Dia: 3 de agosto de 2010
Sob o cerco implacável das marias chuteiras
Remo define ingresso a R$ 20,00 para domingo
Contra todas as recomendações em contrário, a diretoria do Remo mantém a decisão inicial de cobrar R$ 20,00 pelo ingresso de arquibancada para o jogo contra o América (AM), pelo Brasileiro da Série D, domingo, no Mangueirão. A expectativa dos dirigentes é atingir um público de pelo menos 20 mil pessoas, apesar da transmissão ao vivo da partida para a capital.
Raúl mostra cartão de visitas
Depois de defenestrado do Real Madri por José Mourinho, o atacante Raúl já começou a mostrar do que é capaz com sua nova camisa. Em amistoso contra o Bayern de Munique, domingo, o artilheiro levou ao delírio a apaixonada torcida do Schalke 04. Marcou duas vezes na vitória de 3 a 1. O segundo gol (video acima) merece placa no estádio de Gelsenkirchen.
Galvão manda recado aos bicolores
“Vamos entrar a qualquer momento com o pedido para que a CBF escale árbitros Fifa para os próximos jogos na Terceirona. Conversei com os dirigentes do São Raimundo e eles também concordaram com a medida. (…) É bom o Paissandu lembrar que ano passado eu venci três jogos e era líder. Não com duas vitórias em casa, mas duas fora. Porém acabei sendo desclassificado, então é bom tomar cuidado. Quem ri por último, ri melhor”.
De João Galvão, técnico do Águia, ainda revoltado com a arbitragem do jogo vencido pelo Paissandu, domingo, na Curuzu.
Paissandu tentará quebrar tabu em Fortaleza
Sem vencer fora de casa, em torneios nacionais, desde setembro de 2006, o Paissandu tem como desafio extra quebrar esse incômodo tabu no próximo sábado (16h) contra o Fortaleza, no estádio Castelão, pelo Brasileiro da Série C. A última vitória fora do Estado foi em setembro de 2006, na partida contra o América (RN), pelo Brasileiro da Série B.
Contra a imagem consolidada de time caseiro, há a lembrança de um fato excepcional: foi no estádio da capital cearense que o Paissandu obteve a maior conquista de sua história: o título da Copa dos Campeões de 2002, em emocionante final contra o Cruzeiro, decidida na cobrança de penalidades.
Desembarcando de Serra
Por Raymundo Costa
Deu tudo errado na coreografia de campanha ensaiada por José Serra. Pelos cálculos do PSDB, o tucano chegaria ao horário eleitoral gratuito à frente da candidata do PT, Dilma Rousseff. Três dos quatro institutos de pesquisa mais conhecidos já apontam a petista à frente – o Datafolha registra empate técnico, mas também a melhoria de Dilma e a queda de Serra em todas as demais variáveis, do voto feminino à rejeição do eleitor. Na prática, o tucano entra no período de propaganda de rádio e televisão com uma preocupação mais imediata: manter o que tem e evitar que Dilma liquide as eleições já no primeiro turno.
Justiça seja feita, Serra e seu marqueteiro, Luiz Gonzales, sempre disseram que a campanha seria decidida no período de propaganda eleitoral. Mas é sintomático o modo como o PSDB passou a ser referir ao segundo turno. “No segundo turno ela (Dilma) vai ter que se expor muito. E a exposição queima mais que a luz do sol”, diz um serrista da copa e cozinha. É quase um reconhecimento de que o PT teve sucesso na estratégia de evitar os debates desde que Dilma consolidou uma posição confortável nas pesquisas. Serra jogava num confronto direto que Dilma contornou enquanto acumulava experiência nos “simulados” do comitê e nas sabatinas.
O primeiro debate entre os candidatos será realizado depois de amanhã na TV Bandeirantes. À esta altura da campanha, não será surpresa para ninguém se Dilma for declarada vencedora. Como assim, se Serra é mais experiente e preparado? O candidato do PSDB mais que ninguém sabe que “vence” o debate quem está à frente nas pesquisas. Serra liderava as sondagens de opinião com folga quando decidiu deixar o governo de São Paulo para se candidatar e quando desenhou sua estratégia de campanha. Não lidera mais. Na realidade, já não lidera com folga há algum tempo, mas o candidato insiste em cometer erros “testados” em outras campanhas dele mesmo.
Este é o caso do discurso de Serra sobre a Bolívia, o Irã e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – as Farcs, um problema que já se apresentara à campanha presidencial de 2002, que Serra perdeu para Lula. Todas as pesquisas feitas à época mostraram que eram assuntos distante das pessoas e do interesse só dos eleitores já convertidos à causa tucana.
