Fake news avançam sobre verbas de publicidade digital

Enquanto o Congresso Nacional discute a CPI das Fake News com o objetivo de determinar o impacto desse tipo de prática nas eleições de 2018, um dos aspectos que garante o retorno financeiro de quem publica conteúdo inautêntico acaba pouco discutido. Esse esquema aproveita o ecossistema utilizado para a oferta automática de anúncios online e suga o investimento de grandes empresas em páginas com alto tráfego, mas baixa confiabilidade.

Nesse sentido, o mesmo aparato e tecnologias utilizados para influenciar o debate público de forma danosa é usado para lucrar de forma indevida com o dinheiro gasto por pequenas e grandes empresas em anúncios digitais, que remuneram o publisher por clique.

Os cliques são gerados de diversas formas. Há, como exemplos, o uso de fazendas de cliques na Ásia, em que trabalhadores contratados por salários baixíssimos passam dias clicando em anúncios de forma ininterrupta ou tráfego automatizado gerado por bots ou programas de computador. Como um todo, a indústria de clicks enganosos causou um prejuízo de US$ 35 bilhões em 2018, de acordo com a Juniper Research.

Inteligência artificial contra o mundo fake

“Podemos dizer que isso tipo de prática é uma das formas encontradas para praticar golpes em publicidade digital”, explica Michel Primo, da ClickCease (www.cliquefalso.com.br), martech israelense especializada na identificação e bloqueio automático de fraudes do tipo.

Por meio de inteligência artificial e análise de tráfego, a ClickCease identifica problemas do tipo e bloqueia a origem dos cliques para dificultar ações fraudulentas. É uma maneira das empresas preservarem seu investimento e ajudarem a desestimular a propagação de notícias falsas na internet. Segundo a martech, os cliques falsos correspondem, na média a 20% do total de cliquesde uma campanha digital. A Clickcease atende tanto empresas quanto agências que produzem e intermedeiam campanhas para terceiros. Para demonstrar o quanto esses ads são explorados, há um demo grátis de 14 dias. No Brasil desde meados de 2019, a expectativa da martech é chegar ao fim do ano com mais de mil clientes. Sobre o Clickcease
Martech israelense de proteção a cliques fraudulentos. A partir de uma solução própria que incorpora machine learning e monitoramento de tráfego, o Clickcease identifica cliques inautênticos em anúncios e bloqueia a origem deles, além de contestar e recuperar o valor gasto junto à plataforma de anúncios de Google e Microsoft. www.cliquefalso.com,br

A disputa das igrejas neopentecostais pelo controle dos Conselhos Tutelares

Por Jaqueline Morelo

Há muito tempo a doutrinação e a influência das igrejas neopentecostais, como Assembleia de Deus, Universal do Reino de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular e Pentecostal Deus é Amor, extrapolaram os muros de seus templos, ocupando cada vez mais espaços de poder no país. Fortes aliadas do presidente Bolsonaro no Congresso Nacional, participaram ativamente da campanha que o elegeu e atualmente possuem uma bancada de 91 parlamentares, organizados na frente parlamentar evangélica, que atua de maneira coesa em defesa de pautas conservadoras, sobretudo no campo moral, além de apoiar todos os projetos do executivo.

Após um período marcado pelo esforço direcionado ao crescimento numérico, cujo marco inicial é a década de 80 do século passado, quando essas denominações religiosas também começam a ocupar espaços tradicionais de exercício do poder político, as igrejas neopentecostais agora buscam ocupar todos os pequenos espaços de exercício de poder no seio da sociedade. Nesses espaços, segundo Foucault, o poder político investe aparelhos de micropoder para moldar comportamentos, atitudes e debelar focos de resistência e contestação.

Portanto, neste momento lideranças evangélicas trabalham pelo projeto de governo que ajudaram a eleger, com o objetivo de ocupar espaços, nos quais será possível estabelecer novas formas de dominação necessárias para a sustentação das propostas conservadoras no país. Mais especificamente, estão empenhados na campanha para eleger um grande número de representantes evangélicos nos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, cuja eleição será realizada neste domingo (6/10), em todos os municípios brasileiros.

Essa ocupação é necessária para a funcionalidade do macropoder, o poder político, aqui exercido em nome do capitalismo neoliberal, cujas características apontei em artigo anterior.  Assim, o governo estabelece um sistema de controle social dentro de espaços como os Conselhos dos Direitos, até então participativos e democráticos.

