O objetivo está bem definido: conquistar o
tricampeonato da Copa Verde e assegurar a bonificação de R$ 2,4 milhões
correspondente à vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil do ano que vem. O
PSC precisa passar pelo Cuiabá para atingir esses objetivos terminando a
temporada em paz com a torcida e com as finanças.
A tarefa não é tão simples, pois envolve batalha em
dois jogos com um time de bom nível, que disputa o Brasileiro da Série B e está
em plena atividade, ao contrário dos bicolores. O longo período sem participar
de jogos oficiais – o último foi contra o Remo, pelas semifinais da Copa Verde –
é um fator de risco para as pretensões do Papão.
De volta da inusitada folga de 10 dias concedida pela comissão técnica, o elenco já retomou os treinamentos, mas o esforço para compensar o período de inatividade talvez não seja suficiente para deixar a equipe em pé de igualdade física e técnica para o primeiro confronto da decisão, previsto para o dia 14 de novembro.
A realização de amistosos (o primeiro será contra a
Tuna, domingo) é fundamental para que os jogadores readquiram o condicionamento
da fase classificatória da Série C, que representou o melhor momento do time sob
o comando de Hélio dos Anjos.
Para efeito de comparação, o Cuiabá joga duas vezes
por semana contra equipes do mesmo porte, o que lhe dá vantagem técnica em
relação ao estágio atual do Papão. Por outro lado, o time mato-grossense sofre
o desgaste natural decorrente de tantos jogos disputados em curto espaço de
tempo.
Caberá a Hélio intensificar os treinamentos para que
o PSC recupere a pegada e não perca suas principais características: a força de
marcação e a estabilidade do sistema defensivo, que garantiram a
invencibilidade de 21 jogos (15 empates e 6 vitórias), feito considerável e de
grande importância em confrontos decisivos.
Hora de fechar contas e enxugar despesas
O Remo resolveu ontem um problema criado no calor da
necessidade de reforçar o ataque durante a Série C. No afã de achar um camisa
9, depois de fracassar com as contratações de Edno e Marcão, o clube trouxe
Neto Baiano, veterano centroavante com carreira construída em clubes
nordestinos. Com contrato vigente até 2020 e rendimento abaixo do esperado, sua
presença passou a ser contestada pela torcida, o que levou a um acordo de
rescisão, anunciado ontem.
Nem considero que Neto Baiano tenha feito um papel
tão ruim. Disputou nove partidas, marcou cinco vezes. É a melhor média entre
todos os centroavantes que o Remo teve desde o ano passado. Fez três gols na
maior goleada do ano – 6 a 1 sobre o Atlético-AC – e marcou contra o PSC.
Em sua defesa, poderia argumentar que chegou na hora
errada, entrando num time desajustado, com graves problemas de criação no meio-campo
e laterais improdutivos. Não faltou vontade, comprometimento e participação nos
jogos. Algumas vezes até exagerou na dose.
Caso tivesse sido contratado desde o início da Série
C, quando o Remo tinha uma equipe bem entrosada e difícil de ser batida, teria tido
mais sucesso. Por coincidência, foi nesse período que o time mais sentiu falta
de um artilheiro que jogasse dentro da área, explorando o jogo aéreo. Márcio
Fernandes dependia de Emerson Carioca e Alexsandro, que nunca inspiraram
confiança.
Marcão chegou e não disse a que veio. Neto pelo
menos fez o que era possível fazer. Como o time não alcançou os objetivos –
acesso à Série B e título da Copa Verde –, ele e Eduardo Ramos sofreram os
efeitos da decepção entre os torcedores.
Para evitar problemas de curto prazo, no âmbito
financeiro, o clube agiu bem em chegar a um acordo com o centroavante. É
improvável, porém, como querem alguns, que ocorra o mesmo em relação a Eduardo
Ramos. Ao contrário de Neto, E10 tem história no clube e sua contratação só foi
possível em função de acordos celebrados em cima de dívidas passadas.
Com um esquema de jogo que permita maior
participação de meio-campistas mais jovens e com capacidade de marcação, tanto
Eduardo quanto Yuri podem ser úteis ao novo time a ser formado para 2020.
Da arte patética de transformar futebol em teatro
O palmeirense Deyverson, famoso pelas declarações
folclóricas, saiu com uma frase sincera depois do jogo com o Avaí, no último
domingo. O Palmeiras saiu vencedor graças a um pênalti inexistente, cavado pelo
centroavante nos minutos finais do segundo tempo.
Aos repórteres, Deyverson disse que é seu papel cair
e esperar o árbitro recorrer ao VAR. Além do desconhecimento óbvio sobre o
verdadeiro papel de um jogador de futebol, que é defender seu time jogando
limpamente, o atacante revelou que tem por hábito ludibriar os árbitros.
Não é de hoje que Deyverson é acusado de catimbeiro
e simulador de faltas. Atira-se em campo, estabanadamente, ao esbarrar em
qualquer adversário. Felipão, quando técnico do Palmeiras, repreendeu
publicamente essa atitude diversas vezes.
Como muita gente que vive do futebol no Brasil, a
finalidade do VAR parece ter sido distorcida pelo palmeirense. Deyverson não
entendeu que a monitoração eletrônica pode desmascarar eventuais encenações em
campo. Caso exagere na teatralização, pode vir a sofrer penalidades, como
advertência e suspensão, além de ficar marcado junto às arbitragens.
Neymar até hoje paga o preço dos excessos ao longo da carreira, cujo ponto culminante foi a desastrosa performance na Copa do Mundo de 2018, quando o mundo todo acompanhou (e censurou) suas tentativas patéticas de enganar os árbitros. Deyverson, pelo visto, não aprendeu essa lição.
A revista “France Football” irá entregar a tradicional Bola de Ouro em dezembro, e o português Cristiano Ronaldo é um dos candidatos para conquistar o prêmio. Em entrevista ao veículo, o craque de 34 anos falou sobre sua obsessão com o futebol, rivalidade com Messi e objetivos nessa reta final de carreira.
“Aos 19 e 20 anos, eu entendi que futebol eram números, títulos, recordes e gols. Meu objetivo é permanecer jovem à medida que envelheço. Me dê um jogador que tenha o mesmo desempenho que eu na mesma idade, em um time como a Juventus?”, indagou Cristiano, que emendou falando sobre a rivalidade com Messi.
“Estar na frente um do outro na Espanha nos permitiu ser melhores, mais eficientes. No Real, senti mais a presença dele do que no Manchester, então (isso causou) um pouco mais de pressão. De um certo ponto de vista, era uma rivalidade saudável”, completou o português. A cerimônia de entrega da Bola de Ouro ocorre no dia 2 de dezembro.