Serra começou bem sua segunda tentativa para chegar à Presidência da República. Na pré-convenção PSDB-DEM-PPS havia um clima emotivo que lembrava antigas manifestações do PT na oposição. A oposição chegou a pensar que dispunha de um discurso para enfrentar e desalojar o PT do Palácio do Planalto. As coisas começaram a dar errado já a partir da convenção para a oficialização do nome de Serra, realizada dias depois em Salvador. O DEM esperava ao menos conversar com o candidato sobre a candidatura a vice, mas foi ignorado. Logo na Bahia, um dos feudos do ex-PFL, a sigla antiga do DEM.
Em meio a tudo isso, a espera por Aécio Neves até o último dia do prazo legal foi de uma ingenuidade inadmissível em políticos com a experiência dos tucanos – ou talvez políticos imobilizados pelo cisma partidário É certo que Aécio fez jogo dúbio. Mas pelo menos desde dezembro, quando enviou uma carta ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra, estava claro que ele não aceitaria a vice de Serra. Aécio saiu de férias e pediu para os tucanos não decidirem nada na sua ausência. O PSDB queria acreditar que era um sinal codificado de que ele queria a vice. O resto da novela é conhecido. Sabe-se como Serra teve de engolir o Democratas, que esnobara, como companheiro de chapa.
Além de chegar ao horário eleitoral atrás ou em queda nas pesquisas, Serra perdeu vantagens comparativas, como a inexperiência de Dilma (ela já divide o sucesso do governo) e a maneira nada ética com que o presidente Lula se atirou na construção de uma candidatura saída do nada.
O fato de Lula reiteradas vezes transgredir a legislação eleitoral para antecipar a campanha de Dilma Rousseff não justificava que Serra tocasse no mesmo diapasão. O tucano rejeitou todas as tentativas do PT de dizer que nada fez no governo, em termos éticos, que os tucanos não tenham feito antes. Foram várias as ocasiões em que ele rejeitou essa comparação. O PSDB talvez possa argumentar que se não tivesse usado os programas partidários, como fez o PT, Lula teria passado o rolo compressor sobre a candidatura Serra. Pode ser, mas Serra perdeu o discurso.
Nada justifica a ação Lula, que há três anos trabalha para viabilizar uma candidatura à sua sucessão ancorado na máquina pública e na transgressão sistemática da legislação eleitoral. O senador José Sarney calcula que, qualquer que seja o presidente, um candidato apoiado pelo governo federal entra numa eleição com algo entre 15% e 20% dos votos. Era o que ele prometia a Ulysses Guimarães, nas eleições de 1989, mesmo com seu governo ao rés do chão – Ulysses recusou e acabou na sétima posição, com 4,43% dos votos, mas preservou a biografia. Lula, além da popularidade nas nuvens, empenhou o governo na campanha de Dilma, quase ao ponto de permitir o questionamento da legitimidade da eleição.
Os crentes sempre devaneiam uma carta oculta. Pode ser que Serra vire o jogo a partir do dia 17, mas o fato é que sua campanha é ziguezagueante. Todos os candidatos sabem que o horário nobre do noticioso da televisão pode ser mais importante que os debates (“ganha” quem está na frente, a menos que cometa um erro colossal) e o horário eleitoral gratuito. O governo pauta naturalmente a mídia. Logo, a candidatura da oposição precisa ter uma agenda capaz de levar para o horário nobre problemas que afetem o dia a dia das pessoas. A agenda de Serra não tem um rumo.
Não é da prática do marqueteiro da campanha do tucano, mas no momento em que passa a se preocupar com o segundo turno, o risco é Serra ceder ao apelo fácil de elevar o tom da campanha. Alckmin fez isso em 2006. Não deu certo.
Paraense, Raymundo Costa é repórter especial de Política do jornal Valor Econômico, em Brasília. Escreve às terças-feiras.
Fifa comemora Copa sem doping
A Fifa anunciou nesta terça-feira que nenhum dos exames antidoping realizados durante a última Copa do Mundo teve resultado positivo para uso de substâncias proibidas. A entidade informou que 552 amostras de urina e sangue foram colhidas junto aos atletas participantes da competição. Em nota publicada em seu site oficial, a Fifa observa que fez visitas às concentrações das 32 seleções participantes do Mundial sul-africano para testes antidoping e que, em média, oito jogadores de cada país foram sorteados para serem submetidos aos exames, fato que totalizou 256 atletas examinados antes da competição.
