Ronaldo e as concentrações

Do Lancepress

O atacante Ronaldo disse estar cansado da concentração no futebol. Após seis meses no Corinthians, o Fenômeno disse que não suporta mais a rotina de ficar preso em hotéis antes dos jogos, além dos longos períodos em cidades do interior.

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, em Curitiba, onde o Corinthians se prepara para a decisão da Copa do Brasil contra o Internacional, na quarta-feira, em Porto Alegre, o atacante não escondeu a vontade de mudar a cultura do futebol brasileiro. “É exagerado o tempo que passamos em concentração. Entendo perfeitamente a importância do momento que vivemos, mas se for ver desde o início do ano, de seis meses, ficamos concentrados uns três”, disse.

“É muito tempo trancado em hotel, em Itu, viajando. Não é determinante esse período trancado. Nós jogadores não temos mais nem brincadeiras entre a gente [risos]. É desgastante demais. Interfere demais na cabeça de todos”, desabafou Ronaldo.

O problema não é a bandeira, é o defensor. Baladeiro, Ronaldo deveria ser o último a pregar o fim das concentrações, porque legisla em causa própria. Quando o Rogério Ceni ou o Kaká defenderem a ideia, todos levarão a coisa a sério.

Valtinho é o homem

Valter Lima é o novo treinador do Paissandu, em substituição a Edson Gaúcho, que foi demitido durante a tarde desta segunda-feira. Valtinho traz como grande credencial o fato de ter levado o São Raimundo de Santarém a um inédito vice-campeonato estadual nesta temporada. Ele deverá ser apresentado oficialmente como técnico do Paissandu na tarde desta terça-feira, no estádio da Curuzu.

De Belterra, onde se encontra descansando, Valtinho falou com a reportagem do Bola/DIÁRIO e procurou não afirmar que tivesse firmado compromisso com o Paissandu. Mas, no decorrer da conversa telefônica, admitiu que a proposta bicolor é praticamente irrecusável. “Eles (dirigentes do Paissandu) conversaram com minha esposa, não posso afirmar nada ainda. Mas talvez seja o momento de alavancar minha carreira e o Paissandu é um clube grande”, deixou escapar.

Com DVD, Inter pede isenção

Do Folhaonline

O vice-presidente de futebol do Internacional, Fernando Carvalho, apresentou nesta segunda-feira um DVD com o que seu clube considera erros de arbitragem a favor do Corinthians, adversário da equipe gaúcha na decisão da Copa do Brasil, nesta quarta, no Beira-Rio. O DVD contém lances de alguns jogos do time de Mano Menezes na edição atual da Copa do Brasil. O objetivo do time colorado é mostrar que o rival paulista está sendo beneficiado no torneio.

Segundo o dirigente, as atuações da arbitragem em jogos do Corinthians não são premeditadas nem envolvem alguma entidade do futebol brasileiro, mas outros fatores fazem os árbitros terem mais cautela contra o time de São Paulo. “Não é complô. O Corinthians tem 33 milhões de torcedores, é um clube de São Paulo e isso cria uma forma de não se poder arbitrar ‘contra’ o Corinthians. Não tem CBF nem ninguém por trás disso”, opinou Carvalho.

“Peço que o árbitro seja isento e trate o Inter da mesma forma que tratará o Corinthians. O Corinthians chegou à final por erros de arbitragem”, finalizou o dirigente. Em seu site oficial, o Corinthians publicou uma nota na qual “discorda da atitude do vice-presidente de futebol do Internacional, Fernando Carvalho, de distribuir DVD contendo supostos favorecimentos da arbitragem ao nosso clube”. O clube diz ainda confiar na Comissão de Arbitragem da CBF e tem a convicção de que este tipo de pressão não interferirá na decisão da Copa do Brasil.

Mineiro apita final da Copa BR

A CBF sorteou no começo da tarde desta segunda-feira a arbitragem para a decisão da Copa do Brasil, na quarta-feira. Quem estará no apito do jogo entre Inter e Corinthians é o mineiro Ricardo Marques Ribeiro. Será auxiliado por Alessandro Álvaro Rocha de Matos, da Bahia, e Roberto Braatz, do Paraná. Todos são do quadro de árbitros da Fifa. Ribeiro venceu no sorteio a Evandro Rogério Roman, do Paraná. Essa será a primeira grande decisão da carreira do árbitro, de 29 anos. Nesta edição do torneio, o juiz apitou o confronto de volta da semifinal entre Coritiba e Inter, que teve vitória do Coxa por 1 a 0.