Os aspectos mais visíveis da disputa por esse espaço de micropoder são a disseminação e defesa de ideologias como Escola Sem Partido, a proposta de levar Deus para as escolas como solução para a violência ali presente, o combate à ideologia de gênero. Nesse sentido, é possível imaginar que conselheiros poderiam atuar como poder fiscalizador e regulador nas escolas, estimulando denúncias daquilo que considerassem ideologia de gênero ou ameaçando denunciar ao Ministério Público a presença de “conteúdos impróprios” nos materiais didáticos, visto que o Estatuto da Criança e do Adolescente não define o que são esses conteúdos.

Porém, se dirigirmos nosso olhar para as situações mais presentes no dia a dia dos Conselhos – adolescentes discriminados e negligenciados em razão do gênero, orientação sexual, raça, etnia, origem demográfica, e os que se encontram em situação de vulnerabilidade social, risco pessoal e social, como a exploração sexual, maus tratos intrafamiliares, a tortura, o abandono, o trabalho infantil, ou em conflito com a Lei penal, os infratores -, o panorama é ainda mais preocupante. Isso porque o atual governo tem incentivado o Sistema de Garantia de Direitos, formado pela integração e articulação entre o Estado, as famílias e a sociedade civil, a adotar uma linha disciplinadora e punitivista, em substituição a uma concepção que privilegia a promoção e a defesa dos direitos.

A política de combate às drogas é um exemplo dessa mudança.  Apresentada pelo ministro da Cidadania e também articulador do governo junto aos evangélicos, Osmar Terra, durante Fórum Evangélico realizado recentemente em Curitiba, propõe a internação compulsória de dependentes em comunidades terapêuticas (clínicas particulares). Essa política vai de encontro à concepção que tem norteado a abordagem desses casos até então, a política de Redução de Danos, que atua na perspectiva transdisciplinar de saúde, cultura, educação, assistência social, trabalho e renda, visando a garantia do cuidado e dos direitos. Esse acompanhamento é feito nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), equipamentos da rede pública de saúde.

Após a Resolução 01/19 do CONAD, ligado ao Ministério da Justiça, que instituiu o repasse de verbas públicas para as comunidades terapêuticas, o crescimento das internações tem sido motivo de comemoração, como o ministro efetivamente o fez naquele evento. Na realidade, essa política atende ao lobby daqueles que estão de olho nos recursos bilionários dos Fundos Públicos de Saúde, como os proprietários das comunidades terapêuticas, quase todos eles políticos evangélicos, como os deputados Silas Malafaia e Marco Feliciano. Não é preciso muita criatividade para imaginar conselheiros empenhados em convencer familiares ou tutores de adolescentes usuários ou dependentes químicos a interná-los compulsoriamente em comunidades terapêuticas evangélicas.

A possibilidade da lógica disciplinadora e punitivista se estabelecer é preocupante porque passaria a orientar o atendimento feito pelos profissionais do Sistema de Garantia de Direitos também nos casos de violência a que estão sujeitos meninas e meninos pobres, indígenas, negros, membros de religiões de matriz africana, adolescentes homossexuais e transgêneros. Certamente, essa mudança não encontraria resistência entre os evangélicos que integram o Sistema.

Na eleição dos conselheiros o voto é facultativo, mas as igrejas neopentecostais estão em campanha e certamente levarão grande número de eleitores às urnas neste domingo para eleger seus candidatos. Caso consigam representatividade, terão vencido uma batalha da disputa entre aqueles que pretendem regular comportamentos e corpos, se possível obtendo lucro financeiro, e aqueles que defendem a liberdade e o avanço da proteção social e da garantia de direitos.

*Jaqueline Morelo é jornalista, cientista social e mestre em Ciência Política. E-mail: jaquelinemorelo@gmail.com

Livro de Lula concorre ao Prêmio Jabuti

Do Comitê Lula Livre.

“A verdade vencerá” pode fazer de Lula o primeiro ex-presidente com o Prêmio Jabuti na estante

Assine o abaixo-assinado para anular os julgamentos de Lula

A 61ª edição do prêmio Jabuti divulgou a lista dos dez livros indicados para cada uma das 19 categorias da principal premiação da literatura brasileira. Entre os finalistas está “A verdade vencerá”, de autoria do ex-presidente Lula e publicado pela Boitempo e El Viejo Topo. Com a indicação, Lula se junta a FHC entre os ex-presidentes indicados ao prêmio.

