Por Juscelino Ferreira, de Santarém, para o DIÁRIO:
Ao contrário da revolta demonstrada pelos belenenses, em Santarém a escolha da Fifa foi bem recebida.
Enquanto a população de Belém lamenta a derrota da candidatura da cidade para ser uma das sub-sedes da Copa do Mundo de 2014, os santarenos se mostram indiferentes ao fato e até comemoram a escolha de Manaus. Diferente do sentimento de frustração e revolta que tomou conta dos belenenses, em Santarém grande parte da população vibrou quando o presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou que Manaus era a cidade da Amazônia escolhida para sediar jogos da Copa do Mundo.
Vários são os fatores que justificam esse posicionamento da população santarena. O primeiro e mais forte é o tratamento (desprezo) que Belém sempre deu a Santarém. “A capital sempre nos tratou com desprezo, então a gente não tem porque apoiá-los numa situação dessas”, declarou o taxista Luis Fernando de Almeida.
Outro fator importante é a distância, já que Santarém está mais próxima de Manaus do que de Belém. Para se ter uma ideia, enquanto uma viagem de avião entre Santarém e Belém dura em média 1 hora e 10 minutos, de Santarém para Manaus dura 55 minutos. E aliado ao fator distância ainda há a questão financeira, pois o valor das passagens, seja de barco ou de avião, é bem menor entre Santarém e a capital amazonense.
Para o professor Wanderley Lopes, a escolha de Manaus é melhor para o Oeste do Pará, pois a região sofre mais influência da capital do Amazonas do que mesmo da capital paraense. “Se você observar com cuidado vai perceber que nós nos identificamos mais com Manaus do que com Belém”. E argumentos não faltam para reforçar essa tese, sendo que dois parecem preponderantes: o Festival das Tribos da cidade de Juruti e o Festival dos Botos de Alter do Chão, ambos originados do Festival Folclórico de Parintins.
Outro que considerou acertada a escolha de Manaus foi o militar Edivandro Contes da Silva. Ele observa que a capital amazonense tem mais estrutura pare receber jogos da Copa do Mundo e que o estado do Amazonas tem políticos mais interessados e influentes que os do Pará.