Pena que o Brasil não pôde ver o novo Brasil

Por Cosme Rímoli

Pena que só 13,69% dos lares brasileiros tenham tevê a cabo e puderam ver o jogo. A TV Globo mostrou sua novela e desprezou a partida. Errou feio. A estréia de Mano Menezes no comando da Seleção Brasileira não foi convincente. Foi empolgante. Ele colocou em campo um time que honrou a tradição do nosso país, que buscou o gol a todo momento. A vitória por 2 a 0 diante dos Estados Unidos foi injusta. O time poderia ter vencido por 4 ou 5 a 0. Os Estados Unidos tinham 15 jogadores que disputaram a Copa da África. Houve até treinamento secreto para enfrentar os brasileiros. O time da casa queria vencer. Só que não pôde. Por que o time que entrou em campo foi desconhecido, inesperado. Bem diferente de uma certa equipe.

Júlio César,  Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos (Gilberto); Gilberto Silva, Felipe Melo, Daniel Alves e Kaká; Robinho e Luís Fabiano (Nilmar). Esse foi o Brasil que perdeu para a Holanda e foi eliminado da Copa do Mundo. Só Daniel Alves e Robinho estavam em campo em New Jersey. Além dos nomes, a filosofia foi completamente diferente.

Mano cumpriu a promessa e o Brasil moderno jogou como o Brasil de antigamente. Com quatro zagueiros, dois jogadores talentosos no meio de campo, um no caminho de virar gênio. E no ataque, três atacantes talentosos, capazes de driblar, tabelar, trocar de posição, marcar gols. O Brasil parecia que estava jogando em Recife. Foi tão aplaudido quanto.

Até os torcedores americanos se renderam ao excepcional toque de bola brasileiro. A firmeza da zaga também foi inesperada. Uma equipe que treinou um dia e meio. “O segredo foi que o Mano confiou na gente. Nos deixou jogar à vontade, como fazemos no Santos”, deu muito certo, falou o candidato a gênio, Ganso. Mano fez o Brasil atuar no 4-3-3, como os melhores clubes da Europa atuam. Teve o domínio da bola no ataque, como a campeã do mundo, a Espanha. Só que foi agudo.

Chutou muito mais a gol, criou inúmeras chances de golear. Isso sem contar as duas bolas na trave. Vamos individualizar.

Victor: teve de aparecer apenas uma vez e fez uma grande defesa no final da partida. Na sua estréia mostrou firmeza, confiança. Mostrou a injustiça de não estar na Copa da África. É pelo menos o segundo melhor goleiro brasileiro. Só perde para Júlio César. Nota: 7.

Daniel Alves: tenso demais. Era um dos mais experientes do time, mas parecia um menino. Estava atuando na sua posição, mas foi uma surpresa desagradável. Abaixo do nível dos companheiros. A posição parece ser mesmo de Maicon. Nota: 5.

Thiago Silva: firme, sereno e com personalidade. Mesmo nos treinos na África do Sul  mostrava talento para ser até titular. Muito promissor. Nota: 7,5.

David Luiz: foi fácil entender porque ele é ídolo no Benfica, em Portugal. Mostrou ser um zagueiro com muitos recursos técnicos. E até força. Foi o melhor jogador da defesa brasileira. Excelente estréia. Nota: 8,5.

André Santos: a certeza de ter jogador a Copa do Mundo fora por um escândalo sexual na Turquia. Ele mostrou todo o seu potencial ofensivo. Mostrou ser muito melhor do que Michel Bastos e Gilberto. Juntos. Nota: 7,5.

Lucas: volante consciente. Impossível não comparar com Gilberto Silva. Capaz de dar passes muito além do metro e meio, como seu antecessor. Nota: 7,0.

Ramires: jogador versátil e que se firma na Seleção Brasileira. Rouba a bola sem falta. E também tem excelente visão de jogo. Deixou Pato de maneira indecente na frente do goleiro americano. Tem muito potencial. Nota: 8,0.

(Hernanes): entrou um pouco intimidado. Foi se soltando aos poucos. Terá novas chances. Nota: 5.

Paulo Henrique Ganso: surpreendeu até seus pais. Mostrou todo o seu talento e foi além: grande personalidade. Com a camisa 10, foi o dono da partida. O time o procurava. Teve uma atuação para fazer Dunga chorar. Atuação incrível. Nota: 9,0.

Robinho: mostrou estar aliviado. Pôde jogar na Seleção como no Santos. Sem a presença de Dunga, não foi robótico. Tabelou, driblou, orientou. Foi capitão do time de Mano Menezes. Foi surpreendente como líder dos atacantes. Só precisa melhorar as finalizações. Nota: 7,0.

