A semana mais importante para o Paissandu na Série C continua conturbada. Problemas, reais ou criados artificialmente, insistem em desviar a atenção do assunto que realmente interessa: o jogo contra o Araguaína e a disputa com Águia e Luverdense pela classificação à próxima fase.
Ao torcedor, a essa altura do pagode, pouco importa se a atual diretoria é um desastre em gestão, se deveria ter havido troca de técnicos ou se o clube acertou em abortar (por falta de dinheiro) a dispensa de sete jogadores. Prevalece neste momento a ansiedade pelo confronto decisivo, bem como a curiosidade sobre o time a ser montado por Edson Gaúcho. Acontece que o começo de trabalho do novo treinador já está comprometido pelas desconfianças na relação entre clube (empregador) e jogadores (empregados).
Exatamente como nos anos anteriores, quando o time teve pela frente confrontos com Icasa (2009) e Salgueiro (2010). Nem a lembrança das situações aflitivas vividas nessas ocasiões parece ter proporcionado alguma lição aos dirigentes. Os mesmos erros foram repetidos e, incrivelmente, outros foram acrescentados.
Das mazelas antigas, o mais sério é o atraso de salários, capaz de sabotar qualquer projeto. No cruzamento contra o Icasa, divulgou-se depois que alguns jogadores teriam feito “corpo mole” porque não tinham recebido o pagamento prometido.
Contra o Salgueiro, houve o episódio que envolveu Sandro, que teria peitado o presidente por gratificação maior pela classificação e para que renovasse seu contrato antes do embate. A crise se alastrou no elenco causando efeitos danosos, como se veria depois.
Agora, pela terceira vez seguida, a falta de pagamento volta a assombrar o elenco. Informações seguras indicam que mais da metade do grupo não recebe há três meses. Ironicamente, os reforços mais recentes estão rigorosamente em dia, mas os da casa e os primeiros contratados estão no prejuízo.
Obviamente, ninguém se sente motivado sem receber salários. Pior: há sempre a possibilidade de motim a bordo, pois alguns jogadores ameaçam não entrar em campo domingo caso não consigam ver a cor do dinheiro. Por sinal, são os mesmos que se rebelaram antes da viagem para Rio Branco, insatisfeitos com a falta de palavra dos dirigentes.
Nem precisa ser pitonisa para saber que essa combinação – salários atrasados + jogadores aborrecidos – dificilmente resulta em boa coisa.
É compreensível que a torcida esteja olhando para Edson Gaúcho como o salvador da pátria. A diretoria pretendia exatamente criar esse sentimento na galera, a fim de resgatar a auto-estima abalada pelos últimos acontecimentos. O técnico parece até estimular esse sentimento, mas também emite sinais de que mudou (para melhor) seu discurso da época da primeira passagem por aqui.
Disse à Rádio Clube que é inadmissível a importação em massa de jogadores, alvejando principalmente os técnicos que vêm e vão sem assumir suas responsabilidades pelos prejuízos causados ao clube. Nem parece aquele Gaúcho da primeira vez, que preferia atribuir culpa a tudo e a todos. De quebra, elogiou muito Rafael Oliveira, com quem teve problemas anteriormente. Sem dúvida, um bom começo.
Alexandre Fávaro; Sidny, Leandro Camilo, Márcio Santos e Fábio; Vanderson, Sandro, Robinho e Luciano Henrique; Rafael Oliveira e Héliton. Se nada de excepcional ocorrer até sexta-feira, esta é a escalação desenhada por Gaúcho para a decisão na Curuzu.
Em decisão das mais sensatas, a assessoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB) cancelou ontem a promoção para sorteio no Twitter de dois ingressos para o jogo Brasil x Argentina, no dia 28. Melhor assim.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 15)
A imagem do técnico de futebol as vezes assemelha-se a do médico quando visita o paciente. É anjo salvador à entrada
e pode ser demonio após a visita mal sucedida.j
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Sidny de titular?
Tem que botar esse bocudo pra treinar às 15Hs em separado.
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Ele é melhor que o Halax e apenas reinvidica seus direitos.
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