliás, penso que o argentino Salomon e o Rodrigo Pontes, também já podem ir, temos que enxugar a folha.
    Em tempo, entendo que os gêmeos Billy e Bryan, devem ser reintegrados ao plantel, a dupla tem futebol para formar nessa equipe.

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  8. Gerson, o Pleno é soberano, todos sabemos. Sabemos também que os votos do Pte. e do Relator (nas Comissões) norteiam os
    membros do Pleno. Mas, não esueçamos que o caso agora discutido tem extrapolações e ingerencias que mudança de adversário, em nada diz respeito ao Paysandu.

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  9. Esses campeonatos da série “C” e “D”, estão uma porcaria, uma vergonha, essa do Fortaleza, foi ridícula, e cadê a CBF, que não faz nada? por isso que eu não vou mais a estádio, prefiro ficar no bar com os amigos tomando umas, do que dar o meu dinheiro, pra esses bandos de pilantras!

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