Coluna: Do discurso à prática

Em meio ao tiroteio travado entre dirigentes, envolvendo contratações mal explicadas de jogadores, o Paissandu tenta se recompor e reencontrar a vitória hoje, na Curuzu, contra o Águia de Marabá. Desde domingo, técnico e atletas buscam dar uma explicação à torcida sobre a fraca atuação no Re-Pa. Não adianta. Nada do que foi dito convenceu a massa.
Futebol tem dessas coisas. Discursos e teses não servem para explicar o fracasso. Por sorte – ou azar, conforme a interpretação –, o Paissandu tem a oportunidade de responder em campo. E nada melhor do que uma vitória categórica contra um adversário em crescimento na competição.
Preso ainda à velha mania dos treinadores de se agarrar ao marketing como solução para todos os males, Sérgio Cosme saiu do treino de ontem dizendo que abriu o coração com seus comandados e que confia no futebol deles. O destinatário desse recado é, obviamente, o torcedor, que é péssimo ouvinte nessas horas, pois continua mordido com a derrota para o velho rival.
De concreto, o time terá de volta a velocidade do lateral-direito Sidny e a força de marcação do volante Alexandre Carioca. Ambos fizeram falta no jogo de domingo. Carioca pode, inclusive, entrar para compor a zaga, setor do time mais alvejado pela torcida. Sidny teve atuação primorosa no triunfo sobre o Independente Tucuruí e tem potencial para contribuir decisivamente com o ataque.
O outro retorno, do zagueiro Ari, não é exatamente uma boa notícia, pelo menos aos olhos do torcedor, que desaprovou todas as suas atuações no campeonato. Em Tucuruí, teve desempenho sofrível e deveria ter sido expulso após cometer pênalti. Diante da Tuna, foi peça destoante na melhor atuação do Paissandu no torneio.
Por fim, na vitória sobre o Cametá, mostrou-se atrapalhado na marcação a Leandro Cearense e foi um dos responsáveis pelo apagão da zaga que permitiu ao visitante sufocar o Paissandu nos minutos finais. E é fato que nenhum outro compartimento do time será mais visado hoje do que a linha de defesa. Jogará com a espada sobre a cabeça, sabendo que nenhum novo erro será perdoado.
 
 
O Remo derrotou o Paissandu, assumiu a liderança do turno e está de braços dados com a torcida. É importante não esquecer o trabalho feito até aqui pelo presidente Sérgio Cabeça e sua equipe. Para quem encontrou a terra arrasada e três profissionais no elenco de futebol, a diretoria teve até aqui uma atuação impecável, inclusive na escolha de técnico e jogadores.
 
 
Certas palavras adquirem mais força quando são inesperadas. A capa do normalmente corrosivo diário Olé nesta terça-feira é uma generosa demonstração de espírito esportivo: “De pie, se retiró Ronaldo. Um viejo adversário despide a um amigo”. Homenagem simples e comovente. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 16) 

26 comentários em “Coluna: Do discurso à prática

  1. Espero que a participação do Papão na campanha da fraternidade tenha começado e terminado no domingo. A águia bicuda já começou a mostrar suas garras e quando isso acontece é certeza de embate equilibrado. Bola pra frente que o que vale é o quadrangular.

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    1. É melhor o papãozinho se espertar mesmo pq a campanha de fraternidade do Leão já acabou domingo passado. Poderiam golear mas por causa da campanha da fraternidade fez só 3

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  2. Quanto ao esquadrão de aço, mesmo contrariando o amigo Cláudio, não há como negar que foram competentes até o momento, mas a trabalho continua e se pisarem na bola. arrebenta. Uma cabeçada nunca está descartada.

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    1. Vamos aguardar, amigo Berlli, a subida à série C, já que tinha falado, antes de começar o campeonato que o Remo conquistaria a mais fácil vaga à série D, dos últimos tempos. Falei isso, pelo bom elenco que montou, ao lado do Paysandu e, pelos técnicos dos times médios desse ano, nesse Parazão. Arthur, Valtinho e Samuel Cândido(o do Parazão do ano passado), hoje não estão em nenhum clube médio, o que facilita, e muito, a vida do Remo e, dos “competentes”: Dirigentes e técnico. Vamos aguardar, agora, após a conquista de uma grande vitória(que nisso eles são competentes, não se pode negar) que venha a conquista do título, da série D( Na história do Remo e dos Cardeais, essa tal competência, para por aqui). Prefiro, aguardar.