Ao longo da Copa, os testes antidoping foram feitos após cada jogo, com dois jogadores sorteados de cada seleção. A entidade informa que todas as amostras colhidas foram analisadas no laboratório credenciado pela Agência Mundial Antidoping (Wada) de Bloemfontein, na África do Sul. Chefe do serviço médico da Fifa, Jiri Dvorak disse que, “em comparação com a Copa do Mundo de 2006, a Fifa dobrou o número de exames realizados antes da competição”. (Com informações do site Fifa.com)
Os números do longo jejum atleticano
Entra ano, sai ano, chegam novos técnicos e jogadores e a maldição permanece. Desde 2007, Galo e Cruzeiro disputaram 16 clássicos e só ocorreu uma vitória atleticana. A sequência, histórica (o Atlético jamais passou semelhante jejum desde sua fundação), é também carregada de significados sobre a decadência do clube mais popular de Minas. Nas 16 partidas do tabu, são 13 vitórias do Cruzeiro, dois empates e o único triunfo atleticano, pelo primeiro turno do Brasileiro 2009, tem ainda um argumento forte do lado cruzeirense: foi o clássico da expulsão de Zé Carlos, aos 7 segundos de jogo. E mais: disputado pelo time reserva celeste. Ao longo desses 16 jogos, o Cruzeiro marcou 34 gols, sofreu 12. Para piorar, nos últimos dez anos, o Atlético conquistou apenas duas vezes o título estadual. E, por dois anos seguidos, o Galo sofreu surras de 5 x 0 na decisão do campeonato estadual.
Brasil não pode ser coadjuvante, diz Mano
Estou começando a gostar do jeito como Mano Menezes encara sua missão à frente da Seleção Brasileira. Ontem, em entrevista no Sportv, voltou a falar de maneira lúcida sobre o atual momento do futebol pentacampeão. Mais importante: promete resgatar o futebol bonito que consagrou o Brasil. Para o treinador, houve um tempo em que a Seleção precisou investir no jogo de resultados. No entanto, chegou a hora de retomar o “jeito brasileiro” de jogar. “O Brasil tem uma marca própria de jogar, mas respeitei muito o Parreira quando ele disse que estávamos prestes a completar 24 anos sem vencer uma Copa e tínhamos de mudar para voltar a ganhar. Mudamos, ganhamos em 1994 e isso foi importante. Ganhamos de novo em 2002, mas agora estamos novamente sem conseguir ganhar”, comentou.
Citou o nome de outro treinador para explicar o que quer de seus jogadores daqui para frente. Ao contrário do que se viu na última Copa do Mundo, a “nova seleção brasileira” não deve adotar a tática de se defender e explorar o erro do adversário. Para Mano, o Brasil tem de voltar a ser protagonista.
“O mundo está jogando o futebol mais parecido com o jeito brasileiro do que nós mesmos. O Paulo Autori, técnico e meu amigo, disse que preocupava muito a ele abrir mão do protagonismo de jogar futebol. Não se deve aceitar ser coadjuvante e jogar somente no erro do adversário”, disse ele, que estreia no cargo no próximo dia 10, contra os Estados Unidos, em Nova Jersey.
O amistoso deve marcar o início da “revolução” prometida após o fracasso na África do Sul, missão delegada aos muitos jovens que foram chamados na primeira convocação de Mano, como Neymar, Ganso e André. Porém, o ex-corintiano não fecha as portas para os veteranos. “Não vou excluir ninguém da Seleção porque não tenho esse direito. Temos grandes jogadores que jogaram a Copa do Mundo. O Brasil não venceu porque o futebol é assim, às vezes você não vence. Esses atletas não estão descartados, mas o ponto inicial, o mais importante nesse momento, é que os jogadores chamados tenham condições de chegar lá (2014)”, declarou.
Mano aproveitou para explicar que o jogador que se disse despreparado para servir a Seleção não participou do Mundial. “Eu nunca disse que o jogador havia disputado a Copa e nem disse que eu gostaria de convocá-lo. Fiz uma consulta, liguei diretamente para os jogadores e um deles disse que estava voltando de lesão e ainda não estava preparado”, completou, negando a possibilidade de Kaká, Júlio César ou Maicon terem recusado o convite. (Com informações de ESPN e G1)
No discurso, uma mudança profunda em comparação com o Capitão do Mato e o próprio Parreira. Agora, vamos ver na prática, mas estou bem impressionado com a postura do novo técnico. Desejo sucesso na empreitada.