Na publicação, o ex-presidente concede uma longa entrevista, de mais de 100 páginas, à editora da Boitempo, Ivana Jinkins, e aos jornalistas Gilberto Maringoni, Maria Ines Nassif e Juca Kfouri. Além da conversa, há textos de Luis Fernando Veríssimo, Luis Felipe Miguel, Eric Nepomuceno, Rafael Valim e Camilo Vannuchi.

“A verdade vencerá” foi lançado no Brasil em março de 2018, pouco antes do TRF-4 expedir mandato de prisão ao ex-presidente, e chegou a constar entre os mais vendidos. Foram horas de conversa aberta e sem temas proibidos, divididas em três rodadas, que aconteceram no Instituto Lula, em São Paulo, nos dias 7, 15 e 28 de fevereiro.  Entre os principais temas discutidos, está a análise inédita do ex-presidente sobre os bastidores políticos dos últimos anos e o que levou o Partido dos Trabalhadores a perder o poder após a reeleição de Dilma Rousseff. Lula também fala sobre as eleições de 2018 e suas perspectivas e esperanças para o País.O livro concorre na categoria “Inovação – Livro Brasileiro Publicado no Exterior” ao lado de obras como “Brasil: Uma biografia”, de Lilia Schwarcz e Heloisa Murgel Starling, e “A resistência”, de Julián Fuks. Se vencer, Lula será o primeiro ex-presidente brasileiro a levar a premiação.

Fonte: Fórum

Atacante do Leão treina chutes de média distância

Na semana de preparativos para o clássico decisivo pela semifinal da Copa Verde, o Remo busca ajustar situações que atrapalharam o time no primeiro jogo. Um dos que têm se empenhado no treinamentos é o atacante Gustavo Ramos, que vem se dedicando a exercitar finalizações de longa e média distância, uma das estratégias de jogo que o técnico Eudes Pedro tenta implantar.

“Ao meu modo de ver, precisamos de um pouco mais de concentração, não pecar nas oportunidades que temos, porque clássico se define com uma bola”, comentou Gustavo.

“Para pegar uma bola em velocidade, receber uma bola na frente, a gente tem que ter essa compactação da defesa e no ataque. Essa semana a gente vai trabalhar mais”, disse. Quanto aos chutes de fora da área, o atacante avalia que podem funcionar como arma de ataque e que sempre teve facilidade para esse tipo de jogada.

Camisas 10 estão devendo

POR GERSON NOGUEIRA

Quem viu o primeiro Re-Pa da semifinal da Copa Verde passado tem justas esperanças de que o clássico do próximo domingo seja mais vibrante e interessante. Nem precisa ser um primor de técnico, basta que não seja sonolento como foi o primeiro. Nesse sentido, a responsabilidade maior cabe aos jogadores mais categorizados, os homens que têm a incumbência de organizar e dar ritmo à movimentação das equipes.

Eduardo Ramos

Os carregadores de piano, encarregados de marcar e destruir, não têm responsabilidade com o jogo bonito. A tarefa deles é defender a qualquer custo, chutando de bico para manter protegidos seus sistemas de defesa.

No Remo, Eduardo Ramos é o camisa 10 e referência. Considerado o jogador mais habilidoso do time, é visto como um maestro capaz de organizar o jogo, fazer lançamentos, vislumbrar caminhos que ninguém vê e assumir a postura de desbravadores do campo inimigo quando isso se fizer necessário e possível.   

Tiago Luís é o meia-armador do PSC. Ao contrário de Ramos, não tem conseguido encaixar uma sequência de jogos, entrando eventualmente nos minutos finais. Atravessou um período complicado, com problemas de lesão e questões de natureza pessoal, como explicou depois do jogo de domingo. Mas dele sempre se espera a jogada cerebral e surpreendente.

Ambos têm extrema responsabilidade com seus times e a obrigação de fazer o jogo ficar menos feio. Parece carga excessiva nos ombros de dois homens, mas o cartaz de que desfrutam é o bônus de uma função que só é dada a quem sabe o que faz com a bola.

Muito da pobreza técnica do Re-Pa que abriu a semifinal da Copa Verde tem a ver com o baixo rendimento dos armadores. Tanto Ramos quanto Tiago Luís ficaram muito abaixo do que podem render. O primeiro jogou por 70 minutos, o segundo entrou por apenas 30 minutos.

Nem a diferença de tempo diminui a responsabilidade do meia bicolor. Apesar de entrar na reta final, substituindo a Tiago Primão, Tiago teve pela frente adversários desgastados fisicamente e mais espaço de manobra, o que deveria propiciar atuação menos discreta.