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    2. Perder um clássico,não é fim de mundo,pois só existem três resultados no futebol. Agora,perder por incompetência,sim,é muito grave. Eu ví um um time,já que assim se pode chamar,perdido em campo,completamente desfigurado ,sem o menor poder de reação. Parece aqueles que se formam para peladas de fins de semana. Não havia qualquer comando. Eu sempre achei e expressei meu descontentamento com a contratação de um técnico desse quilate para orientar o Paysandú.Será que já não bastam as decepções recentes que foram causadas a essa grande coletividade bicolor ? Vamos mudar essa situação enquanto há tempo. Olhem que o adversário não é toda essa cocada.Nem ataque possui. É só verificar quem marca seus gols,só zagueiros e meio campo,onde participam jogadores rejeitados por nosso time. É só um alerta.

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  3. Não dá pra negar, a escolha pelo Comelli foi o maior acerto dessa diretoria em pouco mais de 2 meses a frente do clube. Aqui em Belém precisamos entender que o clube só alavanca, em todos os sentidos, se o futebol estiver indo bem e aí estava a mais dificil missão para o Sérgio Bráz, montar um time forte.

    Como montar um time forte se o clube estava desacreditado no país, com dívidas, sem pespectivas, sem competições importantes (só o Paraense)? Ora, trazendo um técnico sério e competente que faça bons jogadores acreditarem no potencial do clube, que é imensurável.

    Não, não tô aqui dizendo que o Remo vai ser campeão e que é um super time, mas se deparar com todas essas condições, com 4 jogadores e depois formar um bom time como é o do Remo hoje, não se pode negar a competencia de quem foi responsável por isso.

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    1. Acredito, amigo Marcelo que competência, no futebol pelo menos, só tem quem consegue os objetivos traçados. Como já ouvi de alguns dirigentes que o objetivo do Remo é o acesso à série D, ser Campeão Paraense e subir à série C. Penso que é melhor, aguardar. Não se pode tirar tantas conclusões, por apenas um jogo. A vida continua…

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      1. Também penso como vc amigo Cláudio, mas acho que já tivemos uma amostra considerável, apesar de ser um Campeonato de nível duvidoso como é o Paraense. Não podemos negar o que foi feito e a realidade do Remo hj, a própria torcida serve como termômetro, pois ano passado eles começaram ganhando mas aquele time do Sinomar nunca empolgou o torcedor, o de hj sim.

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    2. ANTES, na mídia esportiva paraense, de quando em vez se falava sobre o trabalho de Aderbal Lana no São Raimundo, quando imperou no futebol amazonense e na região Norte se tornou tricampeão – ainda que no Pará se fale que o rei do Norte é outro time. LEMBRO de Aderbal porque, acho muito difícil que ele tivesse se criado em Remo ou Paysandu. Uma coisa é dirigir o São Raimundo do Amazonas; outra, bem diferente, é dirigir equipes como as nossas, que têm uma enorme e exigente massa torcedora e uma mídia disposta a reverberar todas essas cobranças. ASSIM sendo, chega a ser muito natural as cobranças em cima do Paysandu, equipe de quem se esperava muito mais, após a derrota para seu tradicional rival. DO OUTRO lado, do azul, momentos de calmaria. Considero ambos os comportamentos como exagerados: nenhum o Paysandu passou a jogar tão mal assim, ainda que antes não estivesse tão bem, como se apregoava tanto, nem o Remo se transformou da água em vinho, visto que não estava tão ruim como se falava. É aguardar, pois, os próximos jogos.

      PARABÉNS ao torcedor Marco Maciel pelo comentário. É sempre salutar a opinião externada de um torcedor reconhecendo méritos nas cores adversárias, considerando a extrema rivalidade reinante no futebol do nosso estado.