Para o sorteio, o Internacional mandou o assessor de futebol Cuca Lima, que entregou um DVD de oito minutos ao presidente da comissão nacional de arbitragem, Sérgio Corrêa da Silva. O material contém imagens de lances em que, na visão do Inter, o Corinthians foi favorecido pela arbitragem nesta edição da Copa do Brasil. A decisão está marcada para quarta-feira, às 21h50, no Beira-Rio.

Paissandu demite Gaúcho

A diretoria do Paissandu confirmou na tarde de hoje, depois da chegada da delegação a Belém, a demissão do técnico Edson Gaúcho e sua comissão técnica. A decisão foi tomada pelo próprio presidente Luiz Omar Pinheiro, que estava hospitalizado desde o sábado à noite. Segundo informações que circularam na Curuzu, Wagner Benazzi é o nome preferido para substituir Gaúcho. O problema é que Benazzi dirige atualmente o Vila Nova (GO) na Série B do Brasileiro e não parece disposto a trocar um pelo outro.

O desgaste de Gaúcho junto ao presidente Luiz Omar vinha desde o campeonato estadual, precisamente em função das folgas dadas ao elenco logo depois da decisão. O tropeço contra o Luverdense não foi bem assimilado por Luiz Omar, que defendeu de imediato o afastamento do treinador, contra o posicionamento do diretor Clodomir Araújo, que preferia dar nova chance a Gaúcho.

Som na madrugada – McCartney, Things We Said Today

Pequena obra-prima dos Beatles em interpretação acústica de Macca, ainda com Linda e Robbie McIntosh na banda.

Coluna: Um bom ensaio para 2010

Desta vez ninguém pode falar que foi apenas sorte. Houve superação, vontade de vencer e capacidade de decisão. Um time de verdade se revela em momentos difíceis. E o time americano impôs muitas dificuldades à Seleção Brasileira. Muito bem treinado, cumprindo rigidamente o posicionamento programado, a equipe ianque foi superior no primeiro tempo, criando chances e caprichando na objetividade.
Os dois gols de vantagem por pouco não se transformaram em três ou quatro, pelas oportunidades criadas em contragolpes mortíferos. Quando veio o segundo tempo, imaginava-se que Dunga ia fazer alguma coisa. Fez. Mas sem mexer no time.
A mudança, como se veria a seguir, foi de postura e de atitude emocional. Nos vestiários, o capitão do tetra deve ter dito aos jogadores que o Brasil é muito maior (no futebol) que os EUA, que não se admite levar dois gols e aceitar o domínio psicológico de uma equipe apenas razoável. O recado parece ter sido muito bem assimilado.
Jogadores que estavam desligados repentinamente apareceram. Deslocando-se, tomando iniciativa, criando situações. Casos visíveis de Kaká, Robinho e Luís Fabiano. Outros, que até lutavam sem produzir, como Maicon, ficaram mais precisos. Tudo isso em menos de um minuto, tempo que levou até o Brasil construir o lance do primeiro gol, finalizado em arremate surpreendente de Luís Fabiano.
Para quem passou 45 minutos correndo sem chegar e chutando longe ou torto, o gol logo de cara caiu do céu e foi fundamental para a virada. Primeiro, porque restituiu a confiança aos brasileiros. Segundo, porque desnorteou os americanos, até então seguros na ocupação de espaços.
Daí ao segundo gol foi um passo e Kaká encarregou-se de achar o atalho, atuando como autêntico ponteiro e cruzando na medida para o interior da área, onde Luís Fabiano arrematou. Antes, o mesmo Kaká já havia feito um gol de cabeça que o árbitro não validou. Instantes depois, Lúcio, em jogada ensaiada, escorou escanteio e decidiu a parada.
Falando assim parece que foi fácil. Na verdade, foi um sufoco e o mérito de Dunga está na maturidade exibida pelo time diante de situação adversa. Não deu para observar alterações de ordem tática. É fato, porém, que o Brasil do segundo tempo tinha outra disposição. E um time que reúne craques e bons jogadores torna-se quase invencível quando está determinado a vencer.
 
 
Ficou no ar, a partir das dificuldades impostas pelos americanos, a dúvida quanto ao desempenho desta Seleção na Copa que realmente vale, daqui a um ano. Afinal, o temor de repetição do fiasco de 2006 ainda está vivo na memória de todos. De positivo, desta vez, há o fato de que muitos jogadores da Copa passada estão no time e sabem exatamente a diferença entre oba-oba e futebol de verdade.
Dunga, que não é um gênio da estratégia, compensa bem essa deficiência usando liderança e poder motivacional sobre seus comandados. Deu certo até agora. Tomara que continue assim pelo menos até julho de 2010.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 29)