É claro que ambos não jogam sozinhos, dependem do sistema utilizado por seus times e da movimentação dos companheiros. No Remo, fica óbvio que Ramos não tem com Eudes Pedro a mesma liberdade que tinha no período de Márcio Fernandes. É visível também que não dispõe do mesmo fôlego mostrado quando chegou em meio à Série C.

A dificuldade se amplia com o esquema 4-2-3-1 utilizado por Eudes, que prioriza a movimentação pelos lados e faz com que a meia-cancha seja muito mais municiadora do ataque, sem tanta margem de movimentação. Quando o adversário fecha os caminhos, como fez o PSC, Ramos fica sem poder estabelecer profundidade.

Tiago vive situação diferente, embora não menos complexa. Precisa se adaptar a um modelo de jogo já consolidado, com volantes (Uchoa e Léo Baiano) que participam intensamente do esforço ofensivo, mas que tendem a afunilar jogadas. O meia que flutua junto ao ataque muitas vezes acaba sem função. Foi o que ocorreu no clássico quando Tiago entrou.

Caso Hélio dos Anjos não encontre lugar para ele, problema agravado pela falta de confiança no condicionamento físico do jogador, Tiago pode não ter a chance real de mostrar utilidade naquele que pode ser seu último jogo na temporada.

Papão avalia novo modelo de negócio da marca Lobo

O Conselho Deliberativo do Papão realiza reunião extraordinária na próxima quinta-feira, dia 10, para ouvir e submeter à aprovação o novo modelo de negócio desenvolvido para a marca Lobo. Depois do sucesso inicial do projeto de fabricação própria, o clube tem contabilizado números que estão abaixo da expectativa de lucratividade.

A convocação foi publicada ontem, pelo presidente do Condel bicolor, Edson Ortiz de Matos.

Flamengo superior em jogo abaixo das expectativas

A expectativa criada em torno do jogo Grêmio x Flamengo não foi atendida pelo nível mostrado em campo. Apesar de mandante, o time gaúcho se comportou com um surpreendente acanhamento. Pouco se atirava à frente e parecia recear a rapidez na troca de passes do adversário.

No fim das contas, o temor se justificou. Todas as bolas que o Flamengo trabalhava do meio para frente resultavam em lances agudos sobre área gremista. Dois gols rubro-negros foram corretamente anulados, enquanto o Grêmio nem isso conseguia produzir. As emoções ficaram para o final.

Na etapa final, quando o Grêmio mais se mostrava ofensivo, chegando a ameaçar em chegadas de Cebolinha e Tardelli, nasceu o gol que deu a vitória ao time de Jorge Jesus. Cruzamento alto para Bruno Henrique cabecear, certeiro. Simplicidade na armação e eficiência na execução.

A vantagem de 1 a 0 abria uma excepcional vantagem na disputa. Ocorre que o espírito copeiro do Grêmio se fez presente aos 43 minutos do 2º tempo. Luan tocou para o meio, a bola chegou a Cebolinha e este disparou um foguete para a pequena área, onde Pepê desviou para as redes.

No estilo desassombrado que Jorge Luís implantou, o Flamengo buscou mais o gol, conseguindo 59% de posse de bola e chutando 11 vezes ao gol. Não venceu por detalhes e porque teve pela frente o sempre respeitável espírito copeiro do Grêmio.

Esperanças renovadas para o confronto do próximo dia 23. Apesar da frustração pelo empate no apagar das luzes, o Flamengo leva a vantagem do 0 a 0 para a segunda partida. Decisão ainda em aberto. 

(Coluna publicada no Bola desta quinta-feira, 03)

Leão e Papão unidos em festa de assinatura de novo patrocínio

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Foto oficial da assinatura de contrato entre os presidentes de Remo e Paissandu com o novo patrocinador, BetwarriorBR, ontem à noite, na cervejaria Vegas Club. A ocasião selou definitivamente a paz entre as duas diretorias, depois de estremecimentos durante a Série C. Nas mesas de cartas, jogadores dos dois times faziam um Re-Pa diferente. (Fotos: Bruno Amâncio)

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A frase do dia

“Por que a Globo odeia tanto um inocente como Lula e protege um criminoso como Sérgio Moro? O que está por trás de tudo isso? A quem a Globo é obrigada a atender agindo dessa forma? Ela sabe que Lula é inocente e Moro é um criminoso. Então por que protege Sérgio Moro e sua gangue?”.

Alcenir Fernandes Castro