Coluna: Lições de incivilidade

Como já havia acontecido no Remo, há dez dias, quando torcedores profissionais se engalfinharam nos jardins da sede social logo depois da derrota da chapa situacionista na eleição, associados do Paissandu decidiram manchar o pleito do clube com um show de truculência e intolerância.
Diante das câmeras fotográficas e dos holofotes da televisão, integrantes da chapa vencedora no pleito alviceleste decidiram hostilizar gratuitamente dois conselheiros, ambos com grandes serviços prestados ao Paissandu.
Alacy Nahum e Sérgio Chermont foram insultados aos gritos e escaparam por pouco de serem agredidos por Paulo Morais, vice-presidente da agremiação. O ridículo da situação acabou desviando o foco do evento democrático e chamando mais atenção do que a própria comemoração dos atuais dirigentes, reeleitos para mais dois anos de mandato.
Sempre que cenas desse tipo se repetem nos dois maiores clubes do nosso futebol fica fácil entender os motivos da decadência de ambos. No caso remista, o tumulto foi orquestrado, resultante do inconformismo da diretoria atual com o resultado das urnas. Um grupo de baderneiros, membros das famigeradas gangues organizadas, foi utilizado para instaurar a confusão diante da derrota inapelável.
No Paissandu, a situação é mais preocupante porque envolve figuras de relevo dentro da instituição. Por respeito às funções que ocupam, ou mesmo por simples compostura, deveriam se portar com educação. A ocasião era propícia para um armistício entre oposição e situação, havendo clara predisposição para isso da parte dos derrotados, mas o destempero de uns poucos tisnou de gratuita agressividade o começo do novo mandato. 
Remo e Paissandu, duas das mais importantes instituições paraenses, precisam – além das batalhas esportivas – aprender a se respeitar.
 
 
As volumosas pendências do Remo com a Justiça do Trabalho podem estar evoluindo para um desfecho positivo para ambas as partes. Há claro interesse dos novos dirigentes em estabelecer um diálogo com a Corte a fim de repactuar as dívidas existentes. Da parte da Justiça, a natural preocupação é com o acúmulo de débitos, agravado pelo atraso de dois anos no cumprimento de acordos.
A única garantia possível, da parte dos dirigentes, é a da responsabilidade pessoal empenhada perante o tribunal. Já existem sinalizações quanto à abertura de diálogo nesse sentido com a juíza Ida Selene Braga, que preside os processos envolvendo o clube.
É a única via que resta ao Remo para evitar a perda de parte ou totalidade de seu mais valioso patrimônio físico, o estádio Evandro Almeida. Caso os entendimentos se concretizem, a nova diretoria tem como missão prioritária respeitar os acordos estabelecidos – coisa que o atual presidente deliberadamente deixou de fazer. 

(Coluna publicada no Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 1)

19 comentários em “Coluna: Lições de incivilidade

  1. Tudo bem que haja interesse em repactuar a dívida, Gérson. Mas esse papo-furado que surgiu hoje na hora do almoço de um empresário sem nome e sem endereço que vai pagar todas as dívidas azulinas sem querer nada em troca foi demais. É tudo para acalmar os credores cada vez mais sedentos e a impaciente justiça do trabalho. Óbvio.

    Vai ganhar o prêmio de maior lorota de todos os tempos. Já que o cara é burro assim, podiam pedir para ele pagar a dívida bicolor também… Semana passada era o BMG que ia salvar as finanças de Remo e Paysandu. Mas o BMG é uma empresa conhecida. Consultada, imediatamente negou a balela. Por isso criaram a figura desse empresário nebuloso que ninguém sabe quem é nem de onde vem (porque não existe): assim, ninguém pode ir até ele perguntar sobre a ajuda prometida… E com isso os cardeais ganham tempo para enrolar os credores.

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    1. Pode até ser lorota, Antonio, mas o cara existe e já foi levado à presença da juíza. Não se propõe a pagar tudo, mas oferece uma boa ajuda. Na situação do Remo, que até há pouco só era lesado por lisos, já significa uma evolução aparecer alguém querendo ajudar.

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    1. Se for preciso e ela achar que a arrecadação das loterias não estão sendo o suficiente, posso sugerir que passe a ser diária todas as modalidades. Hoje deste rateio de 25 milhões acumulados da Mega Sena, o governo só de impostos já arrecadou XXXXX vezes +.

