STF mergulha em período de reserva

Por Felipe Recondo, de O Estado de S.Paulo

A superexposição do Supremo Tribunal Federal (STF) nos últimos dois anos termina nesta sexta-feira, 23. Começa agora, com a presidência do ministro Cezar Peluso, um período de reserva. Com estilo diferente do perfil do atual presidente do STF, Gilmar Mendes, Peluso já deixou claro que prezará pela contenção ou, nas palavras do próprio, adotará uma postura de severidade e gravidade, características que ele considera virtudes tradicionais de um magistrado e fundamentais para garantir o prestígio e a confiança na justiça.

Avesso a entrevistas e a declarações públicas, Peluso não se envolverá em polêmicas em torno de temas políticos ou que estejam fora do tribunal, proposta que tem o apoio de quase todos os ministros da Corte. Seu entendimento, de acordo com pessoas próximas aos ministros, é de que ultimamente os juízes têm falado demais e sobre assuntos diversos. Peluso é o primeiro ministro indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a assumir a presidência do tribunal. Sua indicação para o STF começou a ser construída ainda no governo Fernando Henrique Cardoso.

Peluso chegou a ser cotado, mas o então advogado-geral da União, Gilmar Mendes, acabou sendo o escolhido. No governo Lula, seu nome protagonizou uma disputa interna no governo. José Dirceu, então ministro-chefe da Casa Civil, tentava emplacar outro magistrado de São Paulo na Corte. Márcio Thomaz Bastos, que era ministro da Justiça, brigava por Peluso e acabou convencendo o presidente a escolhê-lo.

Bandidagem rouba até figurinhas

Colecionadores paulistas que têm corrido às bancas de jornais para comprar figurinhas do álbum oficial da Copa do Mundo poderão ter dificuldade em encontrá-las nos próximos dias. Um lote com 135 mil pacotes de cromos foi roubado de uma empresa de distribuição em Santo André, na Grande São Paulo. Os 27 mil envelopes, com cinco figurinhas cada um, foram levados por um grupo armado que invadiu a sede da companhia Treelog na noite de quarta-feira e rendeu os dez funcionários que estavam no local.

Por meio de sua assessoria, a Panini, responsável pela fabricação dos álbuns, explicou à Agência Efe que ainda não têm uma informação oficial do ocorrido, e aguarda a investigação policial para se pronunciar sobre o assunto. Segundo o Sindicato de Bancas de Revistas e Jornais de São Paulo, o volume seria suficiente para abastecer 50 pontos de venda. Apesar não ser uma novidade, o álbum do Mundial tem feito grande sucesso no Brasil e tanto colecionadores como donos de bancas reclamam da falta de figurinhas no mercado. Nesta semana, a Panini admitiu que não esperava que a demanda fosse tão alta. (Da ESPN)

Coluna: De volta à simplicidade

Não é a formação sugerida pelo escriba, mas representa um avanço substancial em relação ao cambaleante esquema 3-5-2 que o Remo vinha usando desde a sofrida vitória sobre o Santa Rosa, há duas semanas. Giba, que demonstra ter reavaliado seus conceitos sobre o time que tem nas mãos, treinou a equipe num 4-4-2 que pode migrar para 4-5-1, dependendo da situação do jogo em Santarém, domingo.
Pela primeira vez desde sua volta ao Remo, o treinador paulista opta pela escalação simples, com quatro zagueiros, que garantiu a melhor campanha na fase classificatória do primeiro turno. Deve lançar Adriano; Levy, Raul, San e Marlon; Danilo, Otacílio, Patrick e Gian; Samir e Landu.
É quase o melhor time possível do Remo neste campeonato. Ficam faltando, a meu ver, Marciano e Vélber para que o time ganhe a necessária força ofensiva. Além disso, há a carência de um volante mais a fim de executar a tarefa de marcar. Otacílio, mantido como titular, ainda não conseguiu fazer sequer uma atuação razoável no campeonato.
Sempre insistindo que poderá reutilizar o 3-5-2 nas próximas rodadas, o treinador admitiu a necessidade do 4-4-2 em função das falhas individuais verificadas no jogo diante do Independente, quando sofreu três gols em pouco mais de 20 minutos depois de ter aberto o placar.
A insegurança do setor defensivo, na visão de Giba, deve-se a erros dos zagueiros, comprometendo sua estratégia de jogo. Em comparação com a desculpa inicial das chuteiras de trava de borracha observa-se uma saudável admissão de problemas técnicos, embora relevando as desastrosas apresentações de seus volantes (Fabrício e Otacílio) naquela noite.
Com poucos zagueiros à disposição no elenco e baixíssima confiança nos suplentes, o comandante decidiu ressuscitar o sistema tradicional. Fez bem. O 4-4-2 é mais simples e prático, pois todo jogador já começa aprendendo a jogar dessa forma. Quando um treinador decide lançar mão do esquema de três beques, bate logo a desconfiança – assentada em fatos – de que o real objetivo é guarnecer a defesa.
Quase sempre, além da linha final de três, o desenho se completa com mais três volantes, além de alas que não avançam. Em resumo: oito defensores quase fixos, o que é um baita exagero para o nivelamento raso entre os times que disputam o Parazinho.
Os idiotas da objetividade gostam de eliminar a discussão sobre sistemas táticos alegando que influenciam pouco na condução de um time em campo. Em termos. Com a bola rolando, as posições deixam de ser fixas e os jogadores buscam espaço nos diversos setores do campo, mas a marcação inicial prevalece nos momentos capitais da partida. Quando atacado, um time que usa três zagueiros se defende com um trio, até porque se preparou dessa maneira. De mais a mais, só um néscio arrumaria seu time num determinado formato e esperaria que, em ação, os jogadores se posicionassem de maneira completamente diversa.    

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 23)