      HOJE, dia 16fev., é o DIA DO REPÓRTER. Parabéns a essa laboriosa classe que tem por missão sempre nos deixar bem informados.

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    3. Cláudio, gostei da objetividade. Foi apenas uma vitória contra o maior rival,resultado que não o credencia a tanta coisa,dado o equilíbrio que sempre existiu e sempre existirá entre os dois. o emocional tem muito peso nesse tipo de disputa. Alias, esse filme “A Empolgação”,já assisti tantas vezes,que já não estranho; inclusive com reciprocidade. É apenas a minha opinião,onde tento mostrar o que penso,respeitando a de cada um.

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  4. Já contam com o Leãozinho campeão da D em 2011, Da C em 2012, da B em 2013, da A em 2014 e da Copa Brasil. Da Libertadores e do mundial em 2015. Égua isso é mais que trem bala. E agora que vai chegar o professor Pardal para dinamizar o ataque, ninguém segura. Te contar. Coitado do meu papão.

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    1. Como pode isso? Dentre alguns (poucos) torcedores do rival do Leão que aqui comparecem, termos tamanha disparidade? Enquanto o Marcelo Maciel articula com fidalguia, objetividade e serenidade, vem esse Calos Berllibélula falando fezes…

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  5. Quando se delega suas atividades aos seus respectivos profissionais a margem de erro é bem menor.

    Presidentes e Diretores é para arranjar dinheiro.

    Futebol é pra quem já jogou e vivencia todos os dias.

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  6. Vou sim, quero sim, posso sim, minha mulher não manda em mim, vou sim quero sim….. ÔÔÔÔ o freguês voltou, o freguês voltou, o Fregues voltooooou. era pra ser uns 6

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  7. Penso, que a gente tem que tirar o papel pra essa diretoria, pois pegar o remo arrasado da forma como pegaram e em 2 meses de trabalho, poucos recursos e com a credibilidade abalada, montar o time que montaram é uma coisa pra se adminirar.
    Não é só a vitória sobre o papão que me surpreendeu, mas a forma convincente com que jogou o time do remo. todos os seus gols foram frutos de um trabalho organizado dentro de campo. Marcaram na hora em que tinham que marcar e sairam pro jogo quando tinham que sair.
    Muito bom mesmo.
    Só saliento que o time tem pouco poder de armação de jogadas e isso ficou claro quendo ele teve que atacar o papão depois do gol sofrido.
    Agora eu ainda acredito no meu papão, principalmente se o papão trouxer um tecnico de verdade para montar o time.
    Há vários jogos venho postando aqui que o paysandu está desorganizado e que a grande parte de seus gols não vem saindo de jogadas trabalhadas, mas de lançamentos que partiram da zaga para a correria do potyguar, do rafael oliveira ou de ou outro toque de qualidade do sandro.
    A boa atuação dos laterais direito também fizeram a diferença, mas quase nada que tenha partido do coletivo.

    Principal figura do Remo é o Comelli.

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  8. Aos amigos do blog e em especial ao Marcelo Maciel, logo no inicio da indicação do Bracalli e do Comelli, não gostei de inicio e fui atrás de informações a respeito do trabalho de ambos.
    Do trabalho do Comelli, fiquei com um pé atrás, já que ele em vários clubes que atuou utiliza este tipo de formação com 3 volantes que não me agrada muito, porém tem sido muito eficiente no leão.
    Porém, a maior contratação do remo foi o bracalli, que antes de mais nada é remista como todos nós, e com isso temos uma pessoa a mais para participar e discutir das contratações e ter alguem com conhecimento participando disso é diminui e muito a margem de erro.
    Ainda, um grande erro do giba no ano passado foi não ter trazido uma comissão técnica de fora, coisa que o Comelli não abriu mão e os resultados estão ai para todo mundo ver. O time corre muito mais do que ano passado, fruto de uma preparação melhor e o seu auxiliar técnico, o André Chita, participa e muito da preparação do time, inclusive comandando treinamentos.