(Diego Tardelli): jogou pouco tempo. Procurou tabelas e dribles. Não impressionou. Nota: 5,0.

Pato: jogar com Robinho e Neymar fará muito bem a ele. Está visivelmente sem confiança e sem ritmo dos companheiros. Tem talento, iniciativa. Mas precisa melhorar se quiser ser titular. Perdeu gols inacreditáveis. Nota: 5,5

(Jucilei): entrou em campo só para sentir o quanto pesa a camisa da Seleção. Não teve tempo para nada. Sem nota.

(André): colaborou com o time. Poderia ter sido mais atrevido. Está abaixo dos seus companheiros de ataque. E ainda tem rivais não convocados, como Nilmar. Precisa amadurecer rápido ou deixará de ser chamado para a equipe principal. Nota: 4,5.

Neymar: deu um prazer enorme ver a bola chegar aos seus pés. Confiante, produtivo e atrevido. Foi além até do que os santistas esperavam. O entrosamento com Ganso e Robinho o ajudou. Mas individualmente, deu um show. Tanto na esquerda como na direita. Fez um belo gol de cabeça, consciente. Mostrou personalidade e ficou claro que dribles podem ser produtivos. Não apenas para humilhar marcadores. Nota: 9,0.

(Ederson): muita falta de sorte. Mal entrou e se contundiu. Sem nota.

(Carlos Eduardo): jogador leve, inteligente. Mas também se intimidou. Nota: 5,5.

Mano Menezes: inteligente e muito sensível. Aproveitou a base ofensiva do Santos. Utilizou o esquema tático mais moderno do mundo. E encaixou os jovens jogadores talentosos buscando o gol. Deu confiança ao time. Sua estréia foi além do que qualquer crítico poderia estrear. Lembrando que os Estados Unidos queriam vencer a partida. Jogaram a sério. Parece outro país em campo, não o de Dunga. Mas vamos com calma porque foi apenas a estréia. Nota: 9,0.

Que a emissora dona das transmissões da Seleção deixe a população assistir esse time jogar…

Izaías tenta retornar ao Evandro Almeida

O atacante Izaías, que teve boa passagem pelo Remo em 2006, acompanhou o jogo-treino contra a seleção de Primavera, na tarde de terça-feira, no Baenão. Não confirmou oficialmente, mas busca uma nova chance no clube. Internamente, o técnico Giba já descartou o retorno do jogador.

Paissandu reintegra Moisés ao elenco

A diretoria do Paissandu reintegrou o atacante Moisés ao plantel e ele poderá participar normalmente dos treinos da semana. O jogador havia sido afastado do elenco e tinha sido autorizado a treinar à parte, entre 15h e 16h. A medida foi recomendada pelo departamento jurídico do clube, que teme algum tipo de punição ao clube caso Moisés alegue ter sofrido retaliações depois de ingressar com ação trabalhista contra o Paissandu. Dependendo do técnico Charles Guerreiro, Moisés pode até ser escalado para o jogo contra o S. Raimundo, domingo, em Santarém.

Pesquisa Lance-Ibope confirma liderança do Fla

O Flamengo lidera a 4ª Pesquisa LANCE!-Ibope de torcidas, que o LANCE! começa a publicar nesta terça-feira. O Flamengo tem a preferência de 17,2% da população do Brasil, num total de 33,2 milhões de torcedores. Percentualmente o Flamengo caiu, mas o total de torcedores cresceu 200 mil. O Corinthians vem a seguir, com 13,4% ou 25,8 milhões de torcedores. O São Paulo, com 8,7% permanece em terceiro, mas foi o que mais cresceu entre as maiores torcidas. Na última pesquisa, seis anos atrás, tinha 7,3% do total. O crescimento em termos absolutos foi de 3,5 milhões de torcedores. Palmeiras (6,1) e Vasco (4,1%) tiveram queda no número de torcedores. A nação vascaína reduziu-se de 10 milhões de pessoas para 7,9 milhões. Em termos absoluto, essa foi a maior queda de todos os clubes. Na sequência, o Grêmio (4,0%) passou o Cruzeiro (3,5%) e agora tem a sexta maior torcida do país. Completam os dez primeiros Santos (2,7%), Atlético-MG (2,6%) e Internacional (2,5%), que apesar dos títulos recentes manteve a tendência de queda.

Outra surpresa foi o crescimento do Sport, que agora aparece com 1,7%, à frente de Bahia, Botafogo e Fluminense, todos com 1,6%. A 4ª Pesquisa LANCE!-Ibope de torcidas ouviu 7.109 pessoas em todo o Brasil, a partir de 10 anos de idade, em 141 municípios de todos os tipos e tamanhos. A margem de erro é de 1,2 ponto percentual, para mais ou para menos. Isso significa que resultados separados por pelo menos 2,4 pontos estão em situação de empate técnico.

