Coluna: Quem dá bola é o Santos

Foi um candente grito de independência. O Santos apresentou um projeto de carreira para o atacante Neymar, ampliou seus ganhos e impediu sua saída precoce para o futebol europeu. A princípio pode parecer uma iniciativa quixotesca, de efeito limitado, mas é bem mais que isso.
Ocorre que, como mudança de mentalidade, funciona como um gesto expressivo, que certamente terá conseqüências interessantes no sentido de valorizar jogadores revelados nos próprios clubes. É a primeira vez que um jovem craque é convencido a ficar no país, recusando milhões de euros 
Neymar, que chegará à Copa do Mundo de 2014 ainda muito jovem, foi seduzido por um pacote de vantagens que nenhum outro clube brasileiro teve a pachorra – e o discernimento – de oferecer a um jogador nativo. Nossos clubes se especializaram em exportação de pé-de-obra. Por razões óbvias, dirigentes têm alergia à idéia de segurar um jogador no Brasil, por mais craque que seja.
A razão de viver de quase todos os grandes clubes é, sem disfarces, negociar jogadores com clubes europeus. Todos sonham com isso. E, quando sacramentadas, transações milionárias são anunciadas com estardalhaço e até com aquele orgulho típico de país colonizado, como se representassem status e prestígio.
Como demonstra a nova gestão santista, essa política tem pés de barro e pode esconder interesses muito mais pessoais do que voltados para o bem-estar dos clubes. Para começar, nem sempre a venda de um atleta significa vantagem financeira direta para o exportador. Na maioria das vezes, é mais lucrativa para cartolas, empresários e procuradores.
Ninguém pode garantir que, mais à frente, Neymar não será assediado com propostas irrecusáveis. Aliás, se continuar a jogar bem, a tendência natural é que desperte a fúria consumista de outros grandes da Europa, que oferecerão até mais que os 30 milhões de euros que o Chelsea propôs. Apesar dessa quase certeza, a atitude do presidente santista Luís Álvaro Ribeiro é inédita e, por isso mesmo, digna de aplausos.
Enquanto seus colegas costumam aceitar submissos qualquer oferta por um jogador, Ribeiro teve a clarividência de buscar uma alternativa, associando-se a parceiros e recorrendo à criatividade. Com isso, estabeleceu uma saudável diferença em relação aos oportunistas que usam os clubes como fonte de riqueza ou alavanca para seus negócios, pouco se importando com os anseios do torcedor.
 
 
Sem nenhum menosprezo ao Fortaleza, clube tradicional e também acostumado a grandes conquistas, mas cabe dizer que o jogo deste domingo no Mangueirão é do Paissandu. Com o estádio possivelmente lotado, a festa é toda do bicampeão paraense. Apesar de ainda não ter conquistado nada no torneio, o time de Charles Guerreiro cumpre a melhor campanha entre os 20 clubes da Série C e merece essa celebração.
Em Cametá, um jogo que interessa mais ao mandante do que ao Remo, já classificado e garantido em primeiro lugar. Nem por isso será parada fácil.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 22)

12 comentários em “Coluna: Quem dá bola é o Santos

  1. O Paysandu não tem o absurdo favoritismo que muitos setores apregoam. O bicolor é um time comum num grupo ruim, por isso a boa campanha. Os times estão bem inferiores aos do ano passado e a comparação é fácil: o Águia está bem abaixo do que foi em 2009. O Rio Branco nem se fala – horrível time, sério candidato ao rebaixamento. Em 2009, o Luverdense, que agora está em outro grupo, era superior ao São Raimundo, e igual ou superior ao Fortaleza, a grande decepção. O pior time do ano passado, Sampaio Correa, que foi para a série D, não devia nada para São Raimundo e Rio Branco. Trata-se de um mini-campeonato paraense, que não serve de parâmetro para medir o potencial da equipe no mata-mata.

    Que ninguém se deixe levar pelas comemorações antecipadas (tem gente que já considera o Paysandu na série B, sem conhecer sequer o adversário no mata-mata, prova de suprema arrogância, a mesma do ano passado). O adversário na próxima fase virá do nordeste, futebol bem superior ao do norte. Lembro que, no ano passado, Paysandu e Rio Branco foram massacrados por Asa e Icasa, dois times do interior do nordeste! Naquela ocasião chegaram até a fazer chacota do time cearense, dando ao Paysandu o mesmo favoritismo de agora.

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      1. coitado, é falta de mulher kkkkkkkkk já acorda com o Leão na cabeça kkk se é que acorda kkkk até parece que o time dele não ficou sem série, não esquece que essa vaga que a mucura tá na terceira é aquela que sobrou do Remo em 2008 ok calma rex

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  2. Rogerio, deixa eu adivinhar: Vc. eh torcedor de um clube “SEMtenario”, SEM historia, SEM passado… preocupe-se com o seu clube que se ficar pelo meio do caminho vai ter que disputar novamente uma vaga para o “TERRIVEL” campeonato da SERIE D de 2011,
    Se esse mini-campeonato paraense nao serve como parametro, imagina soh a situaçao do teu clube que ha 02 anos nao vence 01 turno sequer no “SUPER CAMPEONATO PARAENSE”.

    PS. Um conselho: Fique com o ouvido colado no radinho e com um bom calmante stand by para qualquer emergencia.

    Saudaçoes Bicolores !!!

    SOFRA SEM MODERAçAO !!!

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  3. Considero hoje o jogo do Remo o mais difícil desta fase. Pelo entrega do Cametá nesta fase final e considerando as oscilações que ocorrem no time azulino, a vitória está mais para o Mapará . Sorte do Remo estar classificado.

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  4. égua clones novos no pedaço kkkk passou a madrugada clonando vovô ? vai logo comprar teu ingresso rapaz, já ia esquecendo que aposentado não paga kkkkkkk mais uma surra da mucura hj kkk eu choro kkkkk aí ele não dorme com a vovózinha dele kkkkkkk

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  5. Para chegar lá tem que ser por passos, hoje é outro a caminho da justiça. Uma coisa é certa, os secadores ficarão mais ligados no Mangueirão que em Cametá. Até porque estão temerosos de uma boa cipoada. E o Giba? O Zé clone pifou de vez e o Froxine parece que é dúvida. Sorte deles que já pontuaram o suficiente para a outra faze, mas aí é outra história.

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