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  2. O que penso ser mais engraçado, amigo Antônio, é que toda essa dívida(e tinha muito mais. Se não fosse o RR pagar…) foi feita por por essas pessoas, que hoje, se intitulam os salvadores. Ora se eles passaram 28 anos e nem se preocupavam em pagar e, hoje, se for verdade, eles estão querendo pagar, só pode ser o efeito Amaro Klautau. Penso que com medo que o Amaro fizesse em 2 anos, o que eles não conseguiram fazer em 105 anos, agora estão querendo se mobilizar para pagar essas dívidas, por eles mesmos contraídas. Pelo menos, dessa vez, depois de 105 anos, a dívida será paga, por quem as fez. Muito Justo, então, mãos à obra, não farão nada demais.
    – Outra “obra prima”, foi ouvir no Clube na Bola, hoje, que Givanildo Oliveira está velho e, que, com certeza jogará no 4-4-2, que sempre jogou, pois é um técnico ultrapassado e, que não acompanhou a evolução tática. E, os absurdos foram mais além, disseram que Andrade ou Márcio Bitencourt, seriam muito bons para vir pra cá. Diante de tantos absurdos, tenho 3 posições a respeito:
    1º – Não acompanharam a evolução de Givanildo Oliveira, logo, estão chutando e, isso não é bom para quem diz querer o bem de Remo e Paysandu;
    2º- Dizer que Márcio Bitencourt e Andrade são bons treinadores e melhores que Givanildo, não me espanta nem um pouco, pois esses mesmos diziam que Sinomar,Charles e Valtinho serviam pra Leão e Papão, logo…;
    3º- Começo a acreditar no que sempre fala o Jorge Cajuru: ” Se o Dirigente de um clube quiser que seu projeto no futebol dê certo, é só fazer tudo ao contrário do que quer a Imprensa, pois ela, sempre erra.
    vou te contar.

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    1. A pessoa que falou isso, disse tambem que o Paysandu já estaria na série B, depois do fiasco não tocou mais no assanto, assim meu irmão fica fácil comentar. Acho que o problema é que o Giva é nordestino e esses caras dizem que gostam de técnico regional mas gostam mesmo é do pessoal do sul maravilha.

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  3. CLAUDIO: Dá até para rir deste teu comentário. RR pagou alguma coisa? tens documentos? Ele vendeu, ou melhor,deu a sede campestre, já que a mesma foi passada em frente com o ágio de 300%, ou seja, parece que tudo estava acertado. Sei que ele deixou 700 mil ao Amaro. O que foi feito desse dinheiro, bem que o novo condel poderia averiguar, mas como o clube é uma confraria. Deixa pra lá.

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  4. GERSON,
    SUGURO QUE VC PESQUISE A VIDA DO PRESIDENCIÁVEL SÉRGIO CABEÇA NA JUSTIÇA FEDERAL. ESSE CIDADÃO RESPONDE POR PELO MENOS 10 PROCESSOS POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E RESPONSABILIDADE DE SERVIDOR PÚBLICO.
    RESTA A PERGUNTA: SERÁ QUE UM CANDIDATO QUE RESPONDE A PROCESSOS CRIMINAIS POR IMPROBIDADE PODE SER PRESIDENTE DO REMO?
    PELO MENOS NO ASPECTO MORAL, PENSO QUE NÃO!
    O CONDEL PRECISA REFLETIR SOBRE ISSO E A IMPRENSA PRECISA DIVULGAR OS FATOS QUE SÃO PUBLICOS NO SITE DA JUSTIÇA FEDERAL DO PARÁ.

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  5. Não importa se a nação azulina é crente ou agnóstica, o fato é que, a vida de um clube, especialmente, o Clube do Remo, é caracterizada por sucessivos ciclos de problemas. Um problema começa, termina e logo tem inicio um outro problema. Então, se hoje aparece alguém querendo ajudar, por que tanta inquietação com o amigo oculto? Será que querem alguns também?

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  6. “associados do Paissandu decidiram manchar o pleito do clube com um show de truculência e intolerância”.
    Carlos Jr e Carlos Berlli, mais um aspecto que diferencía: Paysandu e Clube do Remo.
    É com vocês!

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    1. Falconi, parece que voce está mais plugado que os militares na varredura do complexo do alemão e quando acha algo diferente é por conta de informantes. Foi coisa de momento, não esquenta que os envolvidos já devem ter acertando os ponteiros saboreando umas daquelas que descem redondo. Como disse antes, não fique pirado confundindo japones com chines.

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