Tribuna do torcedor (31)

Por Luiz Santiago (luiz_santiago@oi.com.br)

Senhores, bom dia. Tanto se fala e nada é esclarecido a contento para o principal interessado no assunto: o torcedor do Paissandu. É muito estranho esse interesse em dar entrada na justiça pelo jogador Moisés. Ou ele é tremendamente um traíra ou simplesmente ingênuo. Esta é uma das situações neste caso. Outra possibilidade é um esquema armado para a sua liberação sem causar mancha na imagem do(s) mandatário(s) do Paissandu, assim sendo seria explanado que, por não ter mais ambiente na Curuzu, seria feito o seu empréstimo ao Santos. Ainda acercando mais outra possibilidade é a vigarice de pessoas querendo se aproveitar da oportunidade de ganho, neste caso a desestabilização no Paissandu. Aí se incluem as pessoas relatadas como empresários e procuradores, futuros candidatos à presidência, entre outros. Esta é a minha opinião como torcedor do Paissandu. Esse lero-lero de o jogador não ter mais ambiente é papo pra boi dormir, já tivemos muitos casos de jogadores que inclusive retornaram para os clubes acionados na justiça. Temos exemplos aqui mesmo no Pará. Que empresa é esta tal de GR? O G é de Giovani? O tal empresário tem a feição do Giovani? Afinal, somos o maior patrimônio do clube e não é um jogador, empresário, procurador, dirigente ou outro clube que direcionará o destino desta situação. Então emprestá-lo não ao Santos e sim ao Paraná ou Sport, está dado o recado, estão dadas as cartas. Quem começa o jogo?

Coluna: Sobre as dívidas leoninas

Depois de ligeiro recesso, a dívida do Remo volta a ser notícia em função do relatório publicado por uma firma de consultoria sobre os débitos dos grandes clubes brasileiros, posicionando o Vasco como o campeão nesse quesito, com passivo de mais de R$ 377 milhões. Aliás, sempre que alguém fala em dívida no futebol, a diretoria remista, sempre a fim de liquidar os débitos (e o patrimônio) do clube, trata de divulgar os números negativos do Leão.
Sabe-se agora, por exemplo, depois da última reunião do Conselho Deliberativo, que a misteriosa dívida trabalhista sofreu curioso encolhimento: baixou de R$ 8,5 milhões (valor anunciado em maio deste ano) para R$ 7,7 milhões. Vale dizer que esse valor já chegou a R$ 4 milhões, mas sofreu inúmeros acréscimos.
Na área cível, a gestão Amaro Klautau sinaliza um saldo devedor de R$ 3,4 milhões (seriam 54 processos em execução). Há, ainda, pendência em torno de R$ 1,7 milhão, oriunda de empréstimos contraídos por ex-presidentes. No bico do lápis, o Remo deve R$ 12,9 milhões. 
Sem excluir o fato alvissareiro de que o clube precisa mesmo conhecer sua saúde financeira em minúcias, não deixa de ser espantosa a compulsão da atual administração em sanear os débitos existentes, na contramão de todos (sem exceção) os clubes profissionais brasileiros, que buscam saídas para rolar dívidas e ir tocando a vida.
No Remo, ao contrário, implantou-se a política de pagar tudo, já. Seria tudo muito bonito, altruísta até, se houvesse dinheiro e estratégias para arranjar o dinheiro necessário. Acontece que os gestores de plantão só enxergam uma alternativa, justamente a mais fácil: o desmanche do patrimônio. Vender a área do estádio Evandro Almeida é o grande plano de governo do presidente Amaro Klautau – que, por sinal, não avisou sobre isso durante a campanha eleitoral.
Não apareceu, até hoje, qualquer plano alternativo de captação de recursos para bancar o sonho utópico de fazer o clube caminhar sem dívidas. Tenho certeza de que haveria sincera curiosidade (talvez até mundial) em conhecer as idéias revolucionárias dos cartolas remistas para administrar um clube sem pendências financeiras.
Ocorre que a única solução pensada foi a venda imediata do Baenão, a partir de armas de convencimento das mais desgastadas e óbvias. A mais dramática, que quase enredou os conselheiros, foi a de que o estádio seria forçosamente leiloado. Insisto: é balela. Um patrimônio da torcida paraense não pode ir à leilão pela simples vontade (e grande interesse) de uns poucos.
 
 
Foi das mais auspiciosas a estréia do centroavante Frontini, ontem, no amistoso do Remo com a seleção de Primavera. Tomando a devida cautela, pela fragilidade do adversário, os três gols marcados em menos de 30 minutos de atuação deixaram excelente impressão e empolgaram a pequena torcida presente ao Baenão. A conferir.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 11)