Brasil é campeão sul-americano sub-20

Brasil classificado para a Olimpíada de Londres, com direito a três gols e uma belíssima atuação do meia Lucas, do São Paulo, além de dois gols de Neymar, artilheiro da competição. Grande jogo.

Coluna: Perdas e possibilidades

Alguns dos 40 mil presentes ao Re-Pa, que irão ao Mangueirão na expectativa de ver um grande jogo, certamente irão lamentar a ausência de dois jogadores tecnicamente importantes. Praticamente descartados da festa por contusões, Tiago Marabá (Remo) e Claudio Allax (Paissandu) são peças de grande utilidade para seus times e teriam muito a contribuir para a qualidade geral do embate.
Tiago não guarda posicionamento fixo e, graças a isso, garante mobilidade ao ataque, revelando-se uma importante alternativa tática para o Remo. O lateral-direito Cláudio Allax defende com eficiência e apóia melhor ainda. Representa um ponto de equilíbrio pelo lado direito.
No esquema adotado por Paulo Comelli, Tiago é fundamental. Enfeixa funções táticas de grande utilidade, ora aparecendo como atacante de área, ora como ponta avançado. Allax fez um grande campeonato estadual em 2010, formando com Tiago Potiguar e Moisés um trio de extrema eficiência ofensiva. Neste ano, sob o comando de Sérgio Cosme, começa a recuperar o prestígio, mesmo sob a sombra de Sidny.  
Sem essas peças estratégicas, Comelli e Cosme terão que refazer seus planos, redefinir os esquemas. O maior desafio é certamente o do treinador remista, que perde seu principal atacante. E, como se sabe, substituir um homem de frente é sempre mais complexo do que repor peças defensivas.  
Ró e Léo Franco devem entrar jogando, mas o desentrosamento pode atrapalhar. Ró acaba de chegar e Léo só jogou (bem) alguns minutos em Castanhal. Outro problema: um especialista na área cria a obrigação de produzir jogadas específicas para ele. Quando Max Jarí entrou em Cametá, não recebeu nenhum passe ou cruzamento preciso.
O que pode salvar a situação é a disciplina da equipe, que, na falta de uma linha de especialistas, mostra ter descoberto as vantagens de atacar em bloco. Os laterais Elsinho e Marlon atacam o tempo todo, cobertos pelo volante San, que vai à área adversária para o cabeceio em lances de bola parada. O volante Luís André também avança e surge como elemento surpresa quando os demais estão marcados. O desafio é fazer com que Ró e Léo Franco se unam à tropa sem atravessar o samba.  
 
 
Não é menor a dor de cabeça de Sérgio Cosme para ajeitar sua zaga, que já apresentava buracos no centro e sofria críticas desde o apagão diante do Cametá. Marquinhos é o mais provável substituto de Allax. No último Parazão, o meia foi improvisado na função e não comprometeu. O diabo é que o jogo é um Re-Pa e aí qualquer mexida pode ser fatal.
Por sorte, Cosme tem um meio-de-campo cada vez mais ajustado e um ataque explosivo. Ao todo, são três duplas de respeito. Vânderson e Billy, Sandro e Tiago Potiguar, Rafael Oliveira e Mendes. Não há dúvida: a partir do meio-de-campo, o Paissandu é o grande favorito.   

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 13) 

A segunda viúva de Néstor Kirchner

Por Bruna Cavalcanti – Revista IstoÉ

Ainda de luto pela morte do companheiro de 35 anos, o ex-presidente argentino Néstor Kirchner, e às vésperas da eleição presidencial que pode definir o legado político de sua família, a presidente argentina Cristina Kirchner se viu envolvida nesta semana em uma história de amor, traição e vingança típica de um bom tango portenho. Alegando ter sido demitida do Centro de Documentação da Casa Rosada por ciúme, a ex-secretária de Néstor Kirchner Miriam Quiroga (foto ao lado) decidiu revelar os segredos de alcova que manteve com o ex-presidente argentino por mais de uma década. Se autointitulando a “Evita de Kirchner”, Miriam afirmou a uma revista semanal argentina que o caso não fora só longevo como também intenso e pouco escondido. “Era público que eu era amante de Néstor. Tive uma relação muito forte com ele”, disse a ex-secretária, que fez questão de posar para as fotos com um corte de cabelo muito semelhante ao da presidente argentina.

Envolvida em problemas políticos e econômicos e trabalhando de forma árdua para mostrar ao país que é capaz de governar sem o apoio do ex-marido, Cristina optou pelo silêncio. Não contestou as afirmações da ex-secretária do marido e não fez nenhum comentário sobre as razões pelas quais Miriam foi demitida do Centro de Documentação da Casa Rosada. Ao longo da última semana, Cristina tratou de mostrar mais preocupação com a economia do país, que até cresceu de forma significativa no ano passado, mas se vê ameaçada pelo retorno da inflação no país. De acordo com institutos independentes, a Argentina fechou 2010 com uma inflação de 26% e deve encerrar este ano perto dos 30%. Os números oficiais, auferidos pelo desacreditado Indec, apontaram uma inflação em 2010 de “apenas” 10%.
Em um país onde dramas amorosos envolvendo traição e vingança são tema central da música popular, poucos acreditam que o triângulo amoroso envolvendo os Kirchner e Miriam Quiroga terá algum impacto nas eleições presidenciais de outubro. Massacrada por sucessivas crises econômicas, a Argentina parece estar muito mais atenta ao desempenho das contas públicas do que aos dramas familiares de sua presidente. “Isso não afetará Cristina nas eleições. Do ponto de vista político, a repercussão desse fato será quase neutra”, diz Alberto Pfeifer, integrante do grupo de análise da conjuntura internacional da Universidade de São Paulo (USP). Para ele, o caso será tratado pelos argentinos como uma questão de foro íntimo da presidente.