Ex-presidente do STF critica Lava Jato e ataca “messianismo” de alguns juízes

O ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Cezar Peluso atacou hoje a Lava Jato e acusou alguns juízes de se tornarem “justiceiros” em encontro com Campos do Jordão (SP). O magistrado mostrou preocupação em relação às supostas mensagens vazadas entre promotores e o Judiciário e afirmou que envolvidos fizeram “messianismo”.

“Eu vivi, como juiz, a ditadura militar e jamais me passou pela cabeça um juiz, a modo de justiceiro da Sacra Inquisição, exercer a função para realizar projetos politico-ideológicos ou preconceitos de caráter pessoal”, afirmou Peluso, em referência à Lava Jato. “Quando os juízes deixam de ser juízes e passam a ser justiceiros, estamos todos perdidos.”

Para o ex-presidente do STF, a Lava Jato agiu movida pela “tentação de ser intérprete das explosões imediatas da multidão”. Por isso, tomou certas atitudes questionáveis, como o uso de condução coercitiva para depoimentos. “[Situações como esta] põem em jogo a ilegalidade [das decisões] porque o fim útil justifica qualquer atividade.”

Ele criticou o que chamou de “messianismo” de parte do Judiciário, em mensagem clara aos envolvidos com a operação. “Quando o juiz é incapaz de conhecer limites, ele não quer saber nada, o futuro tem de ser encontrado de qualquer jeito. Foi escolhido por Deus para mudar a ordem jurídica do país”, ironizou.

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