
O Paissandu, que não encontrava facilidades no começo, abriu caminho para a vitória através de uma manobra individual do lateral-direito Bosco, logo aos seis minutos. O mesmo Bosco fecharia o escore, já nos acréscimos, cobrando penalidade cometida pelo zagueiro Ari. Foi um jogo feio, tecnicamente pouco interessante e até mesmo sem a vibração de outros confrontos entre os dois times.
Ocorre que bons times sabem aproveitar as oportunidades, através de ações coletivas ou iniciativas isoladas. O gol de abertura, num disparo forte de fora da área, tranquilizou o time e permitiu usar a estratégia de ficar esperando pelo Águia. Um jeito meio estranho de conduzir o jogo, principalmente diante de uma Curuzu praticamente lotada, mas compreensível em face da forte presença dos marabaenses no meio-campo.
A questão é que Charles Guerreiro, como João Galvão, resolveu povoar o setor central com marcação forte e recuo de Tiago Potiguar para ajudar no combate. Em determinados momentos, o Paissandu congestionava o meio com até cinco jogadores. Como o Águia jogava do mesmo jeito, excessivamente preso a destruir, a partida ficava amarrada, sem troca de ataques. Os momentos de maior tensão ficaram por conta dos erros da arbitragem, que se descontrolou, exagerando nos cartões amarelos (principalmente contra o Águia), embora sem pulso para expulsar logo quem não estava a fim de jogar futebol.
Apesar do melhor aproveitamento bicolor, alguns jogadores atuaram mal, o que ressalta o valor do conjunto. Tiago Potiguar, principal peça desde o campeonato estadual, esteve dispersivo, e mais preocupado em trocar empurrões com os zagueiros do Águia. Bruno Rangel, prejudicado pelo mau rendimento de Tiago, sumiu em campo. Os meias Marquinho e Fabrício também ficaram devendo. A criação dependeu então dos passes de Sandro, que esteve perfeito nas antecipações e ainda se aventurou no ataque, participando das jogadas que deram origem aos gols. Teve ainda a serenidade de não se envolver nas confusões com o árbitro.
Do lado marabaense, excluindo os protestos contra o árbitro, surpreendeu a acentuada preocupação em manter o time atrás, respeitando demais o Paissandu. No primeiro tempo, os atacantes Roma e Felipe Mamão praticamente não se aproximaram da área. Melhorou um pouco depois do intervalo, mas em nível insuficiente para reclamar do resultado. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)
Sem conseguir segurar o bom resultado que construiu ainda no primeiro tempo, com Landu, o Remo volta do Amazonas com a responsabilidade de garantir sua classificação nos confrontos diante de América e Cristal no Mangueirão. Pela tímida produção de ontem, Giba terá muito trabalho para ajeitar o meio-campo. Gilsinho e Gian não acertaram o passo em Rio Preto da Eva, posicionando-se longe dos atacantes e facilitando o trabalho dos defensores. No 1º tempo, o gol mascarou a atuação pouco convincente, mas a pressão exercida pelos amazonenses evidenciou as fragilidades. Quem almeja ir longe – na Série D ou qualquer torneio – precisa fazer gols. Com três gols em três jogos, a média do ataque remista preocupa.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 2)