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  9. Quanto aos petardos que estão sendo disparados entre Ricardo Resende e LOP, podemos inferir que não passa de mero desentendimento, não chegará às raias do descontentamento mútuo, haja vista que, ao menor sinal de crescimento dos setores oposicionistas dentro do clube, a aliança será reafirmada, como sempre dizem os dirigentes em tom salvacionista, para “o bem do clube”. Mas que “bem” é este? O “bem” que administra certos setores e departamentos do clube de forma trágica desde 2007, tais como o vital departamento de futebol?
    Em que pese não podermos negar que em certos aspectos o Paysandu melhorou em relação aos estertores da era Tourinho, continuamos, ano após ano, incorrendo nos mesmos erros e, assim, marcando passo .
    Sobre LOP, pode se afirmar que é, talvez, o presidente mais “atarantado” da história do clube, suplantando em muitos casos até as peripécias do finado Geraldo Rabelo. É um dirigente boquirroto, que procura lançar os holofotes sobre setores ligados ao clube ou que cobrem o cotidiano da agremiação – como agora, com essa nova(?) pantomima de acusar e culpar a imprensa pelo tropeços do time e por “torcer contra” o clube -; que cria factóides contra diretores, técnicos e jogadores, como na última eliminação da Série C, acusando alguns jogadores por suposto “corpo-mole” frente ao Salgueiro; que centraliza as ações administrativas de forma autoritária e, contraditoriamente, é ausente do clube por compromissos outros, dentre os quais, o compromisso profissional.
    LOP acha ainda que, por colocar dinheiro do próprio bolso no clube, como quase sempre enfatiza em algumas entrevistas, tem o salvo conduto, a carta branca para fazer o que der na cabeça à frente da administração do clube e na condução do departamento de futebol. Inventou diretores que, tal como ele, não tinham e não tem conhecimento nenhum do negócio futebol (tal como o “indômito” Louro); afastou do clube nomes importantes que poderiam ajudar na condução da vida administrativa da entidade; inventou treinadores e resgatou ex-técnicos e ex-jogadores em atividade (quem não lembra, para ficar em alguns nomes, dos sofríveis Sérgio Belfort, Nazareno Silva, Marcelo Ramos, Fábio Baiano, Fábio “Bebel” Oliveira e Douglas? Agora temos em nossas fileiras os não menos sofríveis Ari, Laranjeira, Tinoco e Sérgio Cosme); se indispôs com bons jogadores, não querendo renovar contratos e jogando-os contra a a torcida (como o lateral direito Boiadeiro e o volante Mael, atualmente no Remo); e deu tiros no próprio pé como em 2008, quando “vendeu” Fabrício, então em grande fase e melhor jogador do time, no momento crucial da Série C.
    Mas, dentre as trapalhadas, atropelos, o despreparo e a desqualificação para a ocupação de cargo máximo do clube, o que há de mais asqueroso em sua administração, e nisso muito amigos aqui do blog podem concordar, é a desfaçatez com que se isenta de suas responsabilidades ante os fracassos do clube nos últimos quatro anos. LOP tem uma facilidade imensa, e até irascível, de achar culpados. Mas, em todo esse processo, pobre mesmo é o torcedor que sofre com a repetição dos mesmos erros… e miserável é o torcedor que se deixa levar pelo mise-and-scene do presidente-navegador.

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    1. tenho o mesmo pensamento que o Daniel, esse LOP brinca de “administrar” o PAYSANDU. O dinheiro que ele gasta pode ser dele mas o PAYSANDU não lhe pertence!!! E assim, não pode fazer o que bem entende.

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  10. Então tá!!… Papaizinho aqui não engole essa de “já dão como favas contadas”, “Já se dizem campeões”, etc… Aqui ninguém é babaca pra não saber as limitações de seus clubes, mas ocorre que houve uma bela vitória do Remo sobre o rival, então vou sim, continuar gozando!. Problema de quem se incomodar. No fundo, como há muitos bicolores frequentando o blog (alguns até se passam por remistas) o que eles desejam é pautar os comentários dos remistas. Pode até ser, mas aguentem só mais um pouquinho